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A Carreira Cristã - Parte 1

(Filipenses 3:12-16)
Perfeccionismo Espiritual?

INTRODUÇÃO:
A doutrina da santificaçã o pode ser definida como o ato sobrenatural que se inicia com
a regeneraçã o, consistindo no progressivo abandono do pecado em direçã o a Deus.
A santificaçã o começa com o nosso novo nascimento; todavia, ela jamais terá fim nesta
vida. Nó s nã o somos perfeitos, nem o seremos, enquanto estivermos neste modo de
vida terreno; mas, buscamos a perfeiçã o; caminhamos em sua direçã o. Paulo declara:
“Nã o que eu o tenha já recebido, ou tenha já obtido a perfeiçã o; mas prossigo para
conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmã os, quanto a
mim, nã o julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que
para trá s ficam e avançando para as que diante de mim estã o, prossigo para o alvo, para
o prêmio da soberana vocaçã o de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.12-14).
O pecado continuará em toda a nossa peregrinaçã o terrena a exercer influência sobre
nó s; por isso, qualquer conceito de perfeccionismo espiritual que declare que o crente
nã o mais peca, é antibíblico. A Palavra de Deus ensina enfaticamente que nó s pecamos,
mesmo apó s o nosso novo nascimento. O que nos distingue da nossa antiga condiçã o é
que nã o mais temos prazer no pecado; podemos até dizer que o pecado é um acidente
de percurso na vida dos regenerados. Antes o pecado comandava o nosso pensar e agir,
agora ele ainda nos influencia, todavia nã o mais reina. "O pecado deixa apenas de
reinar, nã o, contudo de neles habitar.”
“Ainda que o pecado nã o reine, ele continua a habitar em nó s e a morte é ainda
poderosa.”
John Murray (1898-1974) ilustra bem este ponto: “Há uma total diferença entre o
pecado sobrevivente e o pecado reinante, o regenerado em conflito com o pecado e o
nã o-regenerado tolerante para com o pecado. Uma coisa é o pecado viver em nó s; outra
bem diferente é vivermos em pecado. Uma coisa é o inimigo ocupar a capital; outra bem
diferente é suas milícias derrotadas molestarem os soldados do reino.”
Isto indica a necessidade do convertido adquirir novos há bitos pela prá tica da verdade
em amor (Ef 4.15). A graça de Deus é educadora (Tt 2.11-15), agindo através das
Escrituras, corrigindo e educando-nos na justiça para o nosso aperfeiçoamento (2Tm
3.16,17). "A santificaçã o é um processo contínuo pelo qual Deus, por sua misericó rdia,
muda os há bitos e o comportamento do crente, levando-o a praticar obras piedosas";[5]
todavia, continuaremos sendo pecadores até o fim desta existência.
Ao povo da Aliança que se desviara do caminho do Senhor, Este lhe diz: “Aprendei a
fazer o bem” (Is 1.17). A santificaçã o é justamente isto; um santo aprendizado guiado
pelo Espírito, tendo como constituiçã o normativa e legislativa do nosso pensar, agir e
sentir, a Palavra de Deus. Portanto, a santificaçã o envolve uma nova “alfabetizaçã o”
espiritual guiada pela Palavra de Deus.
O Apó stolo Joã o, inspirado por Deus, escreve aos crentes: "Se dissermos que nã o temos
pecado nenhum, a nó s mesmos nos enganamos, e a verdade nã o está em nó s” (1Jo
1.10/1Jo 2.1).

1. Contexto da Carta:
1) Paulo em Filipos:
Paulo chegou em Filipos em companhia de Silas, Timó teo e Lucas (At 16.1-3,10,11; 1Ts
2.2), por volta do ano 49, durante a Segunda Viagem Missioná ria. Lembremos as
circunstâ ncias:
Paulo desejava ir para a Bitínia, porém o Espírito de Deus nã o o permitiu (At 16.7).
Depois ele teve a visã o “na qual um varã o macedô nio estava em pé e lhe rogava,
dizendo: Passa a Macedô nia, e ajuda-nos” (At 16.9). Ele concluiu corretamente que
Deus o havia chamado (proskale/omai)[6] para aquela regiã o (At 16.10).
Foi para Filipos. Assim, juntamente com Silas, pô de pregar naquela colô nia romana,
evangelizando a Lídia, a vendedora de pú rpura, e a todos os seus familiares (At
16.14,15). Poucos judeus residiam na cidade. At 16.13 implica que nã o havia nenhuma
sinagoga. O “lugar de oraçã o” (At 16.13) indica a presença de alguns judeus, porém, em
nú mero inferior a dez homens, quantidade mínima considerada para se formar uma
sinagoga. De acordo com a lei da Mishná , era permitido que dez homens judeus
formassem, em qualquer lugar, uma sinagoga.[7] Havia cidades, inclusive, que
possuíam vá rias. Estima-se que em Jerusalém houvesse cerca de 500 sinagogas.[8]
Depois Paulo expulsou o demô nio de uma jovem adivinhadora, dando prejuízo aos seus
senhores; ele foi acusado, açoitado e preso... Na prisã o, testemunhou sua fé aos outros
companheiros de cela; teve também a oportunidade de pregar ao carcereiro que foi
convertido juntamente com os seus familiares (At 16.25-34).
2) A Igreja de Filipos:
Quando Paulo foi embora, ao que parece a Igreja ficou se reunindo na casa de Lídia (At
16.40). Os filipenses permaneceram em contato com Paulo, auxiliando-o em seu
ministério, provendo recursos para as suas necessidades (2Co 11.9; Fp 1.5; 4.15-19).
Paulo visitou a Igreja em pelo menos duas outras ocasiõ es antes de sua prisã o em
Jerusalém e a redaçã o da carta (2Co 2.12,13; 7.5-7; At 20.1,3,6),

