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Acidente Nuclear de Chernobyl

Componentes: Artur Mendes


Bianca Júlia
Emanuelle Campos
José Dimas Gaigher
Mariana Salgado
Thaline Prata Modesto
ACIDENTE NUCLEAR CHERNOBYL
A história desse desastre se inicia nos anos 70, quando a União
Soviética decidiu construir uma usina nuclear a 20 Km da cidade de
Chernobyl. O projeto dizia que a usina devia contar com 6 reatores
trabalhando com Césio-137, que é um material extremamente radioativo.
Infelizmente o projeto nunca se completou, pois no dia 26 de abril de
1986 o reator de número 4 explodiu, liberando material radioativo por
quilômetros, em uma proporção 400 vezes maior do que a radiação
liberada nas explosões das bombas sobre Hiroshima e Nagasaki.

Inicialmente o governo soviético tentou esconder o acidente, mas 30


horas após eles tiveram que revelar tudo ao público e começar um
operação enorme para tentar conter os problemas. Mais de 600 mil
homens foram convocados para o trabalho “suicida”.
Enquanto as pessoas eram evacuadas da cidade, helicópteros levavam
areia e chumbo para serem jogados sobre o lugar onde o reator ainda
queimava, porém isso foi pouco efetivo.Somente no dia 6 de maio que
as emissões radioativas cessaram, mas o estrago já havia sido feito.
Mais de 130 mil pessoas foram evacuadas, doses de iodo foram
distribuídas para tentar diminuir os efeitos da radiação, porém milhares
de pessoas morreram ou tiveram câncer, além disso, os filhos de
muitos que sobreviveram a essa tragédia apresentam deficiências
físicas e mentais.
Outro grande problema aconteceu com os mais de 600 mil
trabalhadores que foram convocados para ajudar no plano de
contenção, muitos milhares morreram e muitos outros têm problemas
graves de saúde até hoje, mesmo toda a proteção não conseguiu ser
totalmente efetiva.
Fora isso ainda houve a contaminação de vários países europeus, que
receberam parte da radiação que foi levada em nuvens. Por esses
motivos é quase impossível calcular o número de mortos ou pessoas
afetadas pelo desastre, acredita-se que seja algo em torno de 100 mil
pessoas, contudo esse número pode estar completamente errado, ele é
apenas uma estimativa.
Depois de todos os problemas, somente em novembro daquele ano
que o governo conseguiu uma solução “definitiva”, lacrando o reator
dentro de uma cápsula de concreto e aço, contudo isso não durará
para sempre, pois com o tempo o material pode se deteriorar, por isso é
necessário um constante controle do local.
Como pode-se imaginar, a cidade de Chernobyl ainda é uma cidade
fantasma, sendo um local muito perigoso para se viver, pois mesmo
com todos esses anos ainda existe muita radiação. Apesar de toda a
desgraça, algumas lições importantes foram aprendidas, o que deixou
as usinas nucleares mais seguras, evitando que um acidente destas
proporções voltasse a acontecer.
Vista do sarcófago cinzento que cobre o danificado reator número 4 da usina nuclear de chernobyl. O
reator explodiu em 26 de abril de 1986, espalhando nuvens radioativas por grande parte da europa. Houve
trinta e uma mortes diretas, a maioria de resgatistas, mas vários relatos apontam para centenas de
milhares de mortes por câncer.
CAUSAS
Há duas teorias oficiais, mas contraditórias, sobre a causa do acidente. A
primeira foi publicada em agosto de 1986, e atribuiu a culpa,
exclusivamente, aos operadores da usina. A segunda teoria foi publicada em
1991 e atribuiu o acidente a defeitos no projeto do reator RBMK,
especificamente nas hastes de constrole. Ambas teorias foram fortemente
apoiadas por diferentes grupos, inclusive os projetistas dos reatores, pessoal
da usina de Chernobil, e o governo. Alguns especialistas independentes
agora acreditam que nenhuma teoria estava completamente certa. Na
realidade o que aconteceu foi uma conjunção das duas, sendo que a
possibilidade de defeito no reator foi exponencialmente agravado pelo erro
humano.
Porém o fator mais importante foi que Anatoly Dyatlov, engenheiro
chefe responsável pela realização de testes nos reatores, mesmo
sabendo que o reator era perigoso em algumas condições e contra os
parâmetros de segurança dispostos no manual de operação, levou a
efeito intencionalmente a realização de um teste de redução de
potência que resultou no desastre. A gerência da instalação era
composta em grande parte de pessoal não qualificado em RBMK: o
diretor, V.P. Bryukhanov, tinha experiência e treinamento em usina
termoelétrica a carvão. Seu engenheiro chefe, Nikolai Fomin, também
veio de uma usina convencional. O próprio Anatoli Dyatlov, ex-
engenheiro chefe dos Reatores 3 e 4, somente tinha "alguma
experiência com pequenos reatores nucleares".
O reator tinha uma fração de vazio positivo perigosamente alto. Dito de forma
simples, isto significa que se bolhas de vapor se formam na água de resfriamento, a
reação nuclear se acelera, levando à sobre velocidade se não houver intervenção.
Pior, com carga baixa, este coeficiente a vazio não era compensado por outros
fatores, os quais tornavam o reator instável e perigoso. Os operadores não tinham
conhecimento deste perigo e isto não era intuitivo para um operador não treinado.
Um defeito mais significativo do reator era o projeto das hastes de controle.
Num reator nuclear, hastes de controle são inseridas no reator para diminuir a
reação. Entretanto, no projeto do reator RBMK, as pontas das hastes de
controle eram feitas de grafite e os extensores (as áreas finais das hastes de
controle acima das pontas, medindo um metro de comprimento) eram ocas e
cheias de água, enquanto o resto da haste - a parte realmente funcional que
absorve os nêutrons e portanto pára a reação - era feita de carbono-boro.
Com este projeto, quando as hastes eram inseridas no reator, as pontas de
grafite deslocavam uma quantidade do resfriador (água). Isto aumenta a taxa
de fissão nuclear, uma vez que o grafite é um moderador de nêutrons mais
potente. Então nos primeiros segundos após a ativação das hastes de
controle, a potência do reator aumenta, em vez de diminuir, como desejado.
Este comportamento do equipamento não é intuitivo (ao contrário, o esperado
seria que a potência começasse a baixar imediatamente), e, principalmente,
não era de conhecimento dos operadores.
Os operadores violaram procedimentos, possivelmente porque eles
ignoravam os defeitos de projeto do reator. Também muitos procedimentos
irregulares contribuíram para causar o acidente. Um deles foi a
comunicação ineficiente entre os escritórios de segurança (na capital, Kiev)
e os operadores encarregados do experimento conduzido naquela noite.

