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1 de agosto de 2023

Lição 11: Cultivando a Convicção Cristã


TEXTO ÁUREO

“Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com
fraudulência.” (1 Ts 2.3)

Esmiuçando o versículo-chave:

- ...engano, ...imundícia, ...fraudulência: Paulo usou essas três palavras distintas a fim de afirmar
a veracidade do seu ministério, cada uma expressando um contraste com o que era característico
dos falsos mestres. Primeiro, ele afirmou que a "sua mensagem" era verdadeira e não falsa. Seu
"modo de vida" era puro, não pervertido sexualmente. Seu "método de ministério" era autêntico,
não enganoso (2Co 4.2).

VERDADE PRÁTICA
O cultivo da convicção cristã é imperioso para a prática e a defesa da fé em
tempo de adversidades.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


1 Tessalonicenses 2.1-12

INTRODUÇÃO
Diante das incertezas atuais e dos ataques às doutrinas bíblicas, é
indispensável ao crente cultivar uma profunda convicção cristã (2 Tm 1.12-
14). Não cabe ao salvo esmorecer em meio às tribulações, mas prosseguir
confiante pelo prêmio da soberana vocação (2 Co 4.1; Fp 3.14). Nesta lição,
estudaremos os aspectos espiritual, moral e social que formam a convicção
de nossa fé cristã. O objetivo é despertar em cada cristão o desejo de ser um
autêntico “embaixador de Cristo” em um mundo de trevas.

- Escrevendo em 2Co 4.1, Paulo afirma que cumpre o seu ministério com fidelidade, levando o
evangelho da nova aliança de Jesus Cristo, e diz que não desfalecemos, usando um forte termo
grego que se refere a uma pessoa entregar-se a uma rendição covarde. Não foi essa a maneira
como Paulo respondeu aos contínuos ataques enfrentados por ele. A tarefa de ministrar a nova
aliança era nobre demais para que ele pudesse desanimar (Gl 6.9; Ef 3.13). Urna vez que Deus o
tinha chamado para proclamá-la, Paulo não podia abandonar o seu chamado. Ao contrário, ele
confiou em Deus para fortalecê-lo (At 20.24; 1Co 9.16-17; Cl 1.23,25).

- O Evangelho nos dá forças para enfrentar o sofrimento, é que é afirmado no texto <<não
desfalecemos>>. A palavra grega egkakoumen significa perder a coragem, desfalecer, desanimar.
Denota o covarde, o de coração mole. Esse verbo não tem que ver com fadiga física, mas com
cansaço espiritual. O evangelho é a melhor notícia que já ecoou no mundo, mas também é a que
enfrenta a maior resistência e oposição do diabo, do mundo e da carne. Paulo enfrentou toda
sorte de sofrimento: perseguição, rejeição, oposição, abandono, apedrejamento, açoites, prisão,
acusação, naufrágio e a própria morte. Mas esses sofrimentos todos, além da preocupação que
tinha com todas as igrejas, não puderam demovê-lo nem desencorajá-lo, porque o chamado divino
é sempre acompanhado da capacitação divina. Além disso, o Evangelho nos capacita a ser
íntegros na pregação “Pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não
andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência
de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2Co 4.2).

I – CONVICÇÃO ESPIRITUAL
1. Poder do Espírito. Por orientação divina, o Evangelho foi proclamado na
Europa. Paulo teve uma visão em que um homem lhe dizia: “passa à
Macedônia e ajuda-nos” (At 16.9). A partir dessa revelação a mensagem da
cruz foi anunciada em Filipos e depois em Tessalônica (At 16.10-12; 17.1). O
apóstolo deixa claro que o Evangelho não foi pregado como mero discurso
racional, “mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena
convicção” (1 Ts 1.5 - ARA). Nesse caso, o Evangelho foi ministrado com
ousadia no poder do Espírito, de modo que resultou na salvação e libertação
dos tessalonicenses (1 Ts 1.6-10). Assim, podemos afirmar que, na ausência
de convicção espiritual, a Palavra de Deus é reduzida a mero intelectualismo
humano e seu resultado é ineficaz na transformação de vidas (Mt 7.29; 1 Co
2.1-5).

