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HISTÓRIA DAS RELIGIÕES

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SUMÁRIO

Breve histórico das Religiões................................................................................................. 4

Conceito e Características ..................................................................................................... 7

Religião, intolerância e conflitos ............................................................................................ 9

A RELIGIÃO NA PRÉ-HISTÓRIA ....................................................................................... 16

ÁFRICA ................................................................................................................................... 19

AS RELIGIÕES DOS AFRICANOS .................................................................................... 19

A RELIGIÃO DOS EGIPCIOS ............................................................................................. 21

AMÉRICA ................................................................................................................................ 22

AS RELIGIÕES DOS INDÍGENAS BRASILEIROS ......................................................... 22

A RELIGIÃO DOS ASTECAS .............................................................................................. 25

A RELIGIÃO DO INCAS ....................................................................................................... 26

OCEANIA ................................................................................................................................ 26

A RELIGIÃO DOS POVOS OCEÂNICOS ......................................................................... 26

A RELIGIÃO DOS AUSTRALIANOS .................................................................................. 27

ÁSIA ......................................................................................................................................... 28

AS RELIGIÕES DOS SIBERIANOS ................................................................................... 28

AS RELIGIÕES DA ANTIGA MESOPOTÂMIA................................................................. 28

A RELIGIÃO DOS CANANEUS .......................................................................................... 29

A RELIGIÃO DA ANTIGA CHINA ....................................................................................... 30

TAOÍSMO ................................................................................................................................ 30

CONFUCIONISMO ................................................................................................................ 31

RELIGIÃO DO JAPÃO/XINTOISMO .................................................................................. 31

A RELIGIÃO DA ANTIGA INDIA ......................................................................................... 32

HINDUISMO ........................................................................................................................... 32
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A RELIGIÃO DOS PERSAS/ZOROATRISMO ................................................................. 33

EUROPA ................................................................................................................................. 34

AS RELIGIÕES DOS INDO-EUROPEUS ......................................................................... 34

A RELIGIÃO DOS GREGOS ANTIGOS ............................................................................ 35

A RELIGIÃO DOS GERMANOS ......................................................................................... 36

A RELIGIÃO DOS CELTAS ................................................................................................. 37

A RELIGIÃO DOS ROMANOS ............................................................................................ 38

AS RELIGIÕES HOJE .......................................................................................................... 39

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 41

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Breve histórico das Religiões

Desde tempos remotos na História, dos inícios da presença humana na Terra,


os seres humanos têm buscado respostas para o grande enigma da sua própria
existência e da criação do Universo como um todo bem como do sentido da vida
terrena e após a morte.
São vários e diferenciados os caminhos nessa busca, que a Humanidade vem
construindo através dos séculos: a ciência, a filosofia, a religião, as artes. As
sociedades e, no seu âmbito, os grupos sociais e as pessoas, têm diferentes
concepções sobre a vida e o mundo. Em cada um desses percursos - ciência, filosofia,
religião -, há muitas diferenças de respostas.
Assim, no terreno da procura religiosa, a Humanidade já construiu e continua
construindo diferentes e múltiplas respostas à problemática da criação e da existência.
Daí se originam as concepções sobre Deus (es), enquanto figura(s) ou fonte(s) da
criação. As religiões, portanto, fazem parte da cultura humana, presentes em todos os
povos, em todas as épocas históricas. Nesse sentido, todas têm algo em comum: a
busca de uma relação com o mundo metafísico.
Assim, para as mais antigas sociedades – mesopotâmica, europeia-céltica,
asiáticas, negro-africanas, e culturas indígenas das Américas – ágrafas, de tradição
oral, quando, ainda, os seres humanos não dispunham de conhecimentos e
tecnologias sofisticadas, como atualmente, para explorar e dominar a Natureza –, esta
significava uma força muito poderosa e superior. Os elementos naturais eram
divinizados, a exemplo do vento, da água, do fogo, dos animais. Assim, as divindades
eram simbolizadas em totens e fetiches, como vegetais, ossos, animais vivos ou
mortos. Isto também acontece em certas religiões até hoje, como as indígenas (de
várias partes, como a América e a Oceania) e as africanas, e em outras retomadas
em tempos mais recentes (Wicca/Bruxaria, Xamanismo, Druidismo), em que os seres
humanos guardam uma relação muito forte com a Natureza e, de certo modo, mais
respeito para com ela do que as sociedades modernas. Tais religiões eram panteístas
(do grego pan= tudo; e theosi= deus): segundo essas crenças, os deuses estão
presentes em tudo, na Natureza e no Universo, em suma, no mundo. Não há um Deus

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criador, todo o Mundo é manifestação divina. Deus é o mundo e busca-se a harmonia


com a Natureza, o