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UNIVERSIDADE FEDERAL DO

PIAUI

CAMPUS SENADOR HELVIDIO NUNES DE


BARROS- CSHNB

DISPLINA: LINGUÍSTICA APLICADA

DOCENTE : VALDINÉIA LUCIA DE


SOUSA

JOSIANE ANTONIA DA SILVA

A INCLUSÃO DO SISTEMA SINGWRITING NA REDE


PÚBLICA DO ENSINO FUNDAMENTAL I E II

PICOS PI

2024
Resumo

Esse presente artigo vem tratar de uma temática muito importante como, a
exclusão de crianças com deficiência auditiva no meio escolar e na sociedade,
e por meio desse estudo, vamos trazer uma possível solução para esse grande
obstáculo e adaptar o ensino voltados para alunos surdos. Em um primeiro
momento vamos apresentar o sistema singwriting que é um sistema
internacional de fácil acesso em que qualquer pessoa pode acessar! O
sistema se parece como um de tradução, por ser internacional tem vários
idiomas e precisa se adaptado para a língua portuguesa ou sua língua fluente,
é como um tradutor, por exemplo, de inglês para português, do mesmo jeito, no
Brasil, do português para libras, pois troca informações da língua portuguesa
para a língua de sinais, sem haver a necessidade de ser falado oral, podendo
ser uma imagem. Também iremos retratar como tudo começou na língua
gestual, os desafios dos surdos, até o sistema singwriting, forma de utilizá-los,
sua importância e mostraremos como uma do meios é feito pelas crianças do
ensino fundamental I e II

Palavras chaves: sistema singwriting, deficiência auditiva, libras.

INTRODUÇÃO

1.1 Língua gestual


A língua gestual (feito por meio de gestos) nasceu a partir de pessoas
mudas que não escutavam e queriam se comunicar, então apontava para
algo, forma para a pessoa ouvinte entender e por meio dessa interação de
comunicação, surgiu os primeiros gestos da língua de sinais. Isto é um
processo independente criada na mente do surdo/ mudo que se desenvolve
a partir da racionalização e da tentativa de comunicação com o próximo.
•Gesto (a maneira como suas mãos braços e pernas se movimentam).
•Contato visual ( pode ser direto, de forma indireta)
• Aproximação (pode ser a distância em que o surdo quer se comunicar
com a outra pessoa)
• Expressão (é feito com as expressões faciais, ex: sorrir, chorar)

Os primeiros relatos sobre surdos foram na antiguidade!


Em alguns lugares os surdos eram vistos como figuras sagradas e assim
como na atualidade, na antiguidade existiam e existem muitos
preconceitos. Atualmente em alguns lugares eles são excluídos pois a
maioria das pessoas não entende o que ele querem repassar por meio dos
gestos, ou melhor só se entende a língua de sinais um amante da língua,
isto é, que admira ou algum parente, amigo, o restante não faz questão de
aprender ou esforço, o que faz com que contribui para a exclusão dessas
pessoas, e também pelo preconceito, as pessoas não chegam perto de
pessoas que têm algum tipo de deficiência.
Na antiguidade na região da pérsia e no Egito eles eram vistos como
figuras abençoadas enviados pelos deuses, pois por serem diferentes e
não se comunicarem com pessoas, acreditavam que se comunicavam
diretamente com os deuses, então por esse motivo, essa crença, eles eram
muito respeitados e tinham até uma certa devoção.
Já entre os hebreus a situação era diferente havia uma espécie de apelo
para que não cometessem discriminação ou perseguição contra surdos.
Então percebe-se que já existia uma espécie de preconceito pelos surdos.

Em outras civilizações poderiam ser bem piores, os surdos por conta da


sua condição eram vistos como uma punição divina por seus pecados
cometidos pelos seus antepassados, portanto um castigo dos deuses e por
conta disso eram excluídos socialmente e supostamente agredidos. Os
gregos acreditavam que o surdo não tinha capacidade para aprender uma
vez que o ensino só seria repassado através da fala e linguagem.
Nos romanos a discriminação nem se fala, os surdos não poderiam
receber heranças, não poderiam fazer testamentos, os surdos já que não
podiam falar, eram proibidos de assinar contratos, receber heranças e
conviver socialmente.

Então o que podemos citar com esses relatos é a forma como o surdo era
tratado desde a antiguidade até os dias de hoje, o tratamento variava de
sociedade em sociedade, as lei, as lutas a sobrevivência, os dias atuais em
que ainda sofrem exclusão, apesar dos avanços e das novas escolas.