- Paulo e sua equipe missionária entrou na Macedônia por orientação do Espírito Santo, porém, a
escolha de Tessalônica, como capital da província da Macedônia, para plantar uma igreja foi
estratégia do apóstolo. Na verdade, é Deus quem escolhe os obreiros e dirige a obra. É Deus quem
abre portas para a pregação e os corações para a mensagem. Em apenas três semanas em
Tessalônica, o apóstolo plantou uma igreja que floresceu e espalhou sua influência para outras
províncias, apesar de amarga perseguição que enfrentou.

- Esse sucesso ministerial não foi resposta ao esforço humano, senão o poder do Espírito Santo.
A palavra utilizada por Paulo para “poder”, dynamis, é usada geralmente para denotar a energia
divina. Pregar em poder, portanto, significa pregar na força e energia do próprio Deus. O evangelho
não consiste de meras palavras. Palavras humanas seriam inúteis se a mensagem não fosse
dada em poder. O evangelho é o poder de Deus que trabalha no coração do homem. Havia
dinamite (dynamis) espiritual na mensagem, explosivo suficiente para demolir os ídolos (1Ts 1.9).
Paulo estava convencido de que nenhum método era por si suficiente para alcançar os corações.
Ele dependia totalmente do poder do Espírito Santo em sua pregação. Paulo não colocava o uso
da razão como algo contrário à ação do Espírito. Ele usava os melhores métodos e se esmerava
na preparação da mensagem, mas confiava totalmente no poder do Espírito para aplicar a
mensagem. Se não houver poder do Espírito Santo certamente não haverá pregação com efeito. A
verdadeira pregação, afinal de contas, consiste na atuação de Deus.
2. Confiança em Deus. O apóstolo declara que mesmo tendo “padecido e
sido agravados em Filipos” (1 Ts 2.2a), sua fé não estava abalada. Ele se
refere à perseguição sofrida antes de pregar em Tessalônica. Paulo e Silas
tinham sido publicamente espancados com varas. Em seguida, lançados no
cárcere interior com os pés no tronco (At 16.22-24). Todavia, apesar de
feridos, perto da meia-noite, oravam e cantavam hinos a Deus (At 16.25).
Após essa severa provação, não esmoreceram, mas, impelidos pelo Espírito,
vieram à Tessalônica. Na cidade, em meio às suas lutas, e com ousada
confiança, anunciaram a Cristo (1 Ts 2.2b). Nessa perspectiva, somos
encorajados a não desfalecer na pregação do Evangelho, mas confiados em
Deus, jamais recuar, mesmo diante das ameaças de prisão ou de morte (Ap
2.10).
- Paulo acabara de enfrentar uma prisão ilegal em Filipos. Ele fora preso e torturado, mas em vez
dessa situação o desencorajar, deu-lhe ainda mais disposição para viajar para Tessalônica e
prosseguir no ministério de pregação do evangelho. Um verdadeiro ministro do evangelho busca
conversões em vez de conforto e conveniência. Em vez de ganhar a vida pelo evangelho, ele
estava pronto a dar a vida pelo evangelho. Paulo e Silas tinham sido espancados e ultrajados em
Filipos e mesmo assim foram a Tessalônica e pregaram o evangelho. Muitos poderiam tirar férias
ou dar um tempo no ministério depois de tão violenta perseguição, mas Paulo se dispôs a pregar
a Palavra de Deus ousadamente em Tessalônica como os outros apóstolos de Jerusalém (At
4.13,29,31). O ministério de pregação em Tessalônica foi também em meio a uma luta agônica.

