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Estudo Nº 1

« PROFISSÃO de FÉ

Þ Texto-Básico: Atos 8:26-40


Deus não foi surpreendido pelo pecado de Adão e Eva. Deus é onisciente - Ele
conhece todas as coisas do presente, do passado e do futuro . Alguém, então, pode
perguntar: Se Deus sabia que o homem ia pecar, por que não impediu que isso
acontecesse? A resposta sincera é que não sabemos por que Deus não impediu o homem
de pecar. Mas sabemos que o Criador não ficou indiferente à triste situação da raça
humana. Ele providenciou os instrumentos necessários para a salvação da humanidade. E
a Escritura Sagrada mostra que Deus providenciou a solução para o problema do pecado
antes que o ser humano se tornasse pecador. “O Pai, o Filho e o Espírito Santo,
antes que o mundo existisse, planejaram juntos a salvação dos pecadores.
Neste plano, Deus, o Pai, devia enviar seu Filho ao mundo para resgatá-lo;
Deus, o Filho, haveria de vir voluntariamente ao mundo para se tornar
merecedor da salvação por sua obediência até à morte; e Deus, o Espírito,
aplicaria a salvação aos pecadores, instilando neles a graça renovadora”.
O plano de Deus inclui também uma organização para reunir e congregar seu povo. No
princípio essa organização era a família. Podemos citar como exemplo a família de Jó. O
patriarca, além de chefe, era também o líder religioso da família. Ele ”levantava-se de
madrugada e oferecia holocausto segundo o número de todos os seus filhos”
(Jó 1:5). Mais tarde surgiu a nação israelita, que passou a ser a instituição que reunia e
congregava o povo de Deus. E, após a vinda de Jesus ao mundo, a Igreja passou a ser a
organização que arrebanha e congrega o povo de Deus.
Para fazer parte da Igreja a pessoa precisa fazer a sua Pública Profissão de Fé e receber
o Batismo.

P O QUE é PROFISSÃO de FÉ?


 Mas, o Que é Profissão de Fé?
Na mais simples e primitiva forma, “Profissão de Fé é a declaração pública, feita
por aquele que crê que Jesus Cristo é o Filho de Deus” . A primeira pessoa a fazer
essa declaração foi o Apóstolo Pedro. Diante de Jesus, ele declarou: “Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo!” (Mt 16:16).
Na história de Filipe e o eunuco temos um exemplo da Profissão de Fé e Batismo. O
eunuco era tesoureiro do reino da Etiópia. Viera a Jerusalém adorar. E quando regressava
ao seu país, foi evangelizado por Filipe.
“Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o
eunuco: Eis aqui água; que me impede que seja eu batizado?” (At 8:36).
Certamente Filipe tinha falado também sobre o Batismo.
“Filipe respondeu: é lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele,
disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Então mandou parar o carro,
ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco” (At 8:37,38).
Todo aquele que crê deve confessar publicamente a sua fé. Quanto a isto, o Apóstolo
Paulo deixou a seguinte instrução: “Se, com a tua boca, confessares a Jesus como
Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos,
serás salvo. Porque como o coração se crê para a justiça e com a boca se
confessa a respeito da salvação” (Rm 10:9,10).
As Igrejas Evangélicas, obedecendo ao Ensino Bíblico, exigem que aqueles que desejam
ser membros da Igreja façam a Profissão de Fé. Neste ato solene, a pessoa declara
publicamente crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que veio ao mundo morrer numa
cruz para pagar pelos nossos pecados; afirma sua convicção de que a Escritura Sagrada é
a única regra de fé e prática dada por Deus ao seu povo e assume compromissos com a
Igreja. Se o professando ainda não foi batizado numa Igreja Evangélica, ele recebe o
Batismo logo após a Profissão de Fé; se já foi batizado, é declarado Membro da Igreja,
com todos os direitos e deveres.
Na Profissão de Fé estão presentes três elementos: Intelecto, Emoção e Vontade.
William Bright comparou o nosso relacionamento com Jesus Cristo ao casamento. Na
união matrimonial, do ponto de vista ideal, estão incluídos o Intelecto, a Emoção e a
Vontade. O Intelecto é usado para avaliar se a pessoa com quem se pretende casar é a
pessoa certa. A Emoção envolve a pessoa levando-a a amar o(a) escolhido(a) de todo o
seu coração. E por um ato de Vontade os dois se comprometem, perante a autoridade
competente, a viver como marido e mulher.
A seguir, veremos como esses três elementos se expressam na Profissão de Fé e na
identidade do verdadeiro cristão.

