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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ – UFJ

CURSO DE BACHAREL EM FISIOTERAPIA


DISCIPLINA DE BIOFÍSICA

TRAGÉDIAS RADIOATIVAS E SUAS CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS, SOLUÇÕES E


ATUALIDADES

RAYNANN CRISLAYNE DE SOUZA BORGES

JATAÍ

2021
TRAGÉDIA NUCLEAR DE HIROSHIMA

A tragédia nuclear de Hiroshima decorre da 2° Guerra Mundial em uma tentativa de tornar o


Japão rendido pelo Governo dos Estados Unidos, o qual lançou a bomba nuclear do avião de
bombardeio B-29 chamado Enola Gay.
A bomba atômica que bombardeou Hiroshima foi desenvolvida em um projeto chamado de
Manhattan por cientistas e engenheiros. Essa bomba continha em sua carga Urânio 235, 3 metros
de comprimento e pesava 4 toneladas. Ela foi lançada a uma distância entre 500 e 600 metros acima
da cidade de Hiroshima, no ano de 1945 tornando-a totalmente destruída juntamente com os seus
habitantes.
A bomba de Hiroshima não só causou destruição e mortes durante a explosão, mas continua sendo
a causa de muitas mortes até os dias atuais por conta da radiação. Hiroshima tinha na época uma
população de cerca de 330.000 habitantes e era uma das maiores cidades do Japão. A grande
maioria das pessoas eram mulheres e crianças. Milhares de pessoas foram desintegradas
instantaneamente, horas depois da explosão uma chuva negra caiu sobre o céu de Hiroshima, a
chuva estava coberta de radioatividade das cinzas e das fumaças, além disso, 4 dias após a tragédia
de Hiroshima, surgiu uma epidemia de doenças na cidade, o sangue das pessoas não coagulavam
mais e com isso elas ficaram propensas à várias infecções, manchas roxas apareciam por todo o
corpo, havia desde quedas de cabelos até a perda total deles; todas essas sucessões de
acontecimentos ocorriam até a morte pelos efeitos da bomba.
Após esse terrível caos, do ponto de vista ambiental, a Convenção de Genebra de 1949, em seu
art. 35 determinou ser “proibido o emprego de métodos ou meios de combate que tenham sido
concebidos para causar danos extensos, duradouros e graves ao meio ambiente natural”.
Outrossim, a Organização das Nações Unidas – ONU, propiciou em 1996 as assinaturas do
Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, criando o CTBT, objetivando proibir explosões
nucleares, seja em terra, atmosfera, no ambiente subaquático ou subterrâneo.
ACIDENTE NUCLEAR DE CHERNOBYL

O desastre de Chernobyl, na Ucrânia, foi resultado de uma falha humana e violação de protocolos
de segurança. Esse acidente ocorreu no dia 25 de abril de 1986 durante um desligamento de rotina.
O acidente aconteceu quando os técnicos da usina realizaram um teste no reator 4, tal teste consistia
em determinar quanto tempo as turbinas eram capazes de gerar após uma queda abrupta de energia.
Assim houve a explosão de reatores nucleares da usina, esse desastre liberou cerca de 100 MCI
(MegaCuries), dos quais cerca de 2,5 MCI foram de Césio-137. O maior acidente radioativo da
humanidade. As consequências do acidente de Chernobyl foram profundas, principalmente para a
Ucrânia, Bielorrússia e Rússia, todas sendo antigas repúblicas da União Soviética, reforçando
medidas para o desarmamento nuclear da União Soviética e assim também para o seu fim, uma vez
que ocorreu impactos econômicos muito grandes, agravando uma séria crise econômica.
No âmbito ambiental, acidente de Chernobyl foi algo sem precedentes , estima-se que cerca de 13%
a 30% do material radioativo atingiu as florestas da região e 60% ficou contida no território da
Bielorrússia, assim o país perdeu, aproximadamente, 264 mil hectares de terras cultiváveis por
conta da radiação. Além disso, problemas de saúde na população foram outras consequências
inevitáveis, pois o índice câncer entre os habitantes aumentou consideravelmente, levando as
pessoas à morte.
Como medidas de solução para esse desastre, no momento do incêndio, bombeiros foram acionados
após a explosão dos reatores para conter as chamas, porém isso não trouxe resultados, assim,
materiais como areia e boro foram jogados para conter o incêndio e diminuir a dispersão do
material radioativo. Cerca de 36 horas após o incêndio, a população começou a ser evacuada da
cidade sem poder levar alimentos e animais domésticos. Ademais, governo Soviético criou uma
zona de exclusão, sendo de 30 km de distância da usina de Chernobyl.
O trabalho de contenção da radioatividade contou com a construção de uma estrutura metálica para
impedir a dispersão do material radioativo, conhecida como sarcófago de Chernobyl.
Hoje, a região continua inabitada, embora alguns residentes das cerca de 187 comunidades
localizadas nos arredores tenham decidido voltar para casa depois de a área ter sido liberada.
Segundo dados da agência Reuters, o turismo está em alta por lá e aumentou em 40% depois
ACIDENTE RADIOLÓGICO COM CÉSIO-137

