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LIBRAS I

Francyllayans Karla da Silva Fernandes


Deficiente Auditivo

• Pessoa que possui uma perda


auditiva, que pode ser de diferentes
níveis, desde uma perda auditiva
leve até uma surdez profunda. busca
utilizar como sua principal via de
comunicação a oral-auditiva, através
do uso de aparelhos auditivos. não
utiliza libras e se comunica de forma
oral.
Surdo

— Pessoa que não ouve o suficiente


para processar informações
linguísticas pela via oral auditiva,
independente do nível (leve,
moderada, severa) , criando para
isso uma entidade linguística e uma
cultural própria, utilizando como
meio de comunicação a língua de
sinais.
Mudo
• Pessoa que por comprometimentos
em seu aparelho fonador não
consegue emitir sons, ou seja, não
produz barulho algum e é incapaz de
desenvolver a fala oral.

Surdo-Mudo
• Pessoa com surdez e mudez, ou
seja, não emite som e não escuta.
Ouvinte

• Termo proposto pela


comunidade surda, o qual é
utilizado para as pessoas que
não são surdas, ou seja, que
ouvem e por isso utilizam a via
mais comum para a
comunicação, a oral-auditiva.
Língua X Linguagem
LINGUAGEM: é tudo que envolve significação, que pode ser humano
(pintura, música, cinema), animal (abelhas, golfinhos, baleias) ou artificial
(linguagem de computador, código Morse, código internacional de
bandeiras). Ou seja, “sistema de comunicação natural ou artificial, humana
ou não” (Fernandes, 2002:16).
LÍNGUA: É um conjunto de palavras, SIGNOS, sinais e expressões,
organizados a partir de regras, sendo utilizadA por um povo para sua
interação.

OBS: Assim como as línguas orais, as línguas de sinais se organizam


em diferentes níveis: semântico, sintático, morfológico e fonológico.
“Língua" de sinais e não
“Linguagem" de sinais
v Oviedo (1996): “Língua” designa um específico sistema de signos
que é utilizado por uma comunidade para se comunicarem.
v “Linguagem” está relacionada à capacidade de comunicação
através de um sistema de signos.
HISTÓRIA
• Na antiguidade os surdos não eram
considerados seres humanos competentes,
pois o pensamento dependia da linguagem e
a linguagem não se desenvolvia sem a fala;

• Surdos como incapazes, sem direitos legais,


não humanos e até o séc. XII não podiam
casar;

• Para igreja católica da idade média os surdos


não tinham almas imortais e eram
considerados castigados pelos deuses;

• No final da idade média já se esboçava um


caminho para a educação dos surdos;
HISTÓRIA
• Na idade moderna (séc. XIV) Bartolo dela marca considera que
os surdos poderiam ser expressar por sinais ou pela língua oral;

• No séc. XVI Girolamo afirma que os surdos poderiam ser


ensinados a ler e a escrever sem falar;

• O primeiro professor de surdos foi Pedro Ponce de León


demonstrando que a concepção médica acerca dos surdos não
era verdadeira;

• Em 1620 Juan Pablo Bonet publicou um livro com o alfabeto


digital e com o seu método para ensinar os surdos a falar;

• Um século depois Jacob Rodrigues Pereire modificou o alfabeto


digital de Bonet alterando o formato da mão, o som de cada letra
e acrescentou formas para os números e pontuações. ele era
fluente na língua de sinais, mas defendia a oralização.
HISTÓRIA
• Pedro Ponce de Leon – primeiro professor de
Surdos, ensinando eles a falar, ler e escrever;

• Charles M. De L’Epée – primeiro a estudar uma


língua de sinais para surdos;
• L’Epée – os sinais é língua natural dos surdos
sendo o veículo mais adequado para desenvolver
o pensamento e sua comunicação;
• Desenvolveu UM NOVO MÉTODO NA
EDUCAÇÃO DOS SURDOS E FOI
RESPONSÁVEL PELA PRIMEIRA ESCOLA
PÚBLICA PARA SURDOS NO MUNDO EM PARIS.
HISTÓRIA
• Na Idade Contemporânea o oralismo ganhou força através
de Alexander Grahan Bel que foi o pior inimigo dos surdos,
pois ele via a surdez como um desvio, uma doença que
deveria ser curada ou aliviada e a língua de sinais como
uma comunicação que deveria ser evitada.