É importante notar que os operadores desligaram muitos dos sistemas de


proteção do reator, o que era proibido pelos guias técnicos publicados, a
menos que houvesse mau funcionamento.

De acordo com o relatório da Comissão do Governo, publicado em agosto


de 1986, os operadores removeram pelo menos 204 hastes de controle do
núcleo do reator (de um total de 211 deste modelo de reator). O mesmo
guia proibia a operação do RBMK-1000 com menos de 15 hastes dentro da
zona do núcleo.
BURACO OCASIONADO PELA EXPLOSÃO
MEDIDAS PREVENTIVAS
No projeto de uma central nuclear, a concentração e foco da
engenharia na segurança são fundamentais. Tem-se como meta deste
esforço satisfazer o objetivo principal que é proteger os indivíduos, a
sociedade e o meio ambiente contra o risco radiológico. Este objetivo é
atingido com a adoção de medidas em diferentes níveis, no projeto,
fabricação, construção e operação como detalhado a seguir.
 Prevenção: Condições de acidente são evitadas mediante a
observância rigorosa dos requisitos de projeto, fabricação e operação
especificados para aumentar a segurança tais como:
 Margens de segurança adequadas no projeto de sistemas e
componentes da central nuclear;
 Seleção cuidadosa dos materiais, juntamente com ensaios abrangentes
(ex.: testes não destrutivos e de integridade) dos mesmos;
 Garantia da qualidade abrangente durante a fabricação, a
montagem e o comissionamento;
 Controle repetido e independente do nível de qualidade alcançado;
 Supervisão da qualidade ao longo da vida útil da central mediante
inspeções periódicas de rotina;
 Facilidade de manutenção de sistemas e componentes da central
nuclear;
 Monitoração confiável das condições operacionais;
 Registro, avaliação e utilização das experiências adquiridas durante
a operação – na própria usina e na indústria como um todo - com o
fim de aprimorar a segurança;
 Treinamento rigoroso e abrangente do pessoal de operação.
A foto da sala de controle, com maquinário danificado, foi tirada no dia 10 de novembro de 2000, dentro do
reator número 4. No momento do acidente, contadores geiger, que medem radiação ionizante, registraram
cerca de 80 mil microroentgens por hora, medida 16 mil vezes acima do limite aceitável.

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