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TRABALHO DE IMPACTOS DA TECNOLOGIA

CHERNOBYL & CÉSIO-137


Nome: Gabriel Pereira Saideles Turma: 307 Data: 13/09/2022

Desastre de Chernobyl:

A explosão do reator teve como consequência a liberação de 5% do material do núcleo


do reator Chernobyl que foi manipulado de maneira inadequada por engenheiros da
usina.

Dois trabalhadores morreram neste instante e outros 28 faleceriam nas semanas


subsequentes por envenenamento. Logo após a explosão, 237 pessoas foram
diagnosticadas por contaminação por Iodo radioativo, sendo confirmados 134 casos.

A população da Bielorrússia, Ucrânia e Rússia ficou exposta à radiação e houve


centenas de registros de casos de câncer de tireoide.

Para evitar novos casos, o governo soviético transferiu 120 mil pessoas nas primeiras
horas após o desastre e mais 240 mil nos anos seguintes.
O Complexo Energético de Chernobyl está localizado a 130 quilômetros ao norte de
Kiev, na Ucrânia, e cerca de 20 quilômetros ao sul da fronteira com a Bielorrússia.
Fazem parte do complexo quatro reatores nucleares.

Dois deles foram construídos entre 1970 e 1977 e as demais unidades em 1983. Na
ocasião do desastre, outros dois reatores estavam em construção. A população
circunvizinha à usina chegava a 135 mil pessoas.

No dia 25 de abril de 1986, um dia antes do desastre, os engenheiros responsáveis


pelo reator 4 de Chernobyl iniciaram um teste de rotina.

Este consistia em determinar quanto tempo as turbinas demorariam a girar e fornecer


energia às principais bombas de circulação após a sequência de perda de energia
elétrica. O teste fora realizado um ano antes, mas a equipe não conseguira medir a
tensão da turbina.

Assim, no dia seguinte, havia uma série de ações programadas, incluindo a desativação
dos mecanismos de desligamento automático.

O reator, porém, ficou instável e houve a liberação de uma onda de energia. Esta
interagiu com o combustível quente e a água que seria usada para arrefecer a turbina
provocou a produção instantânea de vapor, aumentando a pressão.

Em consequência da forte pressão, houve destruição da cobertura do reator - uma


estrutura de mil toneladas - gerando rompimento dos canais de combustíveis.

Com a geração de vapor intenso, o núcleo foi inundado pela água usada no
resfriamento de emergência e ocorreu a primeira explosão, seguida de um novo
evento segundos depois. Dois trabalhadores morreram neste momento.

Uma série de incêndios foi registrada após as explosões e foi liberado combustível e
material radioativo na atmosfera.

Os técnicos utilizaram 300 toneladas de água na metade intacta do reator, mas o fogo,
que começou durante a noite, só foi controlado após o meio-dia.

Ao menos cinco mil toneladas de boro, areia, argila e chumbo foram lançados no
núcleo do reator. O objetivo era tentar evitar o incêndio e a liberação de mais material
radioativo.
Consequências do Acidente

A liberação de material radioativo da usina ocorreu por, pelo menos, dez dias.

Os materiais de maior e mais perigosa exposição foram o Iodo-131, o gás xénon e o


Césio-137 em um montante de 5% de todo o material radioativo de Chernobyl,
estimado em 192 toneladas.

Levadas pelo vento, partículas do material chegaram à Escandinávia e à Europa


Oriental.

Houve intensa exposição ao material radioativo por parte das equipes de controle do
acidente e bombeiros, os primeiros a chegarem ao local.

Entre os 28 mortos nos primeiros dias, seis eram bombeiros. Os trabalhos de controle
ocorreram entre 1986 e 1987 e envolveram 20 mil pessoas, que receberam diferentes
doses de exposição à radiação. O governo soviético reassentou 220 mil pessoas
moradoras das áreas próximas ao desastre.

Impacto na Saúde

Vários problemas de saúde foram registrados em consequência dos acidentes de


Chernobyl.

Entre 1990 e 1991, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) enviou 50


missões com representantes de 25 países. Na ocasião foram avaliadas as áreas
contaminadas na Bielorrússia, Rússia e Ucrânia.

O trabalho de controle identificou ao menos quatro mil casos de câncer de tireoide.


Além disso, foram registrados casos de leucemia e outras formas de câncer agressivas
em longo prazo, problemas de circulação e catarata.

Além dos problemas advindos diretamente da exposição ao material radioativo, os


pesquisadores também encontraram casos relacionados ao estado mental da
população traumatizada pelo acidente.

Na ocasião da explosão, as gestantes foram aconselhadas a abortar para evitar


possíveis efeitos teratogênicos nos fetos.

Ficou comprovado mais tarde que os níveis de radiação liberados não eram suficientes
para causar danos aos bebês em fase gestacional.

Atualmente, as pessoas que eram crianças e adolescentes na época fazem parte do


grupo de risco que podem desenvolver câncer.

Muitos já foram operados de câncer na tireoide, por exemplo. Na cidade de Gomel, na


Bielorrússia, a incidência desta doença aumentou 10.000 vezes após o acidente de
Chernobyl.
Impactos Ambientais

Os impactos ambientais na região foram muitos. Imediatamente após o acidente,


vários países suspenderam a importação de produtos agrícolas como a batata e o leite.

