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Introdução

A LIBRAS foi idealizada para que estudantes tenham contato com a cultura surda, que
envolve os preconceitos linguísticos existentes no Brasil e, também, as abordagens de
ensino para a Educação de Surdos.

A Língua de Sinais é a língua materna dos surdos, reconhecida como um meio de


comunicação legal, reconhecida pela Lei 10.436 de 2002. É a partir desta lei que os
profissionais da área da pedagogia, fonoaudiologia e licenciaturas têm a garantia do
contato com disciplina de Libras para a sua formação, o que é um avanço relevante tanto
para esses profissionais quanto para a comunidade surda.

O que você receberá, aqui, são informações que, com certeza, irão lhe auxiliar na tomada
de decisões em seu percurso profissional, caso em sua rotina diária você encontre pessoas
surdas ou outros profissionais que trabalhem com pessoas surdas. O contexto histórico de
lutas e exigências quanto a Educação dos Surdos no Brasil é cheio de acontecimentos,
proibições e conquistas. Desde já anuncio que será feito um retrospecto desses fatos. A
partir da convivência com os surdos, conforme o andamento dos nossos estudos,
perceberemos que é uma comunidade que lida em sua maioria com “guetos”. Geralmente,
os surdos optam por parceiros com características em comum. Muitos se mostram
inseguros com a aproximação e presença de ouvintes, por conta da incompreensão, este
comportamento é resultado das ações que perduram por muitos anos, o que ainda acontece
até hoje. No entanto, as dificuldades que foram vistas no passado serviram para se chegar
a um momento mais pertinente e acessível.

Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Olá! Se bem-vindo(a) à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento
de algumas competências profissionais até o término desta etapa de estudos.

 Compreender as diferenças a respeito do surdo.


 Aplicar as técnicas de comunicação.
 Identificar e solucionar problemas relacionados à convivência.
 Executar os procedimentos que envolvem o aprendizado e aspectos da cultura surda.

Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?

Ao trabalho!
O surdo no contexto histórico das sociedades

Quais conhecimentos você tem sobre deficiência auditiva? Com certeza já ouviu falar a
respeito dos surdos, deve ter visto pessoas dizendo: “todo surdo é mudo”, “são muito
agitados, se irritam fácil”, “leem nossos lábios”. Mas, a maioria das informações que
adquirimos através do senso comum sobre esse assunto não são reais.

Então, o objetivo deste estudo é esclarecer tais informações equivocadas e mostrar a


realidade sobre a comunidade surda.

A deficiência auditiva é uma diferença de atuação na sociedade entre um indivíduo e a


sua capacidade para a retenção dos sons.
A deficiência auditiva exibe uma abrangência no Brasil e, segundo os Decretos nº
3.298/99 e nº 5.5296/04, art. 4º, inc. II (BRASIL, 1999), é considerada “a perda
ambilateral, restrito ou na totalidade, de 41 decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma
nas frequências de 500 Hertz (Hz), 1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz”.

[…] considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage
com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente
pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Parágrafo único. Considera-se
deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou
mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz
(Decreto nº 5.626 de 22 de Dezembro de 2005.)

É preciso saber diferenciar a pessoa surda e entender que a surdez é a perda da audição,
que ocasiona, em muitos casos, a perda congênita, que, por conseguinte, faz surgir a
necessidade de comunicar-se pela língua de sinais.

Crianças que nascem com a audição intacta podem ter a audição comprometida. A
dificuldade pode acontecer por doença que causa a inutilidade da audição ou até
traumatismos e/ou lesões. Na maioria das situações, a pessoa que aprendeu a expressar-
se, após o ocorrido da lesão, que ocasionou a perda auditiva, adquirirá outra forma de
comunicação. Já os surdos de nascença, eles não são considerados deficientes porque já
se adaptaram a outros meios compensatórios de interação e comunicação.

Em ambas, mesmo com as dificuldades é importante o convívio na sociedade, porque em


vários ambientes as duas características de dificuldade auditiva estão presentes.

Segundo Quadros (2004), o hemisfério esquerdo do cérebro estabelece a linguagem, e o


direito processa as informações no âmbito espacial. Você sabia? Isso porque a Libras é
organizada de maneira que a informação seja captada por meio de uma mensagem visual.
Você acredita que esta língua se encontra no hemisfério direito do cérebro? Negativo!
Como a língua de sinais tem uma estrutura semelhante à língua expressa,
neurologicamente está submissa ao hemisfério esquerdo do cérebro, o responsável pela
linguagem.

Deixar claro essa diferença já é um bom começo para o entendimento da cultura surda,
porque ela é bem vivenciada no ambiente da comunidade.

