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Índice
Introdução...................................................................................................................................2
Conclusão..................................................................................................................................14
Bibliografia...............................................................................................................................15
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Introdução
Falar de família hoje em dia e principalmente numa visão de um profissional que se preocupa
em moldar o comportamento dos indivíduos com vista a contribuir positivamente para que
estes vivam e convivam da melhor maneira possível, é um dos grandes motivos que
despertam cada vez mais interesse em abordar este tema, visto que esta está a sofrer profundas
transformações sociais, políticas e até culturais que muitas vezes trazem grandes implicações
para a saúde das pessoas.
Com o presente trabalho pretendemos analisar aspectos estritamente ligados a família, mostrar
e frisar uma vez mais a importância desta instituição que é considerada a base de todas as
sociedades, analisar aspectos que de alguma forma estão a contribuir para a transformação do
que era família em tempos mais remotos e o que estará a acontecer com esta nos tempos
atuais e que soluções propor para que esta permaneça e continue a servir de suporte e o meio
onde o indivíduo adquire a sua identidade.
Em termos de estrutura, o trabalho conta com três partes principais, sendo a primeira, a
presente introdução, a segunda parte é preenchida pelo tema e aspectos relacionados ao tema,
na terceira parte ressaltamos pontos principais a reter sobre o tema e por fim apresentamos na
última parte as referências bibliográficas de todo o material usado para a composição do
trabalho e os respectivos sites consultados na Internet.
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Desde 1 milhão até 10 mil anos atrás, os grupos hominídeos foram basicamente compostos
por caçadores, pescadores e coletores. O que exigiu uma organização social para coordenar os
esforços de caça, com uma divisão de tarefas pelo sexo e idade. As mulheres coletavam frutas
e raízes, cuidando dos filhos, amamentando a criança até que desse a luz ao próximo rebento,
em um espaço estimado em quatro anos, tratando também do preparo dos alimentos.
(Disponível em: <http://suahistoriaonline.comunidades.net/os-primeiros-agrupamentos-
socias>)
Aos caçadores cabia a distribuição da carne, feita através de longos rituais, influenciada pelo
grau de parentesco, alianças e devolução de favores. O caçador mais forte liderava o grupo,
enquanto os mais velhos formavam um conselho também destinado a ensinar os mais jovens,
ou eram deixados para morrer quando representava um fardo para o grupo, isto porque os
homens eram nômades, migrando atrás da caça e pesca. (Disponível em:
<http://suahistoriaonline.comunidades.net/os-primeiros-agrupamentos-socias>)
Estes primeiros grupos sociais, segundo vestígios arqueológicos, não eram superiores a trinta
indivíduos, fixando-se provisoriamente em cavernas ou habitações construídas com material
local. Sempre próximos a fontes de água doce, tal como rios, ou então em locais elevados para
facilitar a visualização de predadores e grupos rivais. (Disponível em:
<http://suahistoriaonline.comunidades.net/os-primeiros-agrupamentos-socias>)
Isto porque é um período considerado anterior a história propriamente dita, já que não existem
relatos escritos sobre a vida destes grupos, somente vestígios arqueológicos que permitem a
penas suposições.
Dentro da pré-história, o espaço de tempo que vai da origem do homem até 12 mil anos é
chamado de Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada.
Ao passo que os primeiros animais domesticados foram cães, cabras, bois, camelos e
dromedários. Em pouco tempo, o homem aprimorou técnicas de construção de moradias,
criando peças de cerâmicas para armazenar alimentos e servir como decoração.
Neste sentido, a divisão de tarefas continuou obedecendo uma dinâmica conforme sexo e
idade. Onde aos homens cabia preparar a terra para o cultivo e ará-la, cuidando também da
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As mulheres, além das tarefas domésticas e do cuidar dos filhos, passou a caber a rotina da
lavoura e a colheita. Aos mais jovens, principalmente do gênero masculino, era atribuída a
tarefa de pastoreio de animais de pequeno porte. Os mais velhos deixaram de ser abandonados
para morrer, passaram a gozar de maior prestigio, compondo conselhos que decidiam os
destinos do grupo e guardando e preservando a memória oral. (Disponível em:
<http://suahistoriaonline.comunidades.net/os-primeiros-agrupamentos-socias>)
No aspecto cultural e religioso, mitologias nasceram para tentar explicar os fenômenos da
natureza e padronizar comportamentos, quando apareceram, primeiro, o culto dos
antepassados e, depois, a figura dos deuses.
As mulheres passaram a ser vistas como seres sagrados, detentoras do dom da vida.
Não há na história dos povos antigos e na Antiguidade Oriental como na Antiguidade Clássica
o surgimento de uma sociedade organizada sem que se vislumbre uma base ou seus
fundamentos na família ou organização familiar.
O modelo de família brasileiro encontra sua origem na família romana que, por sua vez, se
estruturou e sofreu influência no modelo grego.
