Você está na página 1de 5

Professora Mestre Ludmila V. F.

Franco
Disciplina Libras

Fichamento nº___
1. Nome do(a) aluno(a):
Cleber Rocha da Silva

2. Texto a ser fichado:


Libras? Que língua é essa?

3. Do que trata o texto?


Crenças e preconceitos a cerca da língua de sinais e da realidade surda.

4. Quais são os referenciais teóricos do autor?

5. Coloque um resumo das ideias gerais do autor.

 Uma crença muito forte a respeito da língua de sinais é achar que todos
falam a mesma língua em todos os lugares do planeta. Da mesma forma
que a língua oral tem suas diferenças, a língua de sinais também tem suas
modificações que são causadas pelos mesmos motivos que a língua oral,
como, por exemplo, a extensão territorial e contatos com outras línguas.
 O impulso dos indivíduos de se comunicarem é universal e no caso do
surdo, esse impulso é sinalizado.
 A língua de sinais é uma língua natural, pois evoluiu como parte de um
grupo cultural do povo surdo.
 A orientação da palma da mão pode flexionar um verbo ou indicar se
determinada pessoa me ajuda ou eu ajudo determinada pessoa.
 As mãos não são o veículo de comunicação do surdo. São utilizados os
movimentos da cabeça, expressões faciais, movimentos de olhos e bocas
para a complementação da comunicação.
 Tanto a língua oral quanto a de sinais, são formadas por unidades simples
que se combinam para formar uma unidade mais complexa.
 A combinação de unidades simples na língua de sinais é construída
simultaneamente e já na linguagem oral, ela segue uma sequência. É
linear.
 A língua de sinais não é mímica. Uma vez que a realização de pantomimas
tem uma variedade enorme de formas de descrever um objeto, a língua de
sinais possui o símbolo convencionado para aquele objeto em questão.
 A língua de sinais possui as mesmas características que qualquer língua
humana natural.
 A língua visual/gestual é tão complexa, natural e genuína quanto a língua
oral.
 É totalmente possível dissertar conceitos abstratos de todo o tipo através
da língua de sinais. Conceitos matemáticos, poéticos e filosóficos são
discorridos como em qualquer outra língua.
 A língua de sinais possui uma grande quantidade de sinais icônicos, mas
não é exclusividade dela, pois a língua oral também possui bastante
variedade de sinais icônicos.
 A língua de sinais possui gramática própria e é estruturada em todos os
níveis como as línguas orais: fonológico, morfológico, sintático e
semântico.
 Produtividade, flexibilidade, descontinuidade e arbitrariedade também
fazem parte da linguagem de sinais.
 O contexto da conversa é importante tanto na língua oral quanto na de
sinais, uma vez que é possível entender o que é dito, mesmo que exista um
erro de fonemas/queremas.
 A linguagem de sinais não é o alfabeto manual, mas há a possibilidade de
se utilizar desse método para falar soletrar nomes ou falar siglas.
 O fato de a maioria da população brasileira ser composta por ouvintes,
faz com que a língua oral se sobreponha a língua de sinais e acabe
ocorrendo “empréstimos” ou “mesclas” entre as línguas.
 Toda língua de sinais possui a sua origem em uma língua de sinais
específica.
 Da mesma forma que há diferença no modo de falar a língua oral entre
idosos e jovens ou entre duas pessoas que moram em Estados diferentes,
haverá também diferença no modo de falar a língua de sinais entre essas
pessoas.
 A linguagem de sinais é tão natural quanto a linguagem oral e quando
existe a imposição do aprendizado da linguagem oral para o surdo, está
acontecendo algo muito negativo, pois sua língua natural é a de sinais e
essa imposição pode carretar traumas para o indivíduo.
 O povo surdo possui uma cultura muito mais rica que a divulgada, pois ao
longo do tempo foram criados muito estereótipos do povo surdo pelo povo
não surdo e isso simplifica muito a diversidade da cultura surda.
 O conceito de “língua” está atrelado somente a língua oral e é
negligenciado a linguagem visual. O conceito de língua deve ser
expandido e utilizado corretamente para que seja usado para definir
qualquer comunicação entre indivíduos, seja oral ou gestual.
 A simples preferência do surdo pela língua de sinais é simplesmente por
esta ser a sua língua natural. Quando há a tentativa da oralização no
surdo, está havendo um ensino de uma língua que para o surdo não é
natural e nem um pouco intuitiva para ele.
 A surdez não é uma deficiência como a medicina afirma. Quando um
grupo de surdos interagem, não existe nada que impeça ou dificulte a sua
conversação. A noção de deficiência é uma criação feita por uma maioria
ouvinte.
 A surdez sofre preconceito da mesma forma que qualquer minoria dentro
da sociedade. Infelizmente é uma característica que permanece na
sociedade. Assim como o negro, o homossexual, a mulher, também o
surdo sofre com o preconceito.
 Ao contrário do que erradamente se diz, o surdo não tem nenhuma
dificuldade intelectual que o desqualifique para se desenvolver
intelectualmente. Usando a linguagem de sinais, seu progresso é igual ao
de qualquer outra pessoa, surda ou não.