Pertencem à cultura surda aqueles que não tem audição e se apropriam da língua de sinais
para se expressar. Os deficientes auditivos, que por alguma lesão ou trauma em algum
momento da vida e que adquiriram a surdez, aprenderão e se beneficiarão da nova forma
de comunicação.

Segundo Strobel (2008), os surdos tiveram um início de história visto por duas
expectativas, que é o olhar doutrinário e medicinal, das quais as pessoas surdas eram
representadas por pessoas com anomalias nos ouvidos, na composição vocal e no cérebro.
Esses pacientes tinham o empenho dos médicos, que estudavam acerca da fala e da
aprendizagem dos surdos com expectativas de possibilidades. Já, na visão doutrinária
religiosa, inicialmente, a igreja tinha a crença de que, como os surdos não ouviam se
comunicavam pela fala, eles não poderiam ter os perdoados deles pecados e,
consequentemente, seriam condenados ao inferno. Para a salvação, a Igreja
disponibilizava os membros do clero na prática da assistência a essas pessoas surdas.
Assim, os padres e demais religiosos tornaram-se responsáveis, zelando e cuidando da
educação dos surdos.

E diante desse olhar, antes de entender que nem todo surdo é mudo, o termo surdo-mudo
foi utilizado, em muitas situações, incorretamente, já que a mudez não tem relação com
a surdez. Como ainda não havia motivação para que os surdos desenvolvessem a fala,
surgiu essa expressão que “todo surdo é mudo”, que na verdade não deve ser usada.

As terapias de fala auxiliaram nessa quebra de mito, porque desenvolvem a fala dos
surdos e isso é um estímulo, se um surdo não se expressa por meio da fala,
necessariamente não é mudo. Porém, provavelmente, não obteve orientações para o seu
desenvolvimento, como exercícios que estimulam a comunicação oral.

A cultura dos surdos

As crenças criadas por falta de entendimento possibilitaram que muitos mitos se


disseminassem. No entanto, a partir do momento que foi aberto o acesso à comunicação
para o surdo, ele passou a interagir socialmente em vários ambientes dando origem a
formação de grupos sociais, nos dando a oportunidade de identificar a sua cultura e
peculiaridades.

Vamos refletir juntos sobre como se dá a cultura surda, fazendo, algumas perguntas como,
por exemplo, o que é cultura? Ela está relacionada apenas aquilo que é retratado por meio
da arte? Do conhecimento? Não, não podemos nos prender somente a isso, pois existem
várias formas de expressão e entendimento do conceito de cultura. Muitos significados
indicam o que é cultura, mas, aqui, vamos considerar cultura como uma linha de
comportamento, que traz uma percepção de um grupo social, no caso, os surdos.

Para dar uma definição de cultura surda, é coerente partir do senso que existe uma
separação, que parte de ouvintes e próprios surdos, que não compartilham de uma mesma
cultura. Observe o que dizem Santana e Bergamo.

Um outro modo de discutir a questão da cultura surda é bem mais complexo. Desse lado,
não vale a pena entrar em jogos teóricos como, por exemplo, se existe ou não cultura
surda e seu oposto, a cultura ouvinte [...]. Em outras palavras, seria preciso entender por
que persistem as opiniões em favor da cultura surda e entender quais as vantagens em
adotar (e defender) essa ideia. Assim, não parece interessante partir de uma ideia rígida e
preconcebida do que seja ou não cultura (SANTANA; BERGAMO, 2005, p. 574).

A história da cultura surda supera séculos. Concordava-se que o surdo tinha habilidade
de desenvolver a língua falada, por isso ele foi obrigado a utilizar a língua oral, mas a
oralização não trazia sentido, o vocabulário não remetia a nenhum significado e, a partir
da introdução da língua de sinais, foi possível a compreensão da linguagem e de tudo que
lhe rodeava;
Mundo solitário
No livro O voo da gaivota, uma autobiografia de Emanuelle Laborit, a autora surda relata
a sua rotina solitária, que por orientação médica havia sido recomendada a não se
relacionar com nenhum surdo, porque deveria ter em mente o aprendizado da língua oral.
Mesmo fazendo uso do aparelho auditivo, as palavras expressadas oralmente não faziam
sentido: “Quero entender o que dizem. Estou enjoada de ser prisioneira desse silêncio que
eles não procuram romper. Esforço-me o tempo todo, eles não muito. Os ouvintes não se
esforçam. Queria que se esforçassem” (LABORIT, 1994, p. 39).

Quando ela tinha por volta de 7 anos de idade, o pai dela ouviu no rádio uma notícia que
envolvia a surdez e a língua de sinais, se interessou e pensou que para ela talvez surgisse
ali uma esperança em relação as possibilidades comunicativas de sua filha. Após esse dia,
a autora relata a importância da língua de sinais para a sua vida em seu cotidiano.

A esperança de um novo nascimento, o início da vida novamente. O primeiro muro caiu.


