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A ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS COMO ESTRATÉGIA DE

DESENVOLVIMENTO SOCIAL*

TÂNIA REGINA DANTAS


Profª da Universidade do Estado da Bahia / UNEB
Doutoranda da Universidade Autônoma de Barcelona / UAB-Espanha

A EDUCAÇÃO DE ADULTOS NO CONTEXTO ATUAL

Este artigo aborda o contexto onde se concretiza o estudo, apresentando dados


estatísticos, quadros informativos, levantamento de problemas, lista de sugestões visando
oferecer uma idéia mais aproximada acerca da realização da educação de jovens e adultos na
Bahia.
Expõe em um tópico a alfabetização de adultos como uma importante estratégia
política para o desenvolvimento social e para a inclusão de segmento populacional no
processo econômico do país.
Estabelece comparação entre os programas de extensão em EJA desenvolvidos no
âmbito da universidade estadual ( UNEB ).

O contexto atual e a escola pública.


A educação no contexto atual vem assumindo um papel estratégico e importante no
projeto do governo neoliberal, no sentido de consolidar os propósitos empresariais e
industriais do neoliberalismo.
As mudanças que vêm sendo introduzidas no mundo contemporâneo, agravadas pelos
fenômenos da globalização, do neoliberalismo e da internacionalização da economia,
repercutem inevitavelmente em todos os campos da atuação humana, provocando, também
grandes e decisivas mudanças na área educacional. Os impactos resultantes da conjugação
destes fenômenos vêm atingindo diferentes esferas da vida cotidiana com fortes repercussões
no mundo do trabalho, o que obrigou a uma redefinição de novos paradigmas para a formação
profissional, revisão das atuais funções e criação de novas funções, bem como uma
reestruturação das competências para se adequar a um mercado de trabalho cada vez mais
exigente e diversificado, assumindo a educação uma visão empresarial.
O fato é que na escola pública, nos últimos anos, vem-se refletindo a influência da
ideologia neoliberal marcada pelo descompromisso do Estado com a educação e pela sua
ineficiência na promoção de uma educação de qualidade para todos.

____________________________
* Este artigo integra um trabalho de investigação intitulado “Reflexões acerca do perfil dos professores no
processo de educação de adultos” apresentado em 2004 pela autora na UAB sob a direção do Dr. Joan Rué.
A Alfabetização de Adultos Como Estratégia de Desenvolvimento Social

Além disso, vários problemas vêm potencializando a deteriorização da escola pública


no Brasil face às constantes mudanças de paradigmas e, sobretudo, à escassez de recursos,
destacando-se as altas taxas de evasão (no ensino noturno, em escolas que funcionava a EJA,
esse índice pode chegar até a 80% do alunado). Ressaltam-se ainda os elevados índices de
repetência que permanecem há décadas em torno de 40%, (dados de acordo com o Censo de
2000), as precárias condições de funcionamento das escolas públicas aliadas ao inadequado
exercício da prática pedagógica e ao despreparo do professor que lida com o aluno oriundo
das classes populares.
Esses dados são preocupantes sabendo-se que de acordo com as Declarações de
Hamburgo sobre o EJA:
“a educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto conseqüência
do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais é um
poderoso argumento em favor do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito
fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz
baseada na justiça”.

A escola neste contexto deixa de ser o palco das grandes lutas e negociações pelos
direitos individuais, coletivos e sociais, para servir de cenário propício à disseminação dos
ideais neoliberais. De acordo com Moreira & Silva (2001:13) a escola é um dos elementos
passíveis de ser utilizado pelo governo como regulação e controle social.
O centro educativo deve ser um “locus” de síntese, de concretização de experiência,
um espaço de culturas diversificadas, de formação especializada, um lugar de ensino, da
educação sistemática, devendo estar a serviço da decodificação crítica de mensagens e onde
se conquista a autonomia. A escola não pode permanecer isolada da sociedade, na qual está
imersa e a socialização exige uma acomodação às diversas culturas, devendo a escola
contribuir com componentes críticos frente às exigências sociais e ao mercado de trabalho.
Segundo Pedro Demo (1997) a educação e o conhecimento adquiriram no mundo
moderno a significação de principal estratégia da inovação e do desenvolvimento humano, em
dois sentidos mais ostensivos: o de instrumentação mais efetiva da cidadania construtiva e
participativa e o de fator preponderante da transformação produtiva e da competitividade.
Para atender a esta necessidade de mudança a educação de adultos é requisito
fundamental para a convivência harmônica, a troca de experiências, o crescimento pessoal,
devendo atentar-se para as principais demandas sociais.
Neste contexto atual é inegável a necessidade de uma formação específica para o
educador de adultos, buscando-se novas sustentações teóricas, bem como promover análises

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mediante uma investigação científica da prática educativa, na direção de atender-se aos


interesses e demandas da comunidade.

