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QUÍMICA AMBIENTAL II

IQ -USP
CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

Bhopal – Índia
Vazamento de Isocianato de Metila

PROF. DR. CÁSSIUS VINICIUS STEVANI


PROF. DR. LEANDRO HELGUEIRA DE ANDRADE

Alunos : VAGNER EMMANOEL DE MYRA


MARCOS ANTONIO ROSSI
OBJETIVOS

 Apresentar um caso clássico de


contaminação ambiental causada a partir
de um acidente, mostrando a razão pelo
mesmo, a sua abrangência e efeitos, as
ações implementadas durante e após o
acidente.
INTRODUÇÃO

 Após uma pesquisa na literatura e em artigos


sobre os acidentes ambientais, tanto no Brasil
como no Mundo, decidimos por nos ater no
acidente que é considerado o mais relevante na
abrangência, nos efeitos e que dá uma mostra
do que falhas humanas relacionadas,
principalmente, à segurança, aos treinamentos,
à manutenção e à prevenção, podem resultar.
ACIDENTES AMBIENTAIS NO MUNDO

 1945 a 1962 - Anunciadas 423


detonações nucleares, que aconteceram
nos Estados Unidos, União Soviética,
Grã-Bretanha e França.
 1952 - Chuva de granizo, com
característica de presença de
radioatividade, acontece na Austrália a
menos de 3.000 quilômetros dos testes
nucleares realizados na Inglaterra.
 1953 - Chuva ácida em Nova York.
Possível causa: testes nucleares
realizados em Nevada.

Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo
ACIDENTES AMBIENTAIS NO MUNDO
 1954 - Um teste com uma bomba de hidrogênio,
codinome Bravo, dos Estados Unidos, realizado sobre o
atol de Bikini, no Pacífico Ocidental. A quantidade de
partículas espalhadas foi o dobro da esperada e a
mudança dos ventos levou as cinzas radioativas em
direção às Ilhas Marshall, ao invés de levá-las para o
oceano conforme o planejado. Houve contaminação de
cerca de 18 mil quilômetros quadrados de oceano,
gerada por uma nuvem radioativa de aproximadamente
410 quilômetros de extensão e 75 quilômetros de
largura. Duas semanas depois do teste, a traineira
japonesa Fukuryu Maru nº 5, que pescava atum próximo
à área do teste Bravo, tinha 23 de seus tripulantes com
doenças relativas a radiação ao chegar ao porto.Peixes
que chegaram posteriormente ao Japão, pescados na
mesma região, também estavam contaminados . Esse
episódio gerou uma campanha extensa de repúdio a
teste nucleares com participação inclusive de Albert
Einstein e do Papa XII.

 Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo


ACIDENTES AMBIENTAIS NO MUNDO
 1956 - São registrados casos como disfunções neurológicas
em famílias de pescadores e em gatos e aves que se
alimentavam de peixes da baía de Minamata, no Japão. A
contaminação vinha acontecendo desde 1939, quando uma
indústria química se instalou nas margens da Baía e, por
diversos anos, despejou, nas margens da baía, catalisadores
usados. Foram confirmadas altas concentrações de
mercúrio em peixes e em moradores, que morreram devido
à chamada "Doença de Minamata". Desastres similares
foram observados em vários outros locais, como por
exemplo Mitsui, Niigata e Yokkaichi. Como resultado desses
incidentes, mais de 450 campanhas anti-poluição foram
lançadas no Japão até 1971
 1967 - O naufrágio do petroleiro Torrey Cânion, na costa do
extremo sudoeste da Inglaterra. Centenas de quilômetros
da Costa da Comualha foram poluídos.
 1969 - Ocorreram mais de mil derramamentos de petróleo
em águas americanas.


Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo
ACIDENTES AMBIENTAIS NO MUNDO
 1974 - Em Flisborough (Reino Unido), explosão de uma
planta de caprolactama devido à ruptura de tubulação, com
28 mortos.

 1976 - Em 10 de julho de 1976, em Seveso, cidade italiana


perto de Milão, o superaquecimento de um dos reatores da
fabrica de desfolhante ( o tristemente famoso agente
laranja da Guerra do Vietnã ) liberou densa nuvem que,
entre outras substancias, continha dioxina, produto químico
muito venenoso. As 733 famílias da região afetada foram
retiradas, e abriram-se crateras de 200 metros de diâmetro
para enterrar tudo que se encontrasse na área
contaminada, que abrangia, alem de Seveso, as localidades
de Cesano e Desio.

