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Desastre de Chernobyl:
Para evitar novos casos, o governo soviético transferiu 120 mil pessoas nas primeiras
horas após o desastre e mais 240 mil nos anos seguintes.
O Complexo Energético de Chernobyl está localizado a 130 quilômetros ao norte de
Kiev, na Ucrânia, e cerca de 20 quilômetros ao sul da fronteira com a Bielorrússia.
Fazem parte do complexo quatro reatores nucleares.
Dois deles foram construídos entre 1970 e 1977 e as demais unidades em 1983. Na
ocasião do desastre, outros dois reatores estavam em construção. A população
circunvizinha à usina chegava a 135 mil pessoas.
Assim, no dia seguinte, havia uma série de ações programadas, incluindo a desativação
dos mecanismos de desligamento automático.
O reator, porém, ficou instável e houve a liberação de uma onda de energia. Esta
interagiu com o combustível quente e a água que seria usada para arrefecer a turbina
provocou a produção instantânea de vapor, aumentando a pressão.
Com a geração de vapor intenso, o núcleo foi inundado pela água usada no
resfriamento de emergência e ocorreu a primeira explosão, seguida de um novo
evento segundos depois. Dois trabalhadores morreram neste momento.
Uma série de incêndios foi registrada após as explosões e foi liberado combustível e
material radioativo na atmosfera.
Os técnicos utilizaram 300 toneladas de água na metade intacta do reator, mas o fogo,
que começou durante a noite, só foi controlado após o meio-dia.
Ao menos cinco mil toneladas de boro, areia, argila e chumbo foram lançados no
núcleo do reator. O objetivo era tentar evitar o incêndio e a liberação de mais material
radioativo.
Consequências do Acidente
A liberação de material radioativo da usina ocorreu por, pelo menos, dez dias.
Houve intensa exposição ao material radioativo por parte das equipes de controle do
acidente e bombeiros, os primeiros a chegarem ao local.
Entre os 28 mortos nos primeiros dias, seis eram bombeiros. Os trabalhos de controle
ocorreram entre 1986 e 1987 e envolveram 20 mil pessoas, que receberam diferentes
doses de exposição à radiação. O governo soviético reassentou 220 mil pessoas
moradoras das áreas próximas ao desastre.
Impacto na Saúde
Ficou comprovado mais tarde que os níveis de radiação liberados não eram suficientes
para causar danos aos bebês em fase gestacional.
Até hoje, não é recomendável consumir qualquer alimento que tenha origem naquele
território. Com isso, milhares de pequenos agricultores perderam sua fonte de renda e
tiveram que abandonar suas fazendas.
A natureza selvagem também sofreu com radiação. Há vários animais que apresentam
mutações genéticas, como os lobos e roedores de pequeno porte e até mesmo animais
domesticados como gatos e bovinos.
Por conter chumbo, material de relativo valor financeiro, a fonte foi vendida para um
depósito de ferro-velho, cujo dono a repassou a outros dois depósitos, além de
distribuir os fragmentos do material radioativo a parentes e amigos que por sua vez os
levaram para suas casas.
As pessoas que tiveram contato com o material radioativo – contato direto na pele
(contaminação externa), inalação, ingestão, absorção por penetração através de lesões
da pele (contaminação interna) e irradiação- apresentaram, desde os primeiros dias,
náuseas, vômitos, diarreia, tonturas e lesões do tipo queimadura na pele. Algumas
delas buscaram assistência médica em hospitais locais até que a esposa do dono do
depósito de ferro-velho, suspeitando que aquele material tivesse relação com o mal-
estar que se abateu sobre sua família, levou a peça para a Divisão de Vigilância
Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde, onde finalmente o material foi identificado
como radioativo. Devido às características do acidente de Goiânia, as vias potenciais de
exposição da população à radiação foram: inalação de material ressuspenso, ingestão
de frutas, verduras e irradiação externa devido ao material depositado no ambiente.