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Embora, segundo alguns intérpretes, não houvesse nada de miraculoso em profetizar, não
compartilhamos de tal opinião. A igreja, em sua infância, não possuía ainda a Bília completa
(Antigo e Novo Testamentos). (…) Em tal situação, Deus, graciosamente, providenciou apoios ou
dotações especiais, até que chegasse o tempo quando esses dons não mais seriam necessários. Um
desses dons era a profecia.
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Além do mais, por meio do desprezo feito ao pronunciamento profético, seu Autor, o Espírito Santo,
era desonrado. Na igreja primitiva, o dom de profecia era como uma chama ardente. Tal chama não
deveria ser apagada ou extinta! (Para o verbo, cf. Mt 12.20; 25.8; Mc 9.48; Ef 6.16; Hb 11.34.) (…)
É como se Paulo dissesse: “Ao menosprezarem os pronunciamentos dos profetas que se encontram
em seu meio, estão depreciando a obra daquele que não é outro senão o próprio Espírito Santo.”
E sempre que o Parácleto põe em cena um autêntico profeta, o enganador apresenta seu falso
profeta. A mais fácil – não, porém, a mais sábia – reação a esse estado de coisas é o desprezo a toda
profecia.
Paulo, pois, estabelece o correto curso de ação que a congregação devia seguir: “Não desprezeis os
pronunciamentos proféticos, provai (sobre o verbo [provar], veja-se 1 Ts 2.4), porém, todas as
coisas.” O padrão pelo qual o verdadeiro profeta se distingue do falso é que o primeiro nunca
declarará nada que seja contrário ao que Deus tornou conhecido previamente em sua revelação
especial.
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(…) na igreja primitiva, alguns homens parece que foram dotados com a rara habilidade de
distinguir entre a genuína e a falsa profecia (veja-se 1Co 12.10: “e a outro, a capacidade de discernir
os espíritos”).
(…) “Provem todas as coisas” não pode significar “Experimentem tudo de uma vez”, ou “entrem
em cada lugar de impiedade e descubram por vocês mesmos o que se faz ali”. No contexto dado,
significa simplesmente que, em vez de menosprezar toda a qualquer palavra profética, é preciso
testar aquelas que se apresentam como tal. O que é bom deve ser aceito; toda espécie de mal (…)
deve ser evitada.
MARSHALL, I. Howard. I e II Tessalonicenses: introdução e comentário. São Paulo: Edições Vida
Nova e Editora Mundo Cristão, 1993.
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19.
Há cinco declarações no imperativo. As duas primeiras (vv. 19, 20) estão em paralelismo mútuo
Não apagueis o Espírito é um mandamento que retoma a metáfora do Espírito como fogo (Mt 3.11
par. Lc 3.16; At 2.3; Rm 12.11; 1 Tm 1.6). (…) provavelmente se tratasse de uma reação contra o
que pode ter aparecido como ênfase demasiadamente entusiasta dada ao Espírito.
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Uma vez que os dons foram dados para o benefício da igreja, segue-se que onde a igreja for hostil
ou indiferente para com eles, o exercício deles seria apagado; aqueles que poderiam exercer o dom
ficariam reticentes em assim fazer.
20.
Em especial, Paulo enfatizou a importância da profecia. Não é surpreendente, tendo em vista como
ele a coloca em 1 Co 14.1 como sendo o mais sublime dos dons espirituais que podiam ser
manifestados na igreja local.
Embora a profecia pudesse muito bem incluir a revelação de mistérios ocultos, Paulo parece ter
estado mais interessado no encorajamento que provém da Palavra de Deus. Era este tipo de
mensagem que corria o perigo de ser negligenciado e considerado de nenhum valor. O mandamento
negativo de Paulo é, com efeito, uma exortação positiva no sentido de estimar e apreciar aquilo que
os profetas dizem, e a implicação é que alguns membros da congregação eram céticos quanto ao
valor de tais mensagens.
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5.19,20. O judaísmo antigo em geral associava o Espírito à Profecia. Paulo não quer que ninguém
apague a fala genuinamente inspirada. O termo traduzido por “apagar” em geral se referia ao fogo,
o que se alinha à imagem, no Antigo Testamento, dos profetas incapazes de reprimir a inspiração
divina (Jr 20.9).
5.21,22. Talvez, pelo fato de a inspiração extática figurar em certas seitas religiosas gregas, (p. 707)
Paulo esteja advertindo os tessalonicenses a não confundir a inspiração profética presente na igreja
com o tipo de inspiração comum no paganismo. Há que lembrar, no entanto, que a necessidade de
julgar as profecias já era mencionada no Antigo Testamento. Nele, muitos profetas recebiam
instruções de profetas veteranos, que os ensinavam a serem sensíveis à inspiração do Espírito (1Sm
19.20). Como esses profetas veteranos não estavam presentes na maioria das primeiras
congregações cristãs, o exame mútuo entre os cristãos que tinham dom de profecia era necessário
(1Co 14.29).
COUSINS, Peter E. 1 Tessalonicenses. BRUCE, F.F. (org.). Comentário Bíblico NVI: Antigo e
Novo Testamentos. São Paulo: Editora Vida, 2008.
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v. 19. “Apagar o Espírito” poderia significar dissuadir alguém de usar os dons espirituais, mas e
improvável que tenha havido essa tendência numa igreja tão jovem. Em Corinto, existia o perigo
oposto. Provavelmente a ênfase seja ética, uma advertência contra a conduta que poderia abafar a
ação do Espírito (cf. Ef 4.30).
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Possivelmente a igreja tinha tido uma experiência negativa com eles [profetas] (cf. 1Jo4.1-3), e em
vez de exercer o discernimento entre as profecias verdadeiras e falsas, estava sendo severa demais
com toda a atividade profética.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: volume II. Santo
André, SP: Geográfica editora, 2006.
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Os profetas da Igreja primitiva pregavam a verdade de modo direto, movidos pelo Espírito Santo.
Seu conhecimento espiritual lhes era concedido pelo Espírito, e era comum falarem em línguas. É
por isso que os dons da profecia, de línguas e do conhecimento são agrupados em 1 Coríntios 13.
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Sem dúvida, havia certos riscos nesse tipo de ministério, pois Satanás (ou a carne) poderiam tentar
imitar uma mensagem de Deus e, desse modo, fazer a igreja se desviar. Se a igreja refreasse tais
pessoas, apagaria o Espírito. Se cresse em tudo que diziam, talvez acabasse obedecendo a falsos
espíritos. A resposta era “julgar todas as coisas”. É preciso haver discernimento de espíritos (1 Co
12.10; 1 Jo 4.1-4). Paulo apresenta regras específicas para essa situação em 1 Coríntios 14.29-33.
Não se pode permitir que o fogo do Espírito se apague no altar de nosso coração; deve-se manter a
devoção a Cristo, que nos motiva e enche-nos de energia.
Paulo pede a Timóteo que “[reavive] o dom de Deus que há em ti” (2 Tm 1.6), sendo que o verbo
“reavivar” refere-se a “atiçar um fogo”. Ao que parece, Timóteo havia negligenciado esse dom (1
Tm 4.14) e precisou ser lembrado de reavivá-lo. Tanto o cristão quanto a congregação devem evitar
extremos: legalistas e formalistas apagam o fogo, enquanto fanáticos deixam que o fogo queime
descontroladamente.