 1977 - Houve entrada de hexaclorociclopeno na Estação de


Tratamento de Esgotos de Louisville, Kentucky. Esse
acidente ocorreu por causa do lançamento indevido do
produto na rede de esgotos pela empresa Chem Dine


Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo
ACIDENTES AMBIENTAIS NO MUNDO
 1984 - No México, ocorreram explosões
sucessivas de tanques esféricos e botijões de GLP
(gás liquefeito de petróleo), causadas pelo
vazamento em um dos tanques.

 1984 - Um vazamento de 25 toneladas de


Isocianato de Metila, ocorrida em Bhopal (Índia),
causou a morte de 3000 pessoas e a intoxicação
de mais de 200.000. O acidente foi causado pelo
vazamento de gás da Fábrica Union Carbide.

 Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo


ACIDENTES AMBIENTAIS NO MUNDO
 1986 - Acidente na Usina de Chernobyl, na URSS,
demonstrou que o mundo é muito pequeno e que os
impactos ambientais devem ser analisados a nível
Global.

 1989 - Navio Exxon Valdez, depois de uma colisão em


rochas submersas que causou o rasgo no fundo do
petroleiro, derramou, na Baía do Príncipe Willian,
Alasca, 40.000 metros cúbicos de petróleo.

 1993 - O petroleiro Braer, durante uma tempestade


com fortes ventos, se chocou contra rochas na Costa
das Ilhas de Shetland, no Reino Unido. Quando o
petroleiro Braer se quebrou em dois foram
derramados aproximadamente 80.000.000 galões de
óleo, duas vezes a mais do que o Exxon Valdez.

 Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo


ACIDENTES AMBIENTAIS NO BRASIL

 1970-1980 - Com mais de 80 derramamentos.

 1980 - No início da década, são detectados


casos de problemas pulmonares, anomalias
congênitas e abortos involuntários em
moradores da região do pólo petroquímico e
siderúrgico de Cubatão, Brasil.
 1984 - Vila Socó, Cubatão/SP, incêndio após o
vazamento de 700 a 1.200 m3 de gasolina,
estima-se que causou a morte de mais 500
pessoas, sendo localizado apenas 86 corpos.

Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo


ACIDENTES AMBIENTAIS NO BRASIL
 1987 - vem a público que um acidente com material
radiativo Césio 137 havia contaminado dezenas de pessoas,
na cidade de Goiânia, Brasil. O acidente aconteceu porque
uma cápsula de Césio 137, pesando entre 600 a 800 kg,
desapareceu do Instituto Goiano de Radioterapia (o
Instituto se mudara e abandonara alguns aparelhos de
radioterapia) e foi vendido a um ferro-velho como sucata .
Ao tentar quebrar a cápsula, o dono do ferro-velho acabou
liberando o pó radioativo, atingindo sua família e pessoas
que freqüentavam o local. Pouco depois, estas pessoas
apresentaram os sintomas básicos da contaminação:
queimaduras por todo o corpo, vômitos e diarréias. Em
poucos dias, quatro pessoas morreram vítimas do Césio.
Hoje, mais de onze anos depois, os especialistas acreditam
que o número de pessoas que morreram ou adoeceram em
conseqüência do acidente tenha sido bem maior.

 Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo


ACIDENTES AMBIENTAIS NO BRASIL

 1987 - Santos/SP, com o vazamento de 120 mil


litros de óleo.

 1988 - Refinaria de Paulínia/SP, com o


vazamento de 100 mil litros de óleo.

 1988 - Plataforma de Enchova/Rio, ocorrendo


explosão e 32 mortes.

 1988 - Baía de Todos os Santos/Ba, com o


vazamento de 700 mil litros de óleo.

 Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo


ACIDENTES AMBIENTAIS NO BRASIL
 1991 - Marechal Deodoro/AL, infiltração de um poluente
organoclorado no solo, atingindo as nascentes de água.

 1991 - Salvador/BA, vazamento de 20 mil litros de óleo


diesel, contaminando lençóis freáticos.

 1991 - Salvador/BA, vazamento de 50 t de amônia no


porto de Aratu, matando parte da fauna e da flora dos
manguezais de Salvador.

 1997 - Baía do Guanabara/RJ, derramamento de 600 mil


litros de óleo.


Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo
ACIDENTES AMBIENTAIS NO BRASIL

 2000 - Baía do Guanabara/RJ,


derramamento de 1,3 milhão de litros
de óleo.
 2000 - Terminal Almirante Barroso/São
Sebasião/SP, derramamento de 7 mil
litros de óleo.
 2000 - Tramandaí/RS, vazamento de 18
mil litros de óleo.


Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo
ACIDENTES AMBIENTAIS NO BRASIL
 2000 - Paraná, vazamento de 4 milhões de litros de
óleo.