1.2 LIBRAS

A língua brasileira de sinais (LIBRAS) é a comunicação feita por meio da


interação de gestos e da comunidade surda brasileira. A língua ganha um
grande passo quando o imperador Dom Pedro II em 1850 (que tinha um
parente surdo e desejava que ele estudasse) convida o francês Ernest
Huet (que também era surdo desde os 12 anos de idade ) para lecionar
aqui no Brasil.

O francês aprendeu a se comunicar com os surdos que morava nas ruas de


Paris, a partir disso elaborou uma série de sinais até formar a sua primeira
escola, que ficou conhecida como instituto de surdos de Paris, ele
acreditava que os ensinando a língua de sinais poderia ensinar o
cristianismo.
Voltando para o Brasil quando Ernest Huet começou a sua carreira, quando
foi criado em 1857 o imperial instituto dos surdos mudos que nos dias
de hoje é conhecido como instituto nacional de educação de surdos ou
INES. A criação dessa escola foi registrada na lei número 839 de 26 de
setembro de 1857.
O francês foi diretor do colégio de 1857 a 1861,Pois ele saiu do Brasil e
assumiu um outro novo diretor. E quanto a matrícula, no início só recebiam
alunos em formato de internato e só do sexo masculino.
Esse sistema ficou implantado no Brasil até o século xx porque em 1880,
no Congresso de Milão ficou estabelecido que os estudos dos surdos iam
ser por meio da fala, e que o gesto seriam proibidos porque acharam que a
língua era “inferior” e não tinha tanta importância, claro que os surdos não
deixaram de fazer sinais. Houve uma reviravolta até na década de 1970
quando o Brasil começou a valer-se da filosofia da comunicação total, isto
é, teria que haver a junção da língua oral e a língua de sinais e seguimos
até os dias atuais nesse dilema, por isso o bilinguismo português e libra.

O criador da línguas de Sinais foi o clérigo francês Charles Michel de l’peé


em meados dos séculos XVIII. Criou um método de ensino para pessoas
surdas e um alfabeto manual que deu nome de língua de sinais francesa.

Em 24 de Abril de 2002 a libras foi reconhecida como meio legal de


comunicação e expressão das comunidades surdas do Brasil!, um marco, a
Lei 10.436 foi decretada pelo congresso nacional e sancionado pelo
presidente da república.

temos o dia 23 de setembro que é conhecido como o dia internacional da


libras. Outro avanço como o estatuto do deficiente em seu artigo 4°,
“informa que toda a pessoa com deficiência tem direito a igualdade de
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de
discriminação.”. infelizmente isso só funciona mesmo no papel.

No Brasil o índice de 5% da população brasileira apresentam alguma


deficiência auditiva .Isso significa que mais de 10 milhões apresenta algum
grau de surdez e 2,7 milhões tem surdez profunda. Para completar a
dificuldade só existe no Brasil 230 intérpretes,

Há um projeto de lei 390/21 da deputada Valéria Bolsonaro (PRTB)


assegura alfabetização em libras a partir do primeiro ano do ensino
fundamental, em escolas públicas e privadas. Infelizmente não temos
professores suficientes para essa demanda enorme que só cresce.

Segundo o IBGE em 2002 a população brasileira era cerca de 203.062.512


habitantes. No ano de 2009- um evento intitulado locomotiva e a semana
da acessibilidade surda, lançou um índice de escolarização de surdos,
notou se que cerca de 7% dos surtos brasileiros têm ensino completo,
15% frequentava a escola até o ensino médio, 46% até o fundamental,
enquanto 32% não tem um 1° grau de instrução. Percebe- se a dificuldade
que o surdo tem de se manter em uma escola, logo, está em um lugar que
ninguém te entende!
No Brasil existem duas línguas de sinais:
• língua de sinais kaapor brasileira( usados pelos índios dessa tribo)
• língua Brasileira de sinais( libras.

A modalidade de ensino bilíngue da comunidade surda do Brasil é lei, que


institui a língua de sinais como a primeira e a língua portuguesa como
segunda língua.
Atualmente há cerca de 6 escolas bilíngues de surdo/mudo com 63.106
alunos surdos desde surdos/cegos e com deficiência auditiva, isso de
acordo com o instituto nacional de estudos e pesquisas educacionais Anísio
Teixeira INEP.