Havia ainda outros em torno de mim, mas foi aberta a primeira brecha em minha prisão,
iria compreender o mundo com os olhos e com as mãos. Sonhava. Estava tão impaciente!
Diante de mim, havia aquele homem maravilhoso que me ensinava o mundo. O nome das
pessoas e das coisas; há um sinal para Bill, um para Alfredo, um para Jacques, meu pai,
minha mãe, minha irmã, para a casa, a mesa, o gato... Vivia! E tinha tantas perguntas a
fazer! Tantas e tantas. Estava ávida, sedenta de respostas, já que podiam me responder!
(LABORIT, 1994, p. 48).

Após esse relato, atesta-se que a língua de sinais auxilia em um novo sentido como surda,
abrindo os caminhos para a comunicação e compreensão daquilo que ainda era
desconhecido, possibilitando, de fato, a comunicação.
Acesso e conhecimento

A língua de sinais abriu caminhos e ajudou nos desenvolvimentos dos surdos,


possibilitando o acesso a novas culturas. Segundo Santana e Bergamo (2005, p. 572), “a
língua e a cultura são dois artefatos que caminham juntos, e mais, é uma ferramenta na
construção da cultura”.

É bem normal relacionarmos a palavra cultura à língua de sinais, como se a cultura fosse
formada apenas pela representação linguística. A língua de sinais foi uma estratégia de
relacionamento com o mundo, ajudou a tirá-lo do isolamento que o cercava.

A língua de sinais propiciou a formação de grupos sociais que interage e participa de uma
comunidade surda.

É notória a diferença entre a comunidade e a cultura surda, segundo Padden (1989, p. 5


apud FELIPE, 2007, p. 45), uma estudiosa linguista surda:

[...] uma cultura é um conjunto de comportamentos aprendidos de um grupo de pessoas


que possuem sua própria língua, valores, regras de comportamento e tradições’. Ao passo
que ‘uma comunidade é um sistema social geral, no qual pessoas vivem juntas,
compartilham metas comuns e partilham certas responsabilidades umas com as outras’.

Veja também o que diz a própria autora do livro Libras em Contexto, Tânia Felipe:
“A comunidade surda é formada regionalmente por pessoas que moram em determinadas

localizações, que buscam as mesmas metas, portanto, uma comunidade surda também

pode ter ouvintes, enquanto que a cultura surda é compartilhada de forma universal

somente pelos surdos, pois os membros da cultura surda comportam-se como pessoas

surdas, utilizam a língua de sinais e compartilham de crenças de pessoas surdas”.

(FELIPE, 2007, pág.45).

Para falar sobre a comunidade surda, inicialmente, precisamos entender que ela é
regional, ou seja, formada por pessoas que moram em determinadas regiões, que almejam
os mesmos objetivos e que também pode ter ouvintes, já a cultura surda é compartilhada
de forma mais ampla, universal, aceita somente surdos, pois os membros da cultura surda
demonstram um comportamento singular comportam-se como surdos, comunicam-se
através da língua de sinais e repartem experiências e crenças.

É importante compreendê-los e os considerar como um grupo social, que pratica


interação, se expressa e produz conhecimento como qualquer outro cidadão. Isto é, os
sujeitos pertencentes à cultura não entendem como problema a deficiência, ao contrário,
eles valorizam o uso da língua de sinais que sobrepõe a capacidade de expressão verbal.

Dessa forma, quando se pensar em cultura, deve-se ter um conceito de um conjunto de


práticas simbólicas de um determinado grupo: que usa a língua, as artes (literatura,
música, dança, teatro), a religião, o sentimento, as ideias, as ações, o modo de vestir, de
falar, entre tantas outras (SANTANA; BERGAMO, 2005, p.130).

Esse debate de conceitos, de estudos não finda de forma fácil, segundo Laraia (2008, p.
63), “provavelmente nunca terminará, pois uma compreensão exata do conceito de cultura
significa a compreensão da própria natureza humana, tema perene da incansável reflexão
humana”.

Existe uma cultura para o surdo, é a comunidade onde ele está inserido, onde se comunica
e desenvolve signos para expressar interação na língua que é de sua propriedade.

Esse reconhecimento traz uma bagagem de perseverança, persistência, diversidade e


aquisição pelo respeito à língua dos surdos.

Há muitas realizações a se concretizar com o crescimento regular da comunidade surda.

“Anular o passado e requerer o presente se mostrou como artefato cultural para os surdos.

Um passado imerso na obrigação de serem ouvintes e, em função disto, aceitar que os

outros fizessem a sua história, os dominassem, se tornou a marca mais deprimente. Diante
disto, surgem novos feitos e novas interpretações no cotidiano. Neste sentido, se

prosseguirmos com as velhas realidades, narradas como que no tempo colonial,

perigamos escrever uma história de holocausto, de dominação, de lamentos. Mas não é

por aí... Temos outros caminhos que, mesmo desconhecidos, merecem ser trazidos à tona,

vivenciados e narrados por constituírem a genuína história natural e cultural dos surdos.