- O ministério de Paulo entre os tessalonicenses foi tão frutífero que as pessoas não só foram
salvas e uma igreja vibrante e renovada foi estabelecida, como também a igreja cresceu e
frutificou mesmo depois da partida de Paulo. Eles sofreram fisicamente quando foram açoitados
(At 16.22-23) e encarcerados (At 16.24). Eles foram, de modo arrogante, maltratados sob falsas
acusações (At 16.20-21) e castigados de maneira ilegal embora fossem cidadãos romanos (At
16.37). A confiança em Jesus é um dom concedido por Deus a todos que, com corações
submissos, aceitam o amor, fé e esperança dadas de graça (Ef 2.8). Assim, a fé não se trata de
uma emoção ou experiência momentânea, mas é a confiança real e prática no Senhor Deus para
toda a vida. É desenvolvida através de um relacionamento pessoal com Deus, baseado no amor,
fidelidade e apreço à Bíblia Sagrada. Os que confiam em Deus não são meros cristãos nominais
ou simpatizantes do cristianismo, mas pessoas que tiveram as suas vidas transformadas por Ele.
Quem confia faz-se amigo de Deus. A amizade com Deus só é possível através da mediação de
Jesus Cristo e da atuação do Espírito Santo no coração do crente (1Tm 2.5). O exemplo de Paulo
nos encoraja a um relacionamento mais íntimo com o Senhor, só assim alcançaremos sucesso
nos embates da vida!
3. Fidelidade na pregação. O apóstolo dos gentios assegura que o
Evangelho anunciado em Tessalônica “não foi com engano, nem com
imundícia, nem com fraudulência” (1 Ts 2.3a). Mostra que a doutrina cristã
não procede de fábulas inventadas, condutas imorais ou de artifícios para
seduzir as pessoas a crerem em mentiras (2 Pe 1.16). Ao contrário, Paulo
declara que o Evangelho é de Deus, e que o próprio Deus o comissionou
como arauto, “não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova o
nosso coração” (1 Ts 2.4b). Dessa forma, o propósito do apóstolo não era o de
satisfazer seus ouvintes com falsos discursos (Tg 1.22). Nesse sentido, somos
exortados a manter fidelidade na pregação, repudiar os falsificadores da
Palavra de Deus e anunciar Cristo com sinceridade (2 Co 2.17).

- Paulo pregava o puro evangelho, a primeira coisa que Paulo faz é reafirmar a veracidade de sua
mensagem, quando diz: “Pois a nossa exortação não procede de engano” (2.3a). A mensagem de
Paulo não era criada por ele, mas recebida de Deus. Seis vezes nesta carta, ele menciona esse
auspicioso fato de que havia recebido o evangelho de Deus e não de homens.

- Paulo não enganava as pessoas. Ele não empregava métodos desonestos a fim de que as
pessoas acreditassem na sua mensagem, ele não pegava as pessoas em armadilhas prometendo
a salvação, como um vendedor astuto faz para as pessoas comprarem seus produtos. A salvação
não se dá por uma argumentação engenhosa nem por uma apresentação refinada. Antes, é
resultado da Palavra de Deus e do poder do Espírito Santo (1 Ts 1.5). Nos dias de Paulo a religião
estava se transformando num meio de se conseguir dinheiro (1Ts 2.5), mas Paulo dá seu
testemunho de integridade na área financeira (1Ts 2.9; 2Ts 3.8-10). Ele era um obreiro muito
atento quanto à transparência na questão do dinheiro (1Co 9.1-18), e chegou a abrir mão do seu
legítimo direito de sustento para não comprometer o progresso do evangelho. Uma igreja sadia
necessita ter entre suas características uma compreensão bíblica da pregação do evangelho.

- O cenário religioso atual não está muito diferente daquele dos dias de Paulo; há muita confusão
teológica, muitos falsos mestres ensinando suas heresias e factoides, outros estão mercadejando
a Palavra, como aqueles falsos mestres em Corinto e aos muitos outros mestres e filósofos
desses dias, que atuavam mediante a sabedoria humana (1Co 1.19-20). Não é à toa que o termo
mercadejando, oriunda do verbo grego que significa "corromper", essa palavra passou a se referir
aos vendedores ambulantes corruptos, ou aos homens trapaceiros que por sua inteligência e
capacidade de enganar conseguem vender como genuíno um produto inferior que é apenas uma
imitação barata. Os falsos mestres na igreja estavam chegando com uma retórica inteligente e
enganosa para oferecer uma mensagem degradada e adulterada que misturava o paganismo o
com a tradição judaica. Eles eram homens desonestos que buscavam lucro pessoal e prestígio à
custa da verdade do evangelho e da alma das pessoas.