3) A Epístola:
O tema desta Carta pode ser resumido nestas palavras: Alegria e unidade. Paulo a
escreveu acompanhado de Timó teo (Fp 1.1). Paulo, na prisã o de Roma (Fp 1.7,13,17),
recebera uma doaçã o dos filipenses trazida por Epafrodito (2.25; 4.14,18). No entanto,
Epafrodito, que estivera mortalmente enfermo, se recuperara e estava voltando a
Filipos por solicitaçã o de Paulo (Fp 2.25-30). Provavelmente, ele foi o portador da
Carta.
A Carta, juntamente com a palavra pessoal do portador, iria explicar a situaçã o de Paulo
na prisã o e suas possíveis conseqü ências.
Mais tarde Paulo enviaria Timó teo para fazê-los saber como o julgamento estava
progredindo (Fp 2.19,23). O pró prio Paulo esperava em breve poder ir até eles (Fp
2.24).
Paulo escreveu por volta do ano 61 AD em Roma.
No texto lido, ele fala da sua carreira, que também é a nossa. Aqui, como transiçã o para
o nosso estudo, alguns aspectos devem ser destacados:
1) Ele trabalha com o princípio de que nã o somos perfeitos. Supõ e-se que o apó stolo
combatia determinados grupos sectá rios – talvez judaizantes e gnó sticos –, que tinham
como lema a afirmaçã o da sua perfeiçã o espiritual. Paulo demonstra que isso nã o
ocorre: “Nã o que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeiçã o (teleio/w);[9]
mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo
Jesus” (Fp 3.12);
2) Paulo cria numa eleiçã o responsá vel:[10] Ele foi plenamente alcançado
(katalamba/nw)[11] primeiramente por Cristo (Fp 3.12/Ef 1.4);[12] no entanto, ele
sabia que a nossa eleiçã o eterna nã o exclui a nossa responsabilidade de crescimento
espiritual. “É uma atitude ímpia dissociar a santidade de vida da graça da eleiçã o.”[13]
Deus se antecipa a nó s e nos capacita a responder-Lhe com fé e obediente amor (Rm
5.8; 1Jo 4.19).[14] Por isso, prosseguia para o alvo, em busca dessa perfeita maturidade
em Cristo Jesus: “....mas prossigo para conquistar (katalamba/nw) aquilo para o que
também fui conquistado (katalamba/nw) por Cristo Jesus” (Fp 3.12).
Considerando isso, ele faz uma coisa: “.... uma cousa faço” (Fp 3.13). Notemos que Paulo
nã o se distrai entre vá rios objetivos como que “montando num cavalo e partindo em
todas as direçõ es”; antes, faz uma coisa. As distraçõ es podem ser fatais na carreira
cristã .

