Você está na página 1de 115

Compreendendo a Hermenêutica.

Etimologicamente o termo “hermenêutica vem do


grego “Hermeneutike” que, por sua vez, deriva do verbo
“Hermeneuo”, que significa interpretar, explanar, seja uma
palavra, uma doutrina ou um evento. Verbo que aparece no
Novo Testamento nos seguintes textos: Lc 24.27; I Co 14.27;
Hb 7.2. O dicionário Teológico define a Hermenêutica com
da seguinte forma:
“Ciência que tem por principal objetivo descobrir o
verdadeiro significado de um texto. É a base para toda a
crítica filológica. Quando empregada nas Escrituras
Sagradas, sua missão passa a ser descobrir o que
realmente disseram os profetas e apóstolos.
Segundo a mitologia grega, Hermes era o porta-
voz de Zeus e de outros deuses supremos, e destacava-
se pelos seus discursos eloqüentes. Segundo essa
mitologia, ele é apresentado como o inventor da
capacidade de falar, por isso, o vocábulo grego
“hermenêwo, que significa interpretar, deu origem ao
nosso vocábulo “hermenêutica”; que é a arte de
interpretar.
Existem dois tipos de Hermenêutica, uma geral e a
outra especial; a geral aplica-se à interpretação de
qualquer obra escrita, e a especial a determinados tipos
de produção literária, como: Leis, História, Filosofia,
Poesia, etc.
A Hermenêutica bíblica é especial, pelo fato da
Bíblia ser o Livro dos livros. Outro fato digno de nota é que
a Hermenêutica Bíblica não é uma crítica textual, cujo
objetivo é procurar determinar quais são as palavras
realmente escritas pelo autor no texto original, a
Hermenêutica procura descobrir o sentido dessas
palavras, ela tem como objetivo entender o que queria
dizer o autor. Hermenêutica também não é exegese; a
hermenêutica é a teoria ou ciência que dita as regras de
interpretação, enquanto a exegese é a prática da
hermenêutica, ou seja, a exegese é a arte na qual se
aplica os princípios e regras estabelecidas pela
Hermenêutica. Neste caso, um bom exegeta é aquele que
ao interpretar, usa com sucesso, os recursos da
Hermenêutica.
O pregador deve ser criterioso ao escolher o texto para
explaná-lo. Deve evitar textos isolados, obscuros; e
esclarecer bem as palavras contidas no texto, até porque,
dependendo do texto determinadas palavras podem ter
significados diferentes, como: Fé, salvação, alma, graça,
etc. Para se ter o verdadeiro sentido de determinadas
palavras, às vezes, o texto é insuficiente; é necessário
recorrer ao contexto imediato ou remoto. Por exemplo,
lendo apenas Mc 7.2, entende-se que os discípulos
comiam sem lavar as mãos, porém, lendo Mc 7.5 e Mt 15.2,
entende-se que o problema era que os discípulos não
seguiam a tradição dos anciãos neste particular. Pelo
regulamento da tradição, defendida a ferro e fogo pelos
fariseus, não
Bastava derramar água sobre as mãos, mas a água tinha
que correr dos dedos até o pulso e a quantidade da água
utilizada não poderia ser menor do que a equivalente a
uma casca e meia de ovo. Os fariseus ficaram indignados
com Jesus, porque os seus discípulos não lavavam as
mãos da maneira por eles determinada, conforme Lc
11.38. Como vemos, há afirmativas bíblicas, que para
interpretá-las corretamente além de recorrermos ao
Espírito Santo, o real intérprete da Bíblia, temos que
recorrer também ao texto, contexto e ainda às tradições
e costumes dos povos bíblicos.
Devido a nossa dificuldade em compreender as coisas
espirituais, o próprio Deus apresenta-se nas Escrituras
através de linguagem figurada, isto é, Deus querendo dar-
se em conhecer aos homens, utilizou de coisas que
conhecemos para revelar a sua natureza. Ele apresenta-se
como Luz, Amor, Fogo; apresenta-se também como tendo
mãos, pés, olhos; como Pai, Criador, Rei, etc. E apresenta-se
até como homem que se arrepende, leia Gn 6.6, mas ao ler
Nm 23.19, entendemos que Deus não é homem para se
arrepender, daí surge uma aparente contradição. Mas não
há contradição, aqui se trata de Antropomorfismo, que é
uma figura de linguagem que atribui a Deus, ações e
faculdades humanas, como também, órgãos e membros do
corpo humano.
Portanto, se não aprofundarmos no conhecimento das
Escrituras, como também nas diversas figuras de
linguagem que nelas aparecem, incorreremos em erros
grosseiros de interpretação. O estudo da figuras de
linguagem do texto bíblico, pertence à Retórica;
abordaremos tão somente as figuras de linguagem que
interessa mais diretamente ao texto bíblico e a sua
exegese:

METÁFORA – É a figura em que se afirma que alguma


coisa é o que ela representa ou simboliza, ou com que se
compara. A metáfora só se distingue do símile por lhe
faltar o elemento de comparação que há neste. Exemplo
de metáfora: Foi subindo como renovo, Is 53.2.
SÍMILE – Significa analogia, semelhança, comparação que se
faz de uma coisa com outra que se assemelha. Exemplo:
“Quanto ao homem, os seus dias são como a erva...”, Sl
103.15.

METONÍMIA – É o emprego do nome de uma coisa pelo de


outra com que tem certa relação. Por exemplo:
a) Do efeito pela causa; “Duas nações há no teu ventre..”Gn
25.23.
b) Da causa pelo efeito; “Eles têm Moisés e os profetas..”, Lc
16.29, etc.

SINÉDOQUE – É a substituição de uma idéia por outra que lhe


é associada. Ou quando menciona duas coisas entre as
quais não há semelhança, mas certa relação. Exemplos: O
cálice pelo que contém, I Co 11.23 Do gênero pela espécie
ou do geral pelo particular. “Então saíam a ter com ele
Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do
Jordão, Mt 3.5

HIPÉRBOLE – É a afirmação em que as palavras vão além


da realidade literal das coisas. Exemplo: “As cidades são
grandes e fortificadas até aos céus..” Dt 1.28.

IRONIA – É a expressão dum pensamento em palavras


que, literalmente entendidas, exprimiriam o pensamento
oposto. “Eis que o homem se tornou como um de nós,
conhecendo o bem e o mal”, Gn 3.22.
PROSOPOPÉIA – É a personificação de coisas ou de seres
irracionais. Exemplo: “Todos os meus ossos dirão: Senhor,
quem contigo se assemelha?” Sl 35.10.

ENIGMA – É a enunciação duma idéia em linguagem


difícil de entender. Exemplo: do comedor saiu comida, e
do forte saiu doçura, Jz 14.14.

ALEGORIA – É a narrativa em que as pessoas


representam idéias ou princípios. As narrativas bíblicas
são históricas, verídicas e não alegóricas. No entanto,
Paulo tomou a história verídica de Sara e Agar e seus
respectivos filhos, e fez uma alegoria, Gl 4. 21-31
SÍMBOLO – É o emprego de algum objeto material para
evocar idéia ou coisa espiritual ou moral.Exemplo: “...sou
como um vaso quebrado” Sl 31.12.

FÁBULA – É a narração em que seres irracionais e


mesmo objetos inanimados são apresentados falando,
com paixão e sentimento humano para ensinar lições
morais. Exemplo: A parábola de Jotão, Jz 9 7-15.

