Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
A energia nuclear vem sendo bastante contestada entre ambientalistas no
Brasil por conta da retomada do Programa Nuclear Brasileiro, que provoca discussões
acerca de uma possível tragédia, como a de Chernobyl, que possa causar danos
irreparáveis ao país. A construção da usina Angra 3 é o ponto de partida da retomada do
programa, que tem como objetivo aumentar o potencial energético do país. Todavia,
diversos ambientalistas condenam o programa, pois temem que acidentes como o de
Three Mile Island e Chernobyl se repitam, prejudicando o meio ambiente brasileiro. Sua
posição perante o assunto é imutável, afirmando que existem apenas fins econômicos.
Por outro lado, o Ministério da Ciência e Tecnologia confirma os fins econômicos,
contudo demonstram também a parte ambiental do projeto 1, que visa diminuir a
emissão de CO2, pois a indústria nuclear é a única que trata, acondiciona e mantém a
guarda de todos seus rejeitos2, e minimizar riscos de acidentes ambientais durante o
transporte da fonte de energia (urânio), pois necessita de pequena quantidade para
geração de muita energia.
Apesar de ter seus benefícios o uso da energia nuclear conta com diversos
malefícios, como as tragédias ocorridas pelo seu uso. Three Mile Island e Chernobyl são
as mais conhecidas por conta de sua dimensão, mas vamos nos conter com Chernobyl,
que no dia 26 de abril de 2009 completou 23 anos. Chernobyl é uma pequena cidade da
extinta União Soviética, hoje pertence à Ucrânia, que viveu vários dias de terror quando
um erro em uma usina nuclear causou uma das piores tragédias humanas. Desde o
ocorrido há grande incidência de casos de câncer em habitantes próximos ao local do
acidente.
Autores:
Gabriel Sousa Melo, aluno do primeiro semestre do curso de Direito da Faculdade 7 de Setembro.
Contato: gabrielsousagabriel@hotmail.com
Iury dos Santos Façanha, aluno do primeiro semestre do curso de Direito da Faculdade 7 de Setembro.
Contato: iurydosantos@hotmail.com
Orientador:
João Alfredo Telles Melo, professor de Direito Ambiental da Faculdade 7 de Setembro.
Contato: joaoalfredotellesmelo@gmail.com
1
Ler o documento:
http://www.senado.gov.br/web/comissoes/cct/ap/AP20080702_ProdEnergiaNuclear_CNEN.pdf
2
Ler a pág. 32 do documento contido no domínio:
http://www.senado.gov.br/web/comissoes/cct/ap/AP20080702_ProdEnergiaNuclear_CNEN.pdf
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
1. INTRODUÇÃO
A abordagem desenvolvida nesse trabalho teve como base o aniversário de
23 anos da tragédia de Chernobyl, que coincidiu com os 23 anos de início das obras da
usina Angra 3, a polêmica gerada em torno da retomada do Programa Nuclear Brasileiro
e a ascendência do Direito Ambiental no cenário jurídico brasileiro, tendo em vista a
enorme preocupação do mundo com o meio ambiente, que vem sendo cada vez mais
degradado. Tal trabalho objetivou esclarecer a tragédia de Chernobyl, detalhando dados
ocultados pelo governo da extinta União Soviética, explicar o que significa o Programa
Nuclear Brasileiro, expondo seus possíveis danos e benefícios à sociedade brasileira
conceituar o termo “energia nuclear”, citando os casos anteriores, e expor os princípios
que estão envolvidos na controvérsia gerada em torno do tema proposto, viabilizando
uma análise melhor da situação.
A retomada desse programa foi tida como referência por ser um tema
bastante atual, sendo exposta e explorada da maneira mais compreensível, para que seja
possível informar corretamente a todos sobre o assunto, mostrando sua importância e
discernindo as verdades das mentiras perante futuras discussões que possam surgir.
