Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Acidentes atômicos
9´B
Umuarama
21/11/2022
Introdução
Acidente de Chernobyl-
Os técnicos da usina decidiram que era necessário bombear gás xenônio para o
interior das varetas que continham as pastilhas com cerca de 210 toneladas de
urânio-235, já que esse gás tem a capacidade de absorver os nêutrons emitidos pela
fissão nuclear. A instalabilidade do reator tornou impossível o controle da fissão
exclusivamente pelo uso do xenônio. Dessa forma, hastes contendo o elemento boro
foram inseridas manualmente, para frear a emissão de nêutrons, porém, quando
inseridas, as hastes expeliram certo volume de água do reator, consequentemente,
a água restante sobreaqueceu e evaporou, expandindo-se violentamente.
A pressão produzida pela água foi suficientemente grande para soltar a placa de
cobertura do reator, que pesava nada menos que 1000 toneladas. Nesse momento,
uma grande quantidade de vapor foi responsável por liberar os produtos da fissão
nuclear, como iodo-131, césio-137 e estrôncio-90 para a atmosfera.
Dois ou três segundos após a primeira explosão, uma segunda explosão ejetou
fragmentos das pastilhas de combustível, bem como grafite aquecido (cerca de 300
kg de fragmentos de carbono). O núcleo do reator fundiu-se graças às altíssimas
temperaturas e tornou-se incandescente, dando início a um grande incêndio. Com
isso, uma enorme nuvem de gases altamente contaminados com diversos tipos de
radioisótopos escapou para a atmosfera.
Além disso, o acidente também contribuiu para o fim da União Soviética. Isso
ocorreu porque houve impactos econômicos pesadíssimos para a União Soviética,
uma nação que se arrastava em uma crise econômica desde a década de 1970 e
que viu sua situação agravar-se na década de 1980 com a Guerra do Afeganistão
(1979-1989) e o acidente nuclear.
A Bielorrússia, por sinal, foi o país mais afetado pelo acidente de Chernobyl. Cerca
de 23% do território bielorrusso foi contaminado e, com isso, o país perdeu cerca de
264 mil hectares de terras cultiváveis por conta da radiação. Além disso, ¼ das
florestas bielorrussas foram contaminadas e, atualmente, entre um e dois milhões de
pessoas vivem em território contaminado.
A cidade de Pripyat, local no qual estava a instalação, foi abandonada e hoje é uma
cidade-fantasma. Passados mais de trinta anos do acidente, as imagens mostram
que a natureza retomou seu espaço na cidade abandonada. Existem evidências que
apontam que a quantidade de animais presentes na zona de exclusão aumentou
consideravelmente por causa da pequena presença humana.
Dentro da zona de exclusão, a vida natural ressurgiu pela pouca presença humana.
Estudos sugerem que, entre aqueles que passaram por eventos traumáticos (como
o acidente de Chernobyl), o índice de ansiedade é maior. As consequências
psicológicas causadas pelo acidente de Chernobyl foram identificadas como
parecidas com as daqueles que passaram por acontecimentos extremamente
traumáticos, como o bombardeio atômico sobre Hiroshima e Nagasaki.
Milhares de pessoas que estiveram em contato com a radiação foram beneficiadas
com compensações disponibilizadas pelos governos dos países afetados e hoje
recebem pensão especial, ou foram aposentadas por invalidez, ou recebem
tratamento médico especial etc. Os beneficiados foram:
Até hoje não se sabe a quantidade de pessoas que morreram por conta do acidente
de Chernobyl, e esse é um dos assuntos mais polêmicos quando se fala do
acidente. Entre as estatísticas levantadas, aponta-se que dois trabalhadores
morreram durante a explosão, 29 morreram dias depois do acidente pela exposição
à radiação e outros 18 morreram por doenças causadas pelo contato com a
radiação.
De toda forma, existem estudos que sugerem que, até 2006, cerca de 4 mil pessoas
tenham morrido em consequência do acidente, mas existem estudos que sugerem
números de mortes mais elevados. Alguns estudos sugerem 9 mil, 16 mil, 60 mil, e
existem estudos que apontam que até 90 mil pessoas possam ter morrido por causa
do acidente. A verdade é que nunca se saberá ao certo quantas pessoas morreram.
Césio 137-
Uma disputa entre o Instituto Goiano de Radiologia (IGR) e a Sociedade São Vicente
de Paulo (SSVP) provocou a venda do terreno em que se localizava o IGR para o
Instituto de Previdência e Assistência do Estado de Goiás (Ipasgo).
Ao conseguir um novo endereço, o antigo inquilino deixou para trás todo o seu
mobiliário, incluindo uma máquina radiológica contendo uma cápsula com o isótopo
137 do elemento químico césio (137Cs).