ANTÍTESE – Significa um contraste, oposição de


pensamentos ou de palavras. Exemplo: “Ouvistes o que
foi dito aos antigos...., eu porém, vos digo...”, Mt 5.43,44.
APÓSTROFE – Interrupção que faz o orador ou escritor,
dirigindo-se a coisas ou pessoas reais ou fictícias.
Interpelação direta e inopinada ou imprevista. Exemplo: Ó
terra, terra, terra! Ouve a Palavra do Senhor, Jr 22.29.

CLIMÁX – É a chegada ao ponto crítico duma narrativa,


isto é, o ponto de interesse máximo. O autor constrói,
partindo do ponto de interesse e importância menor até
ao maior. Exemplos: Hb 11. 39,40; Is 40. 29,31; 55. 10,11; Ef 3.
14-21.

GRADAÇÃO – É a repetição de termos mais ou menos


iguais. Exemplo: “Assim diz o Senhor: Por três
transgressões de ... E por quatro, não sustarei o castigo!”,
Am 1.6 e 2.6
INTERROGAÇÃO – Interrogar é o mesmo que fazer
perguntas. As vezes os escritores sagrados fazem uma
pergunta e a seguir dão a resposta. Paulo faz isto com
muita freqüência: “Anulamos, pois, a lei, pela fé? Não, de
maneira nenhuma, antes confirmamos a lei”.

PROVÉRBIO – Sentença ou máxima expressa em poucas


palavras e que se tornou vulgar e comum. Os provérbios
constantes das Escrituras são adágios da sabedoria
divina aplicados às condições do povo de Deus.
Sabedoria para aplicação para a vida prática.
ACRÓSTICO – É uma composição poética em que o
conjunto de letras iniciais, mediais ou finais. O Salmo 119
está dividido em vinte e dois grupos de oitos versículos
cada, cujos versículos iniciam com cada letra do alfabeto
hebraico.

PARADOXO – É a proposição que parece ser contrária à


opinião comum; é sinônimo de desconchavo, de
contradição. Jesus apresenta o paradoxo entre a vida
terrena e a vida eterna, Mc 8.35.

RADIAÇÃO – Na radiação todas as coisas se dirigem para


um ponto ou parte dele. O Salmo 119 demonstra este
dispositivo de forma maravilhosa. Seus 176 versículos são
divididos em 22 estrofes, e todas elas partem do mesmo
tema: A grandeza e a excelência da Lei de Deus.
TIPOS
O estudo dos tipos, figuras e símbolos bíblicos, como
também de cerimônias e ordenanças do Velho Testamento,
que prefiguram a Dispensação da Graça e as coisas celestes,
é denominado “Tipologia Bíblica” Um tipo é uma semelhança
divinamente ordenada, pela qual, pessoas, objetos e eventos
celestiais, são demonstrados pelo terrestre. Porém, para que
uma coisa constitua um tipo da outra, a primeira não só deve
ter uma semelhança à segunda, mas, na sua instituição
original, deve ter sido determinado que tivesse esta
semelhança. Antítipo é aquela coisa celestial ou realidade
prefigurada pelo tipo. Exemplo: Dilúvio ao batismo, I Pe
3.20,21. Tabernáculo terrestre ao celeste, Hb 9.24.
Ao referir-se à Tipologia Bíblica, Agostinho disse:
“O Novo Testamento acha-se no Velho, e o velho pelo
Novo é explicado.”
Tanto as peças como a própria ordem em que o
Senhor determinou que fossem colocadas no
Tabernáculo, tipificavam a magnânima pessoa do Senhor
Jesus, bem como a sua obra redentora na cruz do
Calvário. Verdadeiramente, há trechos no Novo
Testamento que só podemos entender mediante o poder
ilustrador dos tipos. Observe a ilustração a seguir e veja
que na Bíblia nada é por acaso, mas tudo foi divinamente
ordenado para nos servir de sombra das coisas futuras:
Sobre os tipos, temos que considerar o seguinte:
1. Aceite como tipo, o que, como tal, é aceito no Novo
Testamento.
2. Recorde-se que o tipo é inferior ao seu correspondente
real e que, por conseguinte, todos os detalhes do tipo não
têm aplicação à dita realidade.
3. Tenha presente que às vezes um tipo pode prefigurar
coisas diferentes.
4. Lembre-se que os tipos, como as demais figuras, não nos
foram dadas para servir de base e fundamento das
doutrinas cristãs, mas para confirmar-nos na fé e para
ilustrar e representar as doutrinas.
Conforme já frisamos, os tipos são, na verdade, “lições
concretas” de Deus. Ele os introduziu no Antigo Testamento
como uma forma de predizer as coisas que seriam
concretizadas no Novo. A maior parte dos tipos do antigo
Testamento acham-se no Tabernáculo e nas peregrinações
dos filhos de Israel no deserto. Vários dos principais tipos do
Antigo Testamento são explicados na epístola aos Hebreus.
Outrossim, o próprio Jesus faz referência à serpente de metal
levantada no deserto, como tipo, prefigurando a sua
crucificação. Noutra ocasião Cristo se refere ao conhecido
acontecimento de Jonas, como um tipo, prefigurando a sua
sepultura e ressurreição. O apóstolo Paulo, por sua vez,
apresenta o primeiro Adão prefigurando o segundo, Jesus
Cristo; e também o
cordeiro pascoal como tipo do Salvador e Redentor, Rm
5.14; I Co 5.7.
TIPOS PESSOAIS