De fato, temos nossas lutas de significação quais sejam: a busca por educação bilíngue,

por políticas para a língua de sinais no Brasil, pela abertura das portas das universidades,

por posições de igualdade, por ter intérpretes de língua de sinais e por serem válidos os

nossos direitos. Além desses, há muitos espaços que possibilitam novos signos e

significados que nos motivam, estando presentes em nosso cotidiano e que nos trazem

algo mais desejado – encarnar essas possibilidades ‘como pessoas completamente

diferentes

(PERLIM; STROBEL, 2014, p.20).

Indico o filme “O milagre de Anne Sullivan” (The Miracle Worker, 2000), dirigido por
Nadia Tass, que traz a história da escritora Helen Adams Keller, surda e cega, como ela
venceu certas dificuldades. O auxílio e compartilhamento da Mestre Anne Sullivan,
deficiente visual que lhe instruiu a língua dos sinais ainda na sua fase infantil, Helen
Keller veio a ser uma filósofa e jornalista excelente. Para assistir, acesse LINK.
Identidade surda

A história de Emanuelle Laborit (1994) traz informações sobre a sociedade surda e a


língua de sinais.

[...] Lugar de vida, de recreação, de aprendizado para os surdos. Lugar de encontro com
os pais enredados nas mesmas dificuldades, com os profissionais da surdez, que colocam
em causa as informações e as práticas do corpo médico. Pois eles estavam decididos a
ensinar uma língua, a língua de sinais. Não um código, um jargão; mas uma verdadeira
língua. Lembrando-se da primeira vez em Vincennes, mamãe conta: - Senti um medo
terrível. Confrontava-me com a realidade. Era como um segundo diagnóstico. As pessoas
eram calorosas, mas ouvi histórias sobre o sofrimento de crianças, o isolamento terrível
que tinham vivido antes. Suas dificuldades de adultos, seus combates permanentes.
Vomitei tudo aquilo. Havia me enganado. Tinham me enganado dizendo: ‘com a
reeducação, com o aparelho, ela vai falar...’. Meu pai conta: - Era como se até então não
houvesse escutado, ou não houvesse desejado escutar ‘um dia, ela FALARÁ’. Vincennes
é um outro mundo, o da realidade dos surdos, sem indulgência inútil, mas também o da
esperança dos surdos. Certamente, o surdo chega a falar, bem ou mal, mas trata-se apenas
de uma técnica incompleta para muitos deles, os surdos profundos. Com a língua de
sinais, mais a oralização e a vontade voraz de comunicação que sentia em mim, iria fazer
progressos espantosos. O primeiro, o imenso progresso em sete anos de existência acabara
de acontecer: eu me chamo ‘EU’ (LABORIT, 1994, p. 52-53).

Laborit, retrata o quanto conseguiu se encontrar, já que a proximidade com surdos e com
a língua de sinais proporcionou uma releitura de sua identidade e a sentir-se pertencente
a alguém.

A identidade relatada foi buscada com a ajuda da cultura surda, que opera de maneira
individual no âmbito da aprendizagem, diferente da vivência anterior.

Reconhecer a si mesma pode ser chamada de uma identidade, há uma autenticidade para
o surdo que é diferente do ouvinte, e até entre os próprios surdos. Como se pode ver mais
abaixo, há 5 possibilidades de identidade para o surdo.

Identidade surda: geralmente, a identidade relaciona- se aos filhos surdos de pais surdos,
instruídos a conviver com a percepção visual. Uma autenticidade que se destaca na
atuação pelos direitos do surdo, que necessita da língua de sinais para desenvolver uma
linguagem.
Identidade surda híbrida: é uma percepção evidente nos surdos que nasceram com a
audição intacta e lidam com a língua portuguesa e a língua de sinais. É uma analogia
peculiar em diferentes momentos, porque são conhecedores da estrutura do português
verbalizado.
Identidade de transição: os surdos mantidos em cárcere na igualdade de ouvintes,
viveram parte da vida convivendo e contatando com pessoas que se expressavam
verbalmente e não se relacionavam com surdos. Essa mudança acontece ao conhecer a
comunidade surda e daí passarem pelo processo de “des- ouvintização” comumente.
Grande número de surdos passa por esse estágio, posto que são filhos de ouvintes.
Identidade surda incompleta: nessa identidade, o surdo encontra dificuldade para
assumir-se, para ingressar na comunidade surda, justamente, por não fazer talvez uso total
da língua de sinais, persiste em percorrer ambientes que fazem parte da rotina de ouvintes.
Em outras palavras, ele não compreende e não fala na mesma simetria do ouvinte e, por
isso, não está inserido plenamente em nenhum dos grupos.
Identidade flutuante: são surdos que se expõem a partir do domínio dos ouvintes.
Retratado pelo surdo que tem ciência ou não, que é surdo, mas a sua postura é de um
ouvinte e insistem nisso a qualquer custo, assimilam que são surdos, se esforçam e
pensam que a vida seria melhor como ouvintes. Nessa identidade, o surdo despreza ou
não tem compromisso com a cultura surda e vive em uma situação de conformidade
(PERLIN, 1998).
É possível um ouvinte demonstrar uma autenticidade surda, em famílias. Quando
os pais são surdos e os filhos ouvintes, é comum, o uso da língua de sinais como
língua materna, para apenas após um tempo adquirirem a língua portuguesa.
Conceito sobre surdez e surdez na visão clínica e socioantropológica