As conferências mundiais sobre educação de adultos


Nas últimas décadas, em distintos países, integrantes de organismos internacionais,
como a UNESCO, a Organização para a Cooperação e Dessenvolvimento Econômico
(OCDE), a União Européia (UE), a Organização de Estados Iberoamericanos (OEI)
manifestaram a urgente necessidade de adaptar os sistemas educativos às necessidades de um
mundo tecnologicamente muito avançado, em constante progresso, no qual a informação e o
conhecimento são os pilares fundamentais do desenvolviemento e a globalização da economia
é um conceito que cobra cada vez mais relevância e o desenprego é um problema que afeta
um setor importante da população mundial (Jabonero, López e Nieves, 1999).
Dentre as grandes conferências mundiais que tratam da temática da educação de
adultos se destaca a IV Conferência Internacional realizada em Paris, em 1985, que intentou
discutir diversos temas articulados com a educação de adultos, como alfabetização, educação
rural, educação comunitária, educação familiar, saúde, nutrição, educação da mulher.
García Carrasco (1997: V) menciona que a União Européia, a partir de 1994, já
convocou quatro conferências internacionais sobre educação de pessoas adultas: a primeira
em Atenas de 18 a 20 de junho, a segunda em Dresde de 13 a 15 de novembro de 1994. A III
Conferência Internacional sobre Formação de Pessoas Adultas em Madrid aconteceu de 20 a
22 de novembro de 1995 e a quarta foi realizada em Florença de 9 a 11 de maio de 1996.
A Conferência de Hamburgo (CONFITEA V), realizada em 1997 e promovida pela
UNESCO, já se tornou um marco de referência para estabelecer as políticas públicas de
educação de adultos em diversos países do mundo.
O Sr. Federico Mayor, Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no seu discurso de abertura da CONFITEA
comenta que o desenvolvimento da educação de adultos, nestas duas últimas décadas, vem
sendo bastante acelerado, superando em alguns países o número de matrículas no ensino
regular obrigatório, embora nem todos que precisam tenham acesso à educação.
No Brasil, esta Conferência assume uma importância maior e um significado distinto
dos demais países uma vez que vincula a educação de adultos com a política de
desenvolvimento sustentável, despertando o interesse e a preocupação de vários segmentos da
sociedade. Além disso, em Hamburgo, foi instituído o Decênio da Alfabetização em

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homenagem ao grande educador Paulo Freire, o que tem contribuído para aumentar o
interesse, acirrar as discussões sobre a educação de adultos no Brasil, e, sobretudo, gerar
vários projetos e programas para o combate do analfabetismo.
O que impressiona é o fato de que a primeira conferência internacional acerca da
educação de adultos remonta a mais de meio século, ou seja, em 1949, quando foi realizada
em Elsinor, na Dinamarca, constatando as necessidades e os problemas cruciais dos países
pobres, tendo a pretensão de promover a educação para consolidar uma sociedade mais justa e
um mundo mais pacífico.
A promoção dessas conferências e as diretrizes gerais daí emanadas denotam a
importância e a prioridade da temática educação de adultos no mundo atual.