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO


Adão, Gn 1.26; 2.7 Rm 5.14; I Co 15.45
Abel, Gn 4. 8,9. Hb 12.24
Abraão, Gn 17.5 Ef 3.15; Hb 9. 7,24.
Davi, II Sm 8.15 At 7.45;13.34,36; Fp 2.9
Isaque, Gn 22.1,2 Hb 11. 17,19.
Jacó, Gn 32.28 Jo 11.42; Hb 7.25
José, Gn 50. 19,20 Hb 11.11,22.
Josué, Js 1. 5,6 Hb 4. 8,9.
Moisés, Nm 12.7; Dt 18.5 Hb 3.2; At 3. 20,22.
Arão, Ex 30. 7,10 Hb 9. 6,7
Sansão, Jz 16.30 Cl 2. 14,15.
Zorobabel, Zc 4. 7,9 Hb 10.20
TIPOS, RITOS E COISAS
ANTIGO TESTAMENTO ANTIGO TESTAMENTO
A expiação e nos sacrifícios, Lv 16. 15,16. Hb 9. 12.24
As ofertas queimadas, Lv 2.4. Hb 10.10
As ofertas dos leprosos, Lv 14.4-7. Rm 4.25
As ofertas pelas transgressões, Lv 7. 1-7. At 8.23
As ofertas pelo pecado, Lv 4. 2,3. Hb 13.11,12.
O cordeiro pascal, Ex 12. 3,46. Jo 19.36; I Co 5.7.
A arca da aliança, Ex 25.16; Sl 40.8; Is 42.16 Hb 9.4,5.
O altar de bronze, Ex 27.2. Hb 13.10.
O altar de ouro, Ex 40.5,26,27 Ap 8.3.
As cidades de refúgio, Nm 35.6 Hb 6.18.
O candelabro de ouro, Ex 25.31 Jo 8.12.
A pia de bronze, Ex 30. 18,20 Ef 5. 26,27.
O maná, Ex 16. 11-15 Jo 6. 32,35
O propiciatório, Ex 25.17-20 Hb 4.16
A rocha de Horebe, Ex 17.6; Nm 20.11 I Co 10.4
O tabernáculo, Ex 40. 2,34. Hb 9.11.
A mesa dos pães da proposição, Ex 25. 23-30. Jo 6.48.
O templo, I Rs 6. 1-38 Jo 2. 19-21.
O véu do tabernáculo e do templo, Ex 40; II Cr 3.14 Hb 10.20
LIÇÃO 2
A HERMENÊUTICA 2
PARÁBOLAS
Parábola é uma forma de história colhida da
natureza ou de ocorrências diárias normais, que lança
luz sobre uma lição moral ou religiosa. Conhecido no
antigo Israel, o ensino através de parábolas alcançou o
seu apogeu no ministério terreno de Jesus Cristo. As
parábolas revelam verdades desconhecidas com base
em verdades e fatos conhecidos.
Propósitos:
1º) Ensinar a seus discípulos e a outros ouvintes.
2º) Encobrir a verdade aos não receptivos à revelação de
Cristo como o Messias de Deus. Leia Mateus 13.10,11.
Há quatro coisas que devemos ter em mente se
desejamos perfeita compreensão das parábolas de
Cristo:
1ª) As parábolas nos Evangelhos estão relacionadas com
Cristo e o seu Reino.
2ª) As parábolas devem ser estudadas às luz do lugar e da
época a que se relacionam.
3ª) Observe a explicação das parábolas dadas por Jesus.
4ª) Compare os ensinamentos apresentados na parábola,
com todo o contexto da Escritura. Outrossim, há parábolas
registradas por mais de um escritor, neste caso, podemos
encontrar mais detalhes numa do que na outra.
PROFECIAS
A profecia que já se cumpriu, a sua interpretação
encontra-se na Bíblia. Exemplo: No dia de Pentecostes
Pedro referiu-se ao cumprimento da profecia de Salmos
16. 8-11. Porém, as profecias que ainda não se cumpriram,
são de difícil interpretação.
a) Os profetas tinham visões de acontecimentos futuros;
eles escreviam o que viam pelo Espírito, muitas das
vezes, sem muita definição da visão. Por exemplo, João no
Apocalipse usa a expressão “como que”, Ap 8.8.
b) Devido a dificuldade de interpretação e o volume de
material profético nas Escrituras, o estudo das profecias
bíblicas requer anos de dedicação.
c) O elemento tempo, na profecia, geralmente é indefinido.
A seqüência de acontecimentos pode ser dada, mas o
tempo do cumprimento e a duração de tempo entre os
acontecimentos, geralmente estão ocultos.
d) Outra dificuldade na interpretação da profecia, é que
muitas vezes, uma mesma mensagem profética se refere
a dois personagens distintos. Exemplo, Ez 28. 11-19.
e) Devemos interpretar as profecias, entendendo que
Jesus é o seu tema central, I Pe 1.10,11.
Embora sejam as profecias de difícil interpretação, não
devemos desprezá-las, pois constituem numa fonte de
permanente estímulo à fé.
SÍMBOLOS
Símbolo é um emblema, uma figura ou um sinal que
representa um objeto ou alguma coisa; imagem com que
se designa uma coisa puramente moral ou uma verdade
espiritual. Os símbolos nas Escrituras, às vezes, têm mais
de um significado, por outro lado, o intérprete não deve
extremar-se nos mínimos detalhes dos símbolos, pois
isso pode trazer confusão. Dentre as diferentes classes
de símbolos na Bíblia, destacamos as seguintes:
1ª) Elementos, fenômenos e coisas diversas.
Água, luz, vento, chuva, sol, lua, metais, pedras preciosas,
animais, sangue, vestido, azeite, incenso, fermento, etc.
Nomes
Abrão - Abraão, Sarai - Sara, Jacó – Israel, Egito, Calvário, etc.

Números
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11, 12, etc.
Cores
Branco, Azul, Púrpura e Carmesim.
MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO:
1. Analítico
2. Sintético
3. Temático
4. Biográfico.

PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA


Devido a sua singularidade, a Bíblia não deve ser
interpretada ao bel-prazer do leitor, tenha ele a cultura
que tiver, para captar a mente de Deus e o que o Espírito
Santo ensina na Bíblia, necessita estudá-la seguindo
alguns princípios universalmente aceitos, dos quais
destacaremos alguns:
Primeiro – “Estude a Bíblia partindo do pressuposto de
que ela é a autoridade suprema em questão de religião,
fé e doutrina”.
1. Devemos repudiar a autoridade da Tradição.
2. Devemos repudiar a autoridade do Recionalismo
teológico
Segundo – “Não se esqueça de que a Bíblia é o melhor
intérprete de si mesma; isto é, a Bíblia interpreta a Bíblia”.
Portanto, quando você estudar a Bíblia, deixe-a falar por si
mesma. Não lhe acrescente e não lhe subtraia nada. Deixe
que a Bíblia seja o seu próprio comentário. Compare
Escritura com Escritura. A palavra de Deus interpretada no
sentido em que Deus disse, é a Palavra de Deus, mas
interpretada no sentido que nós queremos, não é a Palavra
de Deus, antes pode ser palavra do maligno. Exemplo disso
temos na tentação no Jardim do Éden, Gn 2.16,17.
Terceiro – “Dependa da fé salvadora e do Espírito Santo
para a compreensão e interpretação da Escritura”.
Por tentar entendê-la naturalmente, o homem natural
tropeça nela. E por conseguinte, quando estão diante da
Bíblia, tentam anular os seus milagres, isso ocorreu nos
dias de Jesus, Leia Jo 11. 47,48 e Jo 12.10,11.
Quarto - “Interprete a experiência pessoal à luz da
escritura e não a escritura à luz da experiência pessoal”.
–A experiência pessoal se constitui na evidência
daquilo que Deus faz em nós, por isso não pode e nem
deve ser desprezada; porém, no momento de priorizar o
que é mais importante, se a experiência pessoal ou a
Escritura, para efeito de interpretação bem sucedida da
Bíblia, a Escritura é superior.
Quinto – “Os exemplos bíblicos só têm autoridade prática
quando amparados por uma ordem que os faça
mandamento universal”.