 2003 - Num dos piores acidentes ecológicos do País, o


rompimento de uma barragem de rejeitos da Empresa
Cataguases Papel Ltda, localizada em Minas Gerais,
foram despejados mais de 1,2 bilhões de litros de
dejetos químicos, incluindo substâncias com resíduos
de soda cáustica, chumbo, enxofre, lignina, sulfeto de
sódio, entre outros, nos rios Pomba e Paraíba do Sul.


Fontes: http://www.nova-acropole.org.br e Folha de São Paulo
HISTÓRICO
 A Union Carbide
HISTÓRICO possuía, naDO
E DESCRIÇÃO cidade indiana
ACIDENTE
de Bhopal, uma fábrica de pesticidas, na qual
eram fabricados inseticidas do tipo
Carbamatos, que tinham como matérias-
primas o Isocianato de Metila e Hidrocianeto.
 Na madrugada do dia 3 de dezembro de
1984, aproximadamente 40 toneladas de
gases letais de Isocianato de Metila e
Hidrocianeto vazaram, atingindo toda uma
população de sua vizinhança. Nessa época,
pouco ou nada se conhecia sobre a
toxicidade destas substâncias e como
conseqüência o tratamento das vítimas foi
incerto e possivelmente inadequado.
HISTÓRICO
 A planta de Bhopal (Índia) era propriedade meio-a-meio da
Union Carbide e de uma companhia local. Embora a Union
HISTÓRICO
Carbide tivesse se E DESCRIÇÃO
envolvido na partida,DO ACIDENTE
à época do acidente a
operação tinha ficado a cargo da companhia indiana, como
exigia a legislação do local.
 O isocianato de metila (MIC) era um produto intermediário,
não um produto acabado ou matéria-prima, e apesar de ser
conveniente estocá-lo, não era essencial fazê-lo. A
armazenagem existia porque antigamente o MIC era
importado, mas na época do acidente ele já era produzido no
local. Depois que a tragédia foi relatada, a DuPont decidiu
eliminar a armazenagem deste intermediário numa planta
similar que ela operava. Em vez de armazenar, passariam a
usar o MIC assim que fosse produzido, de forma que ao invés
de 40 toneladas num tanque, haveria apenas 5 a 10 kg numa
tubulação.
 O produto final da fábrica era o SEVIN-Carbaryl (era o
substituto do DDT num intuito de evitar os riscos desse
praguicida organoclorado).

Heyndricks, A. “A catástrofe Industrial de Bhopal”, Saúde & Trabalho vol 1, 1987, pág. 108-115.
HISTÓRICO
ISOCIANATO DE METILA

 CAS 624-83-9
Os isocianatos podem ser preparados por substitução nucleófila com
cianato

O íon cianato é um bom nucleófilo e uma base relativamante fraca pelo que, salvo em
casos de forte impedimento estérico, a reação transcorrerá por um mecanismo SN2. Os
isocianatos são compostos intermediários na transposição de Hofmann de amidas.
Este pode ser um método alternativo para obtenção de isocianatos.

O grupo funcional isocianato possui um carbono muito deficiente


em elétrons:

www.uam.es/departamentos/ciencias/qorg/docencia_red/qo/l8/otras2.html
ISOCIANATO DE METILA
Assim, as principais reações do grupo isocianato implicam
em ataque nucleófilo a este carbono, dando lugar a uma
grande variedade de novos grupos funcionais:

www.uam.es/departamentos/ciencias/qorg/docencia_red/qo/l8/otras2.html
ISOCIANATO DE METILA

 CAS 624-83-9

Propriedades do isocianato de metila:


- Ponto de ebulição: 39,1º C
- Vapor : duas vezes mais pesado que o ar
Aspectos toxicológicos:
- Irritante dos olhos, nariz e garganta;
- Edema pulmonar;
- Ulceração da córnea
Profa.Dra. Márcia Valle Real – Curso de Química Ambiental
ISOCIANATO DE METILA
 O Isocianato tem a capacidade de
dissolver algumas enzimas do
organismo, principalmente, a
colinesterase, substância importante no
processo de contração muscular. Sem
essa substância, ocorrem convulsões
involuntárias, torpor, confusão mental e
a vítima entra em coma. Sabe-se que, a
longo prazo, o composto tóxico está
associado ao surgimento da
agranulocitose, que diminui a capacidade
da pessoa de enfrentar infecções.

José Elias Murad – Diretor, na época, da Faculdade de Ciências Médicas de Belo Horizonte
ISOCIANATO DE METILA
 Prejudicial à saúde quando inalado. Os efeitos
dependem da quantidade a que se está exposto
e da duração da exposição. A exposição a
baixos teores pode causar irritação dos olhos e
da garganta. Em concentrações mais altas pode
provocar a dilatação dos pulmões, dificultando a
respiração. Isto pode ocorrer rapidamente ou
pode ser que se note após 1 ou 2 dias após a
exposição. A exposição a elevadas
concentrações pode causar grave danos no
pulmão que pode ser fatal. A exposição
prolongada ao isocianato de metila pode
produzir dano permanente do pulmão.