Foi a Antiga Roma que sistematizou normas severas que fizeram da família uma sociedade
patriarcal. A família romana era organizada preponderantemente, no poder e na posição do
pai, chefe da comunidade. O pátrio poder tinha caráter unitário exercido pelo pai. Este era
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uma pessoa sui júris, ou seja, chefiava todo o resto da família que vivia sobre seu comando,
os demais membros eram alini júris, (MACHADO, 2000).
Com a morte do “pater famílias” não era a matriarca que assumia a família como também as
filhas não assumiam o pátrio poder que era vedado a mulher. O poder era transferido ao
primogênito e/ou a outros homens pertencentes ao grupo familiar.
Os canonistas eram totalmente contrários à dissolução do casamento por entenderem que não
podiam os homens dissolver a união realizada por Deus e, portanto um sacramento.
A evolução do Direito canônico ocorreu com a elaboração das teorias das nulidades e de
como ocorreria a separação de corpos e de patrimônios perante o ordenamento jurídico. Não
se pode negar, entretanto, a influência dos conceitos básicos elaborados pelo Direito
Canônico, que ainda hoje são encontrados no Direito Brasileiro.
A família, segundo Murdock Apud Lakatos (1996), é "um grupo social caracterizado pela
residência comum, com cooperação económica e reprodução".
Para Lucy Mair (1970:96) Apud Lakatos (1996), ela consiste em "um grupo doméstico no
qual os pais e filhos vivem juntos".
Beals e Hoijer (1969:475) Apud Lakatos (1996), definem família como "um grupo social
cujos membros estão unidos por laços de parentesco", ou ainda, "um grupo de parentes afins e
seus descendentes que vivem juntos".
2. É ainda reconhecida como entidade familiar, para efeitos patrimoniais, a união singular
estável, livre e notório entre um homem e uma mulher.
Cada um dos tipos de família contempla estrutura e dinâmica. Alguns tipos caracterizam
melhor a estrutura, outros sinalizam determinada dinâmica, disfuncional ou não (Caniço et al,
2011).
Uma família considera-se funcional quando os limites entre os seus elementos são claros,
havendo ligações sólidas entre os elementos de cada subsistema, a chefia é bem aceite pelos
chefiados e as responsabilidades são assumidas e partilhadas em situações difíceis (Almeida,
1994).
Caniço (Caniço et al, 2011 Apud Caniço, 2014) propõe os seguintes tipos de família (Caniço
et al, 2011e), segundo a estrutura e dinâmica familiar:
1. Díade nuclear: família em que existe uma relação conjugal sem filhos, uma união
entre duas pessoas, que co-habitam. Não há descendentes comuns, nem de relações
anteriores de cada elemento. Também designada família sem filhos (Relvas, 2004;
Southern Kings Consolidated School, 2012 Apud Caniço, 2014). São exemplos, a
união entre homem e mulher que ainda não tiveram filhos por opção ou
impossibilidade, médica ou outra, ou que nunca os virão a ter.
2. Família nuclear: a típica família com uma só união entre adultos e um só nível de
descendência, ou seja, pai e mãe e o (s) seu (s) filho (s) (Nunes, 2011; Costa et al,
2011; Southern Kings Consolidated School, 2012 Apud Caniço, 2014). Também
designada de família simples ou nuclear tradicional. Classicamente, é-lhe atribuída
grande estabilidade, de facto, tradição ou sociedade. No entanto, devemos estar atentos
à dinâmica familiar e aos sinais que alertem para a disfuncionalidade, alargando a
entrevista clínica minuciosa. Muitas vezes, os indícios de disfunção são
intencionalmente camuflados por diferentes elementos da família.
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Pode traduzir afastamento temporário do lar de origem e ter grande impacto na saúde
mental (solidão) e física (comportamentos de risco). Estabelecem-se, por vezes,
amizades duradouras, conflitos permanentes e relações de entreajuda ou concorrência.
9. Família hospedeira: família em que ocorre a colocação temporária de um elemento
exterior à família, habitualmente uma criança (Zamora, 2008 Apud Caniço, 2014).
Como exemplo mais actual, indicamos as famílias de acolhimento, em caso de
abandono ou perda de custódia da família biológica.
Apesar do carácter temporário e inexistência de laços familiares prévios, estes podem
estabelecer-se e dificultar a hora da separação, ou pode haver clara inadaptação do
todo esporádico à família pré-estabelecida.
10. Família adoptiva ou de adopção: são famílias que adoptaram uma (ou mais) criança
(s) e adolescente (s) não consanguínea (s), mas que lhe estão ligados por laços
afectivos e legais (Relvas & Alarcão, 2007 Apud Caniço, 2014).
Nestas famílias, podem co-habitar filhos biológicos. A impossibilidade de
descendência biológica pode ser a motivação para a adopção, ou esta ocorrer após um
luto de um filho.
11. Família consanguínea: família em que existe uma relação conjugal consanguínea,
independentemente da restante estrutura. Poderá acarretar implicações médicas nos
(eventuais) descendentes e sociais em todos os elementos da família (Caniço et al,
2011d).
