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EBD Jovens: O CUIDADO DE DEUS COM O CORPO DE CRISTO – Lições da

carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios para os nossos dias.


Lição 05 – O caráter da pregação de Paulo.
Texto: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas
de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4)

Introdução: Já na igreja primitiva muitos encaravam a pregação da mensagem do


evangelho de forma distorcida. Alguns queriam para mostrar toda a sua capacidade
intelectual no conhecimento ou na oratória, outros para lucro pessoal e outros trazendo
heresias e doutrinas falsas gerando prejuízo no povo de Deus. Paulo não esperava
reconhecimento de sua capacidade ou inteligência, não queria dominar ninguém, mas o
único compromisso era a pregação genuína dos mistérios de Deus outrora escondido,
mas agora revelada pelo Filho e aplicada nos corações humanos pelo Espirito Santo de
Deus. Nessa lição que possamos compreender que devemos realizar todos esforços
necessários para que o evangelho seja levado de forma clara a todos os homens e ao
mesmo tempo entender que dependemos completamente do Espirito Santo nessa tarefa
grandiosa.

Objetivos
 Mostrar como foi o preparo do Apostolo Paulo para o seu ministério.
 Entender que precisamos da unção de Deus além de nosso preparo.
 Discorrer como podemos criar jovens pregadores e discipuladores nestes
tempos.

Interação: Professor, essa é uma excelente aula para estimular o nascimento de


vocações para pregadores do evangelho. Mostre como uma pregação bem estudada,
preparada e bem entregue pode fazer a diferença na vida da comunidade, trazendo
conhecimento para santificação do povo de Deus e trazendo novos convertidos para a
igreja. Mostre como pregações despreparadas ou vazias de conteúdo bíblico trazem
prejuízos terríveis para a a comunidade cristã. Acima de tudo não esqueça de dizer que
em todas as coisas somos totalmente dependentes do Espirito Santo.

Orientação pedagógica: Professor, leia a seguinte frase para seus alunos “PORQUE A
LETRA MATA, MAS O ESPÍRITO VIVIFICA”. Essa frase se encontra em II Coríntios
3:6 e pergunte qual interpretação eles dão. Muitas interpretam como uma oposição entre
os que estudam a Bíblia em seminários (letra que mata) e aqueles que não preparam
nada para pregar, apenas oram e esperam no “Espirito”. Mostre que uma má
interpretação pode trazer prejuízos em todas as áreas do crente. Imagine uma má
interpretação para um problema familiar, para com relações entre pastores e ovelhas.
Há! A interpretação correta dessa passagem segundo o contexto é que a letra é a LEI – o
antigo pacto – que os israelitas foram incapazes de guardar em seus corações e o
ESPIRITO é o novo pacto realizado por Cristo Jesus e com ajuda da graça divina
podemos guardar em nossos corações.

I. PAULO ERA CAPACITADO E CHAMADO POR DEUS

Ponto de contato: Aproveite o relato da vida de Paulo e todo o seu preparo para
estimular seus alunos a dedicarem nos estudos, mas principalmente com literaturas
cristãs e a Bíblia. Mostre que na faculdade eles sofrerão muitos ataques e que precisam
já fortalecer sua fé para ficarem firmes.
1. A formação religiosa de Paulo no judaísmo. Um breve histórico sobre Paulo.
Saulo, (posteriormente chamado de Paulo), nasceu em Tarso, uma cidade da Cilicia, de
pais judeus, que possuíam o direito de cidadãos romanos (At 22:28) que, quando jovem,
ele foi enviado a Jerusalém com o propósito de receber uma educação judaica; que ele
foi colocado sob a tutela do famoso Rabino Gamaliel, e foi incorporado à seita dos
fariseus, de cujo sistema ele absorveu todo o orgulho, autoconfiança e intolerância; e se
distinguiu como um dos mais inveterados inimigos da causa cristã; mas, sendo
convertido por uma interposição mais singular da Divina Providência e graça, ele se
tornou um dos mais zelosos promotores e defensores bem-sucedidos da causa que ele
havia antes tão inveteradamente perseguido. Saulo seguia os fariseus, uma seita que
começou após o exilio babilônico, alguns pontos de sua fé eram a crença nos anjos bons
e maus, na vinda do Messias e na ressurreição dos mortos e divergiam dos Saduceus
nesses pontos assim como divergia dos samaritanos sobre a origem do Messias, o cânon
sagrado (os fariseus criam em todo velho testamento enquanto os samaritanos somente
no pentateuco) e no lugar onde deveria adorar a Deus. Analisando todos os dados
podemos entender que Paulo teve acesso a uma educação boa para a época na cultura
romana já que Tarso era uma cidade importante e um centro cultural grego e que teve
uma formação excelente na religião judaica e que esses pontos foram extremamente
importantes em seu trabalho apostólico sendo usado por Deus.