P O INTELECTO
Quando os saduceus tentaram contestar a ressurreição dos mortos, Jesus lhes
respondeu: “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt
22:29). Em outra ocasião, Jesus desafiou os judeus, dizendo-lhes: “Examinais as
Escrituras, .... são elas que testificam de mim” (Jo 5:39). E Lucas declarou, no
prefácio de seu evangelho, ter feito “acurada investigação de tudo desde sua
origem”, para que o leitor tenha “plena certeza das verdades” registradas por ele (Lc
1:1-4). Isso mostra que a Fé Cristã é Convicção baseada em fatos reais. Não é salto no
escuro.
O Apóstolo Paulo citou a profecia de Joel de que “todo aquele que invocar o nome
do Senhor será salvo” (Jl 2:32); e, a seguir, perguntou: “Como, porém, invocarão
aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram?”
(Rm 10:14). Com isto ele estava afirmando que, para servir a Deus, é necessário
conhecê-lo. A conversa de Jesus com a mulher samaritana também aponta nessa mesma
direção. Quando a mulher quis tratar da questão relacionada com o lugar de adoração,
Jesus lhe disse: “Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que
conhecemos, porque a salvação vem dos judeus” (Jo 4:22). Implicitamente Jesus
estava declarando que a adoração dos samaritanos não era correta porque eles a faziam
na ignorância.
Para ser verdadeiramente cristã a pessoa precisa saber o que isso significa. Precisa
conhecer pelo menos os pontos fundamentais da Fé Cristã.
Tentar servir a Deus na ignorância pode ser desastroso. Jesus declarou que pessoas
matariam seus servos, julgando com isto estarem prestando um culto a Deus (Jo 16:2).
E o Apóstolo Paulo testemunhou que os judeus de sua época tinham “zelo por Deus,
porém não com entendimento” (Rm 10:2). A ignorância os levava a se afastarem de
Deus, mesmo quando julgavam servi-lo.
Certa vez um senhor me disse que gostaria de ser crente, mas não conseguia. E explicou
a sua dificuldade, dizendo: “Eu sei que para ser crente a gente precisa acreditar,
mesmo sabendo que aquilo não é verdade, mas eu não consigo fazer isso” . Ele
estava inteiramente enganado. “Acreditar naquilo que a pessoa sabe não ser
verdade” é ser supersticioso, e não crente. “A fé é a certeza de cousas que se
esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb 11:1). A Fé vê o invisível,
mas não o inexistente. Nós somos chamados a crer naquilo que Deus nos revelou em sua
Palavra.
Não podemos crer em nada que vá além dessa palavra, pois a recomendação bíblica,
através do Apóstolo Paulo, é esta: “Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo
do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja
anátema. Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega
evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1:8,9). Por
isto, quem deseja ser Membro da Igreja precisa ter o conhecimento dos pontos
fundamentais da Fé Cristã.

P A EMOÇÃO
O conhecimento intelectual dos fundamentos da Fé Cristã é muito importante, mas é
insuficiente para a salvação. A Escritura Sagrada fala muitas vezes sobre o conhecer,
referindo-se ao conhecimento experimental. Conhecer a Jesus, no sentido bíblico, implica
necessariamente em ter experiência com Jesus. Este é o lado emocional do conhecimento
de Deus. É Ele que nos leva a um envolvimento com Jesus. É através desse envolvimento
que nós nos alegramos com o Senhor e no Senhor, e também nos entristecemos com o
que entristece o Senhor. O Salmo 119:136 e ilustram esse envolvimento emocional do
cristão nas vitórias e vicissitudes da causa de Deus no mundo. No primeiro texto o
salmista declara: “Torrentes de água nascem dos meus olhos, porque os homens
não guardam a tua lei”. No segundo texto temos o registro da alegria de Barnabé, ao
ver que os gentios também se convertiam ao Senhor.
Um outro aspecto desse conhecimento emocional é o amor. Para ser verdadeiramente
cristão, não basta saber que Jesus é o Filho de Deus que veio ao mundo para nos salvar.
É necessário mais. É preciso amá-lo de todo o coração. Ele mesmo disse: “Aquele que
me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a
ele” (Jo 14:21). E quanto à intensidade deste amor, ele afirmou o seguinte: “Quem
ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama
seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10:37).
Aqui também está uma área que deve ser tratada com muito cuidado. O amor é um
sentimento; portanto, faz parte das nossas emoções. Mas a intensidade do nosso amor
não pode set medida pela intensidade de nossas emoções.
A emoção é um sentimento ou reação a um evento ou experiência. Emocionalmente as
pessoas reagem de maneira diferente. Assistindo ao mesmo acontecimento ou
participando da mesma experiência, as pessoas podem reagir de maneira bem diferente.
O eunuco, ao ouvir o Evangelho de Jesus Cristo, creu e pediu para ser batizado. Tudo
naturalmente, sem grandes emoções. Mas o carcereiro de Filipos experimentou um
turbilhão de emoções. Lucas registrou que ele ”entrou precipitadamente e, trêmulo,
prostrou-se diante de Paulo e Silas” (At 16:29). O eunuco e o carcereiro tiveram
experiências diferentes; mas a conversão de ambos foi autêntica.
Não existe um padrão para medir as emoções de uma pessoa diante do Evangelho de
Jesus Cristo. Algumas têm uma experiência de conversão fortemente emocional. Outras
têm uma experiência sem grandes emoções, mas igualmente real. Alguns têm uma vida
cristã cheia de manifestações emocionais; outros têm uma vida cristã sem grandes
arroubos emocionais, mas igualmente sincera e autêntica. O verdadeiro crente tem
um envolvimento emocional com o Senhor Jesus, mas não vive de emoções. O
crente que precisa de emoções para manter a sua fé estará sempre inseguro,
porque as emoções são muito instáveis e, também, porque sempre precisará de
emoções mais fortes para não cair na rotina, no trivial e no desânimo . O que de
fato evidencia a intensidade do amor que a pessoa tem por Jesus Cristo, são seus atos
(Mt 7:15-23). Quem ama a Jesus deve provar isto através de suas palavras e seus atos.