• Congresso Internacional em Milão 1880 - melhor método


para a educação e comunicação do surdo era o oralismo,
ou seja, os surdos precisavam adquirir a fala;

“a partir daí as crianças surdas, muitas vezes, tinha suas


mãos amarradas para trás e eram obrigadas a sentarem em
cima das mãos ao irem para a escola, para que não
usassem a língua de sinais. tal opressão perdurou por mais
de um século, trazendo uma série de consequências
sociais e educacionais negativas.”
HISTÓRIA
• No séc. XIX, em 26 de Setembro de 1857, foi criado
no Rio de Janeiro o primeiro Instituto Nacional de
Educação dos Surdos graças ao surdo E. Heut com o
apoio de D. Pedro II;
• No séc. XX surgem os primeiros relatos do insucesso
do oralismo, pois a oralização não permitia que os
surdos conseguissem trabalho e nem comunicação
com estranhos.
• Como solução surge a comunicação total que
permitia a utilização de qualquer forma de
comunicação, ou seja, a língua de sinais
acompanhada da fala;
• O INES é hoje o centro de referencia nacional na
área da educação dos surdo desde a Educação
Infantil até o Ensino Médio.
HISTÓRIA
• O papel linguístico da Língua de Sinais
continuou a não ser reconhecido, enquanto a
escrita era vista como a grande linha de acesso
para a linguagem;

• O séc. XX foi um marco para a inclusão das


pessoas com deficiência, entretanto por
considerarmos o surdo como um sujeito
linguisticamente diferente apenas no séc. XXI a
Língua de Sinais foi reconhecida como Língua
através do Decreto nº 5.626/2005 o qual
regulamenta a Lei 10.436/2002, que dispõe
sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
HISTÓRIA
• As políticas bilíngues são importantes para
que o surdo consiga viver e exercer os
seus direitos com cidadão, ou seja, o
surdo deve ter acesso a todos os espaços
sociais com o direito de utilizar a sua
Língua.
• A proposta legal determina que o surdo
deve fazer parte de um processo
educacional que ensine a Libras como
primeira Língua e o Português como L2 na
modalidade escrita.
1. A Língua de Sinais é universal;

2. A Língua de Sinais é formada por gestos;

3. Todo surdo sabe Língua de Sinais;

4. A Língua de Sinais é derivada da Língua Oral;

5. A Língua de Sinais se restringe ao alfabeto manual;


6. A Língua de Sinais não tem estrutura gramatical;

7. A Língua de Sinais é mais lenta do que a Língua Oral;

8. Os surdos possuem comprometimento cognitivo;

9. Em Língua de Sinais só podem ser transmitidas ideias


concretas;

10. A Língua de Sinais não possui modalidade escrita própria;


ESTUDO DE CASO 1
Antônio Fábio tem oito anos e frequenta o 3º ano numa escola pública municipal (Paraíba). De acordo com a
mãe de Antônio Fábio, a causa da surdez foi catapora que a mãe teve na gestação, o que causou perda
auditiva bilateral. A comunicação utilizada entre os pais e a criança é através de gestos e mímicas, pois Antônio
Fábio e os pais desconhecem Libras (Língua Brasileira de Sinais). Na escola, também se comunica com os
colegas e professoras por gestos, escrita e desenho. As professoras alegam não saber Libras por falta de
formação inicial, ou seja, não tiveram contato com a Libras durante sua formação. As professoras da escola
relatam que a sobrecarga de trabalho e a falta de tempo impossibilitam a busca pela formação continuada. O
relacionamento de Antônio Fábio com colegas é bom e na hora do recreio eles interagem e realizam
brincadeiras juntos. Quando termina o intervalo Antônio Fábio dirige-se à fila no pátio, observando e seguindo
seus colegas. As professoras perceberam que Antônio Fábio gosta quebra-cabeça e jogo memória, atividades
artísticas e jogos de computador. Contudo, Antônio Fábio apresenta resistência em fazer as atividades de
escrita no caderno principalmente de Português porque é difícil para ele. Quanto à dinâmica na sala de aula, a
professora de Antônio Fábio dirige-se poucas vezes a ele e para realização das atividades sem demonstrar
preocupação com a aprendizagem do aluno e interação dele com os alunos. A distribuição das carteiras na sala
de aula é padronizada em filas e as atividades são individuais. Geralmente Antônio Fábio leva as atividades da
sala para terminar em casa. Diante das dificuldades, a professora de Antônio Fábio relata que: não estou
preparada para a inclusão de surdos”.
Artefatos culturais
CULTURA

