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FACULDADES INTEGRADAS DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE HISTÓRIA DO bRASIL

HISTÓRIA DO BRASIL III

Prof. Hely José Bezerra da Silva

Avaliação

Estudantes: Allef de Lima L. Fraemann Matos


Diógenes Calado
Elton Nascimento
Lucas Thyego

Uma breve reflexão sobre governo de FHC

A jornada até presidência.

Em 01 de outubro de 1992, devido aos escândalos de corrupção durante seu


mandato presidencial, foi instalado o impeachment que levou ao termino do governo de
Fernando Collor de Mello (PRN). Jogando o a país nas mãos de um vice do PMDB. O
sucessor de Collor foi Itamar Franco. Neste contexto, em 19 de maio de 1993, assume o
Ministério da Fazendo, Fernando Henrique, que tinha como meta, montar um novo
plano de recuperação da economia brasileira, o Plano Real. De acordo com Silva, o
programa passou por varias etapas até seu início. “Em 27 de fevereiro de 1994, através
da publicação da medida provisória 434. A medida provisória instituiu a Unidade Real
de Valor (URV), estabeleceu regras de conversão e uso de valores monetários, iniciou a
desindexação da economia, e determinou o lançamento de uma nova moeda, o Real.”
(SILVA, 2016, p. 29).

O plano foi considerado um sucesso, e FHC, então teve sua imagem associada
como “Pai do Plano Real”, o que foi um fator decisivo para sua vitória nas eleições de
1994. Venturi ressalta ocorreram vários fatores que contribuíram para o resultado do
pleito eleitoral de 94.

A consolidação da aliança PSDB-PFL, os encontros de Lula com


lideranças políticas e empresariais da comunidade internacional, a
crise e a troca dos candidatos à vice-presidência, Bisol e Palmeira; a
conquista brasileira do tetra na Copa do Mundo, um debate entre os
candidatos e os dois meses de propaganda eleitoral em cadeias de
rádio e televisão; o flagrante parabólico das confissões do ministro
Ricupero e a demissão do ministro Stepanenko por envolvimento da
máquina do governo na campanha tucana; a greve dos metalúrgicos do
ABCD, afirmação de PC Farias de que em 90 financiara a campanha
ao Senado do novo candidato a vice de FHC, Marco Maciel. Entre
outros acontecimentos. Mas, como tantas vezes já foi observado, a
despeito do alarde da mídia e da movimentação das campanhas em
torno dos fatos acima, do ponto de vista do eleitorado a alteração
radical do quadro sucessório foi regida fundamentalmente por um
único movimento: a implementação da segunda etapa do Plano Real,
com a troca da moeda e a queda abrupta da inflação. Todos os demais
acontecimentos ou passaram ao largo das considerações do eleitorado
ou, quando muito, apenas amplificaram o efeito do Real no processo
eleitoral. (VENTURI, 1994, p. 60)

Fernando Henrique Cardoso aproveitou o sucesso do Plano Real para montar sua
estratégia de campanha eleitora. Como observa Venturi, “Com o início do horário
eleitoral gratuito, em 02 de agosto, ao chamar para si e enfatizar a paternidade do Plano,
a campanha tucana potencializa o efeito do Real.” (Ibid, p.62). Assim, com intuito de
atrair mais eleitores, FHC utilizava de um discurso de continuidade, mostrando que seu
projeto de governo como melhor alternativa para o país. Além desse aspecto, o
candidato tinha mais tempo de propaganda na televisão e muito mais dinheiro gasto
com a campanha de marketing. Enquanto Lula, principal rival de FHC nas eleições de
1994. Tinha uma campanha agressiva, propondo pautas como reforma agraria e uma
legislação trabalhista. FHC venceu no primeiro turno, e sem muitas dificuldades, vence
a eleição presidencial de 1994.