Além disso, para a realização de tal pesquisa realizamos a metodologia de
procedimento com utilização dos métodos histórico, comparativo, monográfico e
estatístico, e as técnicas de documentação indireta e documentação direta extensiva,
pois fizemos análises de um caso, o uso de energia nuclear, particularizando-o, a
tragédia de Chernobyl e a retomada do Programa Nuclear Brasileiro. Os métodos
usados podem ser explicados por conta da observação do passado para conceituar o
presente (método histórico), pela comparação de fatos (método comparativo), pelo
aprofundamento de estudos (método monográfico), pela apresentação de dados
numéricos (método estatístico) e por representar um benefício social (método
funcionalista). A utilização das referidas técnicas podem ser explanadas pela forma de
pesquisa documental e bibliográfica (documentação indireta), através de páginas na
internet e livros sobre o assunto, ou seja, intermediários, e pela consulta direto à fonte
por diversos meios (documentação direta extensiva), como medidas de opinião e
atitudes, análises de conteúdo, entre outros meios.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A TRAGÉDIA DE CHERNOBYL
Em 26 de abril de 1986, ocorreu na Ucrânia o pior acidente nuclear da
história3. Causado por falha humana, o acidente aconteceu por problemas em hastes de
controle do reator que foram mal projetadas e por erros no manuseio da máquina na
Usina Nuclear de Chernobyl (originalmente chamada Vladimir Lenin4). Dentre as
conseqüências do acidente cita-se a poeira radioativa que tomou conta do local e a
contaminação dos seres viventes da região.
Na madrugada do dia 26, a equipe responsável pelo plantão aproveitou o
desligamento de rotina da unidade 4 para realizar um experimento que buscava verificar
o que aconteceria com as bombas de resfriamento se houvesse interrupção de energia,
mais especificamente, no momento do intervalo entre a interrupção e a ativação dos
3
Por Gabriela Cabral, da equipe brasilescola.com, em:
http://www.brasilescola.com/historia/chernobyl-acidente-nuclear.htm
4
Em: Por Juliana Carpanez, da Folha Online, em:
http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
2
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
5
Por Gabriela Cabral, da equipe brasilescola.com em:
http://www.brasilescola.com/historia/chernobyl-acidente-nuclear.htm
6
Reportagem de Thomas Johnson, exibida no canal Discovery Channel Civilization, em data não
encontrada, mas presente em: http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
7
Reportagem de Thomas Johnson, exibida no canal Discovery Channel Civilization, em data não
encontrada, mas presente em: http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
8
Reportagem de Thomas Johnson, exibida no canal Discovery Channel Civilization, em data não
encontrada, mas presente em: http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
9
Reportagem de Thomas Johnson, exibida no canal Discovery Channel Civilization, em data não
encontrada, mas presente em: http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
3
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
10
Reportagem de Thomas Johnson, exibida no canal Discovery Channel Civilization, em data não
encontrada, mas presente em: http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
11
Reportagem de Thomas Johnson, exibida no canal Discovery Channel Civilization, em data não
encontrada, mas presente em: http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
12
Reportagem de Thomas Johnson, exibida no canal Discovery Channel Civilization, em data não
encontrada, mas presente em: http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
13
Reportagem de Thomas Johnson, exibida no canal Discovery Channel Civilization, em data não
encontrada, mas presente em: http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
14
Reportagem de Thomas Johnson, exibida no canal Discovery Channel Civilization, em data não
encontrada, mas presente em: http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
15
Reportagem de Thomas Johnson, exibida no canal Discovery Channel Civilization, em data não
encontrada, mas presente em: http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
16
Por autor desconhecido, em: http://www.nuctec.com.br/educacional/enbrasil.html
4
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
2.2.2 A RETOMADA
No dia 18 de agosto de 2008, o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz
Pinheiro da Silva, apresentou ao presidente Lula os objetivos e metas para a retomada
do Programa Nuclear Brasileiro. O plano abrangeria os setores de defesa (propulsão
naval de submarinos), de produção de combustível nuclear, de aplicações nucleares
(medicina, indústria, agricultura e P&D), de gerenciamento de rejeitos radioativos, de
licenciamento, segurança e impacto ambiental de instalações, além do setor de energia,
que hoje produz 1957 MW (657 MW em Angra 1 e 1300 MW em Angra 2) e passaria a
produzir 1400 MW com o reinicio da construção da usina Angra 3, o que seria
necessário para abastecer uma cidade como Rio de Janeiro 19, no entanto, devido aos
protestos formais e informais, a construção foi mais uma vez adiada.
No dia 19 de abril, o presidente Lula mais uma vez anunciou que as obras
para construção da usina, depois de 23 anos, seriam retomadas20.
