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BEM - VINDO(A),

INICIAREMOS EM INSTANTES….
PROF. MSc. ROBERT EDWARD
LÍNGUA BRASILEIRA DE
SINAIS - LIBRAS
PROF. MSc. ROBERT EDWARD
UNIDADE 1 - SURDEZ, LIBRAS E LÍNGUA
PORTUGUESA: DEFINIÇÕES E
CARACTERÍSTICAS
❑ Surdez, suas causas e terminologias.
❑ Aquisição para o surdo da Libras (L1) e língua
portuguesa (L2).
❑ Abordagem do bilinguismo.
❑ Aspectos históricos da educação dos surdos.
❑ Leis e órgãos atuantes no Brasil.
❑ Cultura e identidade da comunidade surda.
❑ Em geral utilizamos as terminologias “deficiência
auditiva” e “surdez”, mas qual a diferença entre
esses termos ou será que estamos nos referindo à
mesma coisa?

❑ Segundo o MEC (2006), existem vários tipos de


pessoas com surdez, que varia de acordo com os
graus de perda de audição.
CARACTERIZANDO A SURDEZ
O Art. 2 º , decreto nº 5.626/2005 nos diz:
Considera-se pessoa surda aquela que, por ter
perda auditiva, compreende e interage com o
mundo por meio de experiências visuais,
manifestando sua cultura principalmente pelo uso
da Língua Brasileira de Sinais - Libras
TERMINOLOGIAS UTILIZADAS
⮚ Surdez: é a perda parcial ou total da audição.
⮚ Deficiência auditiva: são os tipos de surdez e seus
variados níveis de baixa audição. Isso acontece
quando a pessoa ainda tem resíduo auditivo.
⮚ Surdo-mudo: é a definição mais antiga, mas que
infelizmente ainda é utilizada no senso comum.
GRAUS DE PERDA AUDITIVA
Perda auditiva leve: de 26 a 40 dB.
Dificuldade para ouvir cochicho.

Perda auditiva moderada: de 41 a 55


dB. Dificuldade para ouvir canto de um
pássaro.

Perda auditiva severa: de 71 a 90 dB.


Dificuldades para ouvir ao telefone.

Perda auditiva profunda: acima de 91


dB. Dificuldade para ouvir sons fortes.
AS PRINCIPAIS CAUSAS DA
PERDA AUDITIVA NO RN
✔ Pré-natais: o feto adquire a surdez através da mãe, no
período gestacional (Rubéola, Citomegalovírus,
Toxoplasmose, Sífilis, Herpes, AIDS).
✔ Perinatais: quando a criança fica surda em decorrência
de problemas no parto (trauma ou hereditário).
✔ Pós-natais: a criança fica surda em decorrência de
problemas após seu nascimento (otites e hereditário).
O TESTE DA ORELHINHA
TESTE É LEI!

Lei nº 12.303, de 2 de
agosto de 2010, que torna
obrigatória a realização
do exame denominado
Emissões Otoacústicas
Evocadas ou o teste da
orelhinha.
TESTE POSITIVO: O QUE FAZER?

Uma vez confirmados o tipo e grau da perda auditiva, o


bebê será encaminhado para um programa de intervenção
precoce, que poderá compreender de orientação familiar,
uso de aparelhos de amplificação (AASI ou implante
coclear) e terapia fonoaudiológica.
ABORDAGENS DE COMUNICAÇÃO E
ENSINO PARA OS SURDOS.
⮚ Oralista: é o processo que pretende capacitar o surdo a
se apropriar da fala.
⮚ Comunicação total: utiliza-se de todas as formas de
comunicação: língua de sinais, mímicas, oralidade,
escrita, enfim, todas as formas de se fazer entender.
⮚ Bilíngue: o objetivo é levar acessibilidade ao surdo por
meio da primeira língua para o surdo , LIBRAS como
(L1) e a segunda língua será a Língua Portuguesa (L2)
na modalidade escrita.
BILINGUISMO
⮚ A filosofia bilíngue apresenta uma proposta de ensino
pautada no acesso a duas línguas no contexto escolar,
sendo que a língua portuguesa é na modalidade escrita.
⮚ O objetivo é que o surdo tenha um desenvolvimento
acadêmico similar ao do ouvinte, por isso o acesso as
duas línguas se faz necessário.
LIBRAS COMO PRIMEIRA LÍNGUA
(L1)
⮚ (L1) canal utilizado para comunicação: visão e espaço
disponível para realização dos sinais.

