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Trabalho de Química Geral I – 2022

A Radioatividade e a História do Tempo Presente


Inês Tadeu de Carvalho RA:039571

Resumo

Em 1896 o cientista francês Henri Becquerel, observou que sais de urânio emitiam um tipo de
radiação que impressionava chapas fotográficas. Após descobrir que outros elementos emitiam esse
tipo de radiação Marie S. Curie batizou o fenômeno de Radioatividade (estudo realizado juntamente
com seu esposo Pierre Curie), sendo posteriormente investigada por importantes nomes da época,
tais como Ernest Rutherford e Frederick Soddy., e também por vários outros cientistas.
Nos meados de 1939, a fissão nuclear do urânio foi observada e estudada pelos alemães Otto
Hahn, Fritz Strassman e Lise Meither. Nesse período destaca-se o início da Segunda Guerra Mundial
(1939-19345). Niels Bohr cientista aliado, tem ciência dos experimentos alemães (Fissão do urânio),
consequentemente foge para os EUA, após ser perseguido pelos nazistas. Chegando nos EUA,
informa Einsten sobre o domínio teórico Alemão para a fabricação de uma bomba. Eisntetn alertou o
presidente norte americano Franklin D. Roosevelt, pois temia que a enorme quantidade de energia
obtida pela fissão do urânio fosse utilizada como armamento pelos países do eixo (Alemanha, Itália e
Japão). Após a rendição da Alemanha verificou-se que o programa nuclear não fora capaz de gerar
um reator autossustentável.
Diante da possibilidade dos alemães desenvolverem uma bomba atômica, foi criado o projeto
Manhattan, onde vários cientistas de diversas nacionalidades, se empenharam a construir a bomba
atômica norte americana. Em 1942 com a operação do primeiro reator nuclear foi possível a
conversão da reação controlada no reator em um armamento. Fato que preocupou os cientistas, pois
o primeiro teste realizado com uma bomba atômica no deserto de Alamogordo, demostrou seu
enorme potencial destrutivo.
Em 1945, as explosões de duas bombas atômicas (na região de Hiroxima e Nagasaqui)
levarão à rendição do Japão e ao Final da Guerra Mundial. Ao Total foram mais de 120 mil vitimas
diretas, sem contabilizar as que vieram a falecer posteriormente de sequelas decorrentes da radiação.
O EUA utilizou a bomba atômica como uma demonstração de poder, levando em consideração que a
vitória já era eminente utilizando apenas armamentos convencionais.
No pós guerra (1947-1989) Estados Unidos e União Soviética passaram a disputar a
supremacia mundial, onde o desenvolvimento tecnológico foi utilizado como demonstração de
prestigio e poder. Nessa disputa, as duas nações investiram maciçamente na educação e
promoveram um rápido avanço científico. Em 1949 os soviéticos explodiram seu primeiro armamento
nuclear, programa retomado por Josef Stalin, com informações recebidas de Klaus Fuchs (cientista
alemão que participou do Projeto Manhattan).
Em 1952 os EUA investiram na criação da bomba de hidrogênio, seguido da URSS. Na
corrida espacial os soviéticos largaram a frente lançando a Sputinik, primeiro satélite artificial (1957),
os EUA só conseguiram superar a URSS em 1969, com a chegada à Lua dos astronautas da Apollo
XI.
Com o tempo campanhas pelo desarmamento e pelo fim dos testes nucleares foram
intensificadas, pois outros países como: Inglaterra, França e China, começaram a dominar a
tecnologia nuclear, aumentando o risco de extinção da humanidade. Após incontáveis tratados e
conferências, somente com o fim da Guerra Fria e a desestruturação da União Soviética (1989), o
receio da destruição em massa foi amenizado.
Anos mais tarde, a preocupação com as bombas atômicas deu lugar a preocupação com
acidentes em usinas nucleares. Apesar de serem uma poderosa fonte de energia, não utilizar
combustíveis fosseis, não poluir a atmosfera e não necessitar de área geográfica especifica, o risco de
acidentes, rejeitos radioativos ainda são um problema, sem contar o alto custo.
Podemos citar dois acidentes eminentes que trouxeram à tona o questionamento sobre a
segurança das usinas: O primeiro foi em Three-Mile Island (EUA), em 1979, não houve vitimais fatais,
mas uma falha no sistema de refrigeração acarretou a liberação de uma quantidade de radioatividade
na atmosfera.
Em 1986, um acidente em Chernobyl (Ucrânia-URSS) provocou um incêndio no núcleo do
reator. A explosão foi responsável por jogar na atmosfera uma elevada quantidade de material
radioativo, contaminando plantações, animais e seres humanos. Parte deste problema foi relacionado
à falha do governo da União Soviética em não admitir a ocorrência do acidente em tempo hábil,
impedindo ajuda imediata. Em 1990, verificou-se um aumento na incidência de câncer de tiroide em
crianças nas regiões próximas ao acidente, devido ao lançamento de isótopos radioativos de iodo na
atmosfera.
Após esses dois acidentes, algumas usinas e programas nucleares foram desativados ao
redor do mundo, mesmo com esses esforços chegamos no final do século XX com cerca de 130 mil
toneladas de lixo nuclear sendo armazenados em minas, montanhas (até que atinja níveis toleráveis,
que pode levar anos).
No Brasil a energia nuclear é responsável por 2% da energia nacional, depois de um alto
investimento e anos para a construção. Em 1987, em Goiânia, quatro pessoas faleceram após serem
contaminadas com Césio-137, cápsula que fora encontrada em um hospital desativado, e várias
outras vítimas morreram posteriormente decorrentes da exposição a radiação.
O uso das reações nucleares afetou a humanidade, como também se mostrou importante na
geração de energia (cerca de 16% da energia mundial), na medicina, esterilização de equipamentos,
etc. Nos últimos anos a discussão sobre os riscos nucleares ocupou um espaço menor, o foco
atualmente nas discussões científicas foi transferido para a genética e temas como clonagem, DNA e
alimentos Transgênicos.

