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Consequências

das

Usinas Nucleares
Embora possua muitas vantagens e países interessados na geração de energia
nuclear, a sua produção apresenta diversos riscos ao meio ambiente e aos seres vivos, já
que se baseia na manipulação de produtos radioativos muito nocivos à vida e ao
ambiente. Entre os principais impactos ambientais que podem ser originados pela
geração desse tipo de energia, destacam-se:

 O aquecimento da água do mar: Durante o processo produtivo da energia


nuclear, utiliza-se água do mar para resfriar o reator e movimentar as turbinas.
Essa água é devolvida para o ambiente mais quente do que quando foi
encontrada, podendo ocasionar danos para a fauna e flora marinha.

 Contaminação pelos rejeitos da produção de energia nuclear: Um dos


principais impactos causados por esse tipo de produção é a contaminação pelos
rejeitos radioativos, que permanecem nocivos ao meio ambiente por milhares de
anos. Toda fissão nuclear gera rejeitos radioativos, que devem ser armazenados
em recipientes revestidos de chumbo ou concreto e serem monitorados
constantemente para evitar a contaminação do meio ambiente. Em um passado
recente, por não saberem como proceder com o descarte desse material, alguns
países chegaram a jogar esse material no mar ou abandonar o lixo radioativo em
minas ou cavernas, causando um grande desequilíbrio nos ecossistemas
afetados.

 Risco de contaminação derivada de acidentes e vazamentos: Embora possua


monitoramento constante, o processo de geração de energia nuclear possui riscos
de vazamentos e acidentes, como os que aconteceram em Chernobyl (1986) e
em Fukushima (2011), que colocam em risco o meio ambiente e a vida de
trabalhadores das usinas e dos demais seres vivos que recebem a radiação.

Chernobyl

O acidente de Chernobyl ocorreu em 26 de abril de 1986 e é considerado o mais grave e


pior acidente nuclear da história. A explosão de um reator da usina liberou uma nuvem
radioativa, com 70 toneladas de urânio e 900 de grafite, na atmosfera. O acidente é
responsável pela morte de mais de 2,4 milhões de pessoas nas proximidades e atingiu o
nível 7, o mais grave da Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES). Ainda
hoje, 34 anos após o acidente, não é permitido ficar mais de 15 minutos nas imediações
da antiga usina soviética.
Consequências: No quesito saúde, houve ao menos quatro mil casos de câncer de
tireoide. Além disso, foram registrados casos de leucemia e outras formas de câncer
agressivas em longo prazo, problemas de circulação e catarata, fora as consequências
psicológicas geradas pelo incidente. No quesito ambiente, houve uma contaminação em
cadeia, o solo, a vegetação que extraía nutrientes deste solo, o gado que se alimentava
desta vegetação e, por fim, as pessoas que tomaram o leite de vacas contaminadas.
Vários animais apresentaram mutações genéticas e muitos morreram, o que gerou
também um aumento de animais selvagens na região.

Fukushima

O acidente da Usina Nuclear de Fukushima ocorreu em 2011, após um tsunami de 14


metros ocasionado por um terremoto inundar os reatores na central nuclear local,
levando metade deles ao colapso. Sem procedimentos de segurança, 3 reatores
superaqueceram e explodiram, levando ao vazamento de material radioativo. Na
tentativa de minimizar os impactos, 171 mil pessoas foram evacuadas, plantações foram
interditadas e o consumo de água potável foi desincentivado.

Consequências: No quesito saúde, 130 pessoas morreram de câncer e as pessoas que


habitam áreas mais afetadas demonstram uma maior probabilidade de desenvolver
câncer. Problemas de tireoide já foram relatadas entre 40% das crianças na área de
Fukushima. Além disso, muitas pessoas apresentaram estresse pós-traumático e
depressão após o acidente. No quesito ambiente, há uma questão extremamente grave,
pois houve a contaminação marítima. De acordo com a Tepco (Tokyo Electric Power
Company), um total entre 20 a 40 trilhões de becquerels de trítio radioativo entraram no
Oceano Pacífico desde o início do desastre nuclear. Isso irá afetar nossa alimentação,
por causa da contaminação da cadeia alimentar, através da bioacumulação e
biomagnificação. Já foram identificados peixes com níveis de radiação 124 vezes a mais
que os padrões estabelecidos e plantas mutadas por causa do acidente.

Diante desses riscos, a produção de energia nuclear exige um grande controle para
evitar qualquer tipo de vazamento ou acidente envolvendo produtos radioativos, já que a
contaminação radioativa pode ocasionar:

 Escassez de solo, ar e água adequados para a agricultura e para a manutenção da


vida na área afetada;
 Mutação genética de espécies de plantas, insetos e animais;
 Queimaduras;
 Alterações na produção do sangue;
 Diminuição da resistência imunológica;
 Surgimento de diversas doenças, como o câncer, alterações gastrintestinais,
problemas na medula óssea;
 Infertilidade e má-formação dos órgãos reprodutores e de fetos submetidos à alta
radiação.

Os impactos de um acidente nuclear:

 Em um acidente nuclear, ocorre a exposição de material nuclear ao meio


ambiente, que libera substâncias radioativas no ar e no solo. Essas substâncias
contaminam plantas, rios, os animais e as pessoas em volta. Os dois elementos
mais perigosos e preocupantes em um acidente são o iodo radioativo e o césio,
subprodutos da fissão nuclear do urânio. O césio, inclusive, se desintegra e dá
origem ao Bário 137m (por isso o nome césio-137) e passa a emitir radiações
gama, que são extremamente nocivos à saúde porque possuem um grande poder
de penetração, invadindo as células do organismo e podendo levar até à morte.
 As consequências de acidentes nucleares possuem longa duração tanto para o
meio ambiente quanto para a população que habita o local, isso porque os níveis
de radioatividade podem permanecer altos por décadas. Chama-se decaimento
radioativo, o processo pelo qual um isótopo radioativo, instável, perde energia
espontaneamente e se transforma em átomo mais estável, não radioativo. Ele
pode levar dias, como no caso do iodo radioativo, ou décadas, no caso do césio
radioativo.

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