P A VONTADE
Além do Intelecto e das Emoções, o ser verdadeiro cristão envolve também a Vontade.
Chamamos de vontade a faculdade que leva a pessoa a querer alguma coisa e a se
comprometer com aquilo que quer. É a capacidade de agir com intencionalidade definida.
Para ser verdadeiramente cristã, a pessoa precisa assumir com Jesus Cristo um
compromisso de fé. Neste compromisso, a pessoa crê que o sacrifício de Jesus é suficiente
para perdoar todos os seus pecados; por isso, entrega a Jesus o destino eterno de sua
alma, e se dispõe a, dia-a-dia, procurar viver de acordo com os seus ensinos.
Mas a decisão de seguir a Jesus não é tão simples como possa parecer. Ela implica numa
tomada de posição radical. Jesus exige que ela seja radical. Lucas registra que Jesus
“dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia
tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9:23). Na instrução aos doze apóstolos, Jesus
declarou: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de
mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim;
e quem não toma a sua cruz, e vem após mim não é digno de mim” (Mt
10:37,38).
Essas declarações de Jesus foram colocadas em prática várias vezes. Nicodemos, líder
entre os fariseus, membro da mais alta corte de justiça da Judeia, procurou Jesus
fazendo-lhe os maiores elogios: “Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de
Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes se Deus não estiver
com ele” (Jo 3:2). Mas Jesus não ficou impressionado com os elogios, nem com a alta
posição social de Nicodemos, e respondeu-lhe: “Em verdade, em verdade te digo
que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3). Ao
homem que queria primeiro sepultar seu pai, para depois seguir a Jesus, o Mestre lhe
ordenou: “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai e
prega o reino de Deus” (Lc 9:60). Àquele que queria primeiro despedir-se dos seus
parentes, para depois seguí-lo, Jesus disse: “Ninguém que, tendo posto a mão no
arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9:62). E a respeito da
multidão que o aplaudia, mas sem compromisso, Jesus declarou: “Este povo honra-me
com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mt 15:8). Em certa ocasião
Jesus fez um discurso muito duro, e por isto muitos deixaram de segui-lo. Diante disto
seria natural que ele abrandasse suas exigências. Mas Jesus não voltou atrás; pelo
contrário, confrontou os seus próprios discípulos, dizendo-lhes: “Porventura, quereis
também vós outros retirar-vos?” (Jo 6:67). Jesus não aceita crente pela metade,
porque ele não pode salvar o homem pela metade. Ou somos inteiramente crentes, ou
então estamos completamente perdidos.
O Apóstolo Paulo tinha conhecimento das exigências de Jesus, por isto ele declarou:
“Esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a
outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1Co 9:27).
Muitas pessoas se julgam cristãs, mas, na realidade, são apenas admiradoras de Jesus
Cristo. Outras gostam de Jesus e, por isto, pensam ser cristãs. Mas o verdadeiro cristão é
aquele que tem compromisso com Jesus.

« CONCLUSÃO
A Profissão de Fé não salva. Nem o Batismo. O que vai decidir o destino eterno de sua
alma é o seu compromisso com Jesus Cristo. Se você recebeu Jesus como Salvador e
Senhor, você está salvo - quer tenha feito ou não a Profissão de Fé.
Mas, por outro lado, aquele que recebeu Jesus como Salvador e Senhor deve fazer a sua
Profissão de Fé. Jesus exige uma tomada de posição pública de seus servos. Ele afirmou:

“Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o


confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar
diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos
céus” (Mt 10:32,33).

Você já recebeu Jesus como seu Salvador e Senhor. Você nasceu de novo, é nova
criatura. Você pertence a Jesus. Por isto, você deve fazer a sua Pública Profissão de Fé. É
ordem de Jesus.

Þ TEXTOS BÍBLICOS PARA LEITURA

m 1. Predito o Nascimento de Jesus - Lucas 1:26-38


m 2. O Nascimento de Jesus - Lucas 2:1-7
m 3. O Menino Jesus no meio dos doutores - Lucas 2:41-52
m 4. O Testemunho de João Batista sobre Jesus - João 1:19-31
m 5. O Batismo de Jesus e os primeiros Discípulos - João 1:32-42
m 6. A Crucificação, Morte e Sepultamento de Jesus - João 19:17-42
m 7. A Ressurreição de Jesus - João 20:1-29

P EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA


Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas:

Þ 1. Que é Profissão de Fé?


R:_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

Þ 2. Quem foi a primeira pessoa a fazer Profissão de Fé em Jesus Cristo?


R:_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

Þ 3. Quais são os três elementos que estão presentes na Profissão de Fé?


R:_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

Þ 4. Completar:
“A Fé Cristã é ___________________________ baseada _____________________. Não é
_________________________. Lucas declarou no prefácio do seu Evangelho, ter feito
“____________________________________” para que o leitor tenha
“_______________________________________” registradas por ele”.
Þ 5. Por que a adoração dos samaritanos não era correta?
R:_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

Þ 6. Em que nós somos chamados a crer?


R:_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

Þ 7. A experiência de conversão pode ser medida por suas emoções? Por que?
R:_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

Þ 8. Que é que evidencia a intensidade do amor que uma pessoa tem por Jesus Cristo?
R:_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

Þ 9. Por que é necessário assumir compromisso com Jesus Cristo?


R:_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

Þ 10. Por que aquele que crê deve fazer a Profissão de Fé?
R:_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Estudo Nº 2

« A BÍBLIA SAGRADA

Þ Texto-Básico: 2 Timóteo 3:16,17

A Fé Cristã é convicção baseada em fatos reais. E estes fatos estão registrados na Bíblia
Sagrada. Por isto, a Bíblia é o manual do cristão. Ela nos ensina, repreende, corrige e
educa. A Bíblia Sagrada é uma coleção de 66 Livros. Divide-se em duas partes: Antigo
Testamento, com 39 Livros, e o Novo Testamento, com 27 Livros. A palavra
testamento vem do Latim, e seu significado original é acordo, aliança, pacto. E é
neste sentido que ela é usada para dar nome às duas partes da Bíblia Sagrada. O Antigo
Testamento é assim chamado porque é formado pelos Livros que registram o antigo pacto
feito por Deus com seu povo. Esse pacto foi feito com Abraão, pai do povo Israelita, e
ratificado por meio de Moisés, quando foi dada a Lei ou os Dez Mandamentos. O Novo
Testamento recebe este nome porque é formado pelo conjunto dos Livros que registram a
Nova Aliança que Deus fez com o seu povoo, por meio de Jesus Cristo. No antigo pacto, o
povo de Deus era formado pelos Israelitas. Na Nova Aliança é constituído por todos
aqueles que creem em Jesus Cristo como Salvador e Senhor.
A Bíblia Sagrada é nossa Única Regra de Fé e Prática . Através dela Deus nos Guia
e Orienta. Para compreendê-la melhor, vamos estudar a revelação, a inspiração e a
iluminação.