Quando um exemplo bíblico não está acompanhado de


um mandamento, não devemos entender que tal exemplo
deva ser imitado. Por exemplo, Jesus usava vestes longas
e alparcas. Normalmente andava a pé, montado num
jumentinho ou de barco. Jamais se casou, nem saiu dos
limites do seu próprio país, exceto na infância, quando
seus pais o levaram para o Egito. Porém, nada disso
constitui num mandamento bíblico.
Sexto – “O principal propósito da Escritura é
mudar as nossas vidas, não multiplicar os nossos
conhecimentos”.
O propósito do estudo da Bíblia não é nos fazer
mais espertos como o diabo. Ela nos foi dada com
o propósito de nos fazer santos como Deus. Mais
são os que tropeçam no seu conhecimento falto
de piedade, do que aqueles que tropeçam por
falta de muito conhecimento, mas ainda assim
detêm a piedade e a fé.
Sétimo – “Todo cristão tem o direito e a
responsabilidade de interpretar pessoalmente a
Escritura, seguindo princípios universalmente
aceitos pela ortodoxia bíblica”.
Não devemos interpretar a Bíblia ao nosso bel-
prazer, porém, considerando os princípios
universalmente aceitos pela ortodoxia bíblica,
temos tanto o direito como a responsabilidade de
interpretá-la pessoalmente.
Oitavo – “Apesar da importância da História da
Igreja, ela não chega a ser decisiva na fiel
interpretação da Escritura”.
Apesar de reconhecermos os méritos da
história da Igreja, por ela registrar o denoto e a
bravura com que os princípios sagrados foram
defendidos e mantidos, devemos afirmar que a
Igreja não determina o que a Bíblia ensina; antes
a Bíblia é quem determina o que a Igreja ensina.
Por isto, a interpretação da Igreja só tem
autoridade na medida em que esteja na mais
absoluta harmonia com os ensinamentos da
Bíblia como um todo.
Nono – “O Espírito Santo quer aplicar as promessas
divinas, exaradas na Escritura, à vida do crente em todos
os tempos”.
Muitos crentes ficam inquietos quando têm de
lançar mão das promessas divinas exaradas na Bíblia, em
parte porque muitas vezes eles são mal orientados. Quem
não conhece aquele tipo de crente acostumado a buscar
promessas e direção divinas através de métodos, como:
Abrir a Bíblia de olhos fechados, pondo o dedo no meio da
página, e onde o dedo indicar, ali está a promessa ou a
direção de deus para ele? Outros existem que já não lêem
a Bíblia regularmente. Consultam apenas as conhecidas
“Caixinhas de Promessas” simplesmente em busca de
uma promessa específica, mas nem sempre querem fazer
a vontade de Deus
PRINCÍPIOS GRAMATICAIS DE INTERPRETAÇÃO
A Bíblia Sagrada foi escrita em linguagem humana
e conseqüentemente deve, antes de mais nada, ser
interpretada gramaticalmente, porquanto analisaremos
algumas regras gramaticais de interpretação:
Primeira – “A escritura tem somente um sentido, e deve
ser tomado literalmente”.
Segunda – “As palavras do texto bíblico devem ser
interpretadas no sentido que tinham no tempo do autor”.
Terceira – “As palavras do texto bíblico devem ser
interpretadas em relação à sua sentença e ao seu
contexto”.
Para ter sucesso nessa empreitada, é de
fundamental importância ter em mente as
seguintes perguntas:
1. Como esta passagem se relaciona com o material
circunvizinho, isto é, o contexto?
2. Como se relaciona com o restante do livro?
3. Como se relaciona com a Bíblia como um todo?
4. Como se relaciona com a cultura e com o pano de
fundo em que foi escrito?
Quarta – “Quando um objeto inanimado é usado para
descrever um ser vivo, a proposição pode ser
considerada figurada”.
Quinta – “As principais partes e figuras de uma parábola
representam certas realidades. Considere essas
principais partes e figuras somente quando estiver
tirando conclusões”.
PRINCÍPIOS HISTÓRICOS DE INTERPRETAÇÃO
A Bíblia registra a história da Criação, do homem,
da queda e do propósito redentor de Deus. O Antigo
Testamento relata a história de Israel, o povo eleito de
Deus para uma missão especial no mundo. O Novo
Testamento registra a História de Cristo, como também a
história da Igreja desde o seu nascimento no dia de
Pentecostes até o dia da sua glorificação total;
conquanto, ao dar interpretação história à Escritura, se
faz necessário levar em consideração os seguintes
princípios:
Primeiro – Uma palavra nunca é compreendida
completamente até que se possa entendê-la como
palavra viva, isto é, originada na alma do autor”.
Segundo – “É impossível entender um autor e interpretar
corretamente suas palavras sem que ele seja visto à luz
de suas circunstâncias históricas”.
Terceiro – “Uma vez que as Escrituras se originaram de
modo histórico, elas devem ser interpretadas à luz da
história”.
Quarto – “Embora a revelação de Deus nas Escrituras seja
progressiva, tanto o Antigo Testamento como o Novo são
partes essenciais desta revelação e formam uma
unidade”.
Quinto – Os fatos ou acontecimentos históricos se tornam
símbolos de verdades espirituais, somente se as
Escrituras assim os designarem”.
PRINCÍPIOS TEOLÓGICOS DE INTERPRETAÇÃO
Dentre os diversos princípios de interpretação, o
destacaremos os princípios teológicos de interpretação,
os quais são imprescindíveis para quem quer fazer uma
interpretação correta e segura.
Primeiro – “Você precisa compreender gramaticalmente
a Bíblia, antes de compreendê-la teologicamente”.
Segundo – “Uma doutrina não pode ser considerada
bíblica, a menos que resuma e inclua tudo o que a
Escritura diz sobre ela”.
Terceiro – “Quando parecer que duas doutrinas
ensinadas na Bíblia são contraditórias, aceite ambas
como escriturísticas, crendo confiantemente que elas
se explicarão dentro duma unidade mais elevada”.
Quarto – “Um ensinamento simplesmente implícito na
Escritura pode ser considerado bíblico quando uma
comparação de passagens correlatas o apóia”.
Introdução
O termo “homilética” surgiu durante o iluminismo,
entre os séculos XVII e XVIII, quando as principais disciplinas
teológicas receberam nomes gregos, como, por exemplo,
dogmática, apologética e hermenêutica. O termo homilética
firmou-se e foi mundialmente aceito para referir-se à
disciplina teológica que estuda a ciência, a arte e a técnica
de analisar, estruturar e entregar a mensagem do evangelho.
Um dos maiores privilégios do ser humano como coroa
da criação de Deus é o domínio da palavra, o principal veículo
de comunicação. Com relação aos pregadores a homilética é
de extrema importância pelo fato de ser a ciência que estuda
o uso da palavra na comunicação da mensagem mais
sublime que nos legou o Senhor Jesus, o pregador por
O termo homilética vem da expressão grega he homilia.
O verbo homilein significa relacionar-se, conversar. No Novo
Testamento o termo designa o estar junto, o relacionar-se. No
princípio do Cristianismo passou a nomear a pregação.
O melhor conceito de Homilética provavelmente seria
matéria teológica que consiste em estudar a ciência (e a arte)
de bem falar em público, especialmente no púlpito; teoria da
eloqüência sacra.
Os romanos denominavam “sermonis”, de onde nos
veio o termo sermão. Ambos os termos significa
conversa, diálogo; termo que vem do latim “conversatio” –
formada de “cum”, com + “versare”, virar. Trocar idéias com
outrem. Por outro lado, “diálogo” vem da língua grega “dia”,
através + logos, palavra – comunicação através da palavra.
A pregação continua sendo uma das
maiores exigências do ministério
pastoral.

 O pastor deve ser criterioso com relação aos


que o substitui no púlpito.
 O pastor deve ter o cuidado para não fazer da
pregação uma arma de ataque e nem um meio de
resolver questões pessoais.
 O sermão deve ser um instrumento de cura e
não um aguilhão que fere, embora haja crentes
masoquistas.
 Por que muitos obreiros são deficientes na
pregação?
 O Curso de Homilética não é uma fábrica de
pregadores, mas um instrumento que disciplina o
exercício da pregação.

 Homilética não é um produto humano,


intelectual, algo gelado que o pregador inventa.

 O esboço deve ser utilizado de uma forma


criativa, sábia e inteligente.