1.3 a implementação do sistema singwriting na rede de ensino público no


ensino fundamental I E II.

No fundamental I, contamos com aulas de arte, ciências, educação física,


Geografia, história, língua portuguesa, matemática, ensino religioso, inglês
e espanhol.
No fundamental II, há acréscimo de biologia, química, física redação,
literatura a partir do 9° ano.
Se temos todas essas disciplinas , por que não colocar mais uma de libras
e diminuir os 45 minutos de cada aula e colocar pelo menos duas vezes por
semana?
Há um estudo que comprova que é mais fácil uma criança aprender do que
um adulto, esse estudo diz que há um neurotransmissor chamado GABA
(neurotransmissor ácido y aminobutírico). Uma criança aprende a ler,
calcular, responder questões, em muito menos tempo do que um adulto. o
estudo mostra que esse neurotransmissor, ajuda a processar novas
informações e preparar seus cérebros para aprender e armazenar outras
informações. Portanto, sabemos que a criança nasce praticamente sem
conhecimento, e a partir de interações com o ambiente e pessoas ela vai
aprender e absorver conhecimentos, logo a cabeça da criança que
aparentemente é vazia, logo se preencherá de conhecimentos novos.
Foi feito um estudo em comparação entre as idades das crianças de 8 e 11
anos e os adultos entre 18 e 35 e foi Descoberto que a quantidade do
GABA é bem maior nos adultos do que nas crianças, porém a criança
apresenta um rápido aumento de concentração desse neurotransmissor,
portanto o aprendizado é muito maior que os adultos.
Obviamente se sabemos que uma criança tem mais capacidade de
aprendizagem que um adulto então porquê não inserir no ensino
fundamental? Visto que é mais fácil uma criança pegar uma infinidades de
sinais do que um adulto, de outra forma, pode ser visto com divertimento,
por exemplo nos sistemas SINGWRITING por meio da função sing poodle
que é implantado como desenhos pode chamar a atenção das crianças
para algo divertido.

1.4. sistema singwriting

SINGWRITING foi criado na década de 1970, por Valérie Sultan uma


bailarina que criou o dancewriting e gravou seus movimentos!! Desenvolveu
inicialmente o sistema para anotar movimentos de dança e, e
posteriormente numa viagem à Dinamarca com intuito de divulgar essa
escrita foi convidada por pesquisadores de língua de sinais dinamarqueses
a escrever sinalização gravados em vídeo, através dessas anotações deu-
se origem em 1974 ao singwriting.

O sistema signwriting é um sistema de representação gráfica das línguas


de sinais que permite através de símbolos visuais representar as
configurações das mãos e seus movimentos, das expressões faciais e os
deslocamentos corporais. Este sistema tem um caráter gráfico esquemático
intuitivo que funciona como um sistema de escrita alfabética em que as
unidades básicas atuais fundamentos suas propriedades.

O sistema singwriting pode se tornar uma ferramenta de tradução dos


conteúdos, necessários ao ensino aprendizagem, porque funciona como
um canal de comunicação entre educadores e alunos surdos. Principais
contribuições do singwriting .

° Permite ao surdo expressar-se livremente mostrando sua fluência na


língua de sinais, ao contrário da língua oral

° da status social da língua de sinais quando mostra que o surdo tem uma
escrita própria.

° ajuda a melhorar a comunicação .

° contribuí com o desenvolvimento cognitivo dos surdos e estimulando sua


criatividade organizando seus pensamentos e facilitando sua aprendizagem
.

°Permite ao aprender outras línguas de sinais

° auxilia a pesquisa das línguas de sinais

° Pode ser usada na construção de dicionários e glossários diretamente


além de sinais.

Para facilitar o uso do singwriting foi criada programas computacionais que


auxiliam na edição de textos como o single poodle e assim apresentamos
as crianças surdas essas ferramentas do mundo da escola, esse aplicativo
facilita a colocação de imagens, vídeos coloridos que até então não tinha.
Foi criado essa plataforma de auxílio para o sistema singwriting no ano de
2003 pelo desenvolvedor de sistemas Steve Slevinski
Apesar do sistema singwriting ser uma avanço, ainda é de difícil acesso,
pois são poucos conhecidos e usuários dessa ferramenta (CAMPOS,
2012.p. 14) .