P A REVELAÇÃO
O ser humano jamais conheceria a Deus, nem tomaria conhecimento do seu plano de
salvação, se o próprio Criador não tomasse a iniciativa de se revelar à criatura.
Felizmente, Deus tomou a iniciativa de se revelar ao homem. Esta revelação é um ato
“consciente, voluntário e intencional, por meio do qual o mesmo Deus se revela
ou comunica ao homem a verdade referente a Si mesmo, em relação com suas
criaturas”.
Deus se revela através das obras da criação e da providência, na preservação e no
governo do universo. Davi escreveu que: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o
firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19:1). E o Apóstolo Paulo, falando
aos habitantes de Listra, afirmou que Deus “não se deixou ficar sem testemunho de
si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas” (At
14:17). E na Epístola aos Romanos ele tratou do mesmo assunto de modo ainda mais
claro, afirmando: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno
poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem,
desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram
criadas” (Rm 1:20). “Deus fala ao homem através de toda a sua criação, nas forças e
nos poderes da natureza, na constituição da mente humana, na voz da consciência, e no
governo providencial do mundo em geral e das vidas dos indivíduos em particular” . Esta
revelação é chamada Revelação Geral, por ser dirigida a todos os homens. Ela é
suficiente para deixar os homens indesculpáveis diante de Deus. Mas é insuficiente para a
salvação. Toda a criação foi atingida pelo pecado. Tornou-se imperfeita. Como
instrumento da auto-revelação de Deus, ela deve ser considerada um livro incompleto,
com algumas páginas rasuradas. O homem também foi atingido. Espiritualmente, ele ficou
ignorante e embrutecido como um irracional. E assim, ficou impossível compreender
corretamente o que Deus nos fala através da natureza.
Mas o plano eterno de Deus inclui também a Revelação Especial, que tem o objetivo de
levar o pecador de volta ao Criador. O autor da Epístola aos Hebreus escreveu sobre esta
revelação especial o seguinte: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo
Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o
universo” (Hb 1:1,2). Deus falou. Falou através de manifestações especiais. Falou
diretamente a alguns servos, como, por exemplo, a Moisés. Falou através dos profetas.
Falou através de milagres.
A Revelação Especial é progressiva, atingindo o seu ápice em Jesus Cristo . “As
grandes verdades da redenção aparecem, a princípio, apenas obscuramente, mas
aumentam gradualmente em clareza, e finalmente se destacam em toda a sua grandeza
na revelação do Novo Testamento”.

P A INSPIRAÇÃO
Deus falou “muitas vezes e de muitas maneiras”. “E depois, para melhor
preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da
Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente
servido fazê-la escrever toda”. E assim surgiu a Bíblia Sagrada, Livro inspirado pelo
Espírito Santo.
Quando falamos em Inspiração da Bíblia, estamos afirmando que Deus levantou homens
e os fez registrar, sem erro, a sua revelação especial. Estes homens, sob inspiração divina,
escreveram os Livros que compõem a Bíblia Sagrada. “... jamais, qualquer profecia foi
dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram, da parte de
Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:21). “Toda a Escritura é inspirada
por Deus” (2Tm 3:16).
Os escritores dos Livros da Bíblia Sagrada escreveram sob inspiração divina. Escreveram
por determinação divina. Alguns autores registraram ter recebido ordem direta de Deus
para escrever (Êx 17:14; 34:27; Nm 33:2; Is 30:8; Jr 30:2; 36:2). Outros,
certamente, sentiram-se impulsionados a escrever. Era Deus agindo em suas mentes e
corações. Mas não devemos imaginar que Deus ia ditando e eles escrevendo. Eles não
foram meros escribas. Pelo contrário, Deus os usou precisamente como eles eram. Deus
certamente guiou-os na escolha das palavras, na construção das frases, para que os fatos
e as ideias fossem corretamente registrados. Mas cada um escreveu usando o seu próprio
vocabulário e de acordo com o seu próprio estilo. Por isto, cada Livro, embora inspirado
por Deus, traz a marca pessoal de seu autor e as marcas do tempo em que ele vivia.
A divisão em capítulos e versículos foi feita bem mais tarde . “Não foi trabalho de
uma só pessoa ou equipe. Os massoretas (especialistas judeus que produziram um
complexo e utilíssimo sistema de sinais vocálicos e outros sinais para a preservação da
língua hebraica, puramente consonantal), fizeram também a divisão do Velho Testamento
em versículos, no século 9 da Era Cristã. Entretanto, alguns atribuem ao cardeal Hugo de
São Caro, e outros atribuem a Stephen Langton, arcebispo de Cantuária, Inglaterra, a
divisão foi aplicada à Vulgata, e por volta de 1440 foi aplicada à Bíblia Hebraica pelo
rabino Nathan. A divisão em versículos apareceu pela primeira vez na Vulgata em 1555,
trabalho de Robert Stephen, em Gênova.
Em 1551 Robert Stephen tinha lançado em Gênova uma edição do Novo Testamento
Grego. A primeira Bíblia foi publicada em Gênova, em 1560”.
Os Livros da Bíblia foram escritos por, no mínimo, 36 autores, num período que pode
chegar a 1.600 anos. Mas existe uma extraordinária harmonia em todas as suas partes.
Milhões de pessoas têm sido transformadas através da Leitura da Bíblia. E cada crente, ao
Ler a Bíblia, sente Deus falando com ele. Tudo isto é evidência de que a Bíblia Sagrada é
realmente Inspirada por Deus. Mas a plena convicção desta inspiração divina é questão de
Fé, e não de prova científica. Por isto, só a operação do Espírito Santo em nós é que nos
dá a convicção de que a Bíblia é realmente a Palavra de Deus.
A Bíblia editada sob a chancela da Igreja Católica tem sete livros a mais do que a Bíblia
editada pelos Evangélicos. Até o início do século 16 não havia uma definição oficial sobre
a situação desses livros. Alguns os aceitavam como inspirados; outros, não. Mas, no dia
15 de Abril de 1546, o Concílio de Trento anexou-os, por decreto, à Bíblia . Os
Evangélicos chamam esses Livros de Apócrifos e não os aceitam como inspirados por
Deus.
Os Livros Apócrifos, comparados com os livros inspirados, revelam uma grande pobreza
de estilo e conteúdo. Além disso, ensinam que se contradizem com os livros inspirados.
Por exemplo: Justificam a Mentira (Judite 10:11-17; 11:1-23; 15:8-10) e o Suicídio (2
Macabeus 14:37-46); Ensinam Feitiçaria (Tobias 6:1-9) e Oração pelos Mortos (2
Macabeus 12:38-45). Uma simples leitura é suficiente para nos mostrar que eles não são
inspirados por Deus.
A Revelação Especial está encarnada na Bíblia Sagrada . Através dela Deus nos diz
quem Ele é, quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos, e Seu plano geral para
a nossa vida. No passado Deus falou a Moisés “boca a boca” (Nm 12:8). Hoje, Deus
nos fala através da Bíblia Sagrada.

