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A INVENCIBILIDADE DO EVANGELHO

Leitura Bíblica: Filipenses 1.12-14

Proposição: O Evangelho é invencível; isto deve nos encher de coragem.

Introdução

Sem sombra de dúvidas, a epístola de Paulo aos filipenses é uma das cartas
favoritas de muitos cristãos. O seu conteúdo, tal como toda a Escritura, é
inquestionavelmente edificante; no entanto, há algumas peculiaridades
interessantes nesta carta. Ela é chamada de carta de alegria, o que parece
paradoxal, pois o seu autor, o apóstolo Paulo, a redige enquanto está preso
na cidade de Roma; o seu tom é pastoral, pessoal, íntimo: é notável a
maneira com o apóstolo dos gentios ousa falar com estes irmãos, não
hesitando em demonstrar que havia problemas naquela comunidade, mas
que estes irmãos eram sua alegria e coroa.

EXPOSIÇÃO

1. O texto que acabamos de ler corresponde à uma seção em que a


Paulo faz um exercício de linha do tempo: se entre os v. 3-11 as suas
palavras fazem alusão ao passado, às recordações do trabalho realizado
entre eles, a partir do v. 12 o assunto tratado passa a ser o presente. Paulo
está testemunhando a respeito do que Deus estava fazendo através de sua
vida. Ele quer deixar os irmãos cientes de que tudo o que lhe estava
acontecendo estava contribuindo para que o nome de Cristo fosse
conhecido entre os homens: mesmo suas cadeias assumiram este papel,
pois até mesmo a guarda pretoriana e todos os demais estavam ouvindo a
mensagem do Evangelho. A sua prisão não representava uma porta
fechada para a proclamação da Palavra de Deus; antes, ele diz, todas as
coisas que me aconteceram têm contribuído para o progresso do
Evangelho. Aliás, a palavra “progresso” que aparece no v. 12 é um termo
militar utilizado para o corte de arvores e ervas daninhas que serviam
como impedimento à marcha do exército. A prisão de Paulo era um ato
divino por meio do qual o Senhor estava abrindo caminho para novos
campos de trabalho.
2. De que maneira a prisão de Paulo estava contribuindo para o
progresso do Evangelho? O próprio apóstolo nos responde: ele tem
pregado a Palavra enquanto preso; e maioria dos irmãos, ao saberem deste
fato, sentiram-se mais encorajados para falar da Palavra de Deus.
Parafraseando Paulo: “Estou preso, mas a Palavra de Deus está sendo
pregada! Os guardas estão ouvindo o Evangelho! E os irmãos estão sendo
encorajados a pregar a mensagem de Cristo!”.

ENSINO/DOUTRINA

1. Em síntese, o que nos é trazido aqui é a centralidade do Evangelho e


a realidade de que ele é invencível. É por isso que Paulo está entusiasmado.
Os filipenses precisam reconhecer isto. Deus não está sendo derrotado
porque o pregador está preso. Irmãos, nada pode diminuir o poder do
Evangelho. Os homens pensam que podem perseguir os cristãos e que,
assim, venceriam o Evangelho; usando de violência contra os servos do
Senhor, imaginam que podem sufocar, de alguma forma, esta mensagem.
“Mas aquele que governa nos céus ri; o Senhor zomba deles” (Sl 2.4).
2. A guarda pretoriana mencionada no v. 13 consistia em um grupo de
legionários de elite, composta de nove mil homens, que possuía um soldo
equivalente ao triplo de um soldado comum. Sua missão era manter a
ordem na corte. Eles revezavam-se na guarda da prisão onde Paulo estava
e, certamente, perceberam seu testemunho como prisioneiro. Tamanha foi
a influência de Paulo sobre esta classe de pessoas que mais tarde, nesta
mesma carta, eles são mencionados (“Todos os santos vos saúdam,
especialmente os da casa de César”, Fp 4.22). Paulo poderia pregar
diariamente para pelo menos quatro pessoas e assim muitas pessoas foram
alcançadas para Cristo. Deus subverte, portanto, os ímpios planos dos
ímpios para que, mesmo a sua maldade, ao final se desdobre na
proclamação da mensagem do Senhor.

APLICAÇÃO

1. Portanto, vivamos sob a firme convicção de que a mensagem que


temos perto de nós, em nossa boca, em nosso coração, a palavra da fé que
pregamos é uma proclamação invencível. Isto sempre foi verdadeiro e
importante, mas atualmente urge a necessidade de reafirmarmos isto
diante de nossa cultura. Tudo é volátil, líquido, é a cultura do efêmero, a
sociedade do consumo. As pessoas querem consumir mais, querem
produtos substituíveis, trocáveis; tudo é instantâneo, busca-se a satisfação
imediata, o resultado rápido.
O Evangelho é sim boa notícia; mas não uma boa notícia dentre tantas
outras boas notícias. Ele é a boa notícia, a grande novidade, que não pode
ser substituída ou esquecida. É a mensagem de que Deus se fez carne e
habitou entre os homens, vivendo de modo santo e morrendo pelos
pecadores. O Evangelho é o próprio Cristo vindo a esta terra e vencendo o
mundo. Não se trata, por conseguinte, de uma das metanarrativas que
tentam explicar como o mundo funciona. O Evangelho é o poder de Deus
para a salvação de todo aquele que crê.
O desdobramento de tal convicção irá transbordar na proclamação
corajosa do Evangelho. Quando a levantamos a voz para testemunhar,
outros irmãos são estimulados a fazer o mesmo. Viva com um zelo ardente
pelo Evangelho. Este zelo poderá às vezes ser mal-recebido, como
aconteceu com Paulo. Isto também não é novidade na história: João
Calvino foi demitido do púlpito de Genebra com 2 anos de pastorado;
Jonathan Edwards, após ser pastor por 22 anos em Northampton, foi
demitido em uma assembleia, onde 90% dos irmãos votaram por sua saída.
Todavia, o trabalho que estes irmãos fizeram foi extremamente notável.
Paulo era amado pelos crentes de Filipos, mas ameaçado pelos obreiros em
Roma. Não obstante, ele permaneceu fiel ao Senhor, sabendo lidar com o
louvor e com as críticas. Esteja preparado para lidar com ambas, em seus
respectivos desafios. É assim que iremos influenciar positivamente nossos
irmãos, sendo constantes na obra do Senhor.

Conclusão

O dicionário define “coragem” como “firmeza de mente ou de espírito [...]


coragem destemida em face de dificuldades ou perigo”. Consideremos tal
descrição! Assim como Paulo foi maduro para compreender que suas
prisões tinham um propósito nobre, que era tornar a pregação do
Evangelho mais disseminada no mundo, tornando outros irmãos mais
desassombrados nesta pregação, sejamos firmes e incansáveis em nossa
determinação. Desempenhemos nosso ministério com resolução e firmeza,
sabendo que não é vão o nosso trabalho no Senhor.

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