A Diplomacia Presidencial e a Inserção Internacional do Brasil: A Política


Externa do Governo FHC

Para Fernando Henrique Cardoso, presidente eleito num contexto de nova ordem
mundial e de nova pax americana – onde os Estados Unidos emergem após o fim da
guerra fria como única superpotência, reunindo força militar e hegemonia estratégica
global –, a adesão a uma agenda internacional identificada com os interesses do FMI e
do Banco Mundial se tornaria um desafio e um discreto desiderato de seu governo.
Possivelmente para dar conta deste novo projeto de política externa, o presidente se
empenhou em esvaziar o Itamaraty de suas funções clássicas, criando uma eficiente
diplomacia presidencial. Diante da euforia dos anos 1990, o Itamaraty se tornara uma
instituição resistente aos novos projetos de inserção internacional brasileira, atuando em
favor da manutenção daquele projeto nacional desenvolvimentista que se expressara
através de políticas de inserção internacional baseada no ocidentalismo e terceiro-
mundismo.

Para o novo governo, no entanto, o projeto de política externa que visava a


conquista de um espaço autônomo da política internacional, valorizando a relação Sul-
Sul como forma de fortalecer os interesses dos países em desenvolvimento, se tornaria
inviável frente as recentes demandas políticas e econômicas internacionais, marcadas
pela agressividade do setor comercial. Para Fernando Henrique Cardoso, tal projeto de
inserção internacional de viés terceiro-mundista tinha como fundamento um conceito de
Estado Empresário que estava “ultrapassado” e sem condições de dar respostas efetivas
às novas necessidades locais, regionais e mundiais.

A adesão ao ideário do Estado Normal foi praticamente unânime entre os


países latino-americanos, inclusive o Brasil. O abandono das propostas
desenvolvimentistas e a adoção de reformas de Estado de cunho neoliberais foram a
base da nova política interna e externa dos países do continente Americano. No caso
brasileiro, o presidente Fernando Henrique Cardoso, imbuído da diplomacia
presidencial, foi exemplar em apresentar pessoalmente ao mundo crescentemente
competitivo o “novo Brasil”, naquele momento marcado pelas reformas estruturais e
pela estabilidade e abertura econômica.

O governo brasileiro, comprometido com a nova agenda política e econômica,


reforçaria o ideário do Estado Normal, resultando no aumento da vulnerabilidade
externa do país e no aprofundamento de sua dependência financeira e tecnológica. Neste
sentido, o Estado Normal revelou-se destrutivo para o Brasil, tanto no aspecto
econômico como no político, pois não apenas fragilizou o núcleo central da economia
brasileira, quando protegeu o capital estrangeiro sem pedir nenhuma compensação,
resultando no desequilíbrio entre os interesses internos e externos, como debilitou a
autonomia da política externa brasileira, momento em que a submissão aos interesses
das grandes potências se sobrepôs aos interesses nacionais, historicamente defendidos
pelo Itamaraty.

A atitude brasileira em priorizar a relação com as Grandes Potências e com os


Organismos Internacionais estaria de acordo com o novo conceito de multilateralismo,
que a partir dos anos 1990 passou também a representar o ideário neoliberal. Um dos
traços daquele novo conceito de multilateralismo foi a excessiva dose de idealismo. O
mundo interdependente e globalizado passou a ser visto pelos governos afinados com o
novo ideário como um espaço “feito de regras justas, transparentes e benéficas para
todos”. (CERVO, 2008:102) Este idealismo é característico dos governos neoliberais da
década de 1990. Como notaria o historiador Amado Cervo “em determinado momento
se percebe que pode ultrapassar o idealismo e atingir o nível da fé, longe da
racionalidade” (2008:102). Coube, assim, a Fernando Henrique Cardoso, com sua
habilidosa diplomacia presidencial, colocar o Brasil em sintonia com a globalização e
com o multilateralismo marcado pela “visão de um mundo harmonioso e padronizado,
cujo ordenamento brotaria da negociação” (CERVO, 2008:103). Esta percepção de
ordem internacional se revelou utópica, pois correspondeu muito mais a um desejo dos
chefes de Estados das Grandes e Médias Potências do que a realidade política e
econômica do mundo pós-Guerra Fria.

