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Não apagueis o Espírito - Fichamento

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: 1 e 2 Tessalonicenses. São Paulo:


Editora Cultura Cristã, 1998.

p. 205
Embora, segundo alguns intérpretes, não houvesse nada de miraculoso em profetizar, não
compartilhamos de tal opinião. A igreja, em sua infância, não possuía ainda a Bília completa
(Antigo e Novo Testamentos). (…) Em tal situação, Deus, graciosamente, providenciou apoios ou
dotações especiais, até que chegasse o tempo quando esses dons não mais seriam necessários. Um
desses dons era a profecia.

(…) porquanto a mensagem do profeta, em contraste com o pronunciamento de quem falava em


línguas, era prontamente entendida (1Co 14.1,2,4,5,6) –, contudo era tida em pouca estima por
alguns dos membros da igreja de Tessalônica.

p. 206
Além do mais, por meio do desprezo feito ao pronunciamento profético, seu Autor, o Espírito Santo,
era desonrado. Na igreja primitiva, o dom de profecia era como uma chama ardente. Tal chama não
deveria ser apagada ou extinta! (Para o verbo, cf. Mt 12.20; 25.8; Mc 9.48; Ef 6.16; Hb 11.34.) (…)
É como se Paulo dissesse: “Ao menosprezarem os pronunciamentos dos profetas que se encontram
em seu meio, estão depreciando a obra daquele que não é outro senão o próprio Espírito Santo.”

E sempre que o Parácleto põe em cena um autêntico profeta, o enganador apresenta seu falso
profeta. A mais fácil – não, porém, a mais sábia – reação a esse estado de coisas é o desprezo a toda
profecia.

Paulo, pois, estabelece o correto curso de ação que a congregação devia seguir: “Não desprezeis os
pronunciamentos proféticos, provai (sobre o verbo [provar], veja-se 1 Ts 2.4), porém, todas as
coisas.” O padrão pelo qual o verdadeiro profeta se distingue do falso é que o primeiro nunca
declarará nada que seja contrário ao que Deus tornou conhecido previamente em sua revelação
especial.

p. 207
(…) na igreja primitiva, alguns homens parece que foram dotados com a rara habilidade de
distinguir entre a genuína e a falsa profecia (veja-se 1Co 12.10: “e a outro, a capacidade de discernir
os espíritos”).

(…) “Provem todas as coisas” não pode significar “Experimentem tudo de uma vez”, ou “entrem
em cada lugar de impiedade e descubram por vocês mesmos o que se faz ali”. No contexto dado,
significa simplesmente que, em vez de menosprezar toda a qualquer palavra profética, é preciso
testar aquelas que se apresentam como tal. O que é bom deve ser aceito; toda espécie de mal (…)
deve ser evitada.
MARSHALL, I. Howard. I e II Tessalonicenses: introdução e comentário. São Paulo: Edições Vida
Nova e Editora Mundo Cristão, 1993.

p. 187
19.
Há cinco declarações no imperativo. As duas primeiras (vv. 19, 20) estão em paralelismo mútuo

Não apagueis o Espírito é um mandamento que retoma a metáfora do Espírito como fogo (Mt 3.11
par. Lc 3.16; At 2.3; Rm 12.11; 1 Tm 1.6). (…) provavelmente se tratasse de uma reação contra o
que pode ter aparecido como ênfase demasiadamente entusiasta dada ao Espírito.

p. 188
Uma vez que os dons foram dados para o benefício da igreja, segue-se que onde a igreja for hostil
ou indiferente para com eles, o exercício deles seria apagado; aqueles que poderiam exercer o dom
ficariam reticentes em assim fazer.

20.
Em especial, Paulo enfatizou a importância da profecia. Não é surpreendente, tendo em vista como
ele a coloca em 1 Co 14.1 como sendo o mais sublime dos dons espirituais que podiam ser
manifestados na igreja local.

Embora a profecia pudesse muito bem incluir a revelação de mistérios ocultos, Paulo parece ter
estado mais interessado no encorajamento que provém da Palavra de Deus. Era este tipo de
mensagem que corria o perigo de ser negligenciado e considerado de nenhum valor. O mandamento
negativo de Paulo é, com efeito, uma exortação positiva no sentido de estimar e apreciar aquilo que
os profetas dizem, e a implicação é que alguns membros da congregação eram céticos quanto ao
valor de tais mensagens.