Por que alguns


obreiros não
gostam de pregar,
se pregar é um
requisito pastoral?
A Arte de Falar em
Público
Como se deu o estudo da arte de falar em
público na história da humanidade e pelos
 Os primeiros a se preocuparem
primeiros cristãos? com o estudo
do ato de falar em público foram os gregos,
devido a democracia inventada por eles.
 Daí surgiu a Retórica
 Córax, Sócrates, Platão e Demóstenes fazia
uso da retórica na área política, forense, e
epidíctica.
 Os romanos que sofreram influência cultural
dos gregos, observavam a Retórica com o nome
de Oratória, (de “oris”, boca). Na Oratória era
estudada a eloqüência.
 Pelo fato do Cristianismo ser uma religião
universal; e também devido aos ataques das
heresias (principalmente o Gnosticismo), surgiu a
necessidade da homilética para que os pais da
igreja a defendesse.
 As religiões pagãs e o judaísmo por serem
exclusivistas, não utilizaram da homilética sacra.
 Somente a segunda geração de pregadores da
igreja se preocuparam em pregar de modo mais
convincente e atraente. Desta forma a Retórica e
a Oratória deram origem à homilética.
 Consta que os primeiros advogados escreviam
os discursos para que os seus clientes
decorassem a fim de efetuarem suas defesas nos
tribunais.
 Os primeiros profissionais retores de
que há notícia são dois sicilianos de
Siracusa: Córax e Tísias (Sec. V a.C.)
 Tudo indica que Coráx foi o primeiro a
sistematizar e escrever as regras do
discurso forense, dividindo-o em três
partes: Proêmio, pleito e epílogo.
 Tanto o ensino da dialética como o
trabalho dos sofistas ao usar um
argumento com o objetivo de convencer o
opositor de suas idéias, prepara o campo
de desenvolvimento da retórica.
Jesus e a Homilética.
Embora o termo homilética tenha surgido entre os
séculos XVII e XVIII, a pregação era uma prática dos
profetas do Antigo Testamento, como do próprio Senhor
Jesus, sobre o qual o texto sagrado refere-se dizendo:
“...veio pregando”, Mc 1.14 . Com os apóstolos do Novo
Testamento não foi diferente, pois lendo suas páginas, nos
deparamos com sermões pregados pelos apóstolos Pedro e
Paulo expondo as Escrituras com sabedoria, lógica, poder e
em algumas ocasiões, com muita criatividade. Para
referendar o valor da pregação, registramos algumas
frases notáveis sobre a mais nobre atividade que um ser
mortal pode realizar, pregar o Santo, Puro e Imaculado
Evangelho do Senhor Jesus.
DEFININDO A PREGAÇÃO

Definição:
[Do lat. Praedicare]
Proclamação do Evangelho,
visando a conversão dos
pecadores. Ela serve também
para a edificação, exortação e
consolação do povo de Deus.
Ao contrário da oratória
secular, a pregação tem um
caráter essencialmente
profético.
Dicionário Teológico
FRASES NOTÁVEIS SOBRE A PREGAÇÃO
“Pregação é a apresentação da verdade através da
personalidade; é a comunicação da verdade aos homens
mediante o homem”
Phillips Brooks

“Pregação é a proclamação da graça de Deus, sob a


autoridade de trono de Deus, visando atender as
necessidades humanas”.
G. Campbell Morgan

“Pregação é a verdade de Deus apresentada por uma


personalidade escolhida, para ir ao encontro das
necessidades humanas”.
Andrew W. Blackwood
“Pregação é uma manifestação do Verbo encarnado
desde o Verbo escrito e por meio do verbo falado”.
Bernard Manning

“Pregação é a proclamação pública da verdade


divina baseada nas Escrituras, por uma
personalidade escolhida, com o propósito de
satisfazer as necessidades humanas”.
Jesse C. Northcutt

“A Pregação expositiva é a comunicação de um conceito


bíblico, derivado de e transmitido através de um estudo
histórico, gramatical e literário de uma passagem no seu
contexto, que o Espírito Santo aplica primeiramente à
personalidade e experiência do pregador e depois, através
dele, aos seus ouvintes”.
Haddon W. Robinson
“Pregação é a fiel exposição do sentido correto
de um ou mais textos da Bíblia, ilustrando a
exposição e aplicando-a à vida dos ouvintes,
envolvendo-os de tal maneira que são satisfeitas
as suas necessidades, sendo que esta
comunicação é feita por uma pessoa com
experiência real com Cristo e guiada pelo
Espírito Santo”.
Jerry Key

“Pregação é a comunicação verbal da verdade divina com


o propósito de persuadir”.

Pattison
“O evangelho é um fato, portanto, vamos expô-lo com
simplicidade. O evangelho é alegre; portanto, vamos falar
dele com alegria. Ele nos foi confiado; portanto, vamos expô-
lo com fidelidade. É a manifestação de um momento infinito;
portanto, vamos expô-lo fervorosamente. Fala de um infinito
amor; portanto, vamos expô-lo com sentimento. É de difícil
compreensão para muitos; portanto, vamos expô-lo com
ilustrações. O evangelho é a revelação de uma Pessoa;
portanto, vamos pregar a Cristo.”
Archibald Brown

“O evangelho não é uma história velha contada e recontada.


Não; é o fogo do espírito que arde em nós, alimentado pelas
chamas do amor eterno. E ai de nós se esse fogo baixar pelo
fato de não avivarmos o dom de Deus que há em nós.”
Dr. R. Moffat Goutrey
A NATUREZA DA HOMILÉTICA
TERMOS ORIGINAIS QUE EXPRIMEM A IDÉIA DE PREGAÇÃO

No grego existem três palavras chave:


1ª) Kerigma Significa anúncio. 2ª) Keryssein Significa
anunciar. 3ª) Keryx Significa pregoeiro, arauto, mensageiro
A princípio referia-se a um arauto que fazia uma
proclamação pública em nome do rei. Para Cristo, consistia
no anúncio da chegada do Reino. Para os apóstolos
consistia na proclamação das boas novas de salvação,
conforme determinação do Senhor, resultando não
somente na aceitação dos preceitos e verdades bíblicas,
mas sobretudo, na aceitação da própria pessoa do Senhor
Jesus, resultando finalmente na regeneração do pecador.
Didache (Lê-se didaquê) Espécie de discipulado, pois
era um tipo de pregação destinada especificamente aos
adultos que se preparavam para receber o batismo nas
águas. Um aprofundamento de kerigma (anúncio)
Didascalia (Lê-se didáscalia) Refere-se a uma
pregação com maior profundidade nas verdades da fé,
espécie de ensino superior destinado aos que
responderam positivamente à proclamação do
Evangelho e já passaram pelo discipulado.
Evangelizomai – Significa evangelizar, proclamar as
boas novas do Evangelho de Cristo.
Martyrein – Significa testemunhar, testificar, ser
testemunha. O propósito do Senhor ao batizar o crente
no Espírito Santo é fazer dele uma testemunha, At 1.8. Na
raiz da palavra martyrein temos o termo “mártir”.
Subentende, portanto, que o pregador comprometido
com o Senhor está disposto a ser um mártir tanto no
sentido estrito como no sentido lato da palavra. Não
resta dúvida que para ser bem sucedido no exercício da
pregação se faz necessário sacrificar o tempo, o
descanso, o sono, etc.
Parenese – (Lê-se parênese) É a pregação que tinha
um tipo de conteúdo voltado para as exigências da moral
cristã.
QUAIS SÃOS OS PROBLEMAS DA HOMILÉTICA?
 Falta de preparo adequado do pregador.
 Falta de unidade corporal na prédica.
 Falta de vivência real do pregador na fé cristã.
 Falta de aplicação prática às necessidades dos ouvintes.
 Falta de equilíbrio na seleção dos textos bíblicos.
 Falta de prioridade da mensagem na liturgia, se a
característica principal de um culto evangélico é a pregação
da Palavra.
 Falta de um bom planejamento ministerial.
 Secularização na Igreja.
BENEFÍCIOS DA HOMILÉTICA
 Desenvolve a arte de expressão.
 Desenvolve o raciocínio.
 Aprimora os conhecimentos gerais, através da
observação, pela qual o pregador consegue
captar impressões de fora, como também de
dentro, fazendo uma introspecção.
 Desenvolve a vida espiritual.
O CONTEÚDO DA HOMILÉTICA EVANGÉLICA
O conteúdo da homilética evangélica é a Palavra
Viva e eficaz de Deus. Portanto, se aquele que foi
vocacionado por Deus para pregar o evangelho, tornar-
se um negligente ocorrerá a morte ministerial. A
pregação é a vida do pregador; porquanto, o exercício da
homilética é uma ação divina em favor dos homens.
Alguém disse:
Pregar não é o recital relaxado de verdades
interessantes, mas moralmente neutras: É o
próprio Deus irrompendo nas atividades
humanas e confrontando o indivíduo com a
exigência de uma decisão.
A IMPORTÂNCIA DA HOMILÉTICA
Sendo a Palavra de Deus o conteúdo da homilética, ela
é extremamente importante, pois a Igreja viva de nosso
Senhor Jesus Cristo origina-se, vive e é perpetuada pela
Palavra de Deus, Rm 10.17. Assim sendo, ela é o veículo que
aprimora a exposição da Palavra que revela o infinito amor de
Deus, cujo objetivo é sempre o bem das almas. O fato de expor
a Palavra de Deus reveste a homilética de uma grande
importância, pois, no momento em que o pregador prega, o
que está em foco não é mais o pregador, e sim, Deus que
passa a interagir diretamente com os ouvintes mediante a
sua infalível Palavra, na instrumentalidade do pregador.
DEUS