Políticas públicas em EJA no Brasil e na Bahia:


No contexto educacional brasileiro a educação de jovens e adultos sempre esteve
marginalizada no interior das políticas públicas, em que as ações articuladas para amenizar o
analfabetismo e a aumentar a escolaridade do adulto têm demonstrado, mediante leitura e
análise dos índices divulgados pelo próprio governo, que não está havendo suficientes
esforços e vontade política de reverter a situação atual.
É muito comum nos países em desenvolvimento priorizar a formação de base face ao
alto índice de analfabetos, às demandas sociais e ao mercado de trabalho que exige cada vez
mais pessoas qualificadas.
Sabe-se que o papel do Ministério de Educação (MEC)1 é o de ser indicador de
políticas públicas, na busca de eqüidade com a qualidade em Educação de Jovens e Adultos.
Para cumprir seu papel, este Ministério, além de produzir e disponibilizar materiais didático-
pedagógicos e oferecer apoio financeiro aos sistemas de ensino, considera determinante a
formação de uma rede de parcerias – MEC, Estados, Municípios, instituições universitárias e
da sociedade civil, por meio de uma forte articulação, para expandir e qualificar cada vez mais
o atendimento a este universo de jovens e adultos ainda desativado e desorganizado. “O MEC
investe fortemente, também, na formação continuada dos educadores, por acreditar que a
eqüidade e a qualidade do ensino estão vinculadas ao exercício docente, à prática
pedagógica apropriada, decorrente, sobretudo, da especificidade das características desses
alunos”.

1
MEC-Ministerio da Educação e Cultura. www.mec.gov.br/ref/joven/defanet.shtm

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No Brasil, considera-se fundamental uma mudança na política de educação de jovens e


adultos garantindo os direitos expressos na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e
Bases (LDB) no que concerne à educação básica e à alfabetização, mediante a oferta pública e
gratuita da escolarização correspondente às quatros séries do Ensino Fundamental, criando,
conseqüentemente um programa permanente de apoio técnico, pedagógico e financeiro aos
sistemas públicos estaduais e municipais, conforme recomenda Ireland e Teixeira por ocasião
do Encontro Brasileiro Preparatório à Reunião dos Países do Mercosul (1998), promovido
pela UNESCO.
De acordo com os documentos-informes da UNESCO e com o Libro Blanco de
Educación de Adultos, publicado na Espanha em 1986, se considera que a Educação de
Adultos está concentrada em quatro áreas essenciais de formação:
a) formação orientada para o trabalho ( atualização, renovação e reconstrução dos
conhecimentos e competências profissionais );
b) formação para o exercício dos direitos e responsabilidades cívicas, ou seja,
participação social;
c) formação para o desenvolvimento pessoal (criatividade, senso crítico, participação
da vida cultural);
d) formação de base como fundamento essencial a todas as outras modalidades
(formação geral).

A especificidade da educação de adultos


A educação de adultos tem por dupla finalidade garantir a plena realização da pessoa e
favorecer sua participação no desenvolvimento socioeconômico e cultural, podendo-se
destacar quatro funções principais cuja importância e papel respectivos variam de acordo com
os países e os diferentes momentos históricos, a saber: a alfabetização e o domínio dos
idiomas básicos, a redução das desigualdades derivadas das deficiências do sistema
educacional, o aperfeiçoamento e a reorientação profissional e o fomento da criatividade, da
participação na vida cultural e política (Fernández, 1995).
Deve-se atentar também para a especificidade da educação de adultos uma vez que os
alunos apresentam características bem diversas das crianças necessitando de metodologias e
de material didático apropriados, como ainda que o sistema educativo esteja fundamentado
em princípios filosóficos, antropológicos, psicológicos, sociológicos adequados ao processo
de ensino e à aprendizagem do aluno adulto.

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García Carrasco (1997:71), muito embora reconheça a especificidade da EJA, adverte


que não existe propriamente uma pedagogia de adultos, sendo o principal problema da
educação de adultos o recrutamento e a formação inicial e contínua de pessoal especializado
em quantidade suficiente para cumprir múltiplas tarefas e levar a bom termo as
aprendizagens.
Haddad (1997) ressalta a existência de alguns fatores que devem estar intrinsecamente
articulados para a relação entre educação de adultos e o desenvolvimento social, pois para ele
é quase impossível propiciar o desenvolvimento individual e social das pessoas, sem lhes dar
melhores condições de vida.
Sendo a educação uma atividade mediadora entre os determinantes econômicos e o
destino social de sua clientela (Mello, 1989), somos remetidos ao sentido político da prática
do professor, onde compromisso e competência deverão agir, positivamente, na construção de
uma práxis orientada pelas características e necessidades de sua clientela, particularmente
aquela que freqüenta a rede pública de ensino.
É esta intencionalidade da ação educativa, bem como o seu caráter multidimensional
que nos remete à questão da formação do educador, cabendo a este estabelecer relações entre
sua prática didática e pedagógica e as teorias que lhe dão suporte, buscando dar significação
ao que lhe é desconhecido e ao que lhe desafia, construindo e reconstruindo o conhecimento.
O desafio de preparar professores assume maior complexidade face ao momento
histórico atual onde se discute e se redefine novas teorias sobre educação, novas estratégias
educacionais e novas organizações de processo para a formação de professores, tomando-se
por base as investigações científicas sobre o ensino, a maneira de ensinar e o que pensa o
professor acerca de sua própria prática educativa.

A ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS: uma estratégia de articulação de políticas


públicas.
A educação de adultos, que insere a questão do analfabetismo no Brasil, vem-se
constituindo num enorme desafio uma vez que:
• há 13,6% da população brasileira com 15 anos ou mais ainda analfabeta; na Bahia
o índice é de 24,2% ( dados do Censo de 2000);
• na Região Nordeste o índice de analfabetismo é de 52,7% no grupo de pessoas
com 50 anos ou mais (dado constante no Relatório do INEP, 1999);
• existe 600.000 mil professores no Brasil sem curso superior (dados de 2000);

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• 40,9% da população brasileira é formada por pessoas pobres e 18,7% por pessoas
extremamente pobres;
• as iniciativas na área de educação de adultos atenderam sempre a razões sociais,
políticas, ideológicas e culturais e só mais recentemente é que vem atendendo a
razões técnicas e educacionais;
• o professorado, em geral, não está capacitado para trabalhar com alunos adultos;
• não existe uma política bem definida de formação de professores para atender à
demanda dos sistemas públicos e privados de ensino;
• a clientela da educação de adultos apresenta interesses e expectativas diversos que
não são considerados nos programas de EJA;
• os recursos vêm sendo insuficientes para atender às necessidades deste segmento
educacional, apesar de que no ano de 2000 houve um acréscimo de 441,8 milhões
de reais nos recursos do Estado da Bahia para a educação de adultos provenientes
do FUNDEF/MEC.

Segundo Haddad e Di Pierro (1999), nos últimos anos, está havendo uma progressiva
redução do índice de analfabetismo absoluto (de 20,07% em 1991 para 14,7 % em 1997), mas
mesmo assim o Brasil ainda detém o maior contingente de analfabetos absolutos, que segundo
o MEC/INEP alcança a taxa de 13,6% em 2000, como também detém alto percentual de
pessoas jovens e adultas com baixa escolaridade no continente americano.
De acordo com a opinião de Haddad e Di Pierro (1999) os baixos índices de
permanência dos alunos na escola, como também, os índices de progressão escolar no sistema
de ensino público explicam, em parte, essas taxas de analfabetismo, pois se sabe que uma
conjugação de diversos fatores (sociais, culturais, econômicos, etc.) é que determina essas
taxas.
O analfabetismo no Brasil é mais grave levando-se em consideração as diferenças
regionais, ou de gênero, raça ou faixa etária. De acordo com as informações contidas no
documento das Diretrizes Curriculares Nacionais, em 1996, o percentual de pessoas
analfabetas aumenta à medida que se passa para uma faixa etária mais idosa, ou seja, de 15
a19 anos a percentagem é de 6% e de 50 anos em diante este percentual aumenta para 31,5%.
Quase um em cada dois analfabetos no país tem mais de 45 anos; 13% das pessoas
analfabetas têm entre 15 a 24 anos e 18% de 25 a 34 anos; este segundo grupo etário provoca

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maiores preocupações porque corresponde à faixa etária das pessoas que estão ingressando no
mercado de trabalho e constituindo família, devendo, portanto, dar-se prioridade não só em
termos de alfabetização, como ainda, no âmbito da educação continuada.
Segundo estatísticas recentes e de acordo com pesquisas efetuadas por economistas
um terço dos analfabetos se concentram em três Estados do Brasil: Bahia, São Paulo e Minas
Gerais, além da Região Nordeste apresentar as maiores taxas de analfabetismo de todo o país,
onde em 1996 detinha uma taxa de 28,7 % de analfabetos com 15 anos ou mais, contra o
percentual de 8,9% apresentado pela Região Sul, segundo dados publicados no ano de 2000
pelo órgão oficial do Governo, o Instituto de Estudos e Pesquisas, INEP/MEC.