2. A formação educacional e ministerial de Paulo. O início da fé de Paulo está


registrado em Atos 9, o famoso caminho para Damasco. Logo após o encontro, Jesus
envia um discípulo por nome Ananias que ora por Saulo para restaurar a vista do novo
convertido e depois o batiza (At 9.17-18). Após a conversão de Paulo, conforme escrito
em Gálatas no capitulo 1, ele enfatizou que não recebeu sua mensagem de homens antes
ou na época de sua conversão. Ele afirmou está livre de influências humanas. Embora
Paulo tenha conhecido outros cristãos após sua conversão, ele não os consultou sobre a
doutrina. Se ele não tivesse certeza sobre o evangelho, poderia prontamente ter ido a
Jerusalém para um seminário com os apóstolos, mas não o fez. Em vez disso, ele foi
imediatamente para a Arábia. É duvidoso que ele tenha ido lá para evangelizar, mas
antes para ficar longe dos homens e sozinho com o Senhor para estudo pessoal,
meditação e para receber mais revelações. Este zeloso estudante da Lei meditou agora
sobre o significado da sua conversão e procurava as coisas concernentes a Cristo no
Antigo Testamento (cf. Lc 24.27). O produto desses dias na Arábia foi a teologia cristã
que Paulo explicou em sua epístola aos Romanos. O ponto da declaração de Paulo é
claro. Ele formou sua teologia não consultando outros, mas de forma independente
enquanto buscava a orientação de Deus.
3. A autoridade do apostolado. Em toda sua trajetória o apóstolo Paulo teve que
conviver com a acusação de que ele era uma fraude e não poderia ser classificado como
apóstolo como os demais. Em II Coríntios 12, o apóstolo faz um discurso, em oposição
aos falsos apóstolos, que eram muito diligentes para diminuir seu interesse e reputação
entre os coríntios, e haviam prevalecido demais por suas insinuações. I. Ele se desculpa
por se esforçar para elogiar a si mesmo e dá a razão porque seguiu essa linha de
raciocínio (2Co 11.1-4). II. Ele menciona, em sua própria defesa, sua igualdade com os
outros apóstolos, e no caso dos falsos apóstolos, se diferencia por pregar o evangelho
aos coríntios gratuitamente, sem salários (2Co 11.5-15). III. Ele faz outro prefácio para
o que ele estava prestes a dizer em sua própria justificação (2Co 11.16-21). E, IV. Ele
dá um grande relato de suas qualificações, labores e sofrimentos, nos quais ele superou
os falsos apóstolos (2Co 11.22 até o fim). Todos estes subpontos trazem aplicações
importantes para os jovens, principalmente para aqueles que sonham com o ministério
da palavra. a) precisamos ser dedicados nos estudos bíblicos e todas as matérias que
venham auxiliar no conhecimento e na exposição de tal ensino. b) A dedicação deve ser
acompanhada de uma vida piedosa e de oração. c) buscar a instrução dos homens é
importante, mas não devemos ter uma obediência cega, todo conselho e ensino humano
deve estar subordinado a palavra de Deus, sendo assim, sempre devemos consultar a
Bíblia e no exercício da exegese, consultar mais de uma fonte. d) aprofundar nos
estudos bíblicos sem levar a prática da vida cristão como auxílio aos crentes e
evangelização dos perdidos pode nos empurrar para um intelectualismo sem frutos,
sendo assim, sempre nossos esforços devem conduzir a uma prática de vida piedosa. e)
devemos ansiar por agradar ao Senhor e obedece-lo em seu chamado para conosco e não
correr atrás de poder e influência.

II. A CONFIANÇA DE PAULO NÃO ESTAVA EM SEU INTELECTO

Ponto de contato: Aproveite esse ponto para esclarecer aos alunos a necessidade de uma
vida de oração e devoção fervorosa, que eles possam sempre serem humildes e
reconhecerem a necessidade de uma vida de estudo enquanto estiverem aqui na terra,
que devem sempre buscar a Deus pedindo que ELE fortaleça em suas almas na verdade
do evangelho.