Até hoje, não é recomendável consumir qualquer alimento que tenha origem naquele
território. Com isso, milhares de pequenos agricultores perderam sua fonte de renda e
tiveram que abandonar suas fazendas.

A natureza selvagem também sofreu com radiação. Há vários animais que apresentam
mutações genéticas, como os lobos e roedores de pequeno porte e até mesmo animais
domesticados como gatos e bovinos.

Igualmente, as plantas trazem o veneno desde a semente e sua aparência também se


viu alterada.

Calcula-se que os riscos de contaminação continuarão por 20 mil anos.


Desastre do Césio-137:

Em setembro de 1987 aconteceu o acidente com o Césio-137 (137Cs) em Goiânia,


capital do Estado de Goiás, Brasil. O manuseio indevido de um aparelho de
radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, gerou
um acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas. A fonte, com
radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci) continha cloreto de césio, composto químico de
alta solubilidade. O 137Cs, isótopo radioativo artificial do Césio tem comportamento,
no ambiente, semelhante ao do potássio e outros metais alcalinos, podendo ser
concentrado em animais e plantas. Sua meia-vida física é de cerca de 33 anos.

Com a violação do equipamento, foram espalhados no meio ambiente vários


fragmentos de 137Cs, na forma de pó azul brilhante, provocando a contaminação de
diversos locais, especificamente naqueles onde houve manipulação do material e para
onde foram levadas as várias partes do aparelho de radioterapia.

Por conter chumbo, material de relativo valor financeiro, a fonte foi vendida para um
depósito de ferro-velho, cujo dono a repassou a outros dois depósitos, além de
distribuir os fragmentos do material radioativo a parentes e amigos que por sua vez os
levaram para suas casas.

As pessoas que tiveram contato com o material radioativo – contato direto na pele
(contaminação externa), inalação, ingestão, absorção por penetração através de lesões
da pele (contaminação interna) e irradiação- apresentaram, desde os primeiros dias,
náuseas, vômitos, diarreia, tonturas e lesões do tipo queimadura na pele. Algumas
delas buscaram assistência médica em hospitais locais até que a esposa do dono do
depósito de ferro-velho, suspeitando que aquele material tivesse relação com o mal-
estar que se abateu sobre sua família, levou a peça para a Divisão de Vigilância
Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde, onde finalmente o material foi identificado
como radioativo. Devido às características do acidente de Goiânia, as vias potenciais de
exposição da população à radiação foram: inalação de material ressuspenso, ingestão
de frutas, verduras e irradiação externa devido ao material depositado no ambiente.

A fonte radioativa foi removida e manipulada indevidamente no dia 13 de setembro,


porém o acidente radioativo só foi identificado como tal no dia 29 do mesmo mês,
quando foi feita a comunicação à Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, que
notificou a Agência Internacional de Energia Atômica –AIEA. Foi acionado um plano de
emergência do qual participaram CNEN, Furnas Centrais Elétricas S/A – FURNAS,
Empresas Nucleares Brasileiras S/A – NUCLEBRÁS, DEFESA CIVIL, ala de emergência
nuclear do Hospital Naval Marcílio Dias – HNMD, Secretaria Estadual de Saúde de
Goiás – SES/GO, Hospital Geral de Goiânia –HGG, além de outras instituições locais,
nacionais e internacionais que se incorporaram ou auxiliaram a “Operação Césio-137”.

As primeiras providências foram identificar, monitorar, descontaminar e tratar a


população envolvida; as áreas consideradas como focos principais de contaminação
foram isoladas e iniciou-se a triagem de pessoas no Estádio Olímpico. A
descontaminação dos focos principais foi feita removendo-se grandes quantidades de
solo e de construções que foram demolidas. Ao mesmo tempo era realizada a
monitoração para quantificar a dispersão do 137Cs no ambiente, além de análise de
solo, vegetais, água e ar.

O acidente de Goiânia gerou 3500 m3 de lixo radioativo, que foi acondicionado em


containeres concretados. O repositório definitivo deste material localiza-se na cidade
de Abadia de Goiás, a 23 km de Goiânia, onde a CNEN instalou o Centro Regional de
Ciências Nucleares do Centro-Oeste, que executa a monitoração dos rejeitos
radioativos e controle ambiental.

Para executar o monitoramento sobre os efeitos da exposição à radiação ionizante nas


pessoas que foram vítimas deste acidente, o governo do Estado de Goiás criou, em
fevereiro de 1988, a Fundação Leide das Neves Ferreira. Foram definidos grupos de
monitoramento dos pacientes, de acordo com normas internacionais, que consideram
como critérios de classificação a gravidade das lesões cutâneas e a intensidade da
contaminação interna e externa, e que determinou a metodologia dos protocolos de
acompanhamento médico.

Sem dúvida, o Acidente Radiológico com o Césio-137 forneceu ensinamentos e


possibilitou aprendizados para todo o mundo, em todas as áreas do conhecimento
humano. Das várias lições aprendidas neste acidente, podemos nos referir àquela que
trata da nossa responsabilidade em conhecer as consequências de se lidar com ciência
e tecnologia, e ampliarmos os cuidados que priorizam a ética e o respeito à vida.

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