ATSDR – Agency for Toxic Substances and Disease Register


ISOCIANATO DE METILA
 Se a pelo ou os olhos entram em contato com o
isocianato de metila, gasoso ou líquido, podem
sofrer queimaduras químicas. O dano aos olhos
pode ser grave e, em alguns casos, permanente.
No caso de ser engolido podem ocorrer danos à
boca, à garganta, ao esôfago e ao estômago.
 Nem o Departamento de Saúde e Serviços
Humanos(DHHS), nem a Agência Internacional
para Investigações do Câncer(IARC) e nem a EPA,
classificam o Isocianato de Metila como
carcinogênico.
 A Administração de Saúde e Segurança
Ocupacional(OSHA) estabeleceu um limite de
0,02 partes de Isocianato de Metila por 1 milhão
de partes de ar(0,02ppm) no trabalho durante um
jornada de 8 horas diárias, por 40 horas
semanais.
ATSDR – Agency for Toxic Substances and Disease Register
ISOCIANATO DE METILA
 É um líquido incolor, altamente inflamável, que se
evapora rápidamente quando exposto ao ar. Tem
um odor forte e penetrante.
 Quando liberado no ar existe apenas na forma
gasosa e é degradado rápidamente ao reagir com
as substâncias existentes. Pode, também, ser
degradado pela humidade das nuvens ou da
chuva, permanecendo na atmosfera somente por
poucas horas ou dias antes de ser degradado.
 Na água, é degradado rapidamente(em minutos
ou horas) a outros compostos.
 Ele não se acumula na cadeia alimentar.

ATSDR – Agency for Toxic Substances and Disease Register


REAÇÕES ENVOLVIDAS
PRODUÇÃO DO SEVIN
Insecticidas
Desde que se iniciaram os estudos dos carbamatos,
passando pelo conhecimento da estrutura da
fisostigmina e da serina, até a atualidade, se
conhecem, aproximadamente, mil compostos, dos
quais mais de trinta e cinco se utilizam como
inseticidas, herbicidas, funguicidas ou hematicidas.
Muitos deles são produzidos a partir de um isocianato
por reação com uma cadeia monohidroxílica. Todos
eles possuem a característica de conter em sua
estrutura química o grupo uretano, o qual constitui o
grupo ativo da ação tóxica.

http://www.Isocianatos Textos Científicos.htm


REAÇÕES ENVOLVIDAS
PRODUÇÃO DO SEVIN

O
C CH3
OH O N
H
CH3N C O +

isocianato de metila 1-naftol Sevin


REAÇÕES ENVOLVIDAS
COM O ISOCIANATO DE METILA

 R – N = C = O + H2O → R – NH2 + CO2

 H3C – N = C = O + H2O → H3C – NH2 + CO2


DESCRIÇÃO DO ACIDENTE
 Em condições normais, o isocianato de metila é líquido à
temperatura de 0º C e pressão de 2,4 bar. Na noite do
acidente, a pressão dos tanques de armazenamento se
elevou mais de 14 bar e a temperatura dos reservatórios se
aproximou de 200º C. A causa provável do aumento da
pressão e da temperatura foi atribuída à entrada de água
num dos tanques causando uma reação altamente
exotérmica.
Os vapores emitidos deveriam ter sido neutralizados em
torres de depuração, porém, como uma destas torres se
encontrava desativada, o sistema não funcionou
possibilitando assim a liberação do produto para a
atmosfera.
DESCRIÇÃO
O tanque de armazenamento de MIC foi contaminado com
HISTÓRICO E DESCRIÇÃO
de água e DO ACIDENTE

quantidades significativas clorofórmio, quase 1


tonelada de água e 1,5 tonelada de clorofórmio, e isto levou a
uma série complexa de reações, ao aumento da pressão e da
temperatura e à descarga de vapor de MIC pelas válvulas de
alívio do tanque de armazenamento. A rota exata pela qual a
água entrou no tanque não é conhecida, embora várias teorias
tenham sido levadas adiante.Uma teoria é de que a água veio de
uma linha de degasagem que estava sendo lavada a alguma
distância. Outra teoria é de que a água entrou pela linha de
suprimento de nitrogênio. Até sabotagem foi sugerida, mas
nenhuma evidência que provasse tal ocorrência foi encontrada. A
rota real não é importante já que, se alguma dessas rotas
sugeridas fosse possível, ela poderia ter sido fechada antes do
desastre ocorrer. Pelo que se sabe, nenhum estudo de perigo e
operabilidade foi feito no projeto.