A experiência brasileira em educação de adultos.


No Brasil, falar de educação de adultos significa colocar a alfabetização de adultos na
pauta das políticas educacionais. As idéias de Paulo Freire, bem como a sua proposta
libertadora para a educação de adultos serviram de inspiração para os mais importantes
programas e projetos de alfabetização de adultos e de educação popular, sobretudo nos anos
de 1960 e 1970.
A proposta de educação de adultos deste educador pernambucano foi disseminada por
todo o Brasil, com uma forte participação de sindicalistas, estudantes, intelectuais,
profissionais liberais, professores, como ainda de vários grupos sociais organizados, da ala
progressista da igreja, em um momento histórico de grande efervescência social e política.
Esta experiência permitiu a alfabetização de muitos brasileiros caracterizando-se por
apresentar fortes conotações ideológicas e priorizar a conscientização política aliadas ao
esforço pela educação de significativa parcela da população excluída da sociedade.
O governo brasileiro, abortando a experiência revolucionária de Paulo Freire, assumiu
o controle da educação de adultos nos anos de 1970, 1980 e 1990 mediante o MOBRAL
(Movimento Brasileiro de Alfabetização), em seguida através da Fundação Educar, criada em
substituição ao programa nacional anterior; após a extinção desta fundação, como nenhuma
ação formadora de grande porte fora executada sob a liderança do governo federal, as ações
nesta área começaram a serem desenvolvidas mediante as iniciativas dos próprios governos
estaduais e prefeituras municipais, instituindo os seus quadros docentes para atuar nos
programas e projetos de educação de adultos.

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Mais recentemente, o governo instituiu metas e objetivos do Programa Educação Para


Todos referentes à educação de jovens e adultos (EJA) para serem implementadas no período
de dez anos de 1993 a 2003, que seriam:
assegurar, em cinco anos, a oferta de educação equivalente às quatro séries
iniciais do ensino fundamental para 50% da população de jovens e adultos não
escolarizados;
propiciar até o final da década a oferta de educação equivalente às oito séries
do ensino fundamental para toda a população de jovens e adultos que tenha
concluído as quatro séries iniciais. (INEP/MEC,1999).

As políticas sobre analfabetismo no Brasil


De acordo com declarações aos jornais do Secretário João Carlos Homem de Carvalho
existe um planejamento do Ministério de Educação para que os investimentos financeiros que
visam erradicar o analfabetismo sejam concentrados no Nordeste, principalmente em áreas
rurais, pois o índice é cinco vezes maior nestas áreas do que nas metrópoles.
É relevante a intenção do atual Ministro da Educação do Brasil em preconizar a
erradicação do analfabetismo em quatro anos, tendo como meta de governo a alfabetização de
20 milhões de pessoas até o ano 2006; no entanto, o que preocupa é a forma a ser adotada
podendo ser campanhas emergenciais que, no passado, consumiram grandes montantes de
recursos, mas que na prática se mostraram totalmente ineficazes para alcançar os objetivos e
metas propostas, bem como para erradicar o analfabetismo neste país.
O que provoca um certo alento é saber que a educação de adultos atualmente vem
superando os períodos de censura, perseguição, repressão ocorridas nas décadas de 1960,
1970 e meados de 1980, como esclarece Soares (2000:8), existindo um movimento de
efervescência em todo o país, exigindo-se o cumprimento das leis e do dever do Estado para
com este segmento.
O fracasso, portanto, das campanhas de alfabetização e das ações provisórias
encampadas pelo governo resulta de que o combate ao analfabetismo não pode ter um curto
prazo de realização e não pode ser desvinculado de um conjunto de medidas; só poderá ter
sucesso se estiver inserido numa política global que também priorize o ensino básico,
qualifique os professores que atuam neste segmento educacional, respeite as diversidades
regionais, promova o desenvolvimento social e econômico, atenuando os níveis de
desemprego no país, criando novos postos de trabalho, melhorando substancialmente as

