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Franco
Disciplina Libras
Fichamento nº___
1. Nome do(a) aluno(a):
Cleber Rocha da Silva
Uma crença muito forte a respeito da língua de sinais é achar que todos
falam a mesma língua em todos os lugares do planeta. Da mesma forma
que a língua oral tem suas diferenças, a língua de sinais também tem suas
modificações que são causadas pelos mesmos motivos que a língua oral,
como, por exemplo, a extensão territorial e contatos com outras línguas.
O impulso dos indivíduos de se comunicarem é universal e no caso do
surdo, esse impulso é sinalizado.
A língua de sinais é uma língua natural, pois evoluiu como parte de um
grupo cultural do povo surdo.
A orientação da palma da mão pode flexionar um verbo ou indicar se
determinada pessoa me ajuda ou eu ajudo determinada pessoa.
As mãos não são o veículo de comunicação do surdo. São utilizados os
movimentos da cabeça, expressões faciais, movimentos de olhos e bocas
para a complementação da comunicação.
Tanto a língua oral quanto a de sinais, são formadas por unidades simples
que se combinam para formar uma unidade mais complexa.
A combinação de unidades simples na língua de sinais é construída
simultaneamente e já na linguagem oral, ela segue uma sequência. É
linear.
A língua de sinais não é mímica. Uma vez que a realização de pantomimas
tem uma variedade enorme de formas de descrever um objeto, a língua de
sinais possui o símbolo convencionado para aquele objeto em questão.
A língua de sinais possui as mesmas características que qualquer língua
humana natural.
A língua visual/gestual é tão complexa, natural e genuína quanto a língua
oral.
É totalmente possível dissertar conceitos abstratos de todo o tipo através
da língua de sinais. Conceitos matemáticos, poéticos e filosóficos são
discorridos como em qualquer outra língua.
A língua de sinais possui uma grande quantidade de sinais icônicos, mas
não é exclusividade dela, pois a língua oral também possui bastante
variedade de sinais icônicos.
A língua de sinais possui gramática própria e é estruturada em todos os
níveis como as línguas orais: fonológico, morfológico, sintático e
semântico.
Produtividade, flexibilidade, descontinuidade e arbitrariedade também
fazem parte da linguagem de sinais.
O contexto da conversa é importante tanto na língua oral quanto na de
sinais, uma vez que é possível entender o que é dito, mesmo que exista um
erro de fonemas/queremas.
A linguagem de sinais não é o alfabeto manual, mas há a possibilidade de
se utilizar desse método para falar soletrar nomes ou falar siglas.
O fato de a maioria da população brasileira ser composta por ouvintes,
faz com que a língua oral se sobreponha a língua de sinais e acabe
ocorrendo “empréstimos” ou “mesclas” entre as línguas.
Toda língua de sinais possui a sua origem em uma língua de sinais
específica.
Da mesma forma que há diferença no modo de falar a língua oral entre
idosos e jovens ou entre duas pessoas que moram em Estados diferentes,
haverá também diferença no modo de falar a língua de sinais entre essas
pessoas.
A linguagem de sinais é tão natural quanto a linguagem oral e quando
existe a imposição do aprendizado da linguagem oral para o surdo, está
acontecendo algo muito negativo, pois sua língua natural é a de sinais e
essa imposição pode carretar traumas para o indivíduo.
O povo surdo possui uma cultura muito mais rica que a divulgada, pois ao
longo do tempo foram criados muito estereótipos do povo surdo pelo povo
não surdo e isso simplifica muito a diversidade da cultura surda.
O conceito de “língua” está atrelado somente a língua oral e é
negligenciado a linguagem visual. O conceito de língua deve ser
expandido e utilizado corretamente para que seja usado para definir
qualquer comunicação entre indivíduos, seja oral ou gestual.
A simples preferência do surdo pela língua de sinais é simplesmente por
esta ser a sua língua natural. Quando há a tentativa da oralização no
surdo, está havendo um ensino de uma língua que para o surdo não é
natural e nem um pouco intuitiva para ele.