Com foco na aproximação e na adaptação brasileira as demandas


internacionais, a política externa de Fernando Henrique Cardoso, em 1998, ratificou o
Tratado de Não- Proliferação de Armas Nucleares (TNP). Segundo a avaliação,
demasiadamente otimista, do Ministro das Relações Exteriores da época, Luiz Felipe
Lampreia, esta foi uma atitude de grande importância e visibilidade para o Brasil,
especialmente pelo fato de ter terminado com os problemas e constrangimentos que
prejudicavam a inserção internacional do país (CORREIA, 1999:13-14). Vale registrar
que a percepção do Ministro Lampreia acerca da atuação da política externa brasileira
nesta questão, está longe de ter ser consensual entre os especialistas na área. Observa-se,
de fato, que a estratégia política do Brasil em ser signatário do Tratado de Não-
Proliferação de Armas Nucleares (TNP) foi inócua do ponto de vista objetivo e prático,
pois não representou nenhuma melhoria ou novas possibilidades econômicas e políticas
para o país no cenário internacional. Talvez esta atitude tenha apenas reforçado a
imagem de chefe de Estado do presidente Fernando Henrique Cardoso. A posição do
governo brasileiro com relação ao TNP demonstraria, enfim, submissão aos interesses
internacionais, sobretudo norte-americanos. Cabe ressaltar, por fim, que a adesão
brasileira ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), em julho de
1998, ocorreria num momento em que uma das marcas do governo era exatamente a
inexistência de um projeto nacional que fosse estratégico na área de tecnologia bélica. O
Brasil e a Diplomacia Presidencial da era FHC estabelece, desta forma, uma inflexão na
política externa brasileira. Com os investimentos do Estado sendo gradativamente
retirados das áreas estratégicas e um comportamento pró-ativo em abandonar as antigas
políticas do Itamaraty, o país ao aceitar ser signatário do TNP, caminharia na contramão
da política externa autônoma que marcou vários governos brasileiros ao longo,
sobretudo, da segunda metade do século XX.

Governo Fernando Henrique Cardoso: política e governabilidade

A partir de sua posse, em 1º de Janeiro de 1995, para, a priori, um mandato


único de quatro anos, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (FHC) assume a
presidência da República com duas importantes agendas de atuação do governo: a
estabilização monetária e as reformas constitucionais. Entrelaçando-se e articulando-se
a essas duas agendas estavam outras importantes como as privatizações e a reforma do
sistema financeiro. (ABRUCIO, 2003, pág. 275). Antes de sua eleição, é preciso
recordar, Fernando Henrique Cardoso foi à cara do novo plano econômico que tentava,
mais uma vez, debelar a grande crise econômica que afetava o Brasil desde os anos de
1980 e que atormentava o já combalido e inseguro povo brasileiro. (SCHWARCZ,
2015, pág. 496 - 497).

Lilia Moritz Schwarcz, no livro “Brasil: uma biografia” (Editora Companhia das
Letras, 2015), destaca a forte crise política e econômica que afetava a “Nova
República”, principalmente quando da eleição de 1994. De um lado a população
brasileira desiludia-se no campo político após o impeachment de Fernando Collor e seu
governo marcado por fracassos econômicos e pelos escândalos de corrupção. O grande
desafio era devolver ao povo brasileiro a segurança econômica já que, entre 1980 e
1993, o Brasil teve quatro tipos de moeda, cinco congelamentos de preços, nove planos
de estabilização econômica e onze índices diferentes para medir a inflação. Capitaneado
pelo sociólogo cosmopolita, então ministro da Fazenda do governo de Itamar Franco,
Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real deu certo e foi o tíquete para a Presidência de
FHC. (SCHWARCZ, 2015, pág. 497 ).
Para além da vitória nas eleições, a bem sucedida política anti-inflacionária, com
o sucesso do Plano Real, também foi usado pelo governo de Fernando Henrique
Cardoso como catalizador de apoio e aliado no governo que se formava. Tutelando para
si os próximos novos rumos do Real, sua estabilização, manutenção e avanço, Fernando
Henrique Cardoso foi capaz de montar e manter um governo de coalização capaz de
empreender as mudanças na estrutura, segundo os objetivos determinados por FHC.
Sendo assim, a responsabilidade política, em se tratando do governo e do congresso,
passava pelo apoio a agenda do Plano Real, que implicava sustentar reformas que
estruturais que daria a estabilidade em longo prazo, levando ao fortalecimento da
coalização do governo e enfraquecendo a oposição. (ABRUCIO, 2003, pág. 276).

