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Maély Ferreira Holanda Ramos
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Mestre. Universidade Federal do Maranhão. E-mail: maelyramos@hotmail.com
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1. INTRODUÇÃO
Para Frigotto e Ciavatta (2003, p. 107), é “o governo FHC que, pela primeira vez,
em nossa história republicana, transforma o ideário empresarial e mercantil de educação
escolar em política unidimensional do Estado”. E a forma mais concreta de buscar solidificar
esta política foi, antes de tudo, a incorporação da política educacional do Banco Mundial, que
levou o Brasil a adotar o “encolhimento” de proposta de Jomtien.
Assim, com a descentralização e a autonomia na educação transferiram a
responsabilidade para o mercado. Neste contexto a privatização fecha o circuito do
“encolhimento” da educação para todos que se configura na lógica do máximo de mercado e
mínimo de Estado. “O mercado passa a ser regulador até dos direitos”. (FRIGOTTO &
CIAVATTA, 2003, p.106).
Nos últimos governos o Plano de Desenvolvimento da Educação foi vinculado ao
compromisso Todos pela Educação que é a tendência a colocar a responsabilidade da
educação no âmbito de uma esfera indefinida que é a chamada sociedade. Desta forma a
educação não é problema do governo e sim da sociedade. A lógica que envolve o
Compromisso Todos pela Educação é o fortalecimento da “pedagogia de resultados”, onde os
processos educacionais se ajustam a demanda do mercado (SAVIANI, 2000).
Segundo Saviani (1998), a educação, “assim como nas empresas, visa obter a
satisfação total dos clientes e a educação é um produto que pode ser produzido com qualidade
variável [...], no entanto, o verdadeiro cliente da escola é a empresa.” Neste cenário a lógica do
mercado domina a lógica do direito e impede que o direito chegue de forma igual a todos os
cidadãos.
Passados dez anos da Conferência de Jomtien, realizou-se em Dacar, Senegal, o
Fórum de Educação para Todos (2000). Este evento estabeleceu novas metas para serem
alcançadas até 2015 pelos países signatários. O Brasil faz parte deste grupo e não está nem
perto de alcançar as metas propostas para 2015. É importante destacar que as metas do Plano
Nacional de Educação e as prioridades das políticas educacionais brasileiras são planejadas
no sentido de alcançar os objetivos da Educação para Todos (RELATÓRIO DE
MONITORAMENTO DE EDUCAÇÃO PARA TODOS, 2008).
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GADOTTI, Moacir. Da palavra a ação. In: INEP. Educação para todos: a avaliação da
década. Brasília: MEC/INEP, 2000. p. 27-31.
HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: O breve século XX. 1914-1991. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
Relatório de monitoramento de educação para todos Brasil 2008: educação para todos
em 2015; alcançaremos a meta? – Brasília: UNESCO, 2008.
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SHIROMA, Eneida Oto. Política Educacional. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007, 4. ed.
TORRES, Rosa Maria. Educação para Todos: a tarefa por fazer. Porto Alegre: ARTMED
Editora, 2001.