A surdez não é uma deficiência como a medicina afirma. Quando um
grupo de surdos interagem, não existe nada que impeça ou dificulte a sua
conversação. A noção de deficiência é uma criação feita por uma maioria
ouvinte.
A surdez sofre preconceito da mesma forma que qualquer minoria dentro
da sociedade. Infelizmente é uma característica que permanece na
sociedade. Assim como o negro, o homossexual, a mulher, também o
surdo sofre com o preconceito.
Ao contrário do que erradamente se diz, o surdo não tem nenhuma
dificuldade intelectual que o desqualifique para se desenvolver
intelectualmente. Usando a linguagem de sinais, seu progresso é igual ao
de qualquer outra pessoa, surda ou não.
Sobre a cultura própria do surdo, há uma leve divergência. O autor diz que não é correto
afirmar que há uma cultura própria, mas várias vertentes dentro da comunidade surda. A
cultura surda foi marcada por estereótipos construídos por pessoas não surdas e isso
acaba por simplificar por demais a cultura surda que acaba por não valorizar a
individualidade de cada pessoa dentro da comunidade surda e qual a verdadeira cultura
do povo surdo quando mostrada por eles mesmo. Sem a visão simplista do povo não
surdo. Pag. 24
7. Citações importantes.
“Em qualquer lugar em que haja surdos interagindo, haverá línguas de sinais” pag. 4
“...um livro escrito em 1779, escrito por um surdo chamado Pierre Desloges. O livro
se intitula Observations of a deaf-mute, e o autor escreveu-o para defender sua
própria língua contra aqueles que achavam que os sinais deviam ser banidos. “pag.
16
“Em uma conversa com um colega surdo, pude compreender um pouco essa noção a
partir da perspectiva surda. Relatou-me que quando está em uma comunidade
com/entre surdos, e se todos estão usando sinais ao mesmo tempo, tem a sensação
de barulho muito grande, afinal, diz ele, ouço com os olhos. Pag. 22
“Os surdos, sabemos, têm características culturais que marcam seu jeito de ver,
sentir e se relacionar com o mundo, e a cultura do povo surdo é visual, ela traduz-se
de forma visual” pag. 25
“o fato de a escrita ter uma relação fônica com a língua oral pode e pode fato
estabelece outro desafio para o surdo: reconhecer uma realidade fônica que não lhe
é familiar acusticamente” pag. 26
“O surdo pode e desenvolve suas habilidades cognitivas e linguisticas (se não tiver
outro impedimento) ao lhe ser assegurado o uso da língua de sinais” pag. 36
Achei o texto esclarecedor, pois além de tirar antigos preconceitos que eu possuía, tirou
dúvidas que eu nem imaginava que eu poderia ter. Como há muito preconceito na
linguagem de sinais e pouquíssima informações a respeito dessa linguagem, a falta de
informação é demasiado grande. Quando me inscrevi para esse projeto de
desenvolvimento acadêmico, foi com a intenção de conhecer mais a respeito do assunto
sobre libras, mas não achei que haviam tantas coisas que eu não sabia a respeito das
pessoas surdas e eu desconhecia totalmente a sua história ao longo do tempo. Foi um
choque saber, pelo texto, que haviam punições quando surdos tentavam utilizar a
linguagem de sinais para se comunicarem durante as aulas. A oralização forçada foi algo
terrível na história. Felizmente houve muitos progressos e há a tendência de uma maior
aceitação do surdo na sociedade.
O texto nos mostra muita informação valiosa. Ele nos dá um panorama da evolução da
trajetória do surdo ao longo do tempo na sociedade e podemos perceber o quão difícil
foi, e ainda é, ser uma pessoa surda em uma sociedade onde a maioria é ouvinte. A falta
de informação e de discussão sobre o tema da surdez é responsável por boa parte do
preconceito, pois tendemos a “temer” aquilo que não conhecemos e acaba por gerar o
preconceito. Considero muito importante a disseminação das informações a respeito da
pessoa surda para as pessoas ouvintes perceberem que não é nada daquilo que
imaginam e assim, diminuir o preconceito e gerar conversas francas e produtivas acerca
do assunto.