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Com a chegada dos militares ao poder, os programas de alfabetização e educação popular que haviam se consolidado no
regime anterior, no período entre 1961 e 1964 foram vistos como uma grave ameaça à ordem e seus promotores foram duramente
reprimidos. Os programas de alfabetização de adultos que permaneceram em vigor possuíam características assistencialistas e
conservadores. Em 1967, foi lançado o Mobral - Movimento Brasileiro de Alfabetização -, que desencadeou uma campanha massiva
de alfabetização. Foram instaladas Comissões Municipais, que assumiram a execução das atividades, mas a orientação e a
supervisão pedagógica, bem como, a produção de materiais didáticos eram centralizadas.
Quanto às orientações metodológicas, os materiais didáticos do Mobral reproduziram muitos procedimentos consagrados
nas experiências pedagógicas, mas não abrangiam nenhuma dimensão crítica referente ao momento político e social do país.
Propunha a alfabetização a partir de palavras-chave, retiradas do cotidiano das pessoas, sempre atribuindo ao contexto uma relação
harmoniosa, valorizando o esforço individual dos adultos analfabetos, principalmente, palavras relacionadas ao trabalho.
Com vistas a dar continuidade ao processo de alfabetização foi criado o PEI - Programa de Educação Integrada -, que
correspondia a uma condensação do antigo curso primário. Este programa abria a possibilidade de continuidade de estudos para
os recém-alfabetizados, assim como para os chamados analfabetos funcionais, pessoas que dominavam precariamente a leitura e
a escrita. Os estudos realizados sobre o conceito de analfabetismo funcional apontam que se trata de um termo que se refere ao
tipo de instrução em que a pessoa sabe ler e escrever mas é incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a escrita em
atividades cotidianas. Ou seja, o analfabeto funcional não consegue extrair sentido das palavras nem colocar ideias no papel por
meio do sistema de escrita, como acontece com quem realmente foi alfabetizado. No Brasil, o analfabetismo funcional é atribuído
às pessoas com mais de 20 anos que não completaram quatro anos de estudo formal. Mas a noção de analfabetismo funcional varia
de acordo com o país.
O conceito de analfabetismo funcional foi criado na década de 1930, nos Estados Unidos, e
posteriormente passou a ser utilizado pela UNESCO para se referir às pessoas que, apesar de saberem
ler e escrever formalmente, por exemplo, não conseguem compor e redigir corretamente uma pequena
carta solicitando um emprego. Segundo a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, mais de
960 milhões de adultos são analfabetos, sendo que mais de um terço dos adultos do mundo não têm
acesso ao conhecimento impresso, às novas habilidades e tecnologias, que poderiam melhorar a
qualidade de vida e ajudá-los a perceber e a adaptar-se às mudanças sociais e culturais. Na declaração,
o analfabetismo funcional é considerado um problema significativo em todos os países industrializados
ou em desenvolvimento. Mais de um terço da população adulta brasileira é considerada analfabeta
funcional. Fonte: http://www.educabrasil.com.br/eb/ acesso em 13/04/08
A leitura do texto de Coleti (UNESP-2009), amplia a compreensão sobre a educação no período ditatorial...
o golpe militar de 1964 abafou o movimento de Paulo Freire e de seus seguidores que estava apenas
começando e a nova gestão política influenciou diretamente todos os setores da sociedade brasileira,
inclusive a educação. O governo repressor implantado na época só permitiu a realização de programas
assistencialistas... defendiam sobre o analfabeto era de "pessoas com baixo nível socioeconômico,
porém com grande bagagem cultural".