II – CONVICÇÃO MORAL
1. Retidão nas ações. A conversão opera a transformação moral na vida do
crente salvo (2 Co 5.17). Desse modo, a Bíblia orienta, dentre outras
recomendações, a deixar a mentira e falar a verdade (Ef 4.25); deixar o furto
e ser honesto (Ef 4.28); não pronunciar palavras torpes e dizer apenas o que
edifica (Ef 4.29). Nesse aspecto, o apóstolo Paulo reivindica a retidão das
próprias ações ao afirmar: “nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem
houve um pretexto de avareza” (1 Ts 2.5). Aqui, ele enfatiza que jamais usou
de falso sentimento para obtenção de favor. Ainda assevera que sua
motivação era desprovida de ambição financeira. Somente o falso cristão é
que busca poder e influência por meio da bajulação mentirosa (Rm 16.18).
Logo, a conduta de retidão é uma virtude do crente regenerado (Cl 3.23; 1 Jo
3.18).

- Somente aqueles que temem a Deus podem manter a consciência limpa diante dos homens.
Paulo andava de forma íntegra com Deus e com os homens. Ele temia a Deus, por isso, nada tinha
a esconder dos homens. Seus motivos e suas ações estavam abertos diante de Deus. Não existia
nenhum engano embutido em suas tentativas de persuadir os homens. O temor do Senhor, no
sentido de temor demonstrado pelo pensamento de comparecer perante o tribunal de Cristo e ter
toda a vida exposta e avaliada, é a força por trás dessa atitude. Cristo morreu para que
vivêssemos a realidade da nova criação. Estar em Cristo é participar antecipadamente da nova
criação de Deus; é ter um gosto antecipado da restauração de todas as coisas. É pertencer a uma
nova ordem. Isso é santificação!

- Em 2Ts 2.5, Paulo usou três ressalvas para afirmar a pureza de seus motivos para o ministério:

1) elo negou ser um pregador bajulador que tentava passar impressões favoráveis a fim de
obter influência para benefício, próprio;

2) ele não fingia ser pobre e trabalhar dia e noite (v. 9) como um pretexto para ficar rico
durante o ministério à custa deles; e

3) ele não usou sua posição de honra como apóstolo para buscar glória pessoal, somente a
glória de Deus (1Co 10.31).

- Logo, a conduta de retidão é uma virtude do crente regenerado (Cl 3.23; 1 Jo 3.18). Porque
Cristo morreu por nós, agora devemos viver para ele. Isso é serviço. O Salvador não morreu por
nós para vivermos uma vida egoísta e centrada em nós mesmos, mas morreu para vivermos para
ele. Obviamente, não servimos a Cristo para sermos salvos, mas porque já fomos salvos. As
nossas boas obras não são a causa da nossa salvação, mas sua consequência.

2. Reputação ilibada. Considera-se portadora de reputação ilibada a pessoa


de reconhecida idoneidade moral (At 6.3). Veja como Paulo avalia sua
reputação com esta frase: “não buscamos glória dos homens, nem de vós,
nem de outros” (1 Ts 2.6a). Isso indica que o apóstolo não trabalhava no
Reino em busca de reconhecimento humano. Essa postura foi adotada por
ele em todo o lugar, demonstrando a coerência e a integridade de seu
apostolado. Ele não procurava obter “vantagens” e nem “honra” em parte
alguma (1 Ts 2.5,6). Aos coríntios, escreveu que o crente deve gloriar-se no
Senhor e não em si próprio (1 Co 1.29-31). A conclusão é clara: os que
aspiram fama e prestígio caem em tentação e maculam o Evangelho. Nosso
viver deve glorificar a Deus. A Ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus,
para sempre! (Ef 3.21).