P A ILUMINAÇÃO
Tudo que precisamos saber para a nossa salvação e para uma vida correta, justa, em
comunhão com Deus, está registrado na Bíblia Sagrada. Mas “o homem natural não
aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2:14). Isto significa
que o homem, apenas com os seus recursos naturais, sem a assistência do Espírito Santo,
não pode compreender a Bíblia Sagrada. Ela só poderá ser compreendida com a
Iluminação do Espírito Santo. Quando falamos em Iluminação estamos nos referindo à
atuação de Deus na mente e no coração do homem, através do Espírito Santo,
capacitando-o para compreender o ensino da Bíblia Sagrada.
A Confissão de Fé de Westminster ensina que: “Todo o conselho de Deus
concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação,
fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser
lógica e claramente deduzido dela”. Mas acrescenta: “... reconhecemos,
entretanto, ser necessária a íntima Iluminação do Espírito Santo para a
salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra”.
No registro da conversão de Lídia temos um exemplo da Iluminação. Muitas mulheres
ouviram a pregação, mas apenas Lídia se converteu. E ela só se converteu porque “o
Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia” (At 16:14).
O Espírito Santo iluminou a mente e coração de Lídia, levando-a a compreender e a
aceitar a mensagem que estava sendo pregada.
A Iluminação, contudo, não dispensa o esforço sério e piedoso para compreendermos
corretamente a Palavra de Deus. A Bíblia Sagrada deve ser examinada com seriedade e
interpretada com fidelidade. “A Regra Infalível de interpretação da Escritura é a própria
Escritura. Portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de
qualquer texto da Escritura – o qual não é múltiplo, mas único – esse texto pode ser
estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente”.

« CONCLUSÃO
Deus tomou a iniciativa de se revelar a nós. Através de uma Revelação Especial Ele
nos deu a conhecer o seu plano para a nossa vida e o modo como devemos viver e servi-
lo. Ele também inspirou homens para registrar, sem erro, a sua revelação especial. E,
pela Iluminação, através da atuação do Espírito Santo em nossas mentes, ele nos
capacita a compreender a sua revelação especial, registrada na Bíblia.
A Bíblia Sagrada é a nossa Única Regra Infalível de Fé e Prática. Por isso devemos
examiná-la continuamente. E o estudo deve ser seguido da prática. Pois viver o ensino
bíblico resulta em crescimento espiritual. Não que a Bíblia seja um livro mágico. Mas,
sendo ela a Palavra de Deus, somos aperfeiçoados na medida de nossa prontidão em
responder aos apelos que ele nos faz através da sua Palavra.

Þ TEXTOS BÍBLICOS PARA LEITURA

m 1. O Pacto de Deus com Abraão – Gênesis 12:1-9; 17:9-14


m 2. Deus Fala com Moisés – Êxodo 3:1-10
m 3. Deus se revela através da Criação – Salmo 19:1-6
m 4. A Superioridade da Palavra de Deus – 2 Pedro 1:16-21
m 5. O Ensino do Espírito Santo – 1 Coríntios 2:6-16
m 6. A Inspiração da Bíblia Sagrada – 2 Timóteo 3:14-17
m 7. Jesus explica a Sua Missão – João 5:19-47

P EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO da MATÉRIA ESTUDADA

Após Estudar cuidadosamente a Lição, responda, por escrito, às seguintes


perguntas:

Þ 1. Quantos Livros tem a Bíblia Sagrada? Quantos no Antigo Testamento? E no Novo


Testamento?
R:_____________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

Þ 2. Como se chamam as duas partes da Bíblia Sagrada? E por quê?