O plano, que hoje faz parte do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento,
custará ao todo cerca de R$7,5 bilhões, sendo 70% vindos dos cofres públicos e o
restante a ser financiado no mercado internacional21. O funcionamento da usina está
previsto para 2014, atendendo à meta do Plano Decenal de Energia - PDE 2007/2016.
Toda essa demora na conclusão do projeto gira em torno de dois problemas:
as dificuldades para emissão de uma licença ambiental e a proposta de construir mais
quatro centrais nucleares, além de Angra, sendo duas no nordeste, com início previsto
para outubro de 2009, e duas no sudeste, com previsão de escolha do local em 201022.
2.2.3 O PROBLEMA
A problemática gerada em torno do assunto se refere à emissão da licença
para construção de Angra 3. Segundo as pessoas que são contra a retomada do
programa, seria feito um mau uso da energia nuclear, alegando que o aperfeiçoamento
do Brasil na matéria do desenvolvimento nuclear estimularia a atividade nuclear, no
17
Por Cecília Maria Leite Costa, em:
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_fatos_imagens/htm/fatos/AcordoNuclear.asp
18
Por Cecília Maria Leite Costa, em:
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_fatos_imagens/htm/fatos/AcordoNuclear.asp
19
Por Hugo Bachega, em 04/03/2009, no domínio:
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/03/04/ibama-emite-licenca-para-angra-3-condicionada-
44-exigencias-754691798.asp
20
Por Marcio Aith e Flávio Ferreira em matéria publicada na Folha de São Paulo do dia 19/04/2009.
21
Por Eletronuclear, em: http://www.eletronuclear.gov.br/inicio/index.php - Angra 3
22
Por Roberto Salles Xavier, analista sênior da Comissão Nacional de Energia Nuclear, em 23/05/2007.
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=47204
5
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
sentido da construção de uma bomba atômica. Foi o que afirmou o diretor geral da
Agência Internacional de Energia Atômica - AIEA, Mohamed ElBaradei, durante uma
conferência internacional sobre energia nuclear em Pequim, no dia 20 de abril de
200923.
Além disso, há alegações de que a nova usina possa causar danos
irreparáveis ao meio ambiente, pois ocorreriam mudanças extremas na fauna e na flora
do local, no entanto seus habitantes não concordam com a afirmação.
Outro problema, que foi contestado pelo Greenpeace, é o fato de o
Congresso Nacional não ter sido consultado sobre a construção de Angra 3, conforme
determina a Constituição Federal de 1988 através do Decreto 75.870/75, que autoriza a
construção de Angra 324.
Segundo especialistas vinculados ao Greenpeace, o ciclo de produção de
energia nuclear, chamado de “ciclo do perigo”, começa com a mineração do urânio, que
é extraído e convertido em um pó amarelo, o yellow cake. A operação é realizada em
Caetité, na Bahia, sendo realizada em condições precárias, pois não funciona com
autorização de operação permanente, expondo o homem, o solo e a água a riscos de
contaminação elevados, sempre com emissão de CO225.
O yellow cake é transportado de caminhão por mais de 700 quilômetros até
chegar ao porto de Salvador, seguindo depois de navio até o Canadá, onde é convertido
em gás e transportado até a Holanda. Todo o percurso oferece grande risco de
contaminação do mar, por meio de um possível vazamento, e da camada de ozônio, por
meio da emissão de CO226.
Na Holanda o urânio é enriquecido, consumindo mais energia e gerando
mais gases de efeito estufa, depois é novamente trazido para o Brasil, para o porto do
Rio de Janeiro. Em seguida viaja de caminhão até a fábrica de combustível nuclear, em
Resende, onde é convertido novamente em forma sólida e, finalmente, enviado às usinas
nucleares, em Angra dos Reis, onde é convertido em energia27.
Portanto, a maior emissão de CO2 é, segundo o Greenpeace, durante o
processo de extração e enriquecimento do urânio, contrariando a estratégia de marketing
da indústria nuclear 28, que consiste em convencer a sociedade e as autoridades de que a
energia nuclear é limpa porque não emite gases do efeito estufa.