1. Paulo reconhecia que sua capacidade vinha de Deus. Um breve resumo desse
capitulo para compreender que a origem de todo conhecimento do alto vem de Deus. O
apóstolo pede “desculpas” por sua maneira de pregar, 1Co 2.1. E dá a razão pela qual
ele adotou essa maneira, 1Co 2.2-5. Ele mostra que esta pregação, apesar de não ser
com excelência da fala ou sabedoria humana, ainda era a misteriosa sabedoria de Deus,
que os príncipes deste mundo não conheciam, e que só o Espírito de Deus poderia
revelar, 1Co 2.6-10. É o Espírito de Deus somente que pode revelar as coisas de Deus,
1Co 2.11. Os apóstolos de Cristo conhecem as coisas de Deus pelo Espírito de Deus e as
ensinam, não nas palavras da sabedoria do homem, mas nas palavras daquele Espírito,
1Co 2.12, 1Co 2.13. O homem natural não pode discernir as coisas do Espírito, 1Co
2.14. Mas o homem espiritual pode discernir e ensiná-los, porque ele tem a mente de
Cristo, 1Co 2.15, 1Co 2.16.

2. Paulo não usava de ostentação humana. Paulo era um expositor brilhante.


Podia manter cativados a seus ouvintes com seus argumentos intelectuais. Mas preferia
anunciar a mensagem singela do evangelho de Jesus Cristo, deixando que o Espírito
Santo guiasse suas palavras. Ao pregar o evangelho a outros, deveríamos seguir o
exemplo de Paulo e manter nossa mensagem Cristocentrica e singela. O Espírito Santo
dará poder a nossas palavras e as usará para glorificar a Jesus. A confiança de Paulo não
radicava em seu agudo intelecto ou em sua habilidade para falar, a não ser no
reconhecimento de que o Espírito Santo o ajudava e o guiava. Paulo não negava a
importância do estudo e a preparação para pregar; ele teve uma instrução profunda das
Escrituras. A pregação efetiva deve combinar a preparação e o estudo com a obra do
Espírito Santo. Não use a asseveração de Paulo como uma desculpa para não estudar ou
preparar-se.

3. Paulo confiava na revelação dos mistérios da sabedoria de Deus. "Nós" se refere


a Paulo e seus companheiros pregadores. Embora o evangelho abjurasse a sabedoria
carnal, ainda assim ele tem uma sabedoria própria, uma sabedoria divina, que é
transmitida e reconhecida por aqueles que se tornaram cristãos maduros. "Os perfeitos"
são os adultos em Cristo, em vez de bebês. Os bebês devem ser alimentados com leite,
mas os adultos podem suportar uma carne forte. Para esses, há uma profundidade de
sabedoria revelada no evangelho, mas não a sabedoria deste mundo. Falamos a
sabedoria de Deus em um mistério. Os gregos tinham seus mistérios nos quais os
segredos eram transmitidos aos iniciados. Um mistério é um segredo que ainda não foi
divulgado. A sabedoria de Deus no evangelho era um mistério oculto até a vinda de
Cristo, e desde então totalmente compreendido apenas pelos "iniciados", os cristãos
maduros. O sentido apostólico de "mistério" é aquele que estava oculto, mas agora é
revelado para aqueles que aceitam o evangelho. Aqueles que não querem receber o
evangelho não podem compreender essa sabedoria. Veja Rom 16.25-26; Ef 3.6; 1Tm
3.16.

III. TUDO O QUE PRECISAMOS SABER PARA RECEBER A SALVAÇÃO

Ponto de contato: Quero aproveitar esse ponto e conduzir os próximos tópicos em


caminho mais prático. A pregação do evangelho é a mais sublime de todas as tarefas
que o homem pode realizar, pois nela abre-se o caminho para salvação dos perdidos. Por
isso deveríamos ter um cuidado grande na formação dos sermões e na preparação dos
mensageiros. Hoje vemos muito distorção nas mensagens colocando ideias que não
estava no contexto original do autor, elementos de superstições, paganismo e
especulações diversas. Chegou o momento da nova geração se voltar mais para a
mensagem original da Bíblia.