PREGADOR
O ALVO DA HOMILÉTICA
O alvo da homilética não restringe à preparação e
apresentação da prédica. A homilética tem objetivos
eternos; pois o seu alvo visa transformar vidas.
a) Salvação dos perdidos (Regeneração).
b) Aperfeiçoamento dos salvos (Conservar fazendo-os
crescer na Santificação)
c) Estruturar os salvos na Fé e na Palavra (Nutrir e promover a
Maturidade Espiritual)
d) Proporcionar um estreitamento na comunhão com Deus
(Intimidade)
e) Motivar os crentes a se envolverem no serviço cristão
(Área ministerial, social, e diaconal)
RELAÇÃO ENTRE HOMILÉTICA E OUTRAS DISCIPLINAS
Como disciplina teológica, a homilética pertence à
teologia prática. A homilética é a disciplina que faz o
desfecho final das demais matérias bíblicas, canalizando-as
aos ouvintes. Por isso, a homilética depende do uso correto
da hermenêutica e da exegese. Uma pregação sem conteúdo,
apresentada com palavras desconexas é uma trombeta de
som incerto, I Co 14.8. O pregador deve valer-se dos recursos
da retórica, eloqüência e dos demais e métodos de
comunicação moderna e aplicar a avançada estilística.
Contudo, não deve esquecer que a essência da homilética
evangélica são as Sagradas Escrituras pregada na unção e
poder do Espírito Santo. Paulo disse que a sua palavra não
consistiu em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito e de poder, para que a fé dos
crentes de Corinto não apoiasse em sabedoria humana; e
sim, no poder de Deus, I Co 2.1-5.
GLOSSÁRIO
DOGMÁTICA – Do gr. Dogma, decreto, decisão. Estudo ordenado e sistemático
das doutrinas que se encontram nas várias sessões das Sagradas Escrituras.
Representa via de regra, o posicionamento de uma igreja ou denominação, acerca
dos princípios bíblicos. Não podendo jamais sobrepor a Palavra de Deus. É a
explanação de um credo e análise de uma declaração de fé. Dogmática também
recebe o nome de Teologia Sistemática.
RETÓRICA – Arte de bem falar; conjunto de regras relativas à eloqüência. Arte
nascida na Sicília em meados do século V a.C.
ORATÓRIA – Ato de falar ao público; eloqüência; drama religioso.
FORENSE – Que diz respeito ao foro judicial; relativo aos tribunais.
EPIDÍCTO – Aparatoso; ostentoso; demonstrativo.
ELOQÜÊNCIA – Ato ou o efeito de se falar bem, capacidade de atrair a atenção
dos ouvintes, convencendo-os pela linguagem.
PROÊMIO – Princípio, prefácio
PLEITO – Questão em juízo, demanda, litígio, disputa.
EPÍLOGO – Recapitulação, resumo, remate, conclusão.
DIALÉTICA – Arte de raciocinar; lógica; arte de argumentar ou discutir.
SOFISTAS – Pessoa que argumenta com sofisma (argumento falso ou raciocínio
defeituoso feito intencionalmente para induzir em erro.
PANEGÍRICO – Discurso em louvor ou elogio de alguém.
NEOCLASSICISMO – Imitação atual dos antigos artista ou escritores clássicos.
ILUMINISMO – sistema filosófico do séc. XVII, que só admitia a luz natural da
razão na resolução dos problemas humanos.
Lição 4
A Homilética Material
Forma do conteúdo
e
Forma do Sermão
SERMÃO
[Do lat. Sermo, sermonis] Discurso religioso, prédica. A
oratória cristã, conforme enfatizou Paulo aos coríntios,
ostenta como sua principal temática a cruz de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Seu objetivo básico é conduzir os
pecadores ao arrependimento com base nos méritos do
sacrifício do Filho de Deus. A base do sermão deve ser a
inerrante, infalível e inspirada Palavra de Deus, II Tm
3.16; II Pe 1.21; que além de ser inerrante, infalível e
divinamente inspirada, é também viva e eficaz, Jo 6.63;
Hb 4.12.
CLASSIFICAÇÃO DOS SERMÕES
Os sermões podem ser classificados quando ao seu
conteúdo, e também quanto à sua forma. Quanto ao conteúdo
os sermões podem ser divididos em sete principais classes:
1ª) Evangelísticos.
2ª) Doutrinários.
3ª) Devocionais,
4ª) Consagração.
5ª) Consolação.
6ª) Ético
7ª) Mistos.
Quanto à forma, podem ser divididos em várias
classificações, porém mencionaremos as três classes
principais:
1ª) Temáticos
2ª) Textuais
3ª) Expositivos
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO SERMÃO
A estrutura básica de um sermão é um requisito
indispensável, se de fato o pregador deseja que a sua
mensagem seja entendida pelos seus ouvintes. Após receber
a inspiração e ter em mente as idéias que o Espírito Santo
concedeu, o pregador necessita ser criativo ao dar o nome e
escolher a forma do sermão que vai pregar.
O Título – “Necessita ser criativo e inteligente”
O Texto – “ O texto bem escolhido dá autenticidade à
pregação”
A Introdução – “Deve ser uma síntese da essência do
sermão”. É bom lembrar que o sermão pode ser introduzido
mediante uma declaração inicial; pela discriminação dos
tópicos; por uma ilustração capaz de projetar luz no sermão;
por uma definição que deixe o ouvinte consciente do que o
pregador deseja tratar; por uma tese, que é exatamente a
opinião pessoal do pregador com relação ao assunto que
deseja desenvolver, embasado no texto bíblico em
referência; por uma pergunta; por um convite, e finalmente
por uma afirmação que cause suspense.
A Frase de Transição

“É o meio do pregador transpor-se do enunciado ao corpo do


sermão, levando consigo o raciocínio dos ouvintes para junto
consigo juntar as peças que vão compor a sua obra.”