2. A CARREIRA CRISTÃ: (FP 3.12-16)


1. EXIGE VOCAÇÃO: (14)
“.... Para o prêmio da soberana vocaçã o (klh=sij) de Deus” (Fp 3.14).
Ninguém veio a Cristo porque simplesmente quis, teve vontade ou, porque livremente
escolheu este caminho. A vida cristã é resultado da vocaçã o divina; depende de Deus,
misericordiosa e eficazmente nos chamar.
A vida cristã tem início com o chamado irresistível de Deus. Deus nos escolheu na
eternidade (Ef 1.4) e nos chamou no tempo, com santa vocaçã o, por graça: “Que nos
salvou (kale/w) e nos chamou com santa vocaçã o (klh=sij); nã o segundo as nossas
obras, mas conforme a sua pró pria determinaçã o e graça que nos foi dada em Cristo
Jesus, antes dos tempos eternos” (2Tm 1.9).
A vocaçã o realizada por Deus no tempo, é a concretizaçã o de nossa predestinaçã o
eterna: “Porquanto aos que de antemã o conheceu, também os predestinou (proori/saj)
[15] para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmã os. E aos que predestinou (proori/zw) esses também chamou
(kale/w) e aos que chamou (kale/w), a esses também justificou; e aos que justificou, a
esses também glorificou” (Rm 8.29-30) (Ver: Gl 1.15).
Tornamo-nos povo de Deus pela Sua vocaçã o: “Vó s, porém, sois raça eleita, sacerdó cio
real, naçã o santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as
virtudes daquele que vos chamou (kale/w) das trevas para a sua maravilhosa luz; vó s,
sim, que, antes, nã o éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que nã o tínheis
alcançado misericó rdia, mas, agora, alcançastes misericó rdia” (1Pe 2.9-10).
Notemos também, que a nossa vocaçã o nã o tem nada em si mesma que possa motivar o
nosso orgulho já que o pró prio Senhor diz: “....Os sã os nã o precisam de médico, e sim os
doentes; nã o vim chamar (kale/w) justos, e sim pecadores” (Mc 2.17). Somos chamados
na “graça de Cristo” (Gl 1.6).
Deus nos atrai para Si, visto que Ele “.... nos chamou (kale/w) para a sua pró pria gló ria e
virtude” (2Pe 1.3); à comunhã o de Seu Filho e à “koinonia” da Igreja (1Co 1.26; Ef 4.1; Cl
3.15): “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados (kale/w) à comunhã o (koinwni/a)[16] de
seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1Co 1.9). Na vocaçã o de Deus, vemos a
concretizaçã o do Seu propó sito sá bio, amoroso e eterno: “Nele [Jesus Cristo], digo, no
qual fomos também feitos herança, predestinados (proori/zw) segundo o propó sito
daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11).