MEC (2007)
O processo de aquisição das línguas ocorre de acordo
com a maturação da criança, tanto para criança ouvinte
como surda. Mesmo processo de construção, uns usando
sinais e outros oralidade. Vamos ver essas fases
brevemente.
⮚ Na primeira fase a criança surda produz gestos
simples e as crianças ouvintes balbuciam.
⮚ Na segunda fase a criança surda começa a
relacionar gestos com objetos, a criança ouvinte
começa a relacionar sons com objetos.
⮚ Na terceira fase a criança surda começa a utilizar
dois ou mais gestos para indicar uma frase, a
criança ouvinte fala duas ou mais palavras para
indicar uma frase.
LÍNGUA PORTUGUESA COMO
SEGUNDA LÍNGUA (L2).
❑ Independente da condição é importante ressaltar A
IMPORTÂNCIA DO APOIO ESCRITO para o surdo, de
preferência desde a educação infantil.
❑ Por isso a orientação é oferecer e introduzir novos
vocábulos escritos, sempre associando o sinal
correspondente ao objeto e aos poucos amplia-se o
repertório vocabular da criança surda.
REPRESENTAÇÕES DO SUJEITO
SURDO NO CONTEXTO HISTÓRICO
Historicismo: Final do século 19. Os surdos são vistos como
deficientes e patológicos. A educação deve ter um caráter clínico-
terapêutico, e a língua de sinais é extremamente prejudicial aos
surdos.
História crítica: após a 2º guerra mundial. Narrados como
“coitadinhos”; A educação é vista como caridade; Também é nessa
época que começa a inclusão da língua de sinais como um recurso
no contexto social e educacional.
História Cultural: entre a década de 70 até os nossos dias. Não
são mais narrados como coitados e sim sujeitos com experiências
visuais e capazes de exercer qualquer função. Começa a
identificação de identidades e culturas surdas. A língua de sinais é
vista como uma manifestação da diferença linguística-cultural.
CONGRESSO DE MILÃO 1880.
❑ O método oral foi votado como sendo o mais adequado
para ser adotado pelas escolas de surdos e sociedade;
❑ A a língua de sinais foi proibida oficialmente, alegando
que a mesma destruía a capacidade da fala dos
surdos, argumentando que os surdos eram
“preguiçosos”.
❑ Todos os professores surdos que estavam ali foram
negados o direito de votar.
CONQUISTAS LEGAIS

❑ A Libras deve ser inserida como disciplina curricular


obrigatória nos cursos de formação de professores [...];
❑ A lei assegura esse direito de acessibilidade
comunicacional em todos os ambientes compartilhado
pelos surdos;
❑ Lei de Libras 2002;
❑ Lei que assegura condições de acesso ao serviço
telefônico para deficientes auditivos e da fala;
❑ Lei que regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete
da Língua Brasileira de Sinais – Libras.
ORGÃOS DE APOIO A COMUNIDADE
SURDA ATUANTES NO BRASIL
⮚ Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES:
é subordinado diretamente ao Ministério da Educação,
e atua em articulação com a Secretaria de Educação
Especial. Promove a educação, a ciência e a cultura, e
na formulação da política nacional de Educação de
Surdos.
⮚ Federação Nacional de Educação e Integração dos
Surdos – FENEIS. Ela é ligada à Federação Mundial
dos surdos, é uma instituição não governamental,
filantrópica, sem fins lucrativos, com caráter
educacional, assistencial e sociocultural.
IDENTIDADE SURDA – IDENTIDADE
FLUTUANTE