O Desenvolvimento (Corpo) – Conteúdo do Sermão. Para dar


consistência a mensagem é necessário aprofundar-se nas
Escrituras, utilizando os recursos retóricos, que são:
A) Narração
B) Interpretação
C) Ilustração
D) Aplicação
E) Exortação
F) Dissertação
Existem inúmeras formas de dissertação. Destacamos
apenas algumas:
A) Por exemplificação
B) Causa e Efeito
C) Por enumeração de:
1. Causas.
2. Efeitos
3. Razões
4. Finalidades
5. Requisitos
6. Negativas por inferência, etc.
7. Características de determinado assunto.
D) Comparação por contraste e semelhança.
E) Dados Estatísticos.
A Conclusão
A conclusão pode ser feita por meio de uma rápida
recapitulação dos principais pontos do sermão, enfatizando,
sobretudo, o objetivo do pregador; com outras palavras,
diríamos, que a conclusão é como se um viajor depois de
empreender uma longa viagem pudesse enfim, colocar os
seus pés no destino desejado.
O Apelo
Enquanto a conclusão é o desfecho intelectual,
racional e argumentativo do sermão, o apelo é o desfecho
indutivo, persuasivo, através do qual o pregador sugere ao
ouvinte que tome uma decisão com relação ao objetivo que
esboçado no sermão. Outrossim, o pregador nunca deve
deixar para que outro faça o apelo, a não ser que haja
necessidade.
PREPARO E ENTREGA DO SERMÃO
O preparo e entrega do sermão passam por três fases,
1ª) Meditação com oração, revelando dependência.
2ª) Preparo com muita dependência do Espírito Santo.
3ª) Entrega do sermão preparado, demonstrando 100%
dependente do Senhor.
Escolha do Texto
Pregar submetido ao tema escolhido previamente por
aqueles que nos convidaram, diminui nossa
responsabilidade.
A maior dificuldade é escolher o texto quando o tema é
livre. Neste caso, temos que nos submeter à direção do
Espírito Santo, que pode nos revelar de diversas formas.
Delimitação do tema.
O pregador não deve confundir o texto com o tema. Um
pequeno texto bíblico pode proporcionar ao pregador vários
temas para a pregação. Exemplo: Lucas 19.10.
1. Busca e Salvamento.
2. Objetivos da vinda do Senhor
3. A operação resgate que veio do céu.
4. O resgate do perdido.
5. Buscando e restaurando vidas.
6. Cristo, esperança para os perdidos.
7. O fim da perdição
8. Duas missões do filho do Homem.
Objetivo geral e específico do sermão.
O objetivo geral é definido pelo conteúdo do sermão
que vamos pregar. (Evangelístico, doutrinário, devocional,
etc.) Por exemplo o objetivo geral pode ser doutrinário,
(santificação), o objetivo específico pode ser o de
conscientizar aos crentes do perigo dos vícios da sociedade
em que vivem.

Escolha da estrutura do Sermão.


A escolha da estrutura do sermão ocorre durante as
duas primeiras fases (meditação e preparo do sermão. Após
escolhermos o texto e delimitarmos o tema, enquanto
meditamos e preparamos o sermão, a estrutura mais
adequada nos virá à mente por inspiração divina.
Levantamento de Idéias para o Sermão.
O sermão temático exige que o pregador tenha um bom
conhecimento bíblico, bastante criatividade, e também
conhecimentos gerais. O sermão textual exige que o
pregador desenvolva um profundo senso de observação,
sensibilidade espiritual e capacidade de ler e dissecar o
texto bíblico, com profundidade, ou seja, o pregador precisa
ler homileticamente a passagem. Tudo isto depende de muita
dedicação e treino. Se esse deve ser o procedimento com
relação aos sermões temáticos e textuais, não é diferente
com o expositivo.

Vantagens e Desvantagens do Esboço.


Entrega do Sermão.

Esta é a fase mais complexa, árdua e difícil para o pregador,


por isso, depois de ter preparado, estando já convicto da
mensagem que vai pregar, o pregador necessita
demonstrar humildade, submissão e permanecer
totalmente dependente do Senhor. Então, entregar a
mensagem:
1. Com fé.
2. Demonstrando convicção.
3. Estar aberto para a operação do Espírito Santo, neste caso
não desobedecer a sua orientação.
4. Desenvolver sensibilidade espiritual.
5. Amando os seus ouvintes, sobretudo, procurando
demonstrar isso na mensagem.
6. Renuncie a si mesmo, em favor do nome de Jesus
7. Procure associar em sua vida, autoridade, humildade e
coragem.
8. Não se subestime. Você é um filho de Deus, membro do
corpo de Cristo. Ao assumir o púlpito assume a postura de
porta-voz do Senhor, ministro e embaixador de Cristo.
9. Module a sua voz e não grite.
10. Cuide de sua aparência, sem jactância.
11. Evite prender demasiadamente ao esboço.
12. Evite o pendantismo e não use linguagem chula.
13. Procure sempre melhorar a pronuncia e o seu português.
14. Evite gesticulação excessiva ou cacoetes.
15. Seja sensível às reações dos ouvintes.
16. Use adequadamente o tempo disponibilizado.
16. Use corretamente o microfone.
17. Evite pregar com as mãos no bolso.
18. Evite imitar quem quer que seja. Seja você mesmo.
19. Evite usar demasiadamente expressões como: “Aleluia”,
“Louvado seja Deus”, “Né”, “Glória a Jesus”, etc.
20. Não se subestime pelas suas limitações, lembre-se que
ninguém nasceu sabendo tudo.
Lição 5
A HOMILÉTICA E O PREGADOR
Antes de definirmos o que o pregador é,
enfatizaremos o que ele não é:
O pregador não é um entregador de recados.
O pregador não é um animador de programa.
O pregador não é uma estrela.
O pregador não é um artista.
O pregador não é um profissional de púlpito.
O pregador é:
Porta-voz de Deus.
É alguém que trata com Deus dos interesses dos homens
e, com os homens, dos interesses de Deus.
O pregador é alguém que inquieta os quietos e aquieta os
inquietos.
 O pregador é um mensageiro.
O pregador é um intérprete da vontade divina para a Igreja.
O pregador é um despenseiro dos mistérios de Deus.
O pregador é alguém que aprofunda em Deus e na sua
Palavra, como também na vida dos seus ouvintes.
TRÊS PRINCÍPIOS BÁSICOS QUE REGEM A PREGAÇÃO E O
PREGADOR.
1. Objetividade (Visa a glória de Cristo e vidas transformadas)
2. Transmissão (Ele transmite fielmente a mensagem)
3. Experiência (Ele dá a comida que já o saciou)
REQUISITOS INDISPENSÁVEIS PARA O PREGADOR
1º) Ser convertido (Não basta saber usar os recursos
retóricos, e nem deve ser visto como um profissional de
púlpito.
2º) Ser vocacionado para o exercício da pregação.
Características Físicas:
 Boa aparência pessoal.
 Resistência física.
 Boa saúde.
 Boas maneiras.
 Postura correta.
 Hábitos pessoais corretos.
Boa voz.
Características mentais:
Interesse genuíno.
Conhecimento correto.
Pensamentos claros.
Julgamento sensato.
Vontade de aprender
Capacidade de concentração.
Inteligente, mente aberta.
Agilidade mental
Imaginação construtiva.
Características sociais:
Habilidade
Tato
Simpatia
Atração
Liderança
Desembaraço
Pontualidade
Senso de responsabilidade
Sinceridade, honestidade
Compreensão
Altruísmo, abnegação
Desejo de progredir
Características morais:
Elevados padrões morais
Integridade
Imparcialidade
Respeito
Lealdade
Zelo
Dignidade
Pureza
Inflexibilidade diante do que é correto.
Características espirituais:
 Fé (em todas as modalidades bíblicas)
Santificação (Consagração, separação, purificação,
dedicação e serviço)
Espiritualidade (Dedica-se à oração)
Profundo amor a Deus e aos seus ouvintes.
Eloqüência.
Senso vívido da realidade da presença de Deus em sua vida
Dependência do Espírito Santo.
Capaz de desenvolver com humildade, vitória sobre o
egoísmo, mundanismo e pecado.
Convicções sólidas e genuínas a respeito das doutrinas
básicas.
Estuda regularmente a Bíblia.
Demonstra interesse profundo e ardente pela salvação e
bem-estar espiritual dos outros.
Tem disposição para servir e dar sem pensar em
recompensa
O ESTILO DO PREGADOR
A palavra estilo tem sua origem no latim “stilus” e
refere-se a um instrumento em forma de haste pontiaguda e
que servia para escrever sobre tábuas revestidas de cera.
Era um estilete ou ponteiro de escrever. Os romanos
usavam estiletes para escrever leis e ordenanças imperiais.
Da forma de escrever com “stilus” dos romanos, a palavra
estilo tomou um significado figurado que tem a ver com a
forma de escrever e de falar. O pregador principiante às vezes
inicia usando estilo do pregador que o influenciou até
desenvolver o seu próprio estilo.
Qualidades de estilo do Pregador.
Pureza – Esta qualidade tem a ver com a disciplina quantoao
modo de expressar as verdades divinas. É a qualidade que se
preocupa com a linguagem e a forma gramatical. Aquelas
regras gramaticais que nos ensinam a ter cuidado com a
concordância verbal, a colocação dos gêneros masculino e
feminino, dos pronomes e outros elementos gramaticais. O
pregador deve disciplinar sua linguagem para que a sua
pregação não seja maculada por expressões grotescas e
incorretas.