Em 13 de setembro de 1987, na cidade de Goiânia- GO, aconteceu o maior acidente


radioativo do Brasil, o qual vitimou centenas de vítimas. Esse fato desastroso começou a
partir da curiosidade de dois catadores de lixo e pela falta de informação.
Os dois catadores, em um vasculhamento nas antigas instalações do Instituto Goiano de
Radioterapia, no centro de Goiânia, os dois homens encontraram um aparelho de
radioterapia abandonado e retiraram a máquina desse local. O objetivo maior dos catadores
seria o lucro que poderia ser obtido com com a venda das peças de tal máquina.
Após retirarem as peças para vender, os catadores levaram o que restou da máquina para o
ferro velho. Já nesse local, o dono do ferro velho se encantou com o brilho de coloração azul
do cloreto de césio-137 (CsCl). Com isso, o proprietário do ferro velho resolveu exibir o
achado a seus familiares, amigos e parte da vizinhança.
Como consequência do contato com o isótopo Césio-137, algumas horas depois do contato
com a substância, as vitimas apareceram com os primeiros sintomas, mas como ninguém
imaginava o que estava ocorrendo, tais enfermos foram medicados como portadores de uma
doença contagiosa. Somente dias depois que foi descoberto a possibilidade de se tratar de
sintomas de uma Síndrome Aguda de Radiação.
A descoberta da contaminação ocorreu após a esposa do dono do ferro velho levar parte da
máquina de radioterapia até a sede da Vigilância Sanitária , é que foi possível identificar os
sintomas como sendo de contaminação radioativa, no dia 29 de setembro de 1987.
Tal ocorrido foi informado ao chefe do Departamento de Instalações Nucleares, José Júlio
Rosenthal, que se dirigiu no mesmo dia para Goiânia para tomar medidas cabíveis para
atenuar os efeitos desse desastre.
A partir desse acidente, houve o início de uma grande mobilização para remover os objetos
contaminados e cuidar das vítimas. Como solução , foram realizados exames em quase 250
pessoas, e deste total, 22 foram isoladas e monitoradas em razão da alta contaminação.
Houve, ainda, 4 vítimas fatais em poucas semanas após o acidente. Os rejeitos do acidente
com Césio-137 chegaram a um volume de 7 toneladas que forma colocados em tambores
envoltos por concreto e depositados em Abadia de Goiás a 25 km do centro de Goiânia.
No ano de 1996, a Justiça julgou e condenou por homicídio culposo (quando não há
intenção de matar) três sócios e funcionários do antigo Instituto Goiano de Radioterapia a 3
anos e 2 meses de prisão, que foram substituídos por prestação de serviços. Ademais, houve
a fundação da Associação de Vítimas Contaminadas por Césio-137, juntamente contra o
preconceito ainda existente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOMBA de Hiroshima. Toda matéria, 2021. Disponível em:


<https://https://www.todamateria.com.br/bomba-de-hiroshima/>. Acesso em 20. fev. de 2021

ACIDENTE de Chernobyl. Brasil escola, 2021. Disponível em: <


https://brasilescola.uol.com.br/historia/chernobyl-acidente-nuclear>. Acesso em 20. fev de 2021

ACIDENTE com césio-137.Brasil escola, 2021. Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/quimica/acidente-cesio137.htm>. Acesso em: 20. fev. de 2021.
CÉSIO-137 em Goiânia. Toda matéria, 2021. Disponível em:<
https://www.todamateria.com.br/acidente-cesio-137/>. Acesso em: 20. fev. de 2021.

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