O QUE É?
COMO SE ADQUIRE?
COMO SE DESENVOLVE?
CONCEITO
• Herança que um grupo social transmite a seus membros
através da aprendizagem e da convivência;
• As múltiplas manifestações de grupos culturais como festas,
lendas, crenças, modo de se vestir, comida e sua língua;
• A cultura não vem pronta, ela se modifica e se atualiza;
• A cultura determina a forma de ver, interpretar, ser, explicar e
compreender o mundo (HALL, 1997).
CULTURA SURDA
• É o jeito surdo de entender o mundo e de modificá-lo,
tornando-o acessível e habitável. Dessa forma, o surdo
ajusta o mundo as suas percepções visuais, as quais
contribuem para definição de identidade surda
(STROBEL, 2009).
• É algo que penetra na pele do povo surdo (STROBEL,
2009).
CONCEITO
— SURDO: Pessoa que não ouve o suficiente para processar
informações linguísticas pela via mais comum, a oral auditiva,
criando para isso uma entidade linguística e cultural própria – a
língua de sinais e a cultura surda (SACKS, 1990).

• POVO SURDO: Sujeitos surdos que compartilham costumes,


histórias e tradições, com as mesmas peculiaridades culturais
mesmo não habitando no mesmo lugar, pois estão ligados por um
código de formação visual (STROBEL, 2009).
CONCEITO
• IDENTIDADE SURDA: São construídas dentro das
representações possíveis da cultura surda (PERLIN, 2004).

• COMUNIDADE SURDA: Conjunto de pessoas surdas e


ouvintes que vivem em um determinado local, partilham
objetivos comuns e que trabalham para alcançar esses
objetivos.
OS ARTEFATOS CULTURAIS
DO POVO SURDO