Energia – Esta é a qualidade que vitaliza o pensamento. É a


força ou vigor dado a uma expressão. Energia tem a ver com a
veemência verbal empregada no sermão. Um pregador que
se expressa de forma teórica e monótona como a voz
programada num computador, não pode alcançar a mente e o
coração dos seus ouvintes. Um sermão mecânico, ou muito
retórico anula o vigor da mensagem. Lembre-se que falar
com veemência não significa falar com gritaria ou gesticular
desordenadamente no púlpito; antes, significa colocar toda a
força de sua convicção na apresentação do seu sermão.
Acima da qualidade natural, a energia sob o ponto de vista
espiritual pode ser compreendida como a unção espiritual.
Essa unção é aquela energia espiritual produzida pelo
Espírito Santo e comunicada na apresentação da mensagem.
A unção não se adquiri nos livros, nem em cursos, nem na
arte de falar. A unção vem do alto. É a ação do Espírito Santo. A
unção avigora os pensamentos apresentados.

Autoridade – Autoridade aqui representa a firmeza com que a


Palavra de Deus é pregada. Ela se relaciona com a
personalidade. Uma personalidade fraca gerará uma
pregação fraca e sem autoridade. A força de sua fé, baseada
nos conhecimentos da Palavra de Deus, dar-lhe-á autoridade
espiritual na entrega da mensagem. Uma pregação sem
autoridade é uma pregação sem convicção. Como poderei
convencer meus ouvintes e induzi-los à fé em Deus se minha
pregação não convence a mim mesmo? Autoridade não
significa dureza na forma de falar, ela tem relação com a
segurança e domínio do pregador sobre o assunto que está
pregando; sobretudo, reside na submissão à autoridade de
Jesus.
Imaginação – Esta qualidade é antes de tudo uma qualidade
da mente. O pregador deve aprender a usar as vias
imaginativas de sua mente para enriquecer seus sermões na
apresentação das coisas que vê e ouve. A base da
imaginação é a linguagem figurada, e Jesus foi o mestre por
excelência no uso desse recurso. Por isso, ao exercitar a
imaginação evite a extravagância e o irreal. O profeta Natã é
um exemplo clássico no uso desse recurso, II Sm 12. 1-7.
A COMUNICAÇÃO FÍSICA DO PREGADOR
O sermão a ser pregado não se restringe ao que está no
esboço. É necessário expressá-lo de forma correta através do
corpo.
Expressão Facial - Enquanto o artista de teatro preocupa-se
muito com a imagem do seu rosto e para tal, maquila para
esconder possíveis falhas físicas, o pregador que é muito
mais que um artista, deve refletir na expressão facial o
estado da sua alma.
A Postura – Ao usar o púlpito, o pregador deve se portar da
maneira mais elegante e educada que for possível, porque os
maus hábitos podem tirar dos ouvintes, a atenção devida à
mensagem e fixá-la na forma deselegante do pregador. A
postura tem a ver com a roupa, a cabeça, os olhos, braços,
mãos, dedos, ombros, pernas, etc. Todos os movimentos do
corpo devem ser coerentes, conscientes, sem extravagância.
Quanto aos braços e pernas, o pregador deve ter o cuidado de
não usá-los como um lutador de boxe ou karatê. Outrossim,
por as mãos nos quadris, e enfiá-los nos bolsos, são atitudes
O pregador deve dignificar seu ministério usando
roupas decentes, sem extravagâncias, e acima de tudo,
limpas e bem passadas. Uma gravata mal colocada e fora de
lugar, sapatos sujos, unhas por limpar e cabelos
despenteados, depõem contra o pregador. A roupa não
necessita ser luxuosa, mesmo usando roupa modesta, o
pregador pode apresentar de forma elegante.

A IMPORTÂNCIA DA VOZ NA PREGAÇÃO


Produção da Voz
Quatro órgãos de fonação ajudam na produção da voz:
Nariz, boca, garganta e pulmão. E há três registros de sons
da voz, os quais são conhecidos como:
1 Voz da cabeça 2 Voz do peito 3 Voz natural
Defeitos e Correções da Voz
Os defeitos de uma voz podem ter várias origens. Podem
ser naturais, provenientes de algum defeito físico nas vias
nasais ou nas vias respiratórias. Estes tipos de defeitos,
conforme o caso, podem ser corrigidos através de um
tratamento específico. Dentre os diversos tipo destacamos
os seguintes:
a) O resmungador – É aquele que fala com os lábios quase
fechados.
b) O gritador – É aquele que não sabe usar o volume de sua
voz. É o contrário do resmungador, tem voz estridente a
ponto de cansar o ouvinte.
c) O cantarolador – Esse tipo usa sua voz numa forma viciosa.
Sua voz sobe e desce todo o tempo como uma canção.
d) O monólogo – Tem a voz emitida numa só tonalidade. É um
tipo que cansa qualquer auditório. É o tipo de voz que faz
dormir.
e) O pigarreador – Normalmente o pregador pigarreador sofre
de algum tique nervoso ou defeitos em órgãos da fala. Cada
vez que fala, procura limpar a garganta, como se a mesma
tivesse algum pigarro.

Você também pode gostar