R: ____________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

Þ 3. Que é Revelação?
R: ____________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

Þ 4. Completar:
“O Ser Humano ____________________________ se o próprio Criador não tomasse a
iniciativa de se revelar à criatura”.
Þ 5. A Revelação feita por Deus na Natureza, é suficiente para a Salvação do Pecador: Por
Quê?
R: ____________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

Þ 6. Que é Inspiração?
R: ____________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

Þ 7. O Que nos dá Plena Convicção de que a Bíblia é Inspirada por Deus?


R: ____________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

Þ 8. Por Que Não aceitamos os Livros Apócrifos como Inspirados?


R: ____________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

Þ 9. Que é Iluminação?
R: ____________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

Þ 10. Como a Bíblia Sagrada deve ser Interpretada?


R: ____________________________________________________________________
______________________________________________________________________.
Estudo Nº 3

« A BÍBLIA SAGRADA

Þ Texto-Básico: 2 Timóteo 3:16,17

A Bíblia Sagrada afirma: ”Ninguém jamais viu a Deus” (Jo 1:18). Se ninguém
jamais viu a Deus, como podemos conhecê-lo? Devemos saber, inicialmente, que a
visão não é o único instrumento de que dispomos para conhecer alguém ou algo.
Ninguém jamais viu a dor, nem a saudade, nem o amor. Mas não há dúvida de sua
existência. Não é possível vê-los com os olhos, mas há outros meios através do quais
podemos tomar conhecimento da dor, da saudade e do amor. No caso do Criador, se o
próprio Deus não tivesse tomado a iniciativa de se revelar, ninguém jamais o conheceria.
Mas, felizmente, Ele se revelou “através de toda a sua criação, nas forças e nos
poderes da natureza, na constituição da mente humana, na voz da consciência,
e no governo providencial do mundo em geral e das vidas dos indivíduos em
particular”. Deus também falou “muitas vezes e de muitas maneiras” (Hb 1:1). E
hoje Ele nos fala através da Bíblia Sagrada.
Mas, Quem é Deus? Não é possível definir Deus. A mente humana, embora prodigiosa,
não dispõe de recursos para captar toda a grandeza do Criador. O máximo que podemos
fazer é a descrição analítica de Deus, a partir do que Ele mesmo nos revela na Bíblia
Sagrada.
Deus não é uma ideia abstrata ou uma força impessoal que atua no universo, como
afirmam algumas pessoas. Deus é uma pessoa. Ele tem sentimentos. Ele nos ama. Ele nos
sustenta em nossas provações e dificuldades. Ele nos dá alegria e vitória. Nós podemos
compartilhar com Ele nossas experiências. Podemos falar com Ele, e estarmos certos de
que Ele nos ouve e nos atende. Ele cuida de nós e quer o nosso bem. Mas Deus é uma
pessoa diferente de nós. Ele é espírito (Jo 4:24). Ele não tem um corpo físico como o
nosso (Lc 24:39). Por isto não podemos vê-lo, assim como não podemos ver o nosso
próprio espírito ou o espírito das pessoas que estão ao nosso lado.

P OS NOMES de DEUS
Hoje os nomes das pessoas têm pouca importância. Se alguém tem o nome de José, Jó
ou Joaquim, não faz diferença. Mas na época em que a Bíblia foi escrita, era diferente. Os
nomes atribuídos a Deus, na Bíblia, são instrumentos ou meios que o Criador
usa para revelar a nós quem Ele é . Eles devem ser estudados e compreendidos à luz
dos costumes da época em que foram escritos. O nome era uma descrição da pessoa. Por
isso, quando uma pessoa passava por uma mudança significativa em sua vida ou em seu
caráter, podia também ter o seu nome mudado. Veja, por exemplo, o caso de Jacó. Ele
era um enganador astucioso. E era exatamente isto o que significava o seu nome (Gn
27:36). Mas ele passou por uma grande transformação. Deixou de ser um enganador. E
o seu nome foi mudado para Israel (Gn 32:28; 35:10). No Novo Testamento temos o
caso de Pedro. Ele se chamava Simão (Ouvinte), mas Jesus lhe deu o nome de Pedro
(Pedra, em aramaico, Cefas), antecipando assim que ele passaria por uma grande
mudança e ocuparia um lugar de destaque entre os Apóstolos. Assim também os nomes
ou títulos atribuídos a Deus na Escritura Sagrada são instrumentos da providência divina
para nos revelar qualidades, atributos e modos de agir do nosso Criador. Vejamos, agora,
alguns desses nomes, as circunstâncias ou situações em que aparecem e o que eles nos
revelam sobre Deus.

A) Deus
O primeiro versículo da Bíblia Sagrada diz que: “No princípio criou Deus os céus
e a terra” (Gn 1:1). O nome Deus (Elohim, em Hebraico, plural de Eloah),
descreve o Criador como um ser forte e poderoso, que deve ser temido e
cultuado. “O plural deve ser considerado como intensivo e, portanto, serve para
indicar plenitude de poder”.

B) Deus Altíssimo
Quando Melquisedeque abençoou a Abraão (Gn 14:18-20) ele o fez em nome do
Deus Altíssimo (Elyon, em Hebraico). Este nome descreve Deus como um ser
supremo, que está acima das divindades locais.

C) Deus Todo-Poderoso
A Abraão (Gn 17:1) Deus se apresentou como o Deus Todo-Poderoso (El-
Shaddai, em Hebraico). Este nome descreve Deus como um ser poderoso, que
tem poder no céu e na terra; o sustentador, nutridor, aquele que é capaz de
satisfazer.