Em maio de 1987, o Ipasgo começou a demolir o prédio presente no terreno, até que
uma liminar da Justiça determinou a suspensão das obras. O prédio então ficou ali,
parado, com o aspecto de abandono, sendo invadido pelo mato, mas com a cápsula
de 137Cs intacta.
Até que no mês de setembro, Roberto dos Santos Alves e Wagner Mota Pereira,
dois moradores do Bairro Popular, próximo ao local em que estavam as ruínas do
IGR, decidiram adentrar as instalações em busca de materiais que pudessem lhes
render algum provento. Os moradores encontraram então o maquinário radiológico
com a cápsula de césio, que pesava cerca de 100 kg, e então levaram-no para a
casa de Roberto.
Durante aqueles dias, tudo que vinha de Goiânia era tido como contaminado. Não
era incomum que as pessoas buscassem atestados médicos para certificarem sua
condição de saúde, de modo a driblarem a hostilidade e o preconceito.
Mesmo depois de tantos anos, as vítimas ainda relatam problemas causados pelo
acidente radioativo. Lourdes das Neves Ferreira, mãe da menina Leide das Neves
Ferreira (uma das vítimas fatais), relatou, no ano de 2020, as dificuldades de
permanecer viva após a tragédia:
Para te falar a verdade, hoje eu me sinto abandonada. Passar por tudo que passamos, o desrespeito
que tiveram no enterro da Leide, tanta perda. Muita gente da família se entregou à bebida, ao cigarro,
peguei meu outro filho tentando suicídio três vezes. Acho que eu tinha direito de ter, pelo menos, um
fim de vida digno. E eu não tenho. Pelejo para não ficar me lamentando, mas é direito meu. Na
pandemia, o CARA não mandou mais o carro para fazer o transporte das vítimas, disseram que não
tinha como higienizar o carro. Meu atendimento foi adiado e não consegui remarcar, não tenho saúde,
não consigo meus remédios. A gente não vive, vegeta.
Odesson, irmão de Devair Alves Ferreira e Ivo Alves Ferreira (pai de Leide), relatou
que, apesar de ambos – Devair e Ivo – terem sobrevivido, nunca conseguiram
superar o acidente:
Ele (Ivo) teve uma depressão profunda com a morte da Leide e faleceu em 2003, de enfisema
pulmonar. O Devair passou a beber muito mais que antes. Segundo ele dizia, se sentia culpado pelo
acidente, uma vez que toda a família tinha sido contaminada e sua esposa perdeu a vida. Ele morreu
em maio de 1994. O atestado de óbito diz que foi de cirrose hepática, mas exames atestam que ele
tinha câncer em três órgãos.
Odesson também relatou que ainda sofre com o preconceito, afirmando que as
pessoas têm medo de se contaminarem. Outros radioacidentados também relataram
a dificuldade em adquirir medicamentos na rede pública de saúde atualmente, além
de indicarem que o valor pago como pensão é insuficiente para subsistência.
O terremoto que aconteceu em 2011, na região nordeste do Japão, foi causado pelo
movimento de uma falha geológica na zona de subducção onde se forma a Fossa do
Japão. Lembremos que as ilhas que formam o país se distribuem sobre quatro
placas tectônicas, sendo elas: do Pacífico, das Filipinas, Eurasiática e de Okhotsk
(uma microplaca que integra a placa Norte-Americana).
Em abril daquele ano, o acidente foi classificado como tendo nível 7 na Escala
Internacional de Eventos Nucleares, o mais grave desde o acontecimento em
Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. A área a ser evacuada inicialmente foi de 20 km.
No entanto, tanto os solos da região quanto a água do mar também foram atingidos,
e ambos ainda hoje passam por um processo de descontaminação.
Ao todo, foi evacuada uma área de 1.150 km², dos quais 330 km² continuam vazios
e mais de 40 mil pessoas permanecem longe de suas antigas residências.
Conclusão
https://brasilescola.uol.com.br/historia/chernobyl-acidente-nuclear.htm
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/acidente-cesio137.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/acidente-chernobyl.htm
https://www.saude.go.gov.br/cesio137goiania
https://umsoplaneta.globo.com/energia/noticia/2022/03/04/os-maiores-
desastres-nucleares-que-abalaram-o-mundo.ghtml
https://brasilescola.uol.com.br/japao/o-terremoto-no-japao.htm
https://www.infoescola.com/quimica/acidente-nuclear-de-fukushima/
https://novaescola.org.br/conteudo/261/entenda-o-acidente-nuclear-em-
fukushima-no-japao