Além dos mitos que ouvimos sobre a cultura surda, existem outras crenças sobre a
língua de sinais que é importante sabermos ao certo. Por exemplo, a mímica pode
ser considerada sinais, a língua de sinais expressa pensamentos, percepções,
opiniões, possibilita a discussão e resolução de assuntos e convicções complexos,
porém importante como assuntos relacionados a nação.

A ideia de que a língua de sinais é universal também é um mito. Tal afirmação é


incoerente porque não é possível ter uma comunicação gestual igualitária, com
entendimento geral para todos. Da mesma maneira que existe as diversidades na
língua falada, também a língua sinais sofre diferenças, correspondendo, não
menos, a fatores gramaticais, geográficos e culturais.

Há tempos que o estudo da linguística se limitava apenas às línguas orais, mas o


advento do reconhecimento da língua de sinais trouxe uma nova perspectiva de
abrangência que com o tempo vem ganhando espaço e se estabelecendo. As
abordagens orientadas a LIBRAS vêm com alcance específico educacional na defesa
da cultura surda. Essas variações não se resumem apenas à comparação dos
processos que promovem um enriquecimento do vocabulário, mas estão
relacionadas à percepção de mundo e à condição de complexidade em decorrência
do processo de aquisição da língua, aspectos culturais e até impactos políticos e
sociais na vida dos surdos. É importante apontar para aspectos relacionados à
organização da gramática e seu funcionamento. Há uma delimitação entre gesto,
língua de sinais e aprendizado de uma segunda língua, o que gera, muitas vezes,
incompreensão por parte dos surdos, que, por não terem orientação, não se
identificam com outros surdos quando se cria um determinado sinal.

As escolas de surdos, que adotam uma proposta bilíngue, proporcionam a


interação do surdo com outros, o que incentiva a aquisição da língua por parte de
crianças, jovens e adultos.

Para o surdo, o significado de cultura é compreender o mundo ao redor e torná-lo


ao alcance e habitável, adequar com as suas impressões visuais, que colabora para
o sentido das identidades surdas (STROBEL, 2008, p. 30), que contempla a língua e
hábitos.

Ainda sobre os mitos que envolve a relação dos surdos, mesmo após a conquista da
inserção da língua de sinais, é importante lembrar que os surdos enfrentaram
impedimentos que levaram a uma certa dificuldade de aceitação por parte da
sociedade, presença de intolerância no ambiente familiar e escolar. Segundo
Strobel (2008), nas décadas de 1970 e 1980, a aquisição de aprendizagem era
indiferente, de controle e de disciplinamento. As crianças surdas eram proibidas de
fazer uso da articulação gestual, quando não, eram comparadas a macacos e
obrigadas a se expressar oralmente, mesmo que de forma forçada, para serem
respeitadas.

Os surdos viam-se obrigados a todo custo a desenvolver a expressão oral e a


leitura labial, o que gera o mito de que os surdos compreendem as demonstrações
orais.

Witkoski (2009) desmistifica esse mito ao expor que os surdos, na sua maioria, não
fazem leitura labial. Vários fatores envolvem o sucesso desta técnica, como a
articulação e a proximidade dos interlocutores, por exemplo. Fatores que podem
colaborar ou atrapalhar a leitura labial, já que a obtenção da proficiência nesta
modalidade comunicativa depende muito da postura do locutor, o que não é uma
prática simples. O sujeito deve se posicionar com os lábios de frente para o
receptor, deve haver similaridade nas articulações específicas das letras e o
conhecimento anterior das palavras proferidas. Todos esses fatores influenciam no
processo de leitura labial.

[...] o ambiente de conversação usual não se constitui num ideal de apreensão


visual ao surdo; ao contrário. Em geral este é caracterizado pela presença de um
falante distante, em permanente movimento (quando não está inclusive ausente do
seu foco visual), que realiza trocas verbais com outras pessoas as quais não
poderão ser observadas concomitantemente. Estas são as características mais
comuns do diálogo entre ouvintes, sendo inclusive também as da sala de aula no
ensino regular (WITKOSKI, 2009, p. 569).