- Paulo pregava para agradar a Deus e não a homens. Ele não pregava o que o povo queria ouvir,
mas o que o povo precisava ouvir. Ele não pregava para entreter os bodes, mas para alimentar as
ovelhas. A pregação da verdade não é popular, mas é vital para a salvação. O bajulador é aquele
que fala uma coisa e sente outra. A palavra usada por Paulo para “bajulação” é kolakeia, que
descreve sempre a adulação que pretende ganhar algo, a lisonja por motivos de lucros. Essa
palavra grega contém a ideia de enganar com fins egoístas. Não é apenas uma palavra fiada para
dar prazer a outras pessoas, mas a fim de ter lucro. É o engano mediante a eloquência, para
ganhar os corações das pessoas a fim de explorá-las. Paulo não pregava para arrancar o dinheiro
das pessoas, mas para arrancar-lhes do peito o coração de pedra, a fim de receberem um coração
de carne. Paulo não buscava lucro, mas salvação. Sua recompensa não era dinheiro, mas vidas
salvas. Os motivos de Paulo em fazer a obra de Deus eram puros. Ele não fazia do ministério uma
plataforma para se enriquecer. Ele não estava atrás do dinheiro das pessoas, mas ansiava pela
salvação delas. O mundo perdido admira o berço de ouro, o status social, o sucesso financeiro, o
poder político, o reconhecimento social. Mas nenhuma dessas coisas pode nos recomendar Deus
ou nos garantir a vida eterna. O que é que as pessoas do mundo dão valor? Elas dão valor ao
berço ilustre, ao nome da família, ao lugar onde a pessoa mora, a faculdade que ela cursou, a
posição que a pessoa ocupa na sociedade. São essas coisas que o mundo ama e valoriza! E
Paulo diz que Deus não dá valor a nada disso. Pois Deus escolhe as coisas que não são, para
envergonhar as que são. Deus não permite que ninguém se vanglorie na Sua presença.
3. Vida irrepreensível. O adjetivo “irrepreensível” denota uma conduta que
não pode ser censurada (Ef 5.27). Nesse contexto, o apóstolo invoca a Deus e
a igreja em Tessalônica como testemunhas de sua postura “santa, justa e
irrepreensível” (1 Ts 2.10). Essas designações implicam obediência nas
questões morais, atitude de retidão exemplar e conduta sem motivo algum
de reprovação (1 Co 9.16-23). Denotam o padrão de comportamento para
com Deus, para com os homens e para consigo mesmo (1 Co 9.27). Ciente da
influência que sua vida exercia sobre os fiéis, o apóstolo diz: “para vos dar
em nós mesmos exemplo, para nos imitardes” (2 Ts 3.9). Assim, o grau de
comprometimento adotado pelo crente com os valores do Reino é o reflexo
do nível de sua comunhão com Deus (1 Co 10.32).

- A graça salvadora torna os cristãos santos por meio da ação da Palavra de Deus (Tt 2.1-9; 3.5);
desse modo, eles podem ser a noiva pura. Quando Paulo escreve em 1Ts 2.10 Vós... sois
testemunhas, está relembrando que a lei do Antigo Testamento exigia duas ou mais testemunhas
para autenticarem a verdade (Nm 35.30; Dt 17.6; 19.15; 2Co 13.1). Aqui, Paulo invocou tanto os
tessalonicenses quanto Deus corno testemunhas para que testificassem de sua conduta no
ministério (2Co 1.12). É lamentável que haja hoje tantas igrejas que parecem mais uma empresa
financeira do que uma agência do Reino de Deus; que haja tantos pastores com motivações
duvidosas no ministério; que haja tantas pessoas enganadas, abastecendo a ganância insaciável
de líderes avarentos e inescrupulosos. É triste ver que as indulgências da Idade Média estejam
ressurgindo com roupagens novas dentro de algumas igrejas chamadas evangélicas. A salvação
está sendo vendida e comercializada. A religião está sendo usada como um instrumento de
exploração dos incautos e para o enriquecimento dos inescrupulosos.