• Peculiaridades da cultura surda que não faz


referência apenas ao materialismo cultural,
mas aquilo que na cultura se constitui como
produções do sujeito que tem seu próprio
modo de ser, ver, entender e transformar o
mundo (STROBEL, 2009).
EXPERIÊNCIA VISUAL
• Os sujeitos surdos percebem o mundo de maneira diferente, utilizando
a visão, em substituição total à audição, como meio de comunicação.
• AS PERCEPÇÕES VISUAIS ABRANGEM ÀS EXPRESSÕES FACIAIS
E CORPORAIS que são muito usadas durante a comunicação em
Libras, pois a língua de sinais capta as experiências visuais dos
sujeitos surdos;
• As expressões desempenham papel de suma importância na
conversação, deixando tanto o emissor como receptor cientes do
contexto e da intensidade do que se sinaliza.
LINGUÍSTICO
• Criação, utilização e difusão das Línguas de sinais;
• Contato dos surdos da zona rural com a Língua acontece por meio
de gestos caseiros ou sinais emergentes;
• A aquisição da língua de sinais pelo surdo como sua Língua natural;
• Ensino do português como segunda Língua na modalidade escrita
mediante os limites para aquisição de forma natural e espontânea;
• A modalidade escrita da língua de sinais fortalecem a sua condição
de língua.
RELATO DE STROBEL
• A autora revela que não se
sentia confortável nas aulas de
religião da escola e, ao ser
questionada pela mãe sobre os
motivos para o desconforto, ela
responde que não saberia como
Deus a entenderia quando
morresse, visto que ela não
sabia falar.
LINGUÍSTICO
• A criança surda precisa ser estimulada em sua Língua
precocemente;
• Mediante o contato com a língua a criança surda desenvolverá sua
autoestima e sua identidade surda;
• Privar o surdo do contato com sua Língua causa efeitos
devastadores, pois ele irá atrás de uma identidade ouvinte que
jamais alcançará;
• É natural o surdo formar seu próprios guetos e buscar dialogar
mais entre eles.
LINGUÍSTICO
• O artefato linguístico inclui a Língua de Sinais, como um aspecto
fundamental da Cultura Surda e também os gestos denominados
“sinais emergente” ou “sinais caseiros”, que são usados por
surdos que não tiveram contato com outros surdos e, por isso,
criaram dentro do lar gestos e mímicas para conseguirem se
comunicar em família.
• Entretanto, a comunicação é frágil e cheia de lacunas, o que
acarreta prejuízos para esses sujeitos.
FAMILIAR
• Estudos revelam que 95% das crianças surdas nascem em
famílias ouvintes;
• A família é o primeiro núcleo da sociedade que enfatiza o
discurso da medicalização da surdez porque, ao perceberem
os mínimos indícios de que seus bebês são surdos, os pais os
levam ao médico que, na maioria dos casos, indicará ou o
implante coclear ou a proibição dos sinais sob a ameaça de
que assim eles sempre serão deficientes.
FAMILIAR
• Ao se desenvolver, a criança surda cresce carente de diálogo
ao redor da mesa durante as refeições, nas celebrações, datas
comemorativas, programações na TV.
• Exceções são os casos em que os membros da família
aprendem língua de sinais e servem de intérpretes para seus
parentes surdos, fazendo a ponte entre eles e os ouvintes.
• Nas famílias em que os membros surdos são maioria, a cultura
surda é transmitida às gerações futuras com muita
naturalidade.
LITERATURA SURDA
• Engloba todos os relatos e produções culturais que envolvam
as experiências dos surdos ao longo dos anos, tendo a língua
de sinais, questões de cultura e identidade surdas.
• São os registros que ficam para que as próximas gerações de
surdos, para que tenham acesso ao legado cultural dos seus
antepassados.
• Os gêneros textuais comuns são poesia, piadas, romances,
fábulas, lendas e outras manifestações culturais.
LITERATURA SURDA
• A literatura surda encontra-se atualmente em vídeos no
YouTube, Instagram e narram as dificuldades e/ou
vitórias, as diversas experiências vividas pelo povo surdo.
• Muitos surdos, poetas e escritores, registram suas
expressões literárias em língua portuguesa.
• As piadas surdas, bem como as demais representações
literárias deste povo, expressam muito da Cultura Surda.
FONTE: Peixoto (2020, p. 44)
Vida social e esportiva
• A marca deste artefato é a aglutinação da comunidade surda por meio
das associações de surdos, da prática de esportes, da vida escolar e a
frequência a eventos sociais que envolvem a promoção da cultura
surda.
• Estão incluídos nesta categoria o batismo em língua de sinais, o bater
palmas sem produzir sons (com as mãos levantadas girando no ar), as
adaptações visuais com bandeiras coloridas em partidas de futebol
(substituindo os apitos), etc.
• Corresponde aos acontecimentos culturais, tais como: casamento