12. Família com dependente: família em que um dos elementos é particularmente
dependente dos cuidados de outros, por motivo de doença, excluindo-se o caso de
crianças saudáveis (Pitt, 1998 Apud Caniço, 2014). São exemplos, famílias em que um
dos membros apresenta limitações do desenvolvimento cognitivo psico-motor ou das
actividades de vida diária, encontrando-se acamado ou apresentando deficiência
mental e / ou motora, requerendo vigilância e orientação constante.
13. Família com fantasma: família em que ocorre o desaparecimento de um dos
elementos, de forma definitiva (falecimento) ou dificilmente reversível (divórcio,
rapto, desaparecimento ou motivo desconhecido) (Subtil, 2008 Apud Caniço, 2014).
Tal implica que o elemento em falta continua presente na dinâmica familiar,
dificultando a reorganização das relações familiares e impedindo o desenvolvimento
individual dos restantes membros.
14. Família múltipla: Família em que o elemento identificado integra duas (ou mais)
famílias, constituindo agregados diferentes, eventualmente com descendentes em
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Shaffer (2005), acrescenta que é a família que possui uma função inicial importante no que se
refere à socialização infantil. A família serve de instrumento primário de socialização visto
que os eventos dos primeiros anos são tão importantes para o desenvolvimento social,
emocional e intelectual.
Aghassian, M. et all (2003). diz que a família tem como função primordial a de protecção,
tendo sobretudo, potencialidades para dar apoio emocional para a resolução de problemas e
conflitos, podendo formar uma barreira defensiva contra agressões externas. É visto aqui que
a família ajuda o indivíduo a manter uma boa saúde física e mental, a lidar com as diversas
situações da vida, situações de stress por exemplo e outras situações difíceis a que se pode
atravessar.
Neste contexto (Mwamwenda, 2005), argumenta dizendo que é na família que os indivíduos
encontram suporte e apoio emocional de que necessitam para recuperar-se de várias doenças.
Já Dioma e Vilela (2005), afirmam que desde sempre, a família surgiu como um lugar onde se
aprende a viver, ser e estar, e onde se começa o processo de consciencialização dos valores
sociais inerentes à sociedade e sem os quais esta não consegue subsistir. É neste ambiente que
o indivíduo aprende a respeitar os outros e a colaborar com eles.
A família surge com direitos e deveres. Estes deveres estão consagrados na Constituição da
República, nos valores sociais e morais respectivos à sociedade. Os pais dão vida aos filhos, a
partir daqui cabe a eles dar-lhes o apoio de que necessitam, a educação e as condições
necessários para o seu crescimento saudável.
Artigo 119 estabelece que a família é o elemento fundamental e a base de toda a sociedade.
No seu Artigo 120, estabelece que a família é responsável pelo crescimento harmonioso da
criança e educa as novas gerações nos valores morais, éticos e sociais. É ela ainda juntamente
com o estado que asseguram a educação da criança, formando-a nos valores da unidade
nacional, no amor à pátria, igualdade entre homens e mulheres, respeito e solidariedade social.
Em relação a esta questão, Shaffer (2005) estabelece que a função mais importante de uma
família em todas as sociedades é cuidar e socializar seus filhos. A socialização seria segundo
ele, o processo pelo qual as crianças adquirem crenças, valores, e comportamentos
considerados apropriados e importantes pelos membros da sua sociedade.
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Conclusão
Para terminar, concluiu-se que o vocábulo família pode possuir vários significados para as
diversas áreas das ciências humanas, em que, essa diversidade da conceitualização do termo
família, não só tem haver com a multiplicidade das áreas que este termo é contextualizado,
assim como, pode ser pela evolução espacial e temporal dos autores que deram sua definição,
e, estes, influenciados pela maneira como viviam ou observavam os factos ou fenómenos
sociais.
Como se não bastasse, conclui-se ainda que a origem e evolução do conceito família,
remontasse na época romana, em que, esta, serviu de modelo para as famílias actuais nas
regiões em que os romanos ratificaram ou fizeram empréstimo de sua cultura.
Bibliografia
ALMEIDA, G. (1994). A interacção familiar. Bol Centro Reg Alcool Porto 1994; 3(11): pp.
9-10. Citado por Novos Tipos de Família, Plano de Cuidados, de Hernâni Caniço, Pedro
Bairrada, Esther Rodríguez & Armando Carvalho, Coimbra, Imprensa da Universidade de
Coimbra, Dezembro 2011.
BARBOSA, Camilo de Lelis Colani. Direito de Família. São Paulo: Suprema Cultura. 2002,
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CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1998, p.28,
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VIANA, Rui Geraldo Camargo. A Família. In: VIANA, Rui Geraldo Camargo e NERY, Rosa
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Revista dos Tribunais, 2000, p.22.
WALD, Arnoldo. O novo direito de família. ed.rev.atual.e ampl. Pelo autor, de acordo com a
jurisprudência e com o novo Código Civil. (Lei n. 10.406,de 10-1-2002), com a colaboração
da Prof.Priscila M. P. Corrêa da Fonseca. – São Paulo: Saraiva, 2004, p.57.