III – CONVICÇÃO SOCIAL


1. Bem-estar comum. O bem-estar comum alcança o homem em suas
necessidades físicas e espirituais. Não por acaso, a Bíblia fornece instruções
para o bem-estar espiritual e social dos seres humanos (2 Tm 3.16,17). O
papel da igreja é o de proclamar o Evangelho (Mt 28.19) e aliviar o
sofrimento promovendo o bem-estar social entre os irmãos (Tg 2.15-17).
Habacuque registra que os problemas sociais de sua época resultavam do
pecado, tais como: inversão de valores, violência e injustiças (Hc 1.1-4).
Assim, o mal social tem origem no pecado. Ciente disso, o apóstolo Paulo
escreve: “quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus,
mas ainda as nossas próprias almas” (1 Ts 2.8). Esse sentimento é
comparado ao cuidado de uma mãe que se preocupa e protege os filhos (1 Ts
2.7), também é equiparado ao procedimento de um pai amoroso que se
interessa pelos problemas dos filhos (1 Ts 2.11b). Era assim que Paulo
encorajava, confortava e servia de exemplo à igreja (1 Ts 2.11a). Nessa
direção, o dever cristão engloba a moral e o social. A dedicação exclusiva de
uma parte em detrimento da outra não retrata o Evangelho de Cristo (Tg
4.17).

- A fé é uma doutrina chave no cristianismo. O pecador é salvo pela fé (Ef 2.8,9), o justo vive pela
fé (Rm 1.17). Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Tudo o que é feito sem fé é pecado
(Rm 14.23). Uma fé que não produz frutos dignos de arrependimento é uma fé ineficiente,
inoperante e não produz nenhum resultado. Ela tem sentimento, mas não ação. Como crentes,
devemos ajudar a todos e, principalmente, aos que professam a mesma fé (Gl 6.10). Seremos
julgados por esse critério (Mt 25.40). Deixar de ajudar o necessitado é fechar o coração ao amor
de Deus (1Jo 3.17,18). O sacerdote e o levita podiam pregar sobre sua fé, mas não demonstraram
a sua fé (Lc 10.31,32). Como uma mãe, Paulo cuidou dos seus filhos espirituais com sacrifício
cabal (1Ts 2.8). Paulo estava pronto a dar a própria vida pelos crentes de Tessalônica. O pastor
verdadeiro, aquele que imita o supremo pastor, dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10.11). Ele não
vive para explorá-las, mas para servi-las. Seu ministério é de doação e não de exploração. Seu
sacrifício é cabal, igual a uma mãe que está pronta a dar sua própria vida para proteger o filho.
Seu amor é sacrificial. Foi esse fato que permitiu ao rei Salomão descobrir qual mulher era a mãe
verdadeira da criança sobrevivente (1Rs 3.16-28). A mãe que amamenta oferece parte da própria
vida ao filho. A mãe que amamenta não pode entregar seu filho aos cuidados de outra pessoa. O
bebê deve ficar em seus braços, próximo a seu coração. A mãe que amamenta ingere os
alimentos e os transforma em leite para o filho. O cristão maduro alimenta-se da Palavra de Deus
e compartilha esse alimento com os cristãos mais novos, para que possam crescer (1Pe 2.1-3). O
cristão que está nutrindo outros deve ter cuidado para que ele próprio não se alimente de coisas
erradas. Paulo se sacrificou para oferecer aos crentes o evangelho de Deus. Ele não pregou em
Tessalônica vãs filosofias, mas expôs as Escrituras. Ele pregou não estribado em sabedoria
humana, mas no poder do Espírito Santo. Sua pregação não era uma lisonja para fazer cócegas
nos ouvidos nem um instrumento para massagear o ego dos líderes da sinagoga. Ele pregou o
evangelho de Deus. Ele ofereceu ao povo o pão nutritivo da verdade. Os púlpitos estão pobres da
Palavra. A igreja está faminta da Palavra. A igreja precisa desesperadamente voltar-se para a
pregação fiel da Palavra. Se os pastores não derem pão ao seu rebanho, as ovelhas ficarão fracas
e vulneráveis às falsas doutrinas que invadem o aprisco da fé.