entre surdos, festas, lazeres, eventos desportivos e demais atividades.
Vida social e esportiva
• As primeiras pessoas com deficiência a
promover competições esportivas foram os
surdos, a partir de 1924, quando realizaram os
primeiros Jogos Olímpicos para surdos, na
França.
• O esporte é um elo fundamental entre os
surdos, pois incentiva a aquisição da língua de
sinais por meio do contato com os seus pares
linguísticos, permitindo a ampliação das redes
de comunicação para aquisição de informação
e consolidação da identidade como surdo.
ARTES VISUAIS
• As criações artísticas sintetizam as emoções, histórias, subjetividades e
a cultura surda;
• Os artistas surdos criam as obras para que o mundo saiba o que
pensam, suas crenças e a forma como eles olham e interpretam o
mundo;
• Os surdos artistas fazem desenhos, pinturas, esculturas e outras
manifestações artísticas, demonstrando também as discriminações
sofridas pelo surdo;
• Os surdos se identificam com pinturas que contém os artefatos
culturais.
ARTES VISUAIS
• A Língua de Sinais é utilizada
pelos surdos no teatro, atrelada
as feições e ao corpo,
expressando a identidade surda;
• Muitos surdos se destacaram no
teatro e no cinema. Ex: Marlee
Matlin que ganhou o Oscar de
melhor atriz no filme “Os filhos do
Silêncio”
ARTES VISUAIS
• No Brasil tem muitos atores surdos. EX: Nelson
Pimenta, dono da empresa “LSBVideo” que
produz livros, jogos didáticos e DVD’s em
Língua de Sinais com histórias infantis, poesias
e dramatizações.
• Atualmente Nelson tem seu próprio programa
na TV INES e convida personalidades
interessantes para conversarem sobre temas
atuais e relevantes para a comunidade surda.
ARTES VISUAIS
• Crisálida é a primeira produção de ficção
bilíngue brasileira, contada tanto em português
quanto em Libras, a Língua Brasileira de
Sinais, abordando a diversidade e a
experiência da cultura surda no sul do país.
• De autoria de Alessandra da Rosa Pinho, aluna
de Letras Libras da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), Crisálida foi criada em
2014, quando foi primeiro desenvolvida como
filme;
ARTES VISUAIS
• Em 2016 o projeto foi transformado em quatro
episódios de 30 minutos, e a primeira
temporada foi licenciada para a TV Cultura.
• São retratados em quatro episódios os
dilemas e sutilezas familiares, sociais, culturais
e emocionais da vida dos surdos;
• Cada episódio da série retrata uma história e
um universo independente, entretanto, é
interessante assistir na sequencia para
compreensão das narrativas.
POLÍTICA
• O artefato cultural político são os movimentos e lutas do povo
surdo pelos seus direitos;
• As associações eram os espaços de uniam para ajudar uns aos
outros, fornecer informações, incentivos e entretenimento.
• Atualmente as associações dos surdos tem como maior objetivo
a política, ou seja, a luta pelos seus direitos.
• Cada localidade deve possuir a sua própria associação de
surdos, a qual deve vincular-se a associação Regional e Federal.
POLÍTICA
• A Federação Nacional de Educação dos Surdos (FENEIS) é uma
entidade filantrópica, sem fins lucrativos com finalidade sociocultural,
assistencial e educacional, lutando pelos direitos da comunidade
surda.
• Foi através dos movimentos políticos que o surdo conseguiu o
reconhecimento legal da Libras, a inserção da disciplina de Libras nos
cursos de Licenciatura e o direito a utilização da Libras em todos os
espaços sociais.
• Os movimentos políticos também efetivaram o direito linguístico do
surdo de ter um processo educacional bilíngue.
MATERIAIS
• São resultado da transformação da natureza pelo trabalho
humano;
• Algumas tecnologias são de uso geral, mas extremamente
necessárias para o povo surdo;
• A presença da língua de sinais em diversos contextos sociais
favorece o surgimento de mais intérpretes de Libras,
principalmente na mídia;
• Os artefatos materiais são os recursos facilitadores do dia a dia
dos surdos, pois contribuem com a acessibilidade do povo surdo.
MATERIAIS
• Recursos como: legenda, tradutor automático em sites,
mensagens de texto no SAC, campainhas residenciais
luminosas, despertadores que vibram e babás eletrônicas que
ascendem com o choro do bebê são importantes para a
acessibilidade do surdo.
• Alguns artefatos materiais passaram por modificações e outros
caíram em desuso, visto que, a tecnologia favoreceu o
desenvolvimento de outros recursos mais práticos e/ou
acessíveis.
TDD / CELULAR
RELIGIOSO
• Durkheim afirma que a religião não é um fenômeno passageiro,
porém é um aspecto essencial e definitivo da humanidade e ainda
enfatiza que não existe sociedade sem a natural busca ao sagrado;