O surdo se espelha na representação do ouvinte,


vivendo e se manifestando de acordo com o mundo
ouvinte;
Não participam da comunidade Surda associações e
lutas políticas;
Desconhecem ou rejeitam a presença do intérprete
de Língua de Sinais e demonstram resistência à
Língua de Sinais, quer ouçam algum som, quer não
ouçam, persistem em usar aparelhos auriculares,
não usam tecnologia dos Surdos.
IDENTIDADE INCONFOMADA

Se sente numa identidade subalterna ao ouvinte, em


geral os ouvintes determinam seus comportamentos,
vida e aprendizados;
Não consegue captar a representação da identidade
Surda, nem da ouvinte.
Sua comunicação é por alguns Sinais, muitas vezes
incompreensíveis.
IDENTIDADE DE TRANSIÇÃO

O contato dos surdos com a comunidade surda é tardio,


pois a aquisição da cultura Surda não se dá na infância;
Passa por um conflito cultural.
E quando passam a ter contato com a comunidade surda
ainda ficam com sequelas da cultura ouvinte.
Há uma passagem da comunicação visual/oral para a
comunicação visual/sinalizada tanto no seu dia a dia como
no contexto educacional.
IDENTIDADE HÍBRIDA
Surdos que nasceram ouvintes e por algum motivo
(doença/acidente) ficaram surdos.
Podem ser usuários da língua oral ou de Sinais para se
comunicar;
Sua escrita obedece à estrutura da Língua de Sinais.
Aceita-se como Surdo e participa da cultura e comunidade
surda.
IDENTIDADE SURDA
Ser surdo é estar no mundo visual e desenvolver sua
experiência na Língua de Sinais.
Trata-se de uma identidade fortemente marcada pela
política surda.
São usuários nativos de língua de sinais;
Buscam auxílio de intérpretes, de educação e em outros
ambientes, passam aos outros Surdos sua cultura, sua
forma de ser diferente;
Usam tecnologias próprias da comunidade surda.
COMUNIDADE SURDA E
CULTURA SURDA
Segundo Strobel (2008, p. 31), “ a comunidade surda de
fato não é só de sujeitos surdos, há também sujeitos
ouvintes. Já os membros de uma cultura surda
comportam-se como sujeitos surdos e compartilham entre
si das crenças de sujeitos surdos, sendo estes membros
pertencentes ao povo surdo”.
CULTURA SURDA E CULTURA
OUVINTE
UNIDADE 2 - LIBRAS: ASPECTOS
LINGUÍSTICOS E ESTRUTURAIS
❑ Conceito de LIBRAS como língua e não como uma
linguagem;
❑ Entenderemos a estrutura gramatical de Libras;
❑ Compreenderemos seus parâmetros e classes de
palavras;
❑ Conheceremos o alfabeto manual e seu uso;
❑ Aprenderemos os numerais e suas diferenças.
CONCEITO DE LIBRAS
Para Quadros (1997) “[...] o receptor utiliza os olhos
ao invés dos ouvidos para entender o que está sendo
comunicado”.
Entendemos assim, que a informação linguística de
língua de sinais é recebida principalmente pelos olhos, e
que, os sinais são construídos de acordo com as
possibilidades perceptivas do sistema visual humano.
LIBRAS
A linguagem é qualquer
Você sabe se é língua sistema de signos
ou linguagem? simbólicos empregados
para expressar e
comunicar ideias e
sentimentos.
No caso da língua de sinais
lhe é atribuído o status de
língua porque ela, embora
sendo de modalidade
gestual visual, tem sua
gramática própria e é
composta por diferenças
regionais e socioculturais.
LIBRAS E SUAS MODALIDADES
COMUNICATIVAS
Língua de
Sinais
Formal:
utiliza a
estrutura da
Língua
língua de de
Sinais
sinais, sendo
Informal
a ou
Nativa:
comunicaçãonão
utiliza as
gramaticalme
Português
regras da
nte correta
sinalizado
Língua
em de
Libras.
ou
sinais, é
bimodalismo
produzida a
:partir
é a da
produção
imagem de
cada
mental palavra
da
Comunicação
total: é o uso
simultâneo da
língua de sinais,
língua falada,
imagens, escritas,
mímicas
PIDGIN: etc.,
nasce ouda
seja, se utiliza
utilização de de
todos
palavras os de
meios
uma
para
línguacomunicar-se
com
com os surdos.
estrutura de outra
língua. Gostaria de
ressaltar
Sistema de que essa
modalidade
classificação é (cl):
usada
refere-sequando
aos os
surdos
diferentesestão em
modos
um
como evento que ése
um sinal
fala várias línguas
produzido,
de sinais.
representando
ESTRUTURA LÍNGUISTICA DA LIBRAS
VERSUS LÍNGUA PORTUGUESA
CONFIGURAÇÃO
DE MÃOS
É a forma das mãos
em frente ao corpo,
que se movimentam
em determinada
localização. O sinal
pode ser articulado
com uma ou as duas
mãos.
PONTO DE ARTICULAÇÃO (PA)