No dia 4 de março de 2009, o IBAMA emitiu mais uma licença autorizando
a retomada das obras da usina, todavia fez quarenta e quatro exigências à Eletronuclear
para que a decisão prosseguisse, entre elas, a principal, está a apresentação de um
demonstrativo para construção de um depósito para resíduos radioativos e de
combustíveis usados, melhoria de trânsito de Angra dos Reis, programa de educação
ambiental sobre as questões nucleares e o monitoramento das tartarugas marinhas em
sua área de influência29.
23
Revista France Presse, divulgada no dia 20 de abril de 2009, número da edição não encontrada.
24
Por Daniel Roncaglia, no domínio: http://www.conjur.com.br/2008-out-
10/construcao_angra_nao_encontra_barreiras_juridicas
25
Por Greenpeace Brasil, em 14/10/2008, no domínio: http://vimeo.com/1966657
26
Por Greenpeace Brasil, em 14/10/2008, no domínio: http://vimeo.com/1966657
27
Por Greenpeace Brasil, em 14/10/2008, no domínio: http://vimeo.com/1966657
28
Por Greenpeace Brasil, no domínio: http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/energia-nuclear-x-
clima
29
Por Hugo Bachega, em 04/03/2009, no domínio:
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/03/04/ibama-emite-licenca-para-angra-3-condicionada-
44-exigencias-754691798.asp
6
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
2.2.4 A JUSTIFICATIVA
Segundo os defensores do projeto, os investimentos nessa área trariam
apenas benefícios “não só para o Brasil, mas para todos os seres do planeta” 35, pois
iremos dispor de soluções mais limpas para geração de energia, contribuindo para a
diminuição da emissão de CO2 e do problema energético do país.
O advogado Fernando Furriela, que defende o Greenpeace na ação afirma
que o decreto foi revogado pelo presidente Fernando Collor em março de 1991, além do
risco ao meio ambiente, o governo está violentando o Estado de Direito. Antes de o
IBAMA dar um licenciamento, o Congresso deveria ter sido consultado sobre a obra36.
30
Em: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/07/materia.2009-04-07.6367828854/view
31
Por Rebeca Lererm coordenadora da Campanha de Energia do Greenpeace, em 07/04/2009, no
domínio: http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/noticias/de-frente-para-usinas-nucleare
32
Assessoria de Imprensa da CNEN, no domínio:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=62212
33
“Garantia da qualidade para segurança de usinas nucleoelétricas e outras instalações”, páginas 07 a
21, em http://www.cnen.gov.br/seguranca/normas/doc/Nrm116.swf
34
Reportagem exibida no domínio : http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
35
Por Roberto Salles Xavier, analista sênior da Comissão Nacional de Energia Nuclear, em 23/05/2007.
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=47204
36
Por Daniel Roncaglia, no domínio: http://www.conjur.com.br/2008-out-
10/construcao_angra_nao_encontra_barreiras_juridicas
7
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
2.3 REGULAMENTAÇÃO
2.3.1 O QUE DIZ A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
O artigo 21, inciso XXIII, alínea A da Constituição Federal diz que:
“Compete à União: explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e
exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) Toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para
fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional ” 38.
Com base no caput do artigo 21, “Compete à União”, podemos dizer que
fica implícito que a exploração dos serviços e instalações nucleares e o monopólio sobre
os mesmos são exclusivos da União, pois, de acordo com o autor Felipe Vieira39, estão
subentendidas as denominadas “competências exclusivas”, que determina indelegável,
no caso, a exploração da referida atividade.
Tal competência exclusiva, referida no artigo 21, é de natureza
administrativa40 e não é passível de delegação, ou seja, a União poderá exercer a
exploração por meio de uma empresa privada, em ausência de uma estatal competente,
sem que esta tome decisões por si só, cabendo sempre à União a decisão final sobre
quaisquer assuntos envolvidos no ato do monopólio, da exploração ou das instalações
nucleares, no sentido de manter a soberania nacional.
Em relação à alínea do artigo, pode-se citar que no Brasil existem 18
normas jurídicas que regulamentam o setor nuclear, além de ser necessária a aprovação
da atividade perante o Congresso Nacional.
Para construir uma usina é preciso a emissão de quatro licenças. Em julho
de 2008, o IBAMA concedeu a Licença Prévia para Angra 3, que tem 60 exigências a
serem cumpridas pela Eletronuclear. Nessa primeira fase do licenciamento, o IBAMA
avalia a localização e a concepção do empreendimento, atestando a sua viabilidade
ambiental e estabelecendo os requisitos básicos a serem atendidos nas próximas fases41.