KEENER, Craig S. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Novo Testamento. São Paulo:


Vida Nova, 2017.

p. 706
5.19,20. O judaísmo antigo em geral associava o Espírito à Profecia. Paulo não quer que ninguém
apague a fala genuinamente inspirada. O termo traduzido por “apagar” em geral se referia ao fogo,
o que se alinha à imagem, no Antigo Testamento, dos profetas incapazes de reprimir a inspiração
divina (Jr 20.9).

5.21,22. Talvez, pelo fato de a inspiração extática figurar em certas seitas religiosas gregas, (p. 707)
Paulo esteja advertindo os tessalonicenses a não confundir a inspiração profética presente na igreja
com o tipo de inspiração comum no paganismo. Há que lembrar, no entanto, que a necessidade de
julgar as profecias já era mencionada no Antigo Testamento. Nele, muitos profetas recebiam
instruções de profetas veteranos, que os ensinavam a serem sensíveis à inspiração do Espírito (1Sm
19.20). Como esses profetas veteranos não estavam presentes na maioria das primeiras
congregações cristãs, o exame mútuo entre os cristãos que tinham dom de profecia era necessário
(1Co 14.29).
COUSINS, Peter E. 1 Tessalonicenses. BRUCE, F.F. (org.). Comentário Bíblico NVI: Antigo e
Novo Testamentos. São Paulo: Editora Vida, 2008.

p. 2028
v. 19. “Apagar o Espírito” poderia significar dissuadir alguém de usar os dons espirituais, mas e
improvável que tenha havido essa tendência numa igreja tão jovem. Em Corinto, existia o perigo
oposto. Provavelmente a ênfase seja ética, uma advertência contra a conduta que poderia abafar a
ação do Espírito (cf. Ef 4.30).

MARSHALL, I. Howard. I Tessalonicenses. CARSON, D. A. Comentário Bíblico: Vida Nova.


São Paulo: Vida Nova, 2009.

p. 1931
Possivelmente a igreja tinha tido uma experiência negativa com eles [profetas] (cf. 1Jo4.1-3), e em
vez de exercer o discernimento entre as profecias verdadeiras e falsas, estava sendo severa demais
com toda a atividade profética.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: volume II. Santo
André, SP: Geográfica editora, 2006.
p. 245
Os profetas da Igreja primitiva pregavam a verdade de modo direto, movidos pelo Espírito Santo.
Seu conhecimento espiritual lhes era concedido pelo Espírito, e era comum falarem em línguas. É
por isso que os dons da profecia, de línguas e do conhecimento são agrupados em 1 Coríntios 13.

p. 246
Sem dúvida, havia certos riscos nesse tipo de ministério, pois Satanás (ou a carne) poderiam tentar
imitar uma mensagem de Deus e, desse modo, fazer a igreja se desviar. Se a igreja refreasse tais
pessoas, apagaria o Espírito. Se cresse em tudo que diziam, talvez acabasse obedecendo a falsos
espíritos. A resposta era “julgar todas as coisas”. É preciso haver discernimento de espíritos (1 Co
12.10; 1 Jo 4.1-4). Paulo apresenta regras específicas para essa situação em 1 Coríntios 14.29-33.

Não se pode permitir que o fogo do Espírito se apague no altar de nosso coração; deve-se manter a
devoção a Cristo, que nos motiva e enche-nos de energia.

Paulo pede a Timóteo que “[reavive] o dom de Deus que há em ti” (2 Tm 1.6), sendo que o verbo
“reavivar” refere-se a “atiçar um fogo”. Ao que parece, Timóteo havia negligenciado esse dom (1
Tm 4.14) e precisou ser lembrado de reavivá-lo. Tanto o cristão quanto a congregação devem evitar
extremos: legalistas e formalistas apagam o fogo, enquanto fanáticos deixam que o fogo queime
descontroladamente.

Textos subjacentes nas Escrituras:


Pentateuco: o profeta precisa ser provado
Crentes em Bereia
Retem o que é bom

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