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profundas desigualdades sociais através de uma melhor distribuição de renda e da riqueza


produzida coletivamente.
Esses profissionais que lidam com a educação de adultos, geralmente, carecem de uma
formação teórica mais consistente, que os faça identificar as concepções acerca da origem e
evolução do conhecimento, do papel do ensino, da aprendizagem do professor e do aluno que
subjaz a sua prática pedagógica, necessitam de uma formação específica a partir de um
aprofundamento teórico das ciências relacionadas com a Educação e com os conteúdos
inerentes a cada área curricular.
Deve-se, portanto, atentar para duas condições específicas do processo de educação de
adultos: o sentido e o significado, ou seja, a representação social que o adulto tem se faz num
processo de aprendizagem do que decorre a motivação para a participação e a disposição para
aplicação do aprendizado no seu próprio desenvolvimento e no seu entorno social.
Na verdade, a constatação a que se chega, mediante o estudo e a análise das
contribuições desses diversos autores, é de que o analfabetismo não é um problema residual,
ou seja, resultante apenas das más administrações passadas, o que um programa emergencial
possa resolver, mas um problema grave, complexo, que exige políticas públicas bem
coordenadas, articuladas num programa de governo atrelado a estratégias de desenvolvimento
social e econômico.
Neste contexto, os analfabetos adultos são a expressão da pobreza, da misèria, frutos
de uma estrutura social injusta que os exclui da participacão em todos os nìveis da sociedade
(econômico, polìtico, cultural, etc.), sendo a negação de todos os direitos civis, ou seja, o
analfabetismo não é uma questão puramente pedagógica, mas sim, é essencialmente política,
como salienta Gadotti e Romão (2000:32).
O problema do analfabetismo, portanto, não pode ser resolvido sem uma política
pública bem definida que acabe com a pobreza, a fome, a miséria, sem um programa social
que envolva diversos setores e níveis governamentais e que promova a melhoria na qualidade
de vida da população brasileira.
Ferrández (1989:55) acrescenta que “eliminar el analfabetismo es tarea propia de los
gobiernos, pero aunque los sindicatos deben ejercer toda classe de presiones para que los
gobiernos actúen, tienen también ellos alguna responsabilidad en este campo”. Reforça ainda
que a luta pela erradicação do analfabetismo se ergue como um âmbito prioritário da política
educativa pela sua dupla repercussão nas atividades formativa e produtiva.

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Concorda-se com Gadotti e Romão (2000:107) de que “uma política nacional de


alfabetização só poderá obter sucesso se estiver vinculada a um projeto político-econômico
que supere as causas sociais que produzem e mantêm o analfabetismo”.
Neste sentido, a alfabetização de adultos pode ser uma importante estratégia para a
conquista da cidadania de segmentos populacionais marginalizados da vida social, cultural,
política e econômica, como também se espera que possa contribuir para o desenvolvimento do
país a partir da colaboração e da participação ativa destes segmentos na economia e no destino
do país.
Os Programas de Educação de Adultos existentes na Bahia. Caracterização da
Universidade do Estado da Bahia.
A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) que tem como principal missão formar
professores para atuar no ensino público é a maior das quatro universidades baianas, está
presente em 24 municípios, possui 29 departamentos situados em importantes pólos do Estado
e conta atualmente (em 2003) com 21 mil alunos matriculados.
A Universidade do Estado da Bahia foi criada em 1983 pela Lei Delegada n° 66/83 se
constitui numa Autarquia Estadual de regime administrativo especial, vinculada à Secretaria
Estadual de Educação, com autonomia administrativa, com personalidade jurídica de direito
público dotada de patrimônio próprio e tem por finalidade desenvolver de forma planejada a
educação superior em todo território baiano.
Esta universidade é composta por 21 Campi Universitários (conforme demonstra mapa
da UNEB no Anexo I), oferece 92 cursos/habilitações no ensino de graduação, promove a
formação e o aperfeiçoamento acadêmico, cientifico e tecnológico nas áreas de educação,
agronomia, saúde e alimentação e vem realizando projetos de pesquisa e de extensão com
recursos próprios e mediante convênios com diversas instituições públicas e privadas.
Procurando implementar metas voltadas para a melhoria e a consolidação das suas
funções básicas, a UNEB vem priorizando a qualificação do corpo docente investindo numa
política de apoio à capacitação de professores do sistema estadual e municipal de educação
através de projetos de extensão que vem contribuindo para o desenvolvimento regional.
Esta universidade atua com grandes projetos na área de educação de adultos que
abrangem a maioria dos municípios baianos onde existem departamentos em funcionamento.
Assim, vem assumindo a vanguarda na formação de educadores de jovens e adultos, pois
incorporou ao curso de Pedagogia, ministrado no Departamento de Ciências Humanas no