Todavia, tal aprovação não fica difícil no atual cenário político brasileiro,
haja vista que o partido do presidente possui maioria tanto no Senado como na Câmara.
Os que não simpatizam são facilmente comprados, já que a corrupção é cada vez mais
frequente no Brasil.
37
“Por que construir Angra 3”, em: http://www.eletronuclear.gov.br – Angra 3
38
Constituição da República Federativa do Brasil
39
VIEIRA, Felipe. Comentários à Constituição. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2005, p. 274
40
, Felipe. Comentários à Constituição. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2005, p. 275
41
Liana Fernandes de Jesus, advogada da Eletronuclear, em entrevista ao site:
http://www.conjur.com.br/2008-out-10/construcao_angra_nao_encontra_barreiras_juridicas
8
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
3. CONCLUSÃO
Podemos concluir que no caso da tragédia de Chernobyl é possível utilizar,
mediante a hipótese de crime de responsabilidade civil, previsto no art. 225, parágrafo
3º da Constituição Federal de 1988, que diz que “As condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados44”, os excludentes da responsabilidade civil ambiental, pois, segundo nossas
pesquisas, não houve dolo, ou seja, não houve a intenção de causar uma tragédia de
tamanhas proporções, haja vista que o objetivo da equipe responsável pela usina era
realizar um experimento nos equipamentos. Entretanto, mesmo sem o dolo, os
responsáveis deverão cumprir penas restritivas ou administrativas previstas na
Legislação Ambiental, que vão desde prestação de serviços à comunidade até a prisão,
mediante análise da gravidade, dos antecedentes criminais e da situação econômica do
infrator.
No caso do Programa Nuclear Brasileiro, uma possível tragédia, salvo sob
sabotagem comprovada, também será incluída no princípio dos excludentes da
responsabilidade civil ambiental, seguido das mesmas penas e análises.
42
MACHADO, P.A. L. Estudos de Direito Ambiental. São Paulo: Malheiros, 1994, p.35
43
ALBEGARIA, Bruno. Direito Ambiental e a Responsabilidade Civil das Empresas. Belo Horizonte:
Editora Fórum, 2005, p. 111.
44
Artigo 225, parágrafo 3º da Constituição Federal de 1988
9
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 8. ed. rev. ampl. e atual. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2005. 940 p.
ALBERGARIA, Bruno. Direito Ambiental e a Responsabilidade Civil das
Empresas. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2005. 208 p.
MACHADO, P.A.L. Estudos de Direito Ambiental. São Paulo: Malheiros, 1994, 166
p.
MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente. 2. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos
Tribunais. 783 p.
http://www.brasilescola.com/historia/chernobyl-acidente-nuclear.htm
http://www.aomestre.com.br/mnd/chernobyl.htm
http://p2-raw.greenpeace.org/brasil/chernobyl/o-que-aconteceu-em-chernobyl
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_fatos_imagens/htm/fatos/AcordoNuclear.asp
http://www.eletronuclear.gov.br– Angra 3
http://www.nuctec.com.br/educacional/index.html
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_fatos_imagens/htm/fatos/AcordoNuclear.asp
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u553059.shtml
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=47204
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1091265-9356,00-
ENERGIA+NUCLEAR+REPRESENTA+RISCOS+AFIRMA+ELBARADEI.html
http://www.canalenergia.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?id=66672
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/07/materia.2009-04-
07.6367828854/view
http://www.jurisambiente.com.br/ambiente/principios.shtm
http://www.achetudoeregiao.com.br/RJ/usina_nuclear4.htm
http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/ciclo-do-perigo
http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/energia-nuclear-x-clima
COLOMBO, Silvana Brendler. O princípio da precaução no Direito Ambiental. Jus
Navigandi, Teresina, ano 9, n. 488, 7 nov. 2004. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5879>. Acesso em: 12/05/2009
RAMOS, Carlos Fernando Silva. Princípio da prevenção. Jus Navigandi, Teresina,
ano 11, n. 1346, 9 mar. 2007. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9574>. Acesso em: 12/05/2009
MARÇAL, Claudia. Análise jurídica do procedimento do licenciamento ambiental.
Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 668, 4 maio 2005. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6675>. Acesso em: 12/05/2009
10