• Não é apenas disponibilizar um intérprete de Língua de Sinais e
reservar cadeiras preferenciais para que surdos assistam os rituais
e liturgias realizados pelos ouvintes;
• Atualmente encontramos surdos pastores, padres, missionários,
professores de ensino religioso e seminaristas, atuando
efetivamente nas missas, cultos e encontros religiosos.
RELIGIOSO
• Os ouvintes expressam seus cânticos orais e os
surdos através das mãos e de expressões
corporais.
• Os surdos também compõem músicas próprias em
Libras originadas de sua cultura baseada em
vivencias visuais.
• Geralmente as músicas sinalizadas não tem
acompanhamento de som, são acompanhadas de
gravações de músicas instrumentais com batidas
marcantes, ou ainda, ao som do instrumento de
percussão denominado “surdo”.
RELIGIOSO
• O surdo para acompanhar a oração não poderá́
se posicionar de costas e nem fechar os olhos, ele
deverá se posicionar de frente para visualizar a
sinalização e assim acompanhar a oração;
• Outra forma de oração coletiva é a união dos pés
ao invés das mãos, pois assim todos os surdos
que estão no círculo poderão recitar a oração.
• Percebe-se que os surdos passaram da posição
de meros espectadores para fiéis atuantes, o que
aumentou o número de reuniões, missas, cultos,
acampamentos, congressos e encontros no
âmbito religioso organizados por surdos,
evidenciando a sua vivência visual.
ESTUDO DE CASO 2
Bianca Bruna é uma jovem surda, nascida em 1986, filha de Seráfia. Bianca Bruna foi diagnosticada com deficiência auditiva
tardiamente, o que trouxe implicações para o seu desenvolvimento intelectual e cognitivo. Bianca Bruna teve uma infância
igual a de outras crianças, no entanto, apresentava uma dificuldade na fala, que sua mãe acreditava que seria resolvida com o
tempo. Contudo, por volta dos três ou quatro anos, notou-se que ela tinha uma perda auditiva significativa. Por volta dos 13
anos de idade, sua mãe a levou a um médico, que a diagnosticou com uma considerável perda auditiva bilateral. O
diagnóstico já era esperado pela mãe, porém a idade era considerada muito avançada para descoberta da surdez. Seráfia
ressalta que a dificuldade de levar a filha a médicos e de se locomover para cidades vizinhas acabaram por prejudicar todo o
desenvolvimento cognitivo e intelectual, trazendo consequências que interferiram na vida da sua filha. É muito importante o
diagnóstico precoce da surdez, para que haja um tratamento adequado e eficaz, de acordo com cada caso e grau da perda
auditiva. Durante o processo educacional, alguns professores afirmaram que a escola não iria proporcionar a construção da
aprendizagem de Bianca Bruna, apesar disso, ela permaneceu e, em paralelo, sua mãe tentava o ensinar a ler e escrever em
casa. Seráfia não teve sucesso na sua tentativa e nem apoio dos professores e de outros profissionais, como consequência
recusaram a voltar para a escola. Bianca Bruna sempre foi muito tranquila e obediente, porém quando entrou na adolescência,
aos 16 anos, com a descoberta do seu corpo e identidade, começou a apresentar uma inquietação e ansiedade na tentativa
de se comunicar. Quando essas inquietações não são bem interpretadas, afetam esses sujeitos. Na fase adulta, ainda houve
a tentativa de reintegração escolar, por professores locais, mas Bianca Bruna se recusou mesmo dispondo de infraestrutura e
políticas públicas que auxiliariam nesse processo. No vilarejo onde ela mora, a economia gira em torno da pesca, assim
mediante à falta de formação, não foi possível conseguir outro emprego e ela continua morando no mesmo local, encontra-se
bem e namorando, mas sem desenvolver a Libras e nem o português na modalidade escrita.
ASPECTOS FONOLÓGICOS
PARÂMETROS
• Configuração de Mão;
• Ponto de Articulação;
• Movimento;
• Direção/Orientação;
• Expressões:
– Faciais
– Corporais
1- CONFIGURAÇÃO DE MÃO
1- CONFIGURAÇÃO DE MÃO

• São as formas das mãos


utilizadas na confecção dos
sinais.

• Alguns sinais podem ser


feitos com uma ou duas
mãos, independente da
lateralidade de quem sinaliza.
2- PONTO DE ARTICULAÇÃO

• É o local onde o sinal


estará sendo feito.
• Pode tocar alguma parte
do corpo ou estar em um
espaço neutro.
3- MOVIMENTO

• Os sinais podem ter ou


não ter um movimento.
• Os movimentos fazem
parte da produção de
sentido do sinal.
4- DIREÇÃO / ORIENTAÇÃO

• Os sinais podem ter uma


direção.
• as mãos possuem uma
orientação.
5- EXPRESSÃO FACIAL E CORPORAL

• Pode ser um componente


obrigatório ao fazer
alguns sinais.
• Pode ser utilizada para
intensificar um sinal.
OBRIGADA

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