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município de Juazeiro, interior da Bahia, a habilitação em Educação de Adultos, a partir de


1987 e que vem funcionando regularmente com a oferta de quarenta vagas anuais.
Atenta às demandas sociais por uma educação de qualidade, a Universidade do Estado
da Bahia – UNEB, através do Departamento de Educação, Campus I, vem investindo na
formação de professores para atuar nas classes e nas escolas que cuidam da educação de
jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de ter acesso à escola na idade oportuna.
O Programa de Alfabetização Solidária – PAS.
O Programa Alfabetização (PAS) foi criado pelo Conselho da Comunidade Solidária,
em janeiro de 1997, e a sua principal meta é estimular o desencadeamento da oferta de
educação de jovens e adultos, visa também capacitar professores leigos para atuarem com
alfabetizadores nos municípios e ainda oportuniza a capacitação e acompanhamento das ações
de jovens e adultos.
A parceria UNEB com o PAS, envolvendo o Ministério da Educação, prefeituras e
instituições particulares, foi iniciada em julho de 1997, com o objetivo de reduzir os índices
de analfabetismo entre os jovens e adultos de 12 a 18 anos, em municípios da Região de
Chapada Diamantina.
Em 1998, o Programa já atendia a 35 municípios de várias regiões da Bahia. Em 1999,
já alcançava 77 municípios chegando em 2000/2001 a 113 municípios nos Estados de: Bahia,
Paraíba, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas, Goiás e Tocantins, numa cobertura de mais de
220 mil alunos. O Programa estende sua atuação também a outros países, a exemplo de
Moçambique na África, e é desenvolvido pelo Núcleo de Educação de Jovens e Adultos
(NEJA) que funciona na Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da Universidade.
O NEJA executa uma pesquisa para levantamento da evasão escolar de jovens e
adultos em Salvador, resultado de um convênio que firmou recentemente com a Secretaria
Municipal de Educação. O projeto tem duração de três meses, começou em maio de 2003,
envolvendo 17.000 alunos.
O PRONERA.
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), coordenado na
Bahia pela UNEB abrange as regiões do Baixo e Médio São Francisco, o Recôncavo Baiano e
o Extremo Sul atingindo 70 municípios baianos. Objetiva efetivar um processo de educação
de jovens e adultos, promover a continuidade deste em áreas de Reforma Agrária nas regiões
que utilizam metodologias específicas para o campo e, ainda reduzir o índice de
analfabetismo nessas regiões.

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A Alfabetização de Adultos Como Estratégia de Desenvolvimento Social

As suas principais metas são: alfabetizar 4.900 jovens e adultos, capacitar 245
Monitores em áreas de conhecimento específicas de EJA e realizar cursos de ensino regular
de 5ª à 8ª séries. Tem como parceiros neste trabalho a Secretaria de Educação do Estado e os
movimentos sociais e sindicais que atuam no campo, dentre os quais o mais importante do
ponto de vista de organização social e pelo quantitativo de participantes é o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Merece um destaque especial o MST por se tratar de um movimento com 20 anos de
organização e de luta social tentando construir um novo modelo de desenvolvimento sócio-
econômico para a zona rural, sintonizado com as necessidades e os interesses sociais dos
trabalhadores do campo e da cidade. Priorizando a Reforma Agrária, lutando pelo
assentamento de um milhão de famílias no campo e pela criação de 3,57 milhões de empregos
diretos e indiretos que aumentarão consideravelmente o consumo de bens industriais e de
comércio, além de reivindicar uma educação democrática e de qualidade para todos, este
movimento social se constitui na mais importante organização da sociedade civil brasileira.
As principais dificuldades destes programas da UNEB dizem respeito aos recursos
financeiros insuficientes para cumprir as metas e pôr em prática a programação das atividades
previstas. No caso especial do PRONERA, acrescem outros problemas que são os constantes
conflitos provocados pela invasão de terras e fazendas pouco exploradas, a escassez de água e
a falta de energia nos municípios, a carência total de livros e material didático para capacitar
os alfabetizadores e para uso dos alfabetizandos, bem como a distancia entre os assentamentos
onde vivem os alunos e o local (igreja, escola, associação sede) onde se realizam os trabalhos
de alfabetização.