Conclusões

O artigo faz um breve levantamento da utilização de energia em reações nucleares a partir da


segunda metade do século XXI, neste período houve muita polêmica com o uso de armas atômicas e
a construção de usinas nucleares. A história da radioatividade, sem dúvida alguma, coloca a radiação
e a energia nuclear como uma ferramenta extremamente útil, como também perigosa. O mau uso
dessa ferramenta na construção de bombas atômicas, é um exemplo da falta de humanidade e
respeito ao ser humano e ao meio-ambiente por parte de alguns países. As bombas atômicas
lançadas nas cidades de Hiroxima e Nagasaqui, além de matar milhares de pessoas
instantaneamente, trouxeram grande sofrimento para aqueles que sobreviveram. Os que não
morreram com a radiação levaram uma vida com sequelas graves e o aparecimento de doenças
repentinas.
Com avanço da ciência e o conhecimento sobre o uso da radiação, foram construídas várias
usinas nucleares ao redor do mundo. Os três maiores acidentes da história da indústria nuclear não
teriam ocorrido se estivessem disponíveis as tecnologias dos novos reatores. Hoje as usinas
nucleares estão sendo construídas com mais cautela e segurança, com dispositivos passivos para
resfriamento do núcleo, que independem de eletricidade ou da intervenção humana. São reatores com
vida útil mais longa, com maior eficiência térmica.
Os benefícios que a energia nuclear pode proporcionar são muitos, sem contar com a
contribuição para o avanço em pesquisas que a envolve diversas áreas, como medicina, química,
arqueologia, alimentícia, industrial, etc. A energia nuclear em alguns países é a única fonte de energia
elétrica viável. Assim, é possível dizer que, embora existam fatores que vão contra o uso dessa forma
de energia, existem aqueles favoráveis, os quais parecem estar ganhando mais força a cada dia.
O artigo se volta especificamente em relatar como a energia nuclear começou a ser utilizada,
quais vantagens, desvantagens e acidentes ocorridos durante a história. Informações que despertou a
curiosidade sobre a vida e trajetória do casal Pierree e Marie Curie, construção de modelos atômicos
e o acidente radioativo no Brasil em 1987, com o césio-137.

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