- Tiago 4.17 nos exorta a não negligenciarmos fazer o bem, sob pena de se estar pecando. A
implicação é que eles também faziam o que não deveriam fazer. Os pecados de omissão levam
diretamente aos pecados de comissão. Conhecimento implica em responsabilidade. As pessoas
conhecem a vontade de Deus, mas deliberadamente a desobedecem. Nosso pecado torna-se
mais grave, mais hipócrita e mais danoso do que o pecado de um incrédulo ou ateu. Mais grave
porque pecamos contra um maior conhecimento. Mais hipócrita porque declaramos que cremos,
mas desobedecemos. Mais danoso porque os nossos pecados são mestres do pecado dos
outros. O apóstolo Pedro diz: “Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça,
do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2Pe 2.21).
2. Dedicação altruísta. O apóstolo se dedicou com profundo altruísmo na
propagação do Evangelho (At 20.24). Apesar do direito inerente ao seu
apostolado, ele decidiu nada receber “ainda que podíamos, como apóstolos
de Cristo, ser-vos pesados” (1 Ts 2.6b). Assim sendo, para prover o necessário
sustento, o apóstolo valeu-se de seu ofício de fabricante de tendas (At 18.3).
Acerca disso, recordava aos irmãos do seu “trabalho e fadiga; pois,
trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós” (1 Ts
2.9). Para não se tornar um fardo para a igreja, ele se desgastou numa
atividade laboral extenuante. Aqui é importante ressaltar que a Bíblia não
condena a provisão financeira para os obreiros, pois o próprio apóstolo
escreveu que “aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1
Co 9.14) e que “digno é o obreiro do seu salário” (1 Tm 5.18). Assim, ele
explica que não usou dessa justa prerrogativa porque conhecia a extrema
pobreza da igreja de seu tempo (2 Co 8.1,2), que suportou as restrições
financeiras para não criar obstáculo ao Evangelho (1 Co 9.11,12) e que tudo
fez para ganhar o maior número possível de almas (1 Co 9.19). Nesse
sentido, aprendemos que o amor sacrificial e o trabalho voluntário e
despreendido são essenciais para o crescimento do Reino e devem fazer
parte de uma profunda convicção cristã como contraponto claro ao “espírito
da Babilônia” que é o oposto do altruísmo cristão

- Um verdadeiro pai não é apenas o que gera filhos, mas também o que cuida deles. Apesar de a
igreja de Filipos enviar dinheiro para ajudá-lo em Tessalônica duas vezes (Fp 4.15,16), embora,
fosse seu direito exigir sustento da igreja (2.7), Paulo decidiu trabalhar para se sustentar (2Ts 3.6-
12). O pai trabalha para sustentar a família. Ninguém podia acusá-lo responsavelmente de
ganância financeira (At 20.31; 2Co 12.14). Mesmo tendo o direito legítimo de exigir seu sustento,
não dependia dele para fazer a obra de Deus. Paulo não estava no ministério por causa do salário.
Sua motivação nunca foi o dinheiro, mas a glória de Deus, a salvação dos perdidos e a edificação
da igreja. O propósito de Paulo ao ensinar os seus filhos na fé era que eles vivessem de modo
digno de Deus. O termo “digno” utilizado por Paulo traz a ideia de uma balança, onde nossa vida
deve equilibrar-se com a vida de Cristo. O alvo de Paulo era levar os crentes à maturidade
espiritual. Os tessalonicenses deveriam atingir a plenitude da estatura de Cristo.