A autora ainda ressalta que não é possível realizar leitura labial em toda situação,
até porque a leitura não supre a falta de audição por conta do acesso às palavras
expressas oralmente e identificadas pela leitura labial. Tal ação, por si só, não
garante a compreensão de tudo o que é verbalizado.

Essa ideia equivocada da leitura labial, que motiva o surdo a interagir de forma
falada com um ouvinte, traz à tona outro mito: o de que os surdos ouvem algumas
coisas que são do interesse próprio, e ainda que consigam e se esforcem para
compreender uma informação, é muito difícil assimilar o diálogo na sua totalidade,
pois até com o uso do aparelho auditivo existe a dificuldade em se adaptar com os
ruídos que o aparelho capta, o que dificulta a recepção da mensagem, e se o
receptor não entende a língua de sinais, é possível que não se estabeleça uma
interação.

Veja a seguir o relato de uma experiência apresentado por Witkoski.

Em relação a essa caracterização do comportamento do surdo como patológica,

resgato a situação de uma linda menina surda, de sete anos, que conheci. Estava

numa escola de surdos de Curitiba conversando com a professora da turma,

enquanto acompanhava a harmonia com que os alunos interagiam através da

língua de sinais. Nessa hora chegou à mãe de uma das alunas, que estava

visivelmente feliz junto a seus colegas conversando em Libras. Vendo o

comportamento da filha, a mãe fez o seguinte comentário: ‘Engraçado como aqui

ela se comporta bem. Em casa ela não faz nada. Se não mandar tomar banho, não
vai; fica só deitada no sofá assistindo à televisão. O pior é que às vezes ela começa a

gritar, cada grito, que chega a doer os meus ouvidos!’. Perguntei se ela sabia a

língua de sinais. Respondeu: ‘Não, não tive tempo ainda, tenho a casa para cuidar,

muito trabalho’ (WITKOSKI, 2009, p. 571).

Na situação apresentada a filha não atende ao pedido da mãe, que questiona o fato
de a filha se relaciona apenas com amigos da escola, levando em consideração que
em casa a menina demonstra que é “surda”. No entanto, essa postura pode estar
mais relacionada com a apreciação que a filha tem pelo uso da língua de sinais, que
a proporciona entendimento de fato.
Aspectos filosófico e legal na educação do Surdo

A identidade surda está ligada à língua de sinais. Essa relação depende de como a
língua de sinais é inserida como uma possibilidade de comunicação.

Segundo Santana e Bergamo (2005), essa relação de que a identidade do surdo é


ligada à língua de sinais vem de pesquisas realizadas em relação ao contato do
surdo com outro surdo, que faz uso da língua de sinais. Isso acontece devida a
expansão de novas possibilidades de interação e compreensão, que não acontece
por meio da língua oral.

Vygotsky (1991) ressalta que as ações cognitivas essenciais de um ser humano têm
relação direta com a sua história social, que traz a memória da sociedade na qual a
criança desenvolve-se socialmente, o que é bem relevante para a formação do
pensamento e para processo de aquisição de conhecimento. A língua tem um papel
fundamental na designação de como a criança desenvolverá o seu aprendizado.

O contato da criança com a língua de sinais influencia na capacidade da formação


de pensamento e o ambiente em que ela está inserida deverá proporcionar o servir
dessa língua.

Perlin (1998), chama a atenção para a aquisição de uma identidade que é repelida
ao indivíduo no ambiente em que ele habita. Um surdo que tem contato contínuo e
direto com um ouvinte irá ponderar a surdez como uma deficiência tratável e
guiará a sua identidade sob essa perspectiva. Por outro lado, é positivo o surdo que
tem a oportunidade de conviver e vivenciar uma comunidade de surdos com
ouvintes, porque essa relação desenvolverá uma identidade que favorece e
evidencia a diferença e não a deficiência.

Para Felipe (2007, p. 82), é provável identificar características do tipo:

 a maioria das pessoas surdas sentem-se mais à vontade para ter relacionamento
e dividir sentimentos com outra pessoa surda;
 as frases com gênero humorístico em tom de piadas afastam o desejo de
conhecimento sobre a língua de sinais e sua cultura;
 a abordagem sobre assuntos sobre relacionamento, educação e visão de mundo
pode ser representada em cenas teatrais.

O surdo tem um olhar diferenciado de mundo, ele se identifica com as expressões


faciais e corporais que são representadas com as mãos, que devem ser usadas de
forma necessária com agilidade e fluência, dando sentido a mensagem transmitida.