Para Argelina Cheibub Figueiredo, em artigo conjunto com Fernando Limongi e


Ana Luzia Valentina, intitulado de “Governabilidade e concentração de poder
institucional – o Governo FHC” (1999), o governo de Fernando Henrique Cardoso foi
marcado por uma profunda assimetria entre os poderes Executivo e Legislativo
havendo, assim, uma profunda concentração de poder, institucionalmente construída,
nas mãos do Presidente da República e dos líderes partidários no Congresso. O governo
FHC teve grande poder decisório e força em sua agenda legislativa. A forte coalização
com os partidos políticos da base, e suas lideranças nas casas legislativas, associados a
uma maior interação e atenção entre o Executivo (FHC) e os congressistas, facilitaram
um maior controle da agenda legislativa a favor do governo. Um exemplo deste
processo era a edição das medidas provisórias. Instrumento do Executivo que forçava a
urgência nas votações por parte do legislativo e favoreciam um maior controle dos
lideres de partido, da base do governo, na tramitação de leis.

É preciso destacar que a aliança de apoio ao governo de Fernando Henrique foi


se formando ao longo processualmente. Em um primeiro momento faziam parte da
aliança os dois partidos que encabeçavam a chapa (PSDB e PFL), além do PTB, que
integrava a coligação eleitoral. Incorporaram-se depois o PMDB e o PPB,
proporcionando ao Executivo um apoio parlamentar que beirava os 75% dos assentos da
Câmara e do Senado. A política de coalizão, ou presidencialismo de coalizão
(FIGUEIREDO e LIMONGI, 1999), foi fortalecida pelo governo e permaneceu firme
durante todo o primeiro mandato e trabalhando em prol da reeleição de Fernando
Henrique Cardoso. Deve-se destacar, aqui, que a própria Emenda Constitucional nº 16,
de 04 de Junho de 1997, que passa a permitir a reeleição para um único período
subsequente para os cargos do poder Executivo, foi uma demonstração de força política
do presidente que se beneficiaria desta emenda.

Educação e cultura na era FHC

O cenário da educação.

As eleições presidenciais ocorridas em 1994, possuem um destaque central na


história da educação brasileira. Com a chegada de Fernando Henrique Cardoso à
Presidência da República, a educação passou a ocupar um lugar preponderante no
conjunto de políticas públicas desenvolvidas pelo seu governo. No governo FHC a
educação foi uma das cinco metas prioritárias da proposta governamental, juntamente
com agricultura, emprego, saúde e segurança.

O seu discurso de posse em 1º de janeiro de 1995, Fernando Henrique Cardoso,


balizou a importância da organização escolar destacando os pilares: os professores, os
alunos, os pais, a administração e a solidariedade, seriam os princípios norteadores da
educação brasileira. O seu discurso também teve destaque para o combate ao
analfabetismo e a construção de escolas faraônicas, que ao seu entender, nada contribuía
para as melhorias na educação, pois os professores essenciais para o processo educativo,
não recebiam boas formações.

No primeiro mandato de FHC, período que vai de 1995 a 1998, a educação


brasileira viu ser aprovada pelo congresso nacional a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN – Lei nº 9.394 de 1996), acompanha-se a essa aprovação
um conjunto de leis, portarias e decretos que buscou fortalecer ainda mais a LDBEN.
Dentre esses principais dispositivos jurídicos destaca-se as responsabilidades para o
Ministério da Educação e o Fundo de Manutenção e desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério. Em 1997, a equipe ministerial de Paulo
Renato Souza, então ministro da educação durante os dois governos, apresentou os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) e as Diretrizes Curriculares Nacionais. A
apresentação desses documentos foram essenciais para o direcionamento do processo de
formação e de escolarização para a educação nacional.
Em 1998, o Brasil passou por um novo momento eleitoral. Pela primeira vez na
sua história republicana, o sistema eleitoral passou a permitir a reeleição dos principais
cargos como prefeito, governadores e o Presidente da República. Nessa perspectiva,
Fernando Henrique Cardoso, foi reeleito e as políticas consideradas como metas
prioritárias deram continuidade dentro de um contexto chamado de cruzada neoliberal.