D) Sou o que Sou


Deus apareceu a Moisés, no monte Horebe, e lhe disse: “Vem, agora, e eu te
enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Êx
3:10). Disse Moisés a Deus: “Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e
lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me
perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Disse Deus a Moisés: EU
SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me
enviou a vós outros. Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos
de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome” (Êx
3:13-15).
O nome SENHOR (com todas as letras maiúsculas, Yahweh, em Hebraico) significa
“Eu Sou o que Sou”. Através dele Deus se revela como o Deus da graça, que sempre
existiu e sempre existirá, que não fica velho, não muda, é eternamente o mesmo.

E) Senhor
Quando convocou o povo para atravessar o Jordão, e entrar na terra prometida,
Josué lhes disse: “Tomai, pois, agora, doze homens das tribos de Israel, um de
cada tribo; porque há de acontecer que, assim que as plantas dos pés dos
sacerdotes que levam a arca do SENHOR, o Senhor de toda a terra, pousem
nas águas do Jordão, serão elas cortadas, a saber, as que vêm de cima, e se
amontoarão” (Js 3:12,13). O nome do Senhor (com a inicial maiúscula e as
demais minúsculas, Adonai, em Hebraico) descreve Deus como o dono e o
governador de todos os homens.

Deus (Elohim), Deus Altíssimo (Elyon), Deus Todo-Poderoso (El-Shaddai),


SENHOR (Adonai), são nomes ou títulos do Criador, registrados na Bíblia Sagrada.
Eles são meios usados por Deus para nos revelar quem Ele é. Através deles sabemos
que Deus é um ser supremo, forte e poderoso, tem poder no céu e na terra, é o dono
e governador de todos os homens. Mas Ele é também o Deus da graça, sustentador,
nutridor, capaz de satisfazer todas as nossas necessidades. Ele sempre existiu e
sempre existirá. Ele não fica velho, não muda, não sofre variação, é eternamente o
mesmo.

P A Trindade
A Bíblia Sagrada ensina que há um só Deus, mas Ele subsiste em três pessoas.
Em Deuteronômio 6:4 está escrito: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o
único SENHOR”. E em Isaías 44:6 o próprio Deus declara: “Eu sou o primeiro e
eu sou o último, e além de mim não há Deus” . Mas, por outro lado, a Bíblia
afirma que Jesus também é Deus: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1). O Verbo é Jesus Cristo. A Bíblia ensina
que o Espírito Santo também é Deus. Quando Ananias mentiu a respeito da venda da
sua propriedade, Pedro o repreendeu, dizendo: “Ananias, por que encheu Satanás
teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do
valor do campo? (...) Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5:3,4).
Mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus, prova de que o Espírito Santo é Deus. Três
pessoas, um só Deus. Uma Trindade, ou Triunidade . A palavra Trindade não está
na Bíblia; mas é inegável que ela ensina que existe um único Deus, que subsiste em
três pessoas: Pai, Filho (Jesus Cristo) e Espírito Santo.
A doutrina da Trindade é um mistério. Está além da nossa compreensão. Mas
podemos descrevê-la conforme é ensinada na Bíblia. Em síntese, a doutrina pode ser
descrita assim: Existe um só Deus; Deus subsiste em três pessoas distintas: Pai, Filho
(Jesus Cristo) e Espírito Santo; cada pessoa da Trindade é Deus, completo, e não
parte de Deus; as três pessoas da Trindade são iguais em poder e glória.
No registro do batismo de Jesus as três pessoas da Trindade aparecem,
distintamente. O Pai se manifesta do céu, dizendo: “Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo” (Mt 3:17). O Filho estava sendo batizado. E o Espírito Santo
desceu sobre ele “como pomba” (Mt 3:16).
Muitas pessoas fazem grande confusão com as três pessoas da Trindade. Tal
confusão pode ser observada especialmente nas orações. Num culto alguém orou
assim: “Senhor nosso Deus e Pai, nós te agradecemos Senhor Jesus porque
tu morreste na cruz em nosso lugar e porque tu habitas em nós”. Quanta
confusão! O Pai não é o Filho. Não foi o Pai que morreu na cruz, foi o Filho. E quem
habita em nós é o Espírito Santo. Na oração nós nos dirigimos a Deus, o Pai, em Nome
de Jesus, o Filho.
P OS ATRIBUTOS de DEUS
Os atributos são propriedades ou qualidades de Deus, mencionadas na Bíblia
Sagrada, ou deduzidas de seus atos. Como Deus é perfeito, seus atributos são
chamados também de perfeições divinas.
Os atributos que só Deus possui, como, por exemplo, a Imutabilidade, são
chamados de atributos incomunicáveis. São assim denominados para caracterizar
que eles não foram concedidos aos homens. Aqueles que os homens também
possuem, como, por exemplo, o amor, são chamados de atributos comunicáveis. A
diferença é que as qualidades humanas são imperfeitas e os atributos de Deus são
perfeitos.

A) Atributos Incomunicáveis
A autoexistência ou independência é um atributo incomunicável de Deus (Êx
3:13,14; Jo 5:26; At 17:25). Deus não depende de nada e nem de ninguém para
existir ou agir. Um outro atributo é a eternidade (Sl 90:2; 102:12; 2Pe 3:8). Deus
sempre existiu e sempre existirá, Ele não está limitado pelo tempo. Outro atributo
incomunicável é a imensidade ou onipresença (1Rs 8:27; Sl 139:7-10; Is 66:1).
Deus não está limitado pelo espaço, Ele está presente ao mesmo tempo em todos os
lugares. Outro atributo é a imutabilidade (Ml 3:6; Tg 1:17). Deus não muda em
seu ser, em sua essência, em seus atos, nem em seus propósitos. Quando a Bíblia
diz ou dá a entender que Deus mudou, na realidade, a situação é que mudou .
A linguagem usada é a do observador, como, por exemplo, quando alguém afirma que
o sol saiu a tal hora, dando a ideia de que o sol se movimenta, quando a terra é que
se move.

