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MINISTÉRIO PODER DA ORAÇÃO

19/03/2024

TABERNÁCULO
2 CORINTIOS 5:12 RVR1960
“No nos recomendamos, pues, otra vez a
vosotros, sino os damos ocasión de
gloriaros por nosotros, para que tengáis
con qué responder a los que se glorían en
las apariencias y no en el corazón.”

APÓSTOL PABLO ORELLANA


Em 2 Coríntios 5:11, que diz: "Sabendo, portanto, o temor ao Senhor,
persuadimos os homens; mas a Deus é manifesto o que somos, e espero que
também seja em vossas consciências." E o versículo bíblico que abordamos
nesta manhã é expresso da seguinte forma: "Não nos recomendamos, pois,
outra vez a vós, mas damos ocasião de vos gloriar por nós, para que tenhais com
que responder aos que se gloriam nas aparências e não no coração." Este é o
versículo bíblico que contemplamos hoje e alguém poderia se perguntar o que
está expressando o apóstolo Paulo, mas também é crucial entender o porquê de
suas palavras. O que expõe no versículo de hoje, e o que segue detalhando nos
versículos subsequentes, nos convida a analisar um pouco mais o contexto.
Retrocedendo um pouco, é necessário ter em conta que, na primeira carta aos
Coríntios, podemos observar vários aspectos fundamentais. Acontece que o
apóstolo Paulo, em meio de suas viagens missionárias, recebe um relato sobre
certas disfunções naquela igreja. Embora a congregação tivesse seus frutos e
uma considerável quantidade de fiéis, dotados com diversos dons, que sugeriam
que tudo marchava bem, na realidade havia aspectos que não estavam em
ordem. Por isso, o apóstolo Paulo redige a primeira carta aos Coríntios com o
objetivo de corrigir essas falhas. Após o envio desta primeira carta, muitos
acolheram seus conselhos e se arrependeram, compreendendo a mensagem; no
entanto, houve quem não reagisse da mesma maneira. Relata-se que entre a
primeira e a segunda carta, o apóstolo Paulo realizou uma visita à congregação.
O certo é que havia pessoas que tinham percebido este equívoco e, obviamente,
queriam se reconciliar com o apóstolo Paulo. Paulo escreve e descreve esta carta
com esse fim: por um lado, para fortalecer aqueles que haviam compreendido a
verdadeira mensagem, e por outro, para influenciar aqueles que ainda não o
haviam feito, os que a haviam rejeitado. Agora, a grande pergunta seria: por que
havia pessoas que ainda estavam rejeitando o apóstolo Paulo, sendo que era um
homem que tinha toda a unção de Deus? Bem, consideremos o contexto em que
viviam, influenciados por uma cultura grega que dava grande importância à
imagem, aos recursos materiais e a tudo que é exterior, elementos que para eles
eram sedutores e nos quais colocavam seu foco. Isso é comparável com a
atualidade, onde o consumismo, as redes sociais e a imagem pessoal parecem
ter uma importância desmedida. Os coríntios estavam imersos nesta cultura e
viam o apóstolo Paulo, que não possuía grandes bens nem propriedades, não
tinha um lar fixo nem uma família estabelecida e vivia em constante
perseguição. Tudo isso era porque Paulo havia entregado tudo por amor ao
evangelho, em sua totalidade, tal como Cristo veio e se entregou por completo
quando veio à Terra, dando sua vida e não reservando nada para realizar a obra
de Deus. Além disso, o apóstolo Paulo não tinha uma mensagem que pudesse
ser considerada agradável ao ouvido, onde prometia apenas coisas boas, mas
sim a mensagem da cruz.
Claro, após se entregar completamente ao Senhor, vêm as recompensas, a ajuda
de Deus e seu poder, mas Paulo não tinha o mesmo tipo de mensagem que
outros líderes daquele tempo. Se hoje algum pastor prega em sua congregação
uma mensagem de que Deus vai te abençoar, que Deus vai te levar adiante, que
Deus vai te dar isto ou aquilo, muito provavelmente receberá muitos mais

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aplausos do que se estivesse pregando a mensagem da cruz, de entregar nossa
vida por Jesus Cristo. E o apóstolo Paulo tinha essa mensagem, não é? Neste
contexto, existiam outros líderes que eram bastante impressionantes, com
recursos, retórica e até autopromoção. Por isso, muitos escolhiam esses outros
líderes em vez do apóstolo Paulo, que na verdade pregava um verdadeiro
evangelho. A vida do apóstolo Paulo é maravilhosa, apesar de esses cristãos
coríntios serem muito difíceis em alguns momentos. Sim, muitos se
converteram, muitos se arrependeram, mas ainda restavam alguns que não o
haviam feito. O apóstolo Paulo continuava escrevendo para eles.