O Programa AJA BAHIA.


Um dos mais importantes trabalhos na área de educação de adultos implantado pelo
Governo do Estado da Bahia e que conta com a participação da UNEB é o Programa de
Alfabetização de Jovens e Adultos – AJA BAHIA – em funcionamento desde 1996 na
Secretaria de Educação e que agora, a partir de 2003, está sob a responsabilidade da
Universidade num sistema de parceria. Este programa é destinado a promover o acesso ao
mundo da leitura e da escrita para milhares de cidadãos baianos excluídos do sistema escolar e
sem acesso aos seus mínimos direitos civis.
O Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos – AJA BAHIA – possui como meta
principal reduzir a um dígito o analfabetismo de jovens e adultos em todo o Estado da Bahia a

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A Alfabetização de Adultos Como Estratégia de Desenvolvimento Social

partir do envolvimento de quatrocentos e dezessete municípios baianos, em parceria com as


Prefeituras Municipais e com uma previsão de atender a um milhão de cidadãos baianos, num
trabalho de resgate da cidadania destes indivíduos excluídos da escola.
O objetivo principal deste Programa tem sido o de reduzir em 40% o índice de
analfabetismo de jovens e adultos, no período de três anos, de forma a garantir o acesso e a
terminalidade dos estudos no sistema público de educação.
Este programa apresenta como estratégias básicas a continuidade do processo de
alfabetização dos alunos que freqüentam as escolas da rede estadual e da rede municipal; a
criação do Núcleo Municipal para mobilizar e identificar as necessidades da comunidade e a
instituição de Espaços Educativos que ofereçam condições mínimas para desenvolver a
alfabetização durante seis meses.
O desenvolvimento da proposta consiste em cada município interessado definir o seu
projeto, que pode ser assessorado por uma universidade pública, participar do Seminário
promovido pela Secretaria de Educação, onde se discutirá o funcionamento das classes de
alfabetização, selecionar os agentes educativos do programa de acordo com os perfis
definidos, estruturar as classes de alfabetização com vinte e cinco alunos e implantar essas
classes nos espaços educativos.
O AJA BAHIA convoca a participação das Universidades, das empresas, das
Organizações Não-Governamentais (ONG’s) e da sociedade civil para juntarem as forças ao
Governo do Estado e às prefeituras no combate ao analfabetismo.
Os alfabetizadores, figura central para o sucesso ou fracasso do programa, passam por
um processo de seleção baseado em três critérios:
a) ser aluno de 3º ou 2º ano de cursos de Magistério ( nível médio ) ou de
cursos de Licenciatura de 3º grau ( nível superior );
b) pertencer à comunidade nos locais onde não há Escolas de Magistério;
c) estar disposto a participar da construção do projeto pedagógico do
programa e dos trabalhos de capacitação.
Vale ressaltar que os alfabetizadores recebem um incentivo funcional em termos de
uma gratificação que corresponde a um salário mínimo (menos de cem dólares) para
participar do Programa. Há também um interesse muito grande por parte dos Líderes do
Programa com a aprendizagem dos alunos condicionando a permanência do alfabetizador e o
funcionamento das classes de alfabetizandos com o aproveitamento escolar.

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Seria interessante observar que os critérios de seleção dos educadores se reduzem ao


grau de escolarização e à disposição do alfabetizador para ensinar, não se atentando para a
especificidade da educação de adultos e nem para a experiência do candidato com esta
modalidade de ensino.
Nota-se também uma preocupação com a qualificação dos alfabetizadores, que nem
sempre são professores da rede pública, investindo num processo de capacitação inicial, de no
mínimo 80 horas, além da capacitação em serviço realizada pelos supervisores, caracterizada
como uma formação continuada, durante todo o desenvolvimento do Programa.
A experiência está sendo avaliada no processo, mas ainda não se tem dados
conclusivos que permitam fazer uma apreciação criteriosa deste programa.
Revisar e analisar cuidadosamente as políticas públicas atuais é um fator
imprescindível para a reconstrução de propostas que promovam mudanças substanciais,
atendendo às demandas sociais, aos interesses coletivos e às necessidades individuais.

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