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TRABALHO DE QUÍMICA
TEMA: CHERNOBYL
Desenvolvimento: "O vento levou o material radioativo lançado na atmosfera, principalmente pa-
ra o oeste e norte de Pripyat, e a radiação espalhou-se pelo mundo. Rapidamente, foram identifi-
cados altos níveis de radiação em locais como Polônia, Áustria, Suécia, Bielorrússia e até locais
muito distantes, como Reino Unido, Estados Unidos e Canadá.
Os primeiros a alertarem a comunidade internacional de que algo havia acontecido na União Sovi-
ética foram os suecos. Os questionamentos realizados ao governo soviético levaram-no a admitir
que o acidente havia acontecido no dia 28 de abril. Até então, os soviéticos trataram de esconder
o que havia acontecido, temendo os impactos disso para a reputação do país."
Causas do desastre
O desastre de Chernobyl foi ocasionado por uma sucessão de erros humanos e violações de pro-
cedimentos de segurança. No dia 25 de abril de 1986, durante um desligamento de rotina, os téc-
nicos da usina realizaram um teste no reator Chernobyl 4. O teste consistia em determinar quanto
tempo as turbinas eram capazes de girar após uma queda abrupta de energia. O teste em questão
já havia sido executado no ano anterior, quando se percebeu que as turbinas haviam parado muito
rapidamente. Para resolver isso, novos dispositivos foram instalados ao longo do ano e precisa-
vam de testes.
O operador da usina cometeu alguns erros cruciais durante o experimento, como a desativação do
mecanismo de desligamento automático do reator e o desligamento de quatro das oito bombas de
água que o refrigeravam. Quando o operador percebeu o estado em que o reator encontrava-se,
já era muito tarde. A reação nuclear já estava extremamente instável, e a quantidade de energia
que ele produzia já ultrapassava 100 vezes a sua potência usual.
Os técnicos da usina decidiram que era necessário bombear gás xenônio para o interior das vare-
tas que continham as pastilhas com cerca de 210 toneladas de urânio-235, já que esse gás tem a
capacidade de absorver os nêutrons emitidos pela fissão nuclear. A instalabilidade do reator tor-
nou impossível o controle da fissão exclusivamente pelo uso do xenônio. Dessa forma, hastes
contendo o elemento boro foram inseridas manualmente, para frear a emissão de nêutrons, po-
rém, quando inseridas, as hastes expeliram certo volume de água do reator, consequentemente, a
água restante sobreaqueceu e evaporou, expandindo-se violentamente."
"A pressão produzida pela água foi suficientemente grande para soltar a placa de cobertura do reator, que pe-
sava nada menos que 1000 toneladas. Nesse momento, uma grande quantidade de vapor foi responsável por
liberar os produtos da fissão nuclear, como iodo-131, césio-137 e estrôncio-90 para a atmosfera.
Dois ou três segundos após a primeira explosão, uma segunda explosão ejetou fragmentos das pastilhas de
combustível, bem como grafite aquecido (cerca de 300 kg de fragmentos de carbono). O núcleo do reator
fundiu-se graças às altíssimas temperaturas e tornou-se incandescente, dando início a um grande incêndio.
Com isso, uma enorme nuvem de gases altamente contaminados com diversos tipos de radioisótopos esca-
pou para a atmosfera.
Após a ocorrência da segunda explosão, a metade do reator 4 estava comprometida. Cerca de 300 toneladas
de água foram usadas por hora para abaixar a temperatura do reator. Entre o segundo e o décimo dia, com a
ajuda de helicópteros, foram despejadas cerca de 5000 toneladas de boro, dolomita, areia, argila e chumbo
sobre o reator incandescente, como uma tentativa de cessar a emissão de partículas radioativas.
O acidente de Chernobyl liberou cerca de 100 MCi (megaCuries), ou 4.1018 becquerels, dos quais cerca de
2,5 Mci foram de Césio-137 – o maior acidente radioativo da humanidade. A grandeza becquerel diz respeito
à taxa de desintegração nuclear, ou seja, ela mede o número de decaimentos que acontecem a cada segundo.
Em outras palavras, nas proximidades do reator 4, ocorriam 4.000.000.000.000.000.000 quatrilhão de desin-
tegrações nucleares por segundo, dando origem à nuclídeos perigosos como o de Césio, cuja a meia vida é de
cerca de 30 anos."
O que foi feito para conter o acidente?
"Logo depois da explosão do reator 4, os bombeiros de Pripyat foram convocados para apagar o incêndio.
Como o trabalho dos bombeiros não trouxe resultados, decidiu-se jogar materiais, como areia e boro, para
conter o incêndio e diminuir a dispersão do material radioativo.
Apesar da gravidade do acidente, a população de Pripyat só começou a ser evacuada 36 horas depois da ex-
plosão. A população da cidade foi orientada a não levar seus pertences e foi informada de que se tratava de
uma evacuação temporária. Os habitantes de Pripyat foram obrigados a abandonar alimentos e animais do-
mésticos.
o governo soviético criou uma zona de exclusão, a qual incluía locais que apresentavam alto risco para a pre-
sença humana. Com isso, tudo em um raio de 30 km de distância da usina de Chernobyl foi evacuado.
Por conta do acidente, uma comissão foi criada pelo governo soviético com o objetivo de conter a dispersão
do material radioativo. A escritora bielorrussa Svetlana Aleksievitch apontou que foram mobilizadas 800 mil
pessoas na contenção dos danos na região de Chernobyl. Soldados, cientistas, bombeiros, mineiros, operá-
rios, entre outros, foram enviados às pressas para a região.
Os chamados “liquidadores” realizaram diferentes tipos de trabalho na região de Chernobyl. Alguns trabalha-
vam acompanhando os níveis de radiação, mas existiam também aqueles responsáveis em conter a emissão
de mais radioatividade, fazer a limpeza da cidade, enterrar objetos contaminados, matar animais, realizar a
evacuação da população, revirar o solo etc.
Muitos dos liquidadores enviados para Chernobyl não sabiam do risco que corriam com o trabalho que reali-
zavam, mas eram incentivados pelo patriotismo e pelos benefícios oferecidos pelo governo soviético (como
salários acima do padrão da época). Um dos trabalhos mais perigosos era o de realizar a limpeza do teto da
usina, repleto de materiais radioativos que faziam parte do interior do reator 4.
Os que trabalharam na limpeza do teto da usina ficaram conhecidos como “biorrobôs”. Por fim, o trabalho de
contenção contou com a construção de uma estrutura que faria a contenção do material radioativo. Essa es-
trutura ficou conhecida como sarcófago de Chernobyl e foi construída entre junho e novembro de 1986.
Em novembro de 2016, uma nova estrutura metálica de confinamento do reator 4 foi construída pelo governo
ucraniano. O novo sarcófago, que custou mais de dois bilhões de euros, foi construído para suportar terremo-
tos de baixa intensidade e projetado para funcionar até o final do século XXI. Ele possui cerca de 7.300 tone-
ladas de metal e 1000 metros cúbicos de cimento.