2. ABNEGAÇÃO: (13)
“....esquecendo-me (E)pilanqa/nomai)[17] das coisas que para trá s ficam ....” (Fp 3.13).
Na sua trajetó ria, Paulo teve de deixar muitas coisas para trá s. Enfatizando o quã o
irrelevante tornaram-se as outras coisas diante da magnitude do conhecimento de
Cristo, diz: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo.
Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento
de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero
como refugo (sku/balon),[18] para ganhar a Cristo” (Fp 3.7-8).
Paulo nã o sofria de nenhum tipo de amnésia; o que diz é que nã o ficava a considerar os
seus supostos méritos e conquistas passadas, visto que isso poderia se transformar
num obstá culo ao seu desempenho espiritual. “O (bom) corredor nã o olha para trá s. Ele
sabe que se o fizer, perderá a velocidade, a direçã o e, finalmente, a pró pria corrida. Ao
voltar a vista enquanto avança é por demais perigoso.”[19] Nã o podemos simplesmente
descansar em nossas conquistas, acomodando-nos espiritualmente, vivendo do
passado. Temos uma carreira pela frente.
Façamos um paralelo a partir das palavras de Jesus Cristo. Ele nos instrui: "Buscai
(zhte/w = buscar ardorosa e constantemente), pois, em primeiro lugar, o seu reino e a
sua justiça (dikaiosu/nh),[20]e todas estas cousas vos serã o acrescentadas” (Mt 6.33).
Deste modo, a busca da justiça de Deus deve ser prioritá ria entre as nossas prioridades.
O Reino de justiça é que deve normatizar o que de fato é "essencial" para nó s, nã o as
nossas supostas necessidades prementes.
Podemos desejar ardentemente alguma coisa. Todavia, mesmo que nã o tenhamos
condiçõ es concretas para estabelecer com precisã o a intensidade de nosso desejo, é
justo que perguntemos: Até que ponto desejamos a justiça de Deus? Jesus nos ensina a
dar prioridade sobre todas as coisas, ao Seu reino de justiça. Uma de nossas
dificuldades está no fato de que muitas vezes, as nossas escolhas nã o estã o entre aquilo
que nos parece bom e a opçã o do que nos parece mal; agradá vel e desagradá vel, doce e
amargo... Se assim fosse, as nossas decisõ es seriam mais fá ceis. O problema é que, na
maioria das vezes, nos deparamos com opçõ es legítimas, justas e necessá rias, contudo,
temos de escolher. Por certo, todos já tiveram e têm de quando em vez a experiência de
se deparar com o conflito de desejos. Quando este conflito é entre um que nos parece, já
a primeira vista, preponderante, nã o há problema; é fá cil de se decidir. A questã o se
torna grave quando nos encontramos diante de desejos irreconciliá veis e, ao mesmo
tempo, "prioritá rios"... Como decidir? No caso, temos que escolher o mais importante
entre os importantes. Todavia, esta escolha pode ser apenas circunstancial; ou seja:
hoje, neste momento, podemos optar por um deles, amanhã , em situaçã o aná loga,
talvez a nossa escolha fosse diferente. Com isto, quero dizer que as nossas prioridades
variam muitas vezes, conforme as circunstâ ncias. Dentro de nossa meditaçã o,
queremos chamar a atençã o para o fato de que Deus deve ser a nossa prioridade, nã o
em determinadas situaçõ es, mas sempre. Com demasiada freqü ência, o "bom" pode ser
o maior inimigo do "melhor".
Um caso ilustrativo temos no Livro do profeta Ageu: Por volta do ano 538-537 a.C., sob
a liderança de Zorobabel – da linhagem de Davi –, um grupo de judeus começou a
regressar à Palestina, para reconstruir o templo que fora destruído em 586 a.C., por
Nabucodonosor, cujo império permaneceu até 539 a.C.
Este regresso foi autorizado pelo rei Ciro, rei da Pérsia, entã o o rei mais poderoso de
todos. (2Cr 36.22,23; Ed 1.1ss). Nesta autorizaçã o de Ciro, vemos a manifestaçã o a
Soberania de Deus, visto que isto fora profetizado por Isaías há mais de duzentos anos
(Is 44.28) e por Jeremias há cerca de 90 anos (Jr 29.10).
Se, por um lado, o povo teve todo o apoio de Ciro (Ed 1.1-11), enfrentou séria oposiçã o
dos samaritanos, que num primeiro momento tentaram se juntar à obra de
reconstruçã o, no que nã o foram permitidos devido a sua corrupçã o espiritual (Ed
4.2,3); nã o conseguindo, nã o pouparam meios para impedir a reconstruçã o do templo:
Desanimaram o povo, subornaram oficiais do rei para frustrarem os seus planos...
Escreveram cartas a Ciro, o Grande, (559-530) e depois a Dario (522-486) alegando que
os judeus pretendiam se revoltar contra o rei, nã o mais pagando impostos, dízimos,
pedá gios... (Ed 4.4ss). (É significativo o uso sistemá tico de particípios neste texto
indicando a sua contínua atividade). A passagem de Ed 4.6-23, é um longo parêntese
que reflete a persistência dos samaritanos em impedirem o trabalho dos judeus.
Num primeiro momento, os samaritanos conseguiram o seu intento; a reconstruçã o do
templo foi interrompida, ao que parece, ainda nos seus alicerces (Ed 3.11/4.24). A obra
ficaria suspensa por cerca de 16 anos.
Agora é que vem a nossa questã o: Neste período, os judeus foram se acomodando, e
canalizaram a sua atençã o para a construçã o de suas casas, esquecendo-se da casa do
Senhor... Deus levanta dois profetas, Ageu (cujo nome ou apelido significa, “minha
festa”, “festivo) e Zacarias (“O Senhor se lembrou”) (Ed 5.1;6.14)[HMPC1] para
conduzir o povo de volta à reedificaçã o do templo. A Ageu (520 a.C) Deus dá uma
mensagem de advertência, comparando as casas dos judeus com as ruínas da casa de
Deus, para a qual eles sempre deixavam para depois (Ag 1.2,4,9). O povo atende à 1ª
mensagem de Deus através de Ageu e reinicia a obra (Ag 1.12-14/Ed 4.24). (520 a.C.).
“Nenhum profeta provocou uma reaçã o tã o imediata como ele”.[21] Notemos entã o,
que a construçã o de suas casas nã o era algo pecaminoso; antes, era até natural a
tentativa de reconstruçã o de sua vida e, para outros – aqueles que nasceram no exílio
babilô nico –, começarem vida nova na Terra da Promessa, ainda desconhecida dessa
geraçã o. Contudo, o problema estava na escala de prioridades estabelecida. As suas
casas, com todas as sofisticaçõ es advindas com o tempo, ocuparam em seus coraçõ es o
lugar que deveria pertencer prioritariamente a Deus e à Sua casa. Quando Deus
levantava profetas que falavam sobre isso, o povo simplesmente dizia que ainda nã o
era tempo de tornar à construçã o do templo (Ag 1.2). Havia aqui uma inversã o total de
valores.
Do mesmo modo, na vida cristã precisamos ter valores definidos; precisamos saber o
que é mais importante. “Somente quando se dá a Deus seu lugar pró prio tudo o mais
passa a ocupar o lugar que lhe corresponde”.[22]
Paulo teve de renunciar família, amigos, status, sabedoria, etc. Ele considerou tudo isso
como esterco, diante da sublimidade do conhecimento de Cristo.
A sua prioridade era fazer a vontade de Deus: “Porém em nada considero a vida
preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que
recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24).
Esta é uma exigência do Senhor: “Entã o, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer
vir apó s mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24).
A orientaçã o do escritor de Hebreus: “....,visto que temos a rodear-nos tã o grande
nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que
tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”
(Hb 12.1).

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