Heyndricks, A. “A catástrofe Industrial de Bhopal”, Saúde & Trabalho vol 1, 1987, pág. 108-115.
DESCRIÇÃO
A troca de turno ocorreu ás 22h45min. A última anotação do
HISTÓRICO indicava 2Epsig
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE

operador de pressão no tanque 610 (22h20min).


Às 23:00 hs, a pressão já estava em 10 psig e subia depressa.
Neste momento, um operador de campo avisou que havia um
vazamento perto do lavador, mas não identificado precisamente.
Às 0h 15min, um operador de campo avisou sobre um outro
vazamento na área de processamento. A leitura da pressão
estava em 30 psig, e logo atingiu 55 psig. O operador e o
supervisor foram fazer uma verificação no local e ouviram um
som sibilante da válvula de alívio e estrondos vindos do tanque.
Voltaram a sala de controle e ligaram o lavador, mas não foram
verificar no local se ele estava funcionando. Tentaram usar água
de incêndio para absorver o vapor que saía pela torre, mas não
conseguiram.
 Em algum instante, entre 1h30min e 2h30min, a válvula de alívio
se fechou, indicando que a pressão no tanque estava abaixo de
40 psig. O controle remoto do lavador foi testado posteriormente
e constatou-se que estava funcionado bem. A soda estava
quente. Todas as válvulas das linhas de MIC estavam fechadas.
Bhopal methyl isociante incident – Investigation Team Report, Union Carbide Corporation, Dabury, Connecticut, March, 1985.
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE
 O gás tóxico acabou atingindo toda uma
favela que se havia formado nos arredores
da fábrica. Mesmo com a elevação da
temperatura o sistema de refrigeração do
reservatório não funcionou. A válvula de
segurança do reservatório se abriu, mas o
sistema de lavagem de gases, que deveria
absorver os vapores de isocianato
liberados pela válvula, era sub-
dimensionado, e o sistema de chama, que
deveria ter queimado qualquer vapor
residual que atravessasse o sistema de
lavagem, estava fora de serviço.
DESCRIÇÃO
 Naquela noite, as pessoas sentiram a presença de
HISTÓRICO
uma nuvem comEodor
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE
e gosto especial. Muitas delas
dormiram em lugares abertos, inclusive na estação
ferroviária, outras trabalhavam numa fábrica de
palha (nesta fábrica havia aproximadamente 900
empregados, apenas 33 morreram porque foi
solicitada ajuda ao exército em tempo hábil). Muitas
pessoas corriam para tentar fugir da nuvem. A
maioria das pessoas morreram por dificuldades
respiratórias, 15 a 20 minutos após a intoxicação.
 Até aquele momento, ninguém sabia que o MIC
estava escapando e se desconhecia a toxicidade do
gás.
 A situação foi ficando crítica e as pessoas ligadas ao
Governo fugiram nos carros oficiais.

Bhopal methyl isociante incident – Investigation Team Report, Union Carbide Corporation, Dabury, Connecticut, March, 1985.
DESCRIÇÃO
 No hospital da Euniversidade
HISTÓRICO DESCRIÇÃOo DO número de pessoas
ACIDENTE
que procurou atendimento subiu muito (centenas
de pessoas chegaram no espaço de uma hora). A
falta de medicamentos e equipamentos tornou-se
um problema. Da universidade, telefonaram para a
Union Carbide para saber o que estava ocorrendo e
a resposta obtida foi que estava tudo em ordem.
Mas continuaram a chegar mais pacientes em
estado grave ou mortos, por isso telefonaram meia
hora mais tarde á Union Carbide. Novamente lhes
foi dito que estava tudo em ordem.
 Um alerta geral por meio de uma sirene soou por
duas vezes na Union Carbide, mas ninguém sabia o
que estava ocorrendo. Ninguém na Union Carbide
sabia o que fazer ou como agir.
Bhopal methyl isociante incident – Investigation Team Report, Union Carbide Corporation, Dabury, Connecticut, March, 1985.
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE

 Os gases provocaram queimaduras nos tecidos dos olhos e


dos pulmões, atravessaram as correntes sangüíneas e
danificaram praticamente todos os sistemas do corpo. Muitas
pessoas morreram dormindo; outras saíram cambaleando de
suas casas, cegas e sufocadas, para morrer no meio da rua.
Outras morreram muito depois de chegarem aos hospitais e
prontos-socorros. Os primeiros efeitos agudos dos gases
tóxicos no organismo foram vômitos e sensações de
queimadura nos olhos, nariz e garganta, e grande parte das
mortes foi atribuída a insuficiência respiratória. Em alguns
casos, o gás tóxico causou secreções internas tão graves que
seus pulmões ficaram obstruídos; em outros, as vias aéreas se
fecharam levando à sufocação. Muitos dos que sobreviveram
ao primeiro dia foram diagnosticados com problemas
respiratórios. Estudos posteriores com os sobreviventes
também apontaram sintomas neurológicos, como dores de
cabeça, distúrbios do equilíbrio, depressão, fadiga e
irritabilidade, além de danos nos sistemas músculo-
esquelético, reprodutivo e imunológico.
Kletz, T. Learning from accidents in industry, Butterworths & Co. Ltd., 1988;
RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Union Carbide era conhecida como


uma das gigantescas indústrias
químicas americanas - uma potência
mundial, atuando em diversas áreas.
Sólida, detentora de avançada
tecnologia, espalhava seu bom
conceito por todo o mundo. Esta
situação perdurou até o acidente de
Bhopal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Estima-se que três dias após o desastre 8 mil
pessoas já tinham morrido devido à exposição
direta aos gases. A indústria se negou a
fornecer informações detalhadas sobre a
natureza dos contaminantes, e, como
conseqüência, os médicos não tiveram
condições de tratar adequadamente os
indivíduos expostos. Mesmo hoje os
sobreviventes do desastre e as agências de
saúde da Índia ainda não conseguiram obter
da Union Carbide e de seu novo dono, a Dow
Química, informações sobre a composição dos
gases que vazaram e seus efeitos na saúde.

Kletz, T. Learning from accidents in industry, Butterworths & Co. Ltd., 1988
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em 1999, a Union Carbide anunciou
sua fusão com a multinacional Dow
Chemicals, sediada nos Estados
Unidos, criando a segunda maior
companhia química do mundo. Ao
incorporar a Union Carbide por um
total de US$ 9,3 bilhões, a Dow não
apenas comprou os bens, mas
também a responsabilidade pelo
desastre de Bhopal.
Kletz, T. Learning from accidents in industry, Butterworths & Co. Ltd., 1988;
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Enquanto os moradores de Bhopal continuam a sofrer
os impactos do desastre de 1984, a responsabilidade
legal pelo acidente ainda está sendo julgada pela
Justiça norte-americana, uma vez que a Dow se recusa
a aceitar o passivo ambiental adquirido na compra da
Union Carbide. Infelizmente, a noite do desastre foi
apenas o início de uma longa tragédia, cujos efeitos se
estendem até hoje. A Union Carbide, abandonou a
área, deixando para trás uma grande quantidade de
venenos perigosos (a fábrica da Union Carbide em
Bhopal permanece abandonada desde a explosão
tóxica e resíduos perigosos e materiais contaminados
ainda estão espalhados pela área, contaminando solo
e águas subterrâneas, dentro e no entorno da antiga
fábrica). A empresa tentou se livrar da
responsabilidade pelas mortes provocadas pelo
desastre, pagando ao governo da Índia uma
indenização irrisória face à gravidade da
contaminação.
Kletz, T. Learning from accidents in industry, Butterworths & Co. Ltd., 1988;
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE
 A Union Carbide foi intimada a indenizar aqueles que,
com o desastre, perderam sua capacidade de
trabalhar. Em fevereiro de 1989, depois de cinco anos
de disputa legal, o governo indiano e a empresa
chegaram a um acordo, fixando a indenização em US$
470 milhões. Essa quantia deveria ser capaz de pôr fim
a toda responsabilidade da indústria perante à
sociedade. A indenização média, de US$ 370 a US$ 533
por pessoa, era suficiente apenas para cobrir despesas
médicas por cinco anos. Muitas das vítimas, assim
como seus filhos, sofrerão os efeitos do desastre
pelo resto de suas vidas.
 Desde 1984, mais de 140 ações civis a favor das
vítimas e sobreviventes de Bhopal foram iniciadas nas
Cortes Federais dos Estados Unidos, na tentativa de
obter indenização apropriada. Os casos continuam em
curso.
Kletz, T. Learning from accidents in industry, Butterworths & Co. Ltd., 1988;
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE
 Como os atentados terroristas do dia 11 de setembro
nos Estados Unidos, a morte de inocentes civis em
Bhopal também chocou o mundo e provocou mudanças
no comportamento da indústria. Depois deste
desastre, a legislação ambiental e de segurança
química em muitos países ricos ficou mais rigorosa e o
setor desenvolveu códigos de conduta, como a
Atuação Responsável. De acordo com o vice-
presidente para questões ambientais da Dow, em um
discurso feito recentemente: “... em 1984, a terrível
tragédia que ocorreu em Bhopal, na Índia,
 serviu para despertar a indústria química como um
todo...”. No entanto, as mudanças ocorridas no setor
químico não foram suficientes e não contemplam
totalmente as pessoas mais afetadas pelo acidente –
os pedidos de compensação apropriada e
descontaminação da área continuam sendo ignorados.

