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A.

CEDRIC DADELE

Resumo "Libras, que língua é essa?" de Audrei Gesser

Trabalho da disciplina da comunicação em


língua brasileira de sinais Libras de Ciência
Social Aplicada. Universidade Federal do
Paraná.

Orientadora:

Curitiba
2023
O livro "Libras, que língua é essa?" de Audrei Gesser é uma obra que aborda a Língua Brasileira de
Sinais (Libras) como uma língua natural e independente. Resumindo seu conteúdo, o livro explora os
aspectos linguísticos, históricos e culturais da Libras, fornecendo uma introdução abrangente sobre a
língua e sua importância para a comunidade surda. Libras é uma língua, que fique bem claro e também
percebe a língua de sinais como uma língua auxilia a enxergar a surdez não como uma deficiência,
mas como uma diferença linguística/cultural"Libras, que língua é essa?" aprofunda-se em vários
aspectos da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e aborda temas relevantes relacionados à comunidade
surda. Aqui estão alguns pontos adicionais abordados nos capítulos do livro:

Capítulo 1 A língua de sinais


Língua de sinais não é universal, muito menos um código simplificado. Libras, língua brasileira de
sinais (diferente da francesa, japonesa...). É uma língua natural, não artificial, por evoluir com o grupo
cultural surdo. Gestuno parecido com o esperanto, uma língua “internacional” artificial. Aspectos
linguísticos da Libras: O livro explora a estrutura gramatical da Libras, incluindo a configuração das
mãos, movimentos, expressões faciais e corporais utilizadas para formar palavras e frases,por
exemplo, na marcação de formas, sintáticas e atuação como componente lexical” (p. 18). Língua de
sinais não é mímica, também sinais não são gestos! Portanto, é completamente possível expressar
conceitos abstratos em língua de sinais. Não é uma língua icônica, nem um código secreto dos surdos!
Não se limita ao alfabeto ou à soletração das palavras utilizando sinais.O alfabeto manual, por ser
convenção, é diferente para cada país, alfabeto manual para surdos-cegos: tátil. Línguas de sinais não
são versões sinalizadas das línguas orais, porque possuem estrutura própria, são autônomas, enfim o
Bimodalismo: ensinar o “português sinalizado” (é um pouco problemático). As línguas de sinais não
possuem origem nas línguas orais, porém há empréstimos e outros tipos de influência, como em
qualquer língua A LIBRAS não representa uma unidade, assim como o português em toda a extensão
do território brasileiro. Há uma escrita de sinais! Porém é bem recente. Gesser discute a complexidade
da língua de sinais e a sua capacidade de transmitir informações de maneira eficaz.

Capítulo 2 O surdo
Carga semântica de surdo e deficiente auditivo. Surdo é muito menos pejorativo do que deficiente
auditivo.Surdez não é uma deficiência! Intérpretes são muito importantes e a necessidade deles é
amparada por lei. Os surdos não vivem num mundo de silêncio absoluto. Alguns, inclusive, ouvem
música e o fazem com gosto.“Não é a modalidade da língua que define se estamos em silêncio ou não”
(p. 50).Não há a necessidade de oralizar o surdo para integrá-lo na sociedade ouvinte. Oralizar é negar
a vida do surdo por que o surdo possui uma identidade e uma cultura própria, porém são múltiplas
entre todos. O surdo, mesmo com perda auditiva profunda, pode desenvolver a fala se possuírem o
aparato vocal intacto. De qualquer forma, o surdo pode falar a língua de sinais. O desconhecimento da
língua oral não interfere na capacidade de escrita. Usar a língua de sinais também não atrapalha a
aprendizagem da língua oral. Bilinguismo e educação: A autora destaca a importância do bilinguismo
para a comunidade surda, defendendo que a Libras deve ser valorizada e utilizada como língua de
instrução nas escolas, juntamente com o ensino da língua escrita. Ela discute desafios e melhores
práticas para promover a educação inclusiva e de qualidade para estudantes surdos.
Capítulo 3 A surdez
O livro assume uma posição contrária à medicalização, que vê o surdo como deficiente sendo assim,
não faz sentido ver a surdez como um problema sob o prisma patológico. A surdez como um problema
é uma construção do mundo ouvinte, sendo muito mais um problema para o ouvinte do que para o
surdo. O discurso médico, majoritário, tem mais prestígio do que o discurso das minorias, o que
fortalece o estigma de que surdez é uma deficiência. A surdez pode ser hereditária, o exemplo do caso
da ilha de Martha’s Vineyard em que um gene recessivo acabou causando a surdez de boa parte da ilha
e a língua de sinais era usada em todo tipo de contexto. Há várias causas para a surdez, assim como
graus. Aparelhos auditivos funcionam apenas para que o surdo ouça chiados, sendo muitas vezes
negativo para um surdo pré-lingual. A surdez não compromete o desenvolvimento de um indivíduo,
mas a falta de acesso a uma língua sim: por isso é importante a língua de sinais! O clima atual é, sendo
otimista, de mudanças sociais beneficiando o surdo, mas ainda há muito chão a percorrer. Cultura e
identidade surda: O livro aborda a cultura surda como uma parte integral da identidade dos indivíduos
surdos, também os obstáculos e preconceitos enfrentados pelos surdos na sociedade, como a falta de
reconhecimento da Libras como língua oficial, estereótipos negativos e dificuldades de acesso a
serviços básicos. Gesser destaca a importância de conscientizar e combater essas questões para
promover uma sociedade mais inclusiva. Gesser explora as normas culturais, valores e tradições da
comunidade surda, destacando a importância da preservação e valorização dessa cultura específica.
Acessibilidade e inclusão: Gesser discute a necessidade de promover a acessibilidade e a inclusão da
comunidade surda em diversos aspectos da vida, como no acesso a serviços de saúde, no mercado de
trabalho e na participação na sociedade em geral. Ela enfatiza a importância de quebrar barreiras
comunicativas e garantir a igualdade de oportunidades para os surdos. Desafios enfrentados pela
comunidade surda.

Audrei Gesser argumenta que a Libras é uma língua completa, com sua própria gramática, sintaxe e
estrutura linguística, e não apenas uma forma de comunicação gestual simplificada. Ela discute a
origem da Libras e sua evolução ao longo do tempo, bem como seu reconhecimento oficial como
língua no Brasil. Além disso, o livro explora a cultura surda e a identidade surda, destacando a
importância da Libras como meio de expressão e comunicação para a comunidade surda. Gesser
também aborda questões de inclusão e acessibilidade, discutindo a importância do uso e do
reconhecimento da Libras em diversos contextos, como educação, trabalho e serviços públicos.

Em geral, "Libras, que língua é essa?" é um livro abrangente que busca fornecer um entendimento
aprofundado sobre a Língua Brasileira de Sinais, a cultura surda e as questões relacionadas à inclusão
e acessibilidade. Ele desafia visões estereotipadas e promove a valorização da Libras como uma língua
legítima e importante para a comunidade surda. Em suma, "Libras, que língua é essa?" é um livro que
busca desmistificar a Língua Brasileira de Sinais, promovendo a compreensão e o reconhecimento de
sua natureza linguística e cultural, além de enfatizar a importância da inclusão e do respeito aos
direitos da comunidade surda.

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