Esta carta era para encorajá-los, para que não desistissem. E Paulo continuava
encorajando-os, esse é o coração que um pai sempre tem, o coração de animá-
los a seguir em frente, de levá-los ao que é um verdadeiro evangelho. É verdade
que Paulo pregava uma mensagem de total entrega a Jesus Cristo, mas ele
também conhecia as promessas que havia da parte de Deus. Assim, pregava que
ao deixar esta terra, íamos receber grandes recompensas. Por exemplo, falava da
ressurreição, quando muitos outros líderes não o faziam. Na primeira carta,
muitos grandes líderes não falavam da ressurreição, inclusive negavam a
ressurreição, mas Paulo entendia que não só havia ressurreição, como também
havia glorificação para nossos corpos e a existência da vida eterna. Então, Paulo
sim pregava um evangelho de entrega total, assim como Cristo se entregou, mas
também pregava a outra parte, e entendia que havia grandes recompensas para
aquele que terminasse a carreira, como Cristo Jesus, que deu sua vida na cruz
do Calvário, mas que depois ressuscitou. Por isso, muitas vezes se focava muito
nesses líderes impressionantes e prósperos, não é mesmo? E claro, muitos
deixavam de prestar atenção na mensagem do apóstolo Paulo. Mas ele
continuava amando-os como filhos, algo verdadeiramente maravilhoso. Vejam,
o Senhor Jesus, por exemplo, quando estava orando em Getsemani, orava e
clamava, inclusive pedindo por seus discípulos, sabendo que iam abandoná-lo e
decepcioná-lo naquele momento crítico.
No entanto, Jesus não se limitou a isso, mas olhou além. Ele estava vendo que
aqueles discípulos, depois, iriam transformar o mundo, levar adiante a igreja,
converter milhares e milhares de pessoas e estabelecer igrejas. Naquele
momento, eles nem sequer podiam orar com Ele por uma hora, e muitos O
abandonaram no momento da crucificação, mas Ele não os abandonou. Um
líder poderia tê-los abandonado, não é? E dizer, "esses não servem". No entanto,
o apóstolo Paulo continuava acreditando na obra que Jesus Cristo poderia fazer
neles. Por isso é algo tremendamente glorioso. Muitas vezes, a religião condena
as gerações vindouras. Quando estavam para crucificar o Senhor Jesus e
perguntaram aos religiosos e à multidão quem seria libertado, se Jesus ou
Barrabás, em torno do capítulo vinte e seis ou vinte e sete, muitos religiosos
gritaram, "crucifiquem-no, crucifiquem-no", e adicionaram que as
consequências caíssem sobre eles e sobre seus filhos. Ou seja, estavam
condenando até as gerações futuras. Então, não reconheciam Jesus, não
reconheciam sua paternidade e isso os cegava completamente. Não reconhecer a
paternidade implica que as próximas gerações também sofram as