Kletz, T. Learning from accidents in industry, Butterworths & Co. Ltd., 1988;
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Mais de 500 mil pessoas foram expostas
aos gases e pelo menos 27 mil morreram
por conta disso.
 É importante reforçar aqui que a fábrica
estava localizada muito próxima de uma
área residencial
 Hoje, bem mais de 150.000 sobreviventes
com doenças crônicas ainda necessitam de
cuidados médicos, e uma segunda geração
de crianças continua a sofrer os efeitos da
herança tóxica deixada pela indústria.

Kletz, T. Learning from accidents in industry, Butterworths & Co. Ltd., 1988;
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Aproximadamente 50 mil pessoas
estão incapacitadas para o trabalho,
devido à problemas de saúde.
 As crianças que nascem na região,
filhas de pessoas afetadas pelos gases,
também apresentam problemas de
saúde
 Ainda hoje, pelo menos uma pessoa
por dia morre em conseqüência da
exposição aos gases.

Kletz, T. Learning from accidents in industry, Butterworths & Co. Ltd., 1988;
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Na noite do desastre, as seis medidas de
segurança criadas para impedir vazamentos de
gás fracassaram, devido à :

 1- Falhas em seu funcionamento por falta de


testes e de manutenção;

 2- Que algumas estavam desligadas;

 3- Por serem ineficientes(falta de testes de


performance de equipamentos). Além disso, a
sirene de segurança, que servia para alertar a
comunidade em casos de acidente, também
estava desligada.

Kletz, T. Learning from accidents in industry, Butterworths & Co. Ltd., 1988
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 “ Uma das ironias do acidente de Bhopal
foi que o praguicida que estava sendo
manufaturado, o Sevin era um substituto
do DDT num intuito de evitar os riscos
desse praguicida organoclorado. Mas, o
processo de fabricação do Sevin tem
ocasionado mais danos que o DDT”.

 Anônimo. Helping out in Bhopal. Nature nº 312, 579-580, 1984)


RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Durante a crise, a Union Carbide
1. Apesar das condições de comunicação com a Índia serem péssimas e
sem saber ainda o que tinha acontecido, o primeiro posicionamento da
empresa, nos Estados Unidos, foi:
 (a) Informar o acidente que teria acontecido na fábrica da Union
Carbide Índia Limited;
 (b) Assumir as responsabilidades;
 (c) Anunciar que apoio técnico e médico seria mandado para o local.
(De fato, na semana seguinte, uma equipe de médicos, incluindo
especialistas internacionais em olhos e pulmões seguiu para Bhopal);
 (d) Anunciar a abertura de crédito de 1 milhão de dólares para ajudar
as vítimas.
2. Warren M. Anderson, o CEO da Union Carbide foi a Bhopal uma
semana depois do acidente. Foi preso (prisão domiciliar) pelas
autoridades locais mas logo depois, liberado. Numa entrevista coletiva,
na Índia, ele declarou que “foi tratado com cortesia e consideração” ;
3. Alguns meses depois, ofereceu mais 5 milhões de dólares mas o
governo indiano rejeitou. O governo tinha planos de arrancar muito
mais da empresa, assim recusava qualquer coisa que pudesse significar
um tipo de acordo. A importância foi então doada à Cruz Vermelha que
tratava das vítimas no local.

www_imagemempresarial_com.htm
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apesar deste quadro absurdo,
ainda hoje há milhares de
toneladas de detritos tóxicos
abandonadas pela Union Carbide
nas vizinhanças do terreno onde
havia a fábrica, contaminando
com agentes cancerígenos o
solo e a água que são utilizados
pela comunidade que vive ali,
cerca de 20 mil pessoas.
CONCLUSÕES
ANALISANDO AS CAUSAS EM RELAÇÃO À SEGURANÇA
Os sistemas de segurança da fábrica eram insuficientes, devido ao corte de
despesas com segurança imposto pela matriz da empresa, nos EUA

Os procedimentos ligados à segurança foram completamente ignorados.

Os equipamentos que poderiam oferecer segurança estavam sem


manutenção, outros estavam desligados, por economia

Para conseguir reverter o processo, era necessário ligar o resfriador interno dos
tanques de isocianato, mas o equipamento não estava funcionando, por falta de
manutenção, assim como o purificador de gases

“Quando um equipamento ficava inoperante ele simplesmente era desligado.