Nesse segundo mandato, de 1999 a 2002, o destaque na educação esteve para a


aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) em 2001. Com a aprovação do PNE,
entrou em vigência uma série de prioridades educacionais, tais como: ensino
fundamental em oito séries, erradicação do analfabetismo e por último, a prioridade que
diz respeito à gestão do sistema educacional e do desenvolvimento e aperfeiçoamento
dos sistemas de informação e de avaliação em todos os seus níveis e modalidades.

O cenário da Cultura.

A cultura foi um dos setores no governo Fernando Henrique Cardoso que


também passou por reformas significativas. Dentre essas reformas significativas, o
destaque está por conta do Ministério da Cultura (MINC) ao qual durante os dois
mandatos teve como ministro Francisco Weffort.

Entre as primeiras medidas implantadas pela nova gestão, estava a modificação


da Lei Rouanet (Lei n˚ 8.313 de 23 de dezembro de 1991), já em maio de 1995,
apresentando as seguintes alterações: aumento de 2% para 5% do percentual de
abatimento do imposto de renda de pessoas jurídicas para o patrocínio de projetos
culturais; reconhecimento da figura do agente cultural na negociação dos projetos, cujos
custos poderiam ser incluídos ao orçamento; anulação do calendário para
encaminhamento dos projetos, cuja aceitação passou a ocorrer ao longo de todo o ano;
redução do prazo oficial de noventa para sessenta dias, dedicado à apreciação dos
projetos (cf. Brasil, Ministério da Cultura, 1995).

Como consequência à implementação da Lei, se obteve um aumento maciço de


investimentos para a cultura e o crescimento de um mecenato privado com diversas
estratégias publicitárias com destaque na destinação de verbas para cultura. Os
investimentos realizados por patrocinadores tinham abatimento em impostos, ou seja, o
capital investido pela empresa, que gera um retorno de marketing, é todo constituído por
dinheiro público, isto é, aquele que seria pago de impostos. O resultado final é o da
aplicação de recursos que eram públicos a partir de uma lógica do investidor do setor
privado. Esta passou a ser a política cultural do Ministério na gestão Weffort

O Ministério da Cultura, no governo FHC, ganhou estabilidade institucional e a


gestão de Francisco Weffort foi marcada pela ideia de que os recursos de fomento
deveriam ser ampliados para o enriquecimento da cultura, ao passo que o poder público
teria pouco a dizer a respeito dos critérios de equidade. De fato, nesse período, as
capacidades do ministério e de suas instituições vinculadas não foram ampliadas
significativamente e as leis de incentivo se constituíram em um dos seus elementos mais
importantes.

Podemos concluir que no âmbito do Ministério da Cultura, a política


desenvolvida na gestão de Fernando Henrique Cardoso esteve pautada principalmente
nas questões de financiamento, tributação, isenção fiscal e marketing empresarial.

No âmbito do MERCOSUL, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso,


pouco foi feito em relação à integração por meio da cultura. Em 1995, em Assunção, foi
criada a Reunião de Ministros e Responsáveis de Cultura, como foro negociador.
Porém, essa reunião não teve o propósito comercial, foi simplesmente o resultado de
criação de um espaço institucionalizado para a cultura no âmbito do MERCOSUL, o
que propiciou a estimulação do estudo por pesquisadores e instituições acadêmicas e
culturais relativas à incidência econômica da atividade cultural e das políticas públicas
nas indústrias culturais dos países-membros.
Referências

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agendas e instituições. Tempo Soc., São Paulo, v. 15, n. 2, Nov. 2003. Disponível em:
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ARRUDA, Maria Arminda do Nascimento. A política cultural: regulação estatal e


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Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
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Governabilidade e concentração de poder institucional: o governo FHC. Tempo Soc.
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presidenciais brasileiras. Análise das vitórias de Fernando Henrique Cardoso e
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