B) Atributos Comunicáveis
A bondade é um atributo comunicável de Deus (Sl 145:9,15,16; Jo 3:16,17; Ef
2:1-9; 1Jo 4:7-10). O homem também recebeu do Criador esta qualidade. Mas a
bondade de Deus é diferente da bondade humana. Deus é absolutamente bom. Ele
trata benévola e generosamente todas as suas criaturas. Esta bondade, em relação às
criaturas racionais, chama-se amor. “Deus é Amor” (1Jo 4:8). Por causa do pecado,
o homem perdeu o direito de ser amado por Deus, mas o Criador continua a nos amar.
Deus é misericordioso, por isto ele tem compaixão de nós. Ele é longânimo, por isto
nos tolera. A santidade é outro atributo comunicável (Êx 15:11; 1Sm 2:2; Is 6:3;
Hc 1:13; Ap 4:8). Deus é perfeitamente puro em sua pessoa e em seus atos e,
consequentemente, Ele é contra toda e qualquer forma de impureza. Um outro
atributo comunicável é a justiça (Sl 71:19; Mt 10:42; Rm 1:32). Deus, é
absolutamente justo, Ele governa o mundo com justiça, recompensa todos os atos dos
homens e pune os seus erros. A soberania também é um atributo comunicável (Sl
115:3; Mt 10:29). Deus “faz todas as cousas conforme o conselho da sua vontade”
(Ef 1:11).
É importante conhecer Deus, através do estudo da sua autorevelação registrada na
Escritura Sagrada. Mas, além desse conhecimento teórico, precisamos também de um
conhecimento espiritual. E tal conhecimento só se adquire através de uma vida de
comunhão com Ele. “Só conhecemos verdadeiramente a Deus em nossa alma,
quando nos rendemos a Ele, quando nos submetemos à Sua autoridade e
quando os Seus preceitos e mandamentos regulam todos os pormenores da
nossa vida”.
« CONCLUSÃO
Zofar perguntou a Jó: “Porventura, desvendarás os arcanos de Deus ou
penetrarás até à perfeição do Todo-Poderoso?” (Jó 11:7). Realmente o homem
não tem condições para desvendar os arcanos de Deus. E quando tentamos
compreender racionalmente muitos atos de Deus, registrados na Bíblia Sagrada,
percebemos que eles estão além de nossa compreensão.
A ponte que liga o Rio de Janeiro a Niterói tem pilares gigantes e vãos de até 300
metros. Gigantescas vigas ligam estes pilares. Mas quem está mergulhado na água,
debaixo da ponte, não vê que pilares tão distantes estão ligados uns aos outros
através das vigas. Assim também é a nossa situação. Estamos mergulhados nas
limitações da natureza humana, por isto não podemos compreender Deus, nem seus
atos. Contudo, aquilo que é necessário para a nossa salvação e para a nossa vida em
comunhão com Deus, Ele nos revelou e está registrado na Bíblia Sagrada, com tanta
clareza que, qualquer pessoa, culta ou não, no uso de suas faculdades mentais, pode
compreender.
Nas alegrias e nas lutas da vida, em todos os lugares e em todos os momentos, nós
não estamos sozinhos. Deus está sempre conosco. “Como em redor de Jerusalém
estão os montes, assim o Senhor, em derredor do seu povo, desde agora e
para sempre” (Sl 125:2).
“Ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos
dos séculos. Amém” (1Tm 1:17).

Þ TEXTOS BÍBLICOS PARA A LEITURA

o 1. Deus fala a Moisés – Êxodo 3:1-18


o 2. Os Dez Mandamentos – Êxodo 20:1-17
o 3. Todo bem procede de Deus – Salmo 127
o 4. Deus Onisciente e Onipotente – Salmo 139
o 5. A Trindade no Batismo de Jesus – Mateus 3:13-17
o 6. Deus é Espírito – Jo 4:1-30
o 7. Deus é Amor – 1João 4:7-21

P EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA


Após estudar cuidadosamente a Lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas:

Þ 1. Podemos Definir Deus? Por Que?


R: _________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Þ 2. Os Nomes ou Títulos de Deus na Bíblia são importantes porque eles revelam algo
sobre o Criador. Vamos citar alguns nomes e você deve colocar na frente de cada um o
que ele revela sobre Deus.
- Deus -
______________________________________________________________
____________________________________________________________________
.

- Sou o que Sou -


________________________________________________________
____________________________________________________________________
.

- Senhor - ____________________________________________________________
___________________________________________________________________.

- Deus Todo-Poderoso -
___________________________________________________
____________________________________________________________________
.

Þ 3. Descreva, em síntese, a doutrina da Trindade.


R: _________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

Þ 4. Você compreende a doutrina da Trindade? Por Que?


R: _________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

Þ 5. Que são atributos de Deus?


R: _________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

Þ 6. Como se dividem os atributos de Deus? E Por Que?


R: _________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

Þ 7. Dos atributos mencionados neste estudo, qual lhe chamou mais atenção? Por Que?
R: _________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

Þ 8. Como entender os textos bíblicos que dizem que Deus se arrependeu ou que
parecem dar a entender que Deus mudou o seu plano?
R: _________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

Þ 9. Quem pode compreender o que é necessário para a salvação e para a vida eterna em
comunhão com Deus?
R: _________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

Þ 10. Por Que não podemos ver Deus?


R: _________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

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