O surdo possui uma identidade própria, independente do seu acesso a língua ou


não. A diferença é a sua própria aceitação como surdo junto com a língua de sinais.
Observe que aquele que se aceita consegue desenvolver-se e interage com o
mundo positivamente, sob o olhar da sua comunidade e cultura surda.

O link abaixo exemplifica a linguística e a estrutura gramatical da língua de sinais,

confira o vídeo com o tema “Estrutura Gramatical da Libras”. Nele a estudiosa

Ronice Quadros mostra, de forma objetiva, como funciona o uso da língua.

Disponível em:

O bilinguismo na educação de surdos


Quando pesquisamos a Educação Bilíngue para surdos, nos reportamos a um
trabalho pedagógico que faz uso de línguas no desenvolvimento do processo de
aprendizagem, de forma inclusiva.
 Libras - Língua de Sinais.
 Língua Portuguesa escrita.

Os surdos precisam e devem ter acesso a uma educação bilíngue, que dê ênfase a
língua de sinais como sua língua natural, bem como o aprendizado da língua
portuguesa, como segunda língua” (BRASIL, 2006, p. 71).

O bilinguismo, porém, reconhecido como política pública brasileira, surgiu a pouco


tempo, mas já existe registro de ações de sucesso. É o caso real presente na
administração municipal de São Bernardo do Campo, na grande São Paulo.

Em 2012 o município de ensino da cidade criou as Escolas Polo para priorizar a

educação de alunos surdos. Essas instituições escolares regulares são de educação

básica, que possuem toda a estrutura física e pedagógica para recepcionar e

prestar atendimento adequado aos alunos. Alguns professores têm habilidade

regular em Libras e são bilíngues, pois são os responsáveis pelas turmas e realizam

os encaminhamentos das disciplinas ativas, são também os intérpretes de Libras.

No horário oposto das aulas comuns, há atividades complementares à prática de


Libras e quem ministra é sempre um professor surdo. Essa é uma das iniciativas

escolares que priorizam a educação em duas línguas. Depoimento da professora

Nadia Aparecida Issa Pina.

No Cmais, portal oficial da TV Cultura do Estado de São Paulo, você encontrará um


vídeo que representa o bilinguismo, composto exatamente na EMEBS com a
Professora Nadia Aparecida Issa Pina. Confira, leia o texto e pense sobre o modo de
educação bilíngue exposto. Assista em:
LINK
A Determinação Federal nº 5.626, de 2005, e a Política Nacional de Educação
Especial no Panorama da Educação Inclusiva, de 2008, são dois documentos
essenciais que discorrem sobre este assunto. Já ouviu falar? Vamos tratar deles
agora!
Escolas bilíngues na Determinação Federal nº 5.626/2005

Mais adiante veremos os documentos oficiais, as leis e decretos, vamos no


momento conhecer a relevância do decreto que apoia e estabelece o bilinguismo e
a escola bilíngue no atual contexto educativo brasileiro.

O Decreto Federal nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que regulamentou a Lei


nº10.436/2002 (BRASIL, 2002), tornando reconhecida a Língua Brasileira de
Sinais como meio de comunicação da comunidade surda, de mesmo modo a
regulamentação do artigo 18 da Lei nº 10.098/2000 (BRASIL, 2000), que trata da
realização da formação de profissionais intérpretes de Libras, para viabilizar a
interação com os surdos.

Encontra-se em vigor após o reconhecimento da Libras, em 2002, e sob a


importância dos demais documentos que tratavam da inclusão social e ambiente
escolar para surdos.

A lei possui dizeres variados que garante a educação e a conservação da Libras, no


status de política pública, que garanta uma educação estirpe para aquisição de
conhecimento a beneficiar o surdo. A língua de sinais como ensino mandatório nas
licenciaturas, formação específica de profissionais da área da educação. Essas são
ações das quais se estendem longos tempos para se solidificarem, pois existe a
burocracia do poder público, além da ausência de profissionais por outro
capacitados prejudica a prática das diretrizes da respectiva lei.

O objetivo do decreto é a educação dos surdos, é ampará-los, as primeiras


tratativas referentes ao reconhecimento e à aprovação da língua de sinais e seu
cumprimento de uso nos espaços educacionais iniciaram no ano de 1996, quando
da execução da Câmara Técnica O Surdo e a Língua de Sinais.

O decreto foi desenvolvido em acordo com a academia e com a cultura surda.


Conforme este documento, intitula-se Escolas de Educação Bilíngue aquelas em
que a Libras e a escrita da Língua Portuguesa representam línguas de instrução
inseridas no desenvolvimento do processo educativo. É um direito dos estudantes
à escolarização em um período oposto ao atendimento educacional especializado
para a complementação curricular, com aproveitamento de equipamentos de
tecnologias de informação (BRASIL, 2005).