6. O autor discorda de quais autores?

Sobre a cultura própria do surdo, há uma leve divergência. O autor diz que não é correto
afirmar que há uma cultura própria, mas várias vertentes dentro da comunidade surda. A
cultura surda foi marcada por estereótipos construídos por pessoas não surdas e isso
acaba por simplificar por demais a cultura surda que acaba por não valorizar a
individualidade de cada pessoa dentro da comunidade surda e qual a verdadeira cultura
do povo surdo quando mostrada por eles mesmo. Sem a visão simplista do povo não
surdo. Pag. 24

7. Citações importantes.

“Em qualquer lugar em que haja surdos interagindo, haverá línguas de sinais” pag. 4

“Quando me perguntam, entretanto, se a língua de sinais é mímica, entendo que


está implícito nessa pergunta um preconceito muito grave, que vai além da
discussão sobre a legitimidade linguística ou mesmo sobre quaisquer relações que
ela possa ter (ou não) com a língua de sinais” pag. 8

“...a pressuposição de que não se consegue expressar ideias ou conceitos abstratos


está firmada na crença de que a língua de sinais é limitada, simplificada, e não passa
de um código primitivo, mímica, pantomima e gesto.” pág. 9

“Os surdos foram privados de se comunicarem em sua língua natural durante


séculos. Vários estudos tem apontado a difícil relação dos surdos com a língua oral
majoritária e com a sociedade ouvinte. Escolas, profissionais da saúde e familiares
de surdos tem seguido uma tradição de negação do uso dos sinais.”pag. 10

“forçando-os a fazer leitura labial. Quando desobedeciam, eram castigados


fisicamente e tinham as mãos amarradas dentro das salas de aula.” pág. 10

“A língua de sinais, como vimos, tem uma gramática própria e se apresenta


estruturada em todos os níveis, como as línguas orais: fonológico, morfológico,
sintático e semântico.” pag. 11

“Acreditar que a língua de sinais é o alfabeto manual é fixar-se na ideia de que a


língua de sinais é limitada, já que a única forma de expressão comunicativa seria
uma adaptação das letras realizadas manualmente, convencionadas e
representadas a partir da língua oral.” pag. 12
“A língua de sinais tem estrutura própria e é autônoma, ou seja, independente de
qualquer língua oral em sua concepção linguística.” pag.14

“...um livro escrito em 1779, escrito por um surdo chamado Pierre Desloges. O livro
se intitula Observations of a deaf-mute, e o autor escreveu-o para defender sua
própria língua contra aqueles que achavam que os sinais deviam ser banidos. “pag.
16

“A língua de sinais, ao passar, literalmente, de mãos em mãos, adquire novos


sotaques, empresta e incorpora novos sinais, mescla-se com outras línguas em
contato, adquire novas roupagens.” pag.18

“É justamente nas práticas sociais de uso da linguagem entre surdo/surdo e


surdo/ouvinte que é possível enxergar o multilinguismo (variedades desprestigiadas
em sinais, em português, em combinações de modalidades), as marcas da
heterogeneidade nos sinais.” pag.18

“Em uma conversa com um colega surdo, pude compreender um pouco essa noção a
partir da perspectiva surda. Relatou-me que quando está em uma comunidade
com/entre surdos, e se todos estão usando sinais ao mesmo tempo, tem a sensação
de barulho muito grande, afinal, diz ele, ouço com os olhos. Pag. 22

“Os surdos, sabemos, têm características culturais que marcam seu jeito de ver,
sentir e se relacionar com o mundo, e a cultura do povo surdo é visual, ela traduz-se
de forma visual” pag. 25

“o fato de a escrita ter uma relação fônica com a língua oral pode e pode fato
estabelece outro desafio para o surdo: reconhecer uma realidade fônica que não lhe
é familiar acusticamente” pag. 26

“O respeito à diferença linguística do surdo lhe é garantido só e se a educação é feita


em sua língua natural. Todos os cidadãos devem ter o direito de ser educados em
sua língua natural” pag. 27

“A surdez é um problema quando a sociedade passa a me ver como um problema.


Quando tenho a oportunidade de interagir com pares que me identifico através da
língua de sinais, quando tenho a oportunidade de estudar em uma escola que utilize
sinais, quando tenho meus direitos assegurados, me sinto apta e capaz.” pag. 30

“O surdo pode e desenvolve suas habilidades cognitivas e linguisticas (se não tiver
outro impedimento) ao lhe ser assegurado o uso da língua de sinais” pag. 36

8. Qual é a importância deste texto fichado para o seu TFC?

Achei o texto esclarecedor, pois além de tirar antigos preconceitos que eu possuía, tirou
dúvidas que eu nem imaginava que eu poderia ter. Como há muito preconceito na
linguagem de sinais e pouquíssima informações a respeito dessa linguagem, a falta de
informação é demasiado grande. Quando me inscrevi para esse projeto de
desenvolvimento acadêmico, foi com a intenção de conhecer mais a respeito do assunto
sobre libras, mas não achei que haviam tantas coisas que eu não sabia a respeito das
pessoas surdas e eu desconhecia totalmente a sua história ao longo do tempo. Foi um
choque saber, pelo texto, que haviam punições quando surdos tentavam utilizar a
linguagem de sinais para se comunicarem durante as aulas. A oralização forçada foi algo
terrível na história. Felizmente houve muitos progressos e há a tendência de uma maior
aceitação do surdo na sociedade.
O texto nos mostra muita informação valiosa. Ele nos dá um panorama da evolução da
trajetória do surdo ao longo do tempo na sociedade e podemos perceber o quão difícil
foi, e ainda é, ser uma pessoa surda em uma sociedade onde a maioria é ouvinte. A falta
de informação e de discussão sobre o tema da surdez é responsável por boa parte do
preconceito, pois tendemos a “temer” aquilo que não conhecemos e acaba por gerar o
preconceito. Considero muito importante a disseminação das informações a respeito da
pessoa surda para as pessoas ouvintes perceberem que não é nada daquilo que
imaginam e assim, diminuir o preconceito e gerar conversas francas e produtivas acerca
do assunto.

Você também pode gostar