1.5 a importância do singwriting para a sociedade

Antigamente usuários da língua de sinais não tinham como escrever na sua


própria língua, isso quer dizer, que para escrever precisavam usar uma
língua oral. Nessa língua a maioria dos surdos encontram muitas
dificuldades de expressão mesmo depois de muitos anos de escolaridade.
Com o sistema singwriting existe a possibilidade dos surdos escreveram
no seu próprio idioma sem ter que usar uma língua oral.

1.6 metodológia

“Quem fala português, escreve em português, quem fala inglês escreve em


inglês, e os surdos em que língua escrevem? (STUMPF; WANDERLEY
2016,p. 93.) Essa frase é de uma reflexão enorme, porque o surdo, ele é
humano, como todos nós, temos as mesmas vontades, os mesmos desejos,
sonhos, então porque excluir? Esse artigo tem como objetivo geral, analisar e
apresentar soluções para a diminuição da exclusão dessas pessoas e incluir
uma forma mais acessível eles (surdos) e para os demais (pessoas sem
nenhuma deficiência auditiva). O artigo também inclui o uso das crianças do
ensino fundamental I e II, como foi apresentado acima, as crianças têm uma
facilidade de aprender e absorver informações mais do que um adulto, então se
começar da A partir da criança, quando o surdo se tornar um adulto, ele não
terá tido uma infância sofrida e logo que será um exemplo para outras crianças
surdas, até se tornar um novo professor, e às crianças que não tem nenhuma
deficiência auditiva compartilharam o conhecimento de libras, pois o Brasil é
escasso no que diz respeito a educação de surdos, pois em muitos lugares às
pessoas nem tem conhecimento sobre a a língua de sinais.
1.7 considerações finais

O singwriting oferece aos surdos e aos ouvintes e a interação de pessoas por


meio de gestos e trocas de informações em q um manifesta o sinal e o outro
absorve pelo olhar às informações. Infelizmente não temos a prática do
programa nas escolas, pois a escassez de bilíngues é grande e o número de
surdos a cada ano que passa só aumenta. Portanto o sistema singwriting é de
tamanha utilidade para ser implementado em todas às escolas do país,
resultando na diminuição do preconceito, e exclusão de surdos.

1.8 referências bibliográficas

Quadros, R. (sd). Língua Brasileira de Sinais. Consultado em fevereiro de


2012, http://www.ronice.cce.prof.ufsc.br/index_arquivos/Page5 68.htm.

Quadros, R. (2006). Efeitos de modalidade de língua: as línguas de sinais.


Educação Temática Digital,

Campinas, v. 7, n. 2, 168-178. Consultado em março de 2012,


http://www.slideshare.net/asustecnologia/modalidade-em-lingua-desinais.

Quadros, R., & Karnopp, L. (2004). Língua de sinais brasileira: Estudos


linguísticos. Porto Alegre: Artmed Editora.

Stumpf, M. (sd). Lições sobre o SignWriting – Um sistema de escrita para


língua de sinais.

Stumpf, M. (2011). Escrita das línguas gestuais. Lisboa: Universidade


Católica Editora.

Sutton, V. (2002). Lessons in Signwriting. La Jolla: The Deaf Action.

Links
https://www.al.sp.gov.br/noticia/?23/09/2021/diainternacionaldalinguagemd
esinais-procura-promover-a-inclusao-de-pessoassurdas
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-populacao-brasileira.htm
https://escritadesinais.wordpress.com/page/2/
https://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEssecifica/
escrita DeSinaisI/scos/cap15513/1.
https://www.libras.com.br/valerie-sutton
https://www.signwriting.org/lessons/
https://www.signwriting.org/archive/symposium/
https://www.google.com/amp/s/www.preparaenem.com/amp/historia/lingua-
brasileira-de-sinais-libras.htm
https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2021/08/
educacao-bilingue-de-surdos-se-torna-modalidade-de-ensino-
independente#:~:text=Atualmente%2C%20h%C3%A1%2064%20escolas
%20bil%C3%ADngues,Educacionais%20An%C3%ADsio%20Teixeira
%20(Inep).
https://mundoeducacao.uol.com.br/educacao/lingua-brasileira-de-sinais-
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programa-de-ensino-medio-em-tempo-integral
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archive/docs5/sw0472-BR-Licoes-SignWriting.pdf

https://www.google.com/amp/s/www.terra.com.br/amp/byte/saiba-por-que-
criancas-aprendem-mais-rapido-do-que-
adultos,491995d2b22a14aed0b2b7c41f8e0446ff8hawkx.html

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