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consequências, pois não poderão se desenvolver da maneira que deveriam.
Esses religiosos começaram a dizer isso e já estavam condenando as próximas
gerações. Que tremendo é tudo isso! Agora, o apóstolo Paulo acreditava em seus
filhos ministeriais e ainda seguia impulsionando-os a fazer as coisas de forma
correta. Então, a mensagem do apóstolo Paulo era uma mensagem não
particularmente atraente, por isso ele tem que dizer essas palavras que
menciona aqui neste versículo. A mensagem do apóstolo Paulo era uma
mensagem que nos insta a ser como Cristo, uma mensagem de entrega, como
Cristo veio a se entregar. Por isso ele diz, o apóstolo Paulo, que o imitarão a ele
como ele imitava a Cristo. Então ele imitava a Cristo e, em que o imitava? Bom,
ele tentava imitá-lo em todas as coisas, mas o ponto fundamental é a entrega,
porque vemos como o apóstolo Paulo, claro, não tinha um lar fixo para ir
descansar à noite, uma família que o recebesse, não possuía grandes bens, nem
servos que estivessem ali atendendo-o em sua casa e todas essas coisas. Por
quê? Porque se tinha entregado completamente. Então era um imitador de
Cristo, principalmente no que era a entrega, e isso era o que também estava
instando aos coríntios naquele tempo e é o que nos incita a nós. Olho, isso não
quer dizer que alguém não possa ter bens ou que não possa alcançar objetivos,
claro que sim. Mas o primordial deve ser, em primeiro lugar, ter uma entrega ao
evangelho, a Jesus Cristo, ao seu plano, sua obra, e tudo o mais que venha é
bem-vindo, mas primeiro deve-se ter uma entrega. Então, esses líderes que
havia naquele momento não tinham essa entrega. Esses líderes daquele
momento tinham uma mensagem aduladora e pareciam muito prósperos,
tinham muita retórica, uma forma muito elegante de falar, mas não possuíam
essa entrega que sim teve Jesus Cristo, que é a entrega que cada um de nós deve
ter. Essa entrega que começa desde a madrugada, quando nos ajoelhamos,
quando oramos, quando buscamos Dele, quando entregamos nossa vida,
dizendo: "Senhor, que se faça a tua vontade, não a nossa". Quando estamos ali
pedindo, "Senhor, dá-nos as estratégias para fazer a tua obra".
"Senhor, dá-nos do Teu Espírito, Senhor, enche-nos do Teu Espírito para que
possamos falar com as pessoas, para que possamos estar fazendo as coisas
corretamente. Dá-nos discernimento". E aí estamos morrendo para nós
mesmos, morremos para as nossas ideias, morremos para o que significa a
entrega. Assim, o apóstolo Paulo tinha que estar escrevendo estas linhas nesta
carta e ao dizer "não nos ousamos recomendar a nós mesmos", Paulo aqui
começa reconhecendo que ele e sua equipe não estavam se promovendo a si
mesmos, nem buscando a aprovação dos coríntios; não era esse o motivo. E isto
realmente contrastava ou estava muito distante daqueles outros líderes ou
mestres que estavam focando em sua própria reputação, em sua própria
autoridade. Em vez disso, Paulo desejava que a atenção e a glória fossem
direcionadas para Deus e para a Sua obra, e que a glória fosse para o Senhor.
Era um pai que estava ensinando seus filhos a morrer para si mesmos, mas não
estava buscando defender sua reputação nem obter autopromoção. Ontem
estávamos em um discipulado com o apóstolo João André e os discípulos, e o
apóstolo em um momento fez referência a Tamar. Como? Tamar foi uma mulher
que valorizou tanto a linhagem, e sabemos que a linhagem tem a ver com a
paternidade, que não se importou em ser julgada por outros por estar, digamos,
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protegendo-a para que não se interrompesse. Isso é admirável porque alguém
poderia dizer que perderia sua imagem ou seria julgada por isso, inclusive a
própria lei tinha o direito de puni-la severamente. E me veio à mente uma
palavra naquele momento quando o apóstolo falava desta mulher: reputação.
Ela não tinha problema em perder sua reputação, contanto que fosse para
guardar a linhagem, para fazer o correto. E isso era o que faziam esses
ministros, o que fez o apóstolo Paulo, o que fez Jesus. Jesus, muitas vezes,
inclusive zombavam dele, como quando estava na cruz e lhe diziam: "Não és tu o
rei dos judeus?".
“Vamos lá, desce dessa cruz”. No entanto, Ele não estava pregado naquela cruz
para guardar sua própria reputação. Estava fazendo a obra de Deus. Por isso
estava na cruz do Calvário, não é? Então vemos como o apóstolo Paulo e sua
equipe não estavam guardando sua reputação, não estavam fazendo as coisas
para sua própria glória, mas estavam agindo conforme a vontade de Deus. Por
isso ele diz: “Não nos ousamos recomendar a nós mesmos, certo?” Continua
dizendo: “Dar-vos ocasião de vos gloriar por nós”. Paulo estava explicando que
seu objetivo não era obter reconhecimento pessoal, mas dar aos coríntios uma
razão para se gloriar em Deus, e não havia razão para se glorificar pelo
ministério que Deus havia realizado através deles, não por eles mesmos, mas
pelo ministério que Deus lhes havia confiado, e que era obra de Deus. A glória
não residia na pessoa de Paulo, mas na obra e no poder de Deus manifestados
através do ministério que Paulo tinha. Então há uma grande diferença. Até aqui,
Paulo antecipa as críticas e os elogios que poderiam surgir daqueles que se
focam no exterior em vez do interior. Mas aqui o apóstolo estava lembrando que
o evangelho é não olhar para o exterior, mas nos entregarmos completamente
ao nosso Senhor. Há outros versículos bíblicos que apoiam isso. Por exemplo,
em 2 Coríntios 3:1-2 diz: “Começamos de novo a nos recomendar a nós mesmos,
ou precisamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós, ou de
recomendação de vós? Nossas cartas sois vós, escritas em nossos corações,
conhecidas e lidas por todos os homens, sendo manifesto que sois carta de
Cristo, servida por nós, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo,
não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração.”
Nossa, que palavra maravilhosa temos aqui neste mesmo livro! Dois capítulos
atrás, o apóstolo Paulo estava também manifestando algo muito, muito similar.
O apóstolo Paulo tinha uma vida consagrada e a presença de Deus estava sobre
sua vida. Ele não deixava de fazer as coisas por ter mais ou menos, mas pregava
a palavra de Deus para que o reino se expandisse. Não falsificava a palavra de
Deus; fazia isso com transparência, com honestidade, com integridade, com
amor, não é? Então, temos que ter muito cuidado com todas aquelas coisas que
Deus nos confiou. Se Ele nos colocou em algum lugar, temos que estar
desenvolvendo esse papel da maneira mais responsável possível. E olha, aqui
não é que, ao ver a vida do apóstolo Paulo que foi totalmente entregue,
tenhamos que sofrer por sofrer. Não. Mas temos que estar fazendo a obra de
Deus e, se em algum momento tocar passar por perseguições, fazer isso amando
ao Senhor. O que acontecia com os coríntios? Vião em outros líderes que não
passavam essas perseguições. Então, a quem iriam querer seguir? Ao apóstolo