Segundo o Decreto Federal (BRASIL, 2005), essa educação está dividida seguindo
os critérios apresentados a seguir.
 Ensino infantil e Anos iniciais do fundamental: formação obrigatória de
professores bilíngues para atuação em escolas e classes de educação.
 Anos finais do ensino fundamental, médio e no técnico profissional: não se faz
obrigatório que os professores sejam bilíngues, porém, é importante conhecer
as especificidades linguísticas e o processo de ensino-aprendizagem dos
alunos surdos.

Imprescindível a presença de tradutores e Intérpretes da Libras-Língua


Portuguesa, embora, que nessas fases não se torna obrigatório que as escolas e/ou
classes sejam bilíngues: esses níveis de ensino também podem ser realizados em
escolas de ensino básico comum, desde que atenda as condições expostas.

Segundo Lodi (2013, p. 54), “para que a língua inicial de instrução escolar seja a
Libras, é necessário mudanças e reivindicações, uma vez que até mesmo a escrita
das duas línguas é diferente”.

A presença da escrita do português nos processos educacionais é inerente à


estrutura pedagógica, que insere e garante status de língua de instrução, o
desenvolvimento de linguagem/apropriação da Libras pelos alunos surdos nos
primeiros anos escolares é garantido e, consequentemente adquire-se uma base
educacional.

Após aquisição da língua materna, a Língua de Sinais, os alunos podem praticar


com professores nativos da Língua Portuguesa, com o auxílio de um tradutor
intérprete.

O ensino infantil, assim como os primeiros anos do fundamental, deve ser cursado,
obrigatoriamente, em escolas bilíngues. Já os demais níveis podem ser
frequentados em escolas comuns, sob a orientação de professores com o perfil
conhecedor da língua e intérpretes contratados, objetivando facilitar o acesso aos
conteúdos curriculares, em todas as atribuições didático-pedagógicas e no auxílio e
facilidade às atividades institucionais. Embora a escolarização do aluno surdo
possa acontecer por intermédio de docentes que entendam as particularidades do
ensino de surdos, fica notório que essa organização não descaracteriza uma escola
bilíngue.

O instrumento ao informar que as instituições federais de ensino devem abastar


específicas constituições também detalha os papéis dos agentes docentes inseridos
nas escolas bilíngues: professor ou instrutor de Libras; tradutor e intérprete da
Libras para a Língua Portuguesa e vice-versa; professor para o ensino, como
segunda língua para os surdos, do português; e professor regente de classe geral,
nas várias áreas de conhecimento, com ciência da originalidade linguística dos
alunos surdos.

Frequentemente existe nas escolas debates sobre os limites entre a ação do


professor na sala de aula e o intérprete, e fica claro que o intérprete transmite a
informação que é produzida pelo professor sem interferência sobre o raciocínio do
professor.

“É imprescindível ofertar, desde a educação infantil, o ensino da Libras e da Língua


Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos” (BRASIL, 2005). Assim, para
que isso seja realidade deve-se pensar em formas singulares de avaliação, que
contemplem o ensino de Libras e Língua Portuguesa.

O decreto também define que se deve:

[...] adotar mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda


língua, na correção das provas escritas, valorizando o aspecto semântico e
reconhecendo a singularidade linguística manifestada no aspecto formal da Língua
Portuguesa; desenvolver e adotar mecanismos alternativos para a avaliação de
conhecimentos expressos em Libras, desde que devidamente registrados em vídeo
ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos (BRASIL, 2005).

A formação de professores para o ensino de Libras é um ponto importante dessa


visão e deve ser:

[...] posta em diálogo com a formação necessária para o


ensino do português como segunda língua. No que diz
respeito ao ensino de Libras, o documento, uma vez
mais, relaciona essa formação à atuação nos diferentes
níveis educacionais e recomenda que pessoas surdas
tenham prioridade em todos os processos formativos,
visando garantir, assim, que a apropriação dessa língua
pelos alunos surdos ou sua aprendizagem por ouvintes,
seja realizada por meio de seus usuários (LODI, 2013, p.
57).
É importante que você leia Decreto Federal para que você tenha embasamento
prático e teórico na escola. Acesse em:
LINK
Referências Bibliográficas

BRASIL. Decreto-lei nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei


nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -
Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível
em: LINK. Acesso 13 jun. 2022.

FELIPE, T. A. Libras em Contexto. 8 ed. Rio de Janeiro: WalPrint Gráfica e Editora,


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LABOURIT, E. O vôo da gaivota. São Paulo: Best Seller, 1994.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro:


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LODI, A. C. B. Educação bilíngue para surdos e inclusão segundo a Política Nacional


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PERLIN, G. T. T. Identidades surdas. In: SKLIAR, C. (Org.). A surdez: um olhar sobre


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contemporâneo. Educar em revista, Curitiba, edição especial n. 2, p. 17-31, 2014.
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