1. A revelação do Espírito Santo a respeito da mensagem da cruz. Como diz Pedro


(2Pe 1:20-21) todos os escritores bíblicos foram usados pelo Espírito Santo no ato em
que eles escreviam suas obras (Evangelho, Epistolas, Salmos, Sabedoria, Relatos
históricos e revelações). O segundo ponto é a exposição do evangelho e tem a ver com o
oficio da pregação, sobre isto exponho algumas observações. A) para ser usado pelo
Espirito Santo é necessário que os homens/mulheres tenham nascido de novo (da água e
do Espirito) e tenham uma vida devocional fervorosa e em constante oração. B) precisa
ser dedicado no estudo bíblico e em outras literaturas de estudo acadêmico e devocional
para ampliar seu vocabulário e formas de literatura e assim ampliar sua capacidade de
entendimento, preparação e transmissão da verdade bíblica. C) precisa se libertar das
filosofias humanas e buscar, usando as técnicas de exegese, encontrar o sentido original
do autor bíblico e assim manter-se fiel a mensagem original. D) precisa se aprofundar
em todas as técnicas de interpretação bíblica (hermenêutica) como contexto literário,
contexto imediato, contexto mediato e como a mensagem pode ser contextualizada para
ser eficaz nos dias atuais. E) precisa se esforçar nas técnicas de oratória para levar uma
mensagem que tenha clareza, que use de simbolismo que o ouvinte possa entender, com
tópicos que se complementem e que não seja longo ou contenha muitos pontos, para que
prendam a atenção do ouvinte ao invés de dispersa-lo. Alguns poderão perguntar: por
que tudo isso? Reposta: Porque existe muitas barreiras entre a mensagem original e os
ouvintes atuais como diferenças de culturas, tempo entre a escrita e a leitura atual, limite
intelectual dos ouvintes, suas vivências e outros fatores. Com tudo isso, faz-se
necessário nosso esforço para superar essas barreiras e o Espirito Santo espera nosso
esforço e assim conseguindo teremos sua contribuição mais abundante no coração do
ouvinte.
2. Disposição para receber o Espírito de Deus. Em Mateus 13.1-23 temos uma
simbologia que explica o que acontece no mundo espiritual quando o evangelho é
pregado e quais as reações dos receptores. Existem aqueles que nada retém, também
existe aqueles que recebem mas deixam morrer por causas das tribulações/perseguições
ou por causa dos apegos a este mundo (prazer, riquezas). Mas existem aqueles que
deixam a palavra entrar e gerar fruto, nesses casos qual deve ser a nossa posição?
Reposta: Discipulado (Mt 28.19-20). Muitas vezes deixamos as pessoas alcançadas pelo
evangelho a sua própria sorte, mas essa não é a orientação bíblica. Devemos iniciar o
processo de discipulado ensinando sobre nossa confissão de fé, questões morais
essências que se encontra nos evangelhos e nas cartas, a pessoa deve ser ensinada e
introduzida na vida de oração, devoção e adoração a Deus e assim o Espirito Santo irá
conduzi-lo no caminho da santificação, uma obra para toda a vida do crente. Lembre-se,
o Espirito Santo usa a igreja para promover o crescimento da igreja, é por isso que ELE
distribui dons espirituais e ministeriais para edificação da igreja.

3. O salvo tem a mente de Cristo. O homem natural é o não regenerado, aquele que
tem o espírito do mundo, aquele que não nasceu de novo da água e do Espírito. O
homem é um ser triuno - corpo, alma e espírito. O homem natural está sob o domínio da
alma, a vida animal. O espírito deve ser despertado de sua condição dormente e nascer
de novo, antes que se possa compreender as coisas do Espírito. Isso é tolice para alguém
que está sob o domínio da vida animal, como os escribas judeus e os "disputadores"
gregos, pois só podem ser discernidos pelo espírito do homem. É somente quando uma
fome espiritual é sentida, quando alguém nasce de novo é quando o homem se torna um
ser espiritual em vez de animal, é que ele pode compreender "as coisas profundas do
Espírito". Por isso que todo o processo descrito anteriormente sobre o preparo da
pregação e o discipulado não são garantia de mudança nos homens, eles são
instrumentos importantes nesse trabalho da igreja, mas precisa haver a atuação do
Espirito Santo na vida interior, bem como uma entrega total do pecador para que ele
saia da condição de homem natural para homem espiritual. Julgue todas as coisas - O
homem espiritual, ajudado pela habitação do Espírito, está preparado para estudar as
verdades mais profundas do Espírito.
Conclusão
Nos dias atuais vemos um enfraquecimento do testemunho da igreja. Uns dos motivos
são os púlpitos perderem o poder com pregações frívolas e sem conteúdo, trazendo
superstições e magias para o povo ao invés da verdadeira mensagem de CRISTO. Se faz
urgente que a juventude de hoje possa assumir um compromisso de mudar essa
realidade para a próxima geração, se comprometendo a trazer um conteúdo bíblico para
os alteres e assim restaurar o testemunho cristão no Brasil. Nós podemos ajudar essa
nova geração no preparo para esses desafios.

Bibliografia.

Dicionário BDB, Thayer e TVM


Matthew Henry’s Commentary on the Whole Bible
Comentários da Bíblia Diário Vivir
The People’s New Testament

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