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Paulo ou àqueles que levavam uma vida muito mais tranquila? Claro, aos de
uma vida mais tranquila. Até se deixavam seduzir pelo superficial, pensando:
“Se este tem tantos problemas, tantas perseguições, então não é digno de que o
sigamos”, e estavam se enganando porque o que Paulo estava fazendo era levar
adiante o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo, o evangelho que cada um de nós
deve ter, não é? Então, aqui o apóstolo Paulo, nesse último versículo que
estamos lendo em 2 Coríntios 3, vemos como os filhos ministeriais do apóstolo
Paulo eram essa carta de recomendação, porque antes se entregava uma carta
de recomendação de uma igreja para outra, de um ministro para outro, para que
o outro ministro pudesse aceitar confiadamente aquele que vinha visitá-lo.
Agora, o apóstolo Paulo dizia que seus filhos ministeriais eram aqueles que
levavam, digamos, o cristianismo do apóstolo Paulo em seus corações.
Eles eram sua carta, eles eram o fruto, eles eram a evidência, não é? E Paulo
sempre abordava muitos temas e fazia isso com muita coragem. Então, outra
palavra que podemos explorar, bem, com respeito a este assunto, é 1 Coríntios
4:10, onde também podemos ver todo o capítulo 4 de 1 Coríntios, mas
poderíamos nos focar a partir do versículo 10. O capítulo na realidade diz: “Nós
somos tolos por causa de Cristo, mas vós sois prudentes em Cristo; nós somos
fracos, mas vós sois fortes; vós sois honráveis, mas nós desprezados”. Vejam
como o apóstolo Paulo começa fazendo uma comparação. Havia muitos na
igreja de Corinto aos quais ele estava fazendo saber que talvez eles não fossem o
que queriam ver, mas que, na realidade, eles levavam a verdadeira mensagem
do Senhor. Que mensagem maravilhosa! Abençoo-os e que tenham um
excelente dia.

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