- “Durante o ministério do apóstolo Paulo, muitas igrejas que ele havia plantado se tornaram presas
de falsos apóstolos (2Co 11.13 e Fp 3.2 e 18-19), outras se inclinaram ao legalismo (Gálatas) ou à
licenciosidade (1Co 5) e umas poucas revelaram divisões pessoais a ponto de comprometer toda a
igreja local (1Co 1-3 e Fp 4.2-3). Paulo amou aquelas igrejas, intercedeu por elas e tomou tempo para
ministrar a elas por meio de cartas e exortações ao arrependimento. A condição espiritual dos
membros daquelas igrejas causava preocupação (ansiedade) no apóstolo a ponto de ele dizer:
“quem enfraquece, que também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame?”
(2Co 11.29). A condição espiritual do crente é sempre objeto do cuidado de um pastor amoroso”
Texto extraído de: https://coalizaopeloevangelho.org/article/pastores-ansiosos/. Acesso em: 31 julho 2023.

CONCLUSÃO
Paulo foi submetido a uma série de provações durante o seu ministério (1 Ts
2.2). Não obstante, ele nos deixou exemplo de intensa convicção de nossa
eleição em Cristo (1 Co 11.1). Destacam-se sua convicção espiritual
resultante do poder do Espírito (1 Ts 2.4); sua convicção moral como reflexo
do temor a Deus (1 Ts 2.5); e sua convicção social demonstrada pela
abnegação em servir (1 Ts 2.9). Ratifica-se que, em nossos dias, carecemos
dessa firme convicção em defesa dos interesses do Reino de Deus na Terra.

- Paulo foi um grande missionário e impactou a vida de muitos. Foram muitas as pessoas que
tiveram contato com o Apóstolo. Algumas se encontraram com Jesus pela sua pregação, outras
se tornaram líderes, outras o acompanharam até o final de sua vida. Paulo é um exemplo para nós
de como ser um bom amigo e construir relacionamentos sólidos com os irmãos em Cristo. Paulo
destaca-se como um homem que foi completamente transformado por Deus e obediente ao seu
chamado. Ele amava o Senhor acima de todas as coisas e se dispôs completamente ao serviço
em amor à causa do Evangelho. Por isso, o apóstolo Paulo é um modelo de fé, serviço e
resiliência para todos os cristãos atualmente. Sua mensagem traz esperança a todos que a
ouvem.

- “Em Romanos 16 aparece uma longa lista de nomes, o que isso significa? De acordo com Richards,
“A resposta pode ser simplesmente que, nesses nomes, sentimos mais claramente o que significa
praticar a justiça pela fé na comunidade cristã. Paulo não versa sobre teoria, mas partilha de algo
que ele mesmo praticou. A prova disso é que ele conhece muito bem e ama esse grupo tão diferente
de pessoas. Há mulheres e homens. Ambos os grupos são vistos como cooperadores em Cristo. Há
nomes gregos e judeus. Há gente simples e autoridades municipais, um provavelmente pobre e
alguém, sem dúvida, muito rico. Todos esses, juntos, estão unidos com Paulo em seu coração e
mente. Todos são irmãos e irmãs, unidos ao Apóstolo pelos laços do amor inspirados por Deus””
RICHARDS, Lawrence O. Guia do leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 752.

- “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com
o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (1Co 9.22).

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que podemos afirmar a respeito da ausência da convicção espiritual?

Na ausência de convicção espiritual, a Palavra de Deus é reduzida a mero intelectualismo


humano e seu resultado é ineficaz na transformação de vidas.

2. De acordo com a lição, em que somos exortados?

Somos exortados a manter fidelidade na pregação, repudiar os falsificadores da Palavra de


Deus e anunciar a Cristo com sinceridade.

3. O que é a conduta de retidão?


É uma virtude do crente regenerado.

4. Quem é o portador de reputação ilibada?

A pessoa de reconhecida idoneidade moral (At 6.3).

5. O que o dever cristão engloba?

O dever cristão engloba a moral e o social. A dedicação exclusiva de uma parte em


detrimento da outra não retrata o Evangelho de Cristo (Tg 4.17).

4. Que história no Antigo Testamento pode ser comparada à de Ananias e Safira?

Semelhantemente ao que aconteceu com Ananias e Safira, no Antigo Testamento, lemos a


história de uma família israelita, cujo chefe era Acã.

5. O que cabe à família cristã?

Cabe estar em oração e vigilância (Mt 26.41).

Francisco Barbosa

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