Não havia manutenção” - declarou mais tarde um dos sobreviventes do
acidente.
CONCLUSÕES
Quanto ao produto químico, Isocianato de
Metila:

Era a matéria prima para a fabricação do produto, porém,


deveria ter sido melhor avaliada a situação, quanto a
necessidade de estocagem dentro da empresa,
quantidade de segurança, melhor local e forma mais
segura de estocagem, com vistas às pessoas, ao meio
ambiente e ao patrimônio. Na empresa química, o
produto deve ser fabricado e armazenado de acordo com
as especificações técnicas e de segurança informadas
pelo fabricante, cabendo ao fabricante prover toda a
cadeia produtiva com informações adequadas para o
manuseio seguro dos produtos.
CONCLUSÕES

Além do citado, antes do acidente, deveria haver um


treinamento de abandono de área, um plano de
comunicação com a sociedade e a vizinhança(partes
interessadas), um plano de emergência para a
comunidade, com treinamentos dentro de um
cronograma especifico e um plano com treinamentos
internos de combate à grandes emergências.
Transmitir às autoridades, defesa civil, funcionários,
clientes e comunidade, informações adequadas quanto
aos riscos à saúde, à segurança e ao meio ambiente de
seus produtos e operações. Recomendar medidas
eficientes de proteção e de emergência para a
comunidade e vizinhança.
CONCLUSÕES
Criado no Canadá, no ano de 1985, após o acidente
de Bhopal, pela Canadian Chemical Producers
Association - CCPA, e atualmente encontrado em
mais de 40 países com indústrias químicas em
operação, o Responsible Care se propõe a ser um
instrumento eficaz para o direcionamento do
gerenciamento ambiental. Este, considerado no seu
aspecto mais amplo, inclui a segurança das
instalações, processos e produtos, e a preservação
da saúde ocupacional dos trabalhadores, além da
proteção do meio ambiente, por parte das
empresas do setor e ao longo da cadeia produtiva.
CONCLUSÕES

Outra prática que sempre deve ser pensada,


quando se trabalha com produtos de
elevado grau de risco, é a sua substituição
por outra substância que tenha o mesmo
efeito no processo, porém com risco
agregado menor. Poderia ter-se buscado
outro produto para substituição do
isocianato de metila, nem que isso
significasse algum acréscimo no custo do
produto final ou de alguma dificuldade no
desenvolvimento, evitando o acontecido.
CONCLUSÕES

 Em 2001, a Union Carbide foi comprada pela Indústria química


Dow Chemical, a despeito das pendências judiciais relativas ao
acidente.

 A Dow não reconhece ter nenhuma responsabilidade pelo


desastre, que continua a abater as pessoas de Bhopal.

 DECRETO N° 7.818, de 06 de dezembro de 1984


Proíbe, no Estado do Rio de Janeiro, o Transporte, a estocagem,
e o processamento da substância denominada isocianato de
metila.
 DECRETO N. 8.468 - DE 08 DE SETEMBRO DE 1976
Art. 117. Ficam proibidos, no Estado de São Paulo, o transporte,
o armazenamento e o processamento industrial da substância
denominada isocianato de metila.
BIBLIOGRAFIA
• Kletz, T. Learning from accidents in industry, Butterworths & Co.
Ltd., 1988;
• Bhopal methyl isociante incident – Investigation Team Report,
Union Carbide Corporation, Dabury, Connecticut, March, 1985;
• Heyndricks, A. “A catástrofe Industrial de Bhopal”, Saúde &
Trabalho vol 1, 1987, pág. 108-115;
• www.ecoagencia.com.br;
• www.greenpeace.org.br;
• www.avina.net;
• www.american.edu/ted/bhopal.htm;
• www.m.web.com/bhopal;
BIBLIOGRAFIA
• Torquato, Gaudêncio – Administração de Crises , revista ADM, São
Paulo, p. 12, fev. 1985;
• Valle Real, Márcia – Curso de Química Ambiental Noções de
Toxicologia;
• www_imagemempresarial_com.htm- Crises Empresariais com a
Opinião Pública – Neves, Roberto de Castro - O Caso UNION
CARBIDE - A Hiroshima Industrial;
• www.uam.es/departamentos/ciencias/qorg/docencia_red/qo/l8/
otras2.html#comienzo;
• NTP 148 Riesgos higiénicos por isocianatos.htm;
• www.atsdr.cdc.gov/index.html;
• www.Nº CAS 624-83-9_ International Chemical Safety Cards (WHO-
IPCS-ILO).htm;
• www.Isocianatos Textos Científicos.htm;
• ATSDR – Agency for Toxic Substances and Disease Register;
FIM!?

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