É o espaço de realização dos


sinais. O corpo PODE OU
NÃO ser usado como
principal instrumento para se
fazerem os sinais. o sinal não
poderá ser feito em qualquer
espaço, mas, cada sinal tem
seu espaço correto que se
dividem em quatro regiões
principais: cabeça, mão,
tronco, braço e espaço-
neutro.
MOVIMENTOS

É o deslocamento da mão no
espaço durante a realização dos
sinais. O movimento pode estar
nas mãos, pulsos e antebraço.
Os movimentos direcionais
podem ser unidirecionais,
bidirecionais ou multidirecionais;
a maneira é a categoria que
descreve a qualidade, a tensão
e a velocidade do movimento; a
frequência refere-se ao número
de repetições de um
movimento.
EXPRESSÃO NÃO MANUAL OU
FACIAL/CORPORAL

Podemos afirmar que


as expressões faciais
e corporais são
potencializadas nas
línguas de sinais de
qualquer país, e elas
podem ter ou não
função linguística,
além disso, podem
afirmar, negar e ainda
passar a informação
errada.
CRIAÇÃO E RESTRIÇÃO DE SINAIS
Os sinais não podem ser feitos de qualquer maneira,
para tanto, há a necessidade de o interlocutor, ao
fazer o sinal, tomar cuidado com a acuidade visual,
principalmente em sinais que são feitos na região da
face, esta tem que estar livre de impedimento, pois é
onde o interlocutor fixa o olhar.
TIPOS DE SINAIS
QUANTO AO GÊNERO: no momento em que é feito o
sinal para a indicação do gênero, acrescenta-se o sinal de
mulher ou de homem, quer a referência seja a pessoas
ou a animais.
QUANTO À FORMA: os sinais icônicos são os sinais que
se parecem com o objeto ou lugar referido.
Sinais arbitrários: são aqueles que não mantêm
nenhuma semelhança com aquela palavra.
Simples: quando formados por um único sinal.
Compostos: formados por dois ou mais sinais para
representar algo.
AMBIGUIDADE LEXICAL EM LIBRAS E
SUAS DIFERENTES FORMAS DE
MANIFESTAÇÃO
Ambiguidade lexical em Libras, é a característica das
expressões linguísticas que apresentam mais de um
sentido/significado para aquela palavra. Normalmente,
quando isso acontece, precisa de um contexto para ser
compreendida.
DATILOLOGIA
É a técnica de comunicação por meio de sinais feitos com
os dedos ou com as mãos.
É utilizado principalmente nas seguintes situações:
❑ Quando não existe ou se desconhece as palavras em
língua de sinais.
❑ É usado com maior frequência para indicar nomes de
pessoas, lugares e siglas.
NUMERAIS
A LIBRAS tem formas diferentes para apresentar os
numerais quando utilizados como cardinais, ordinais,
quantidade, medida, idade, dias da semana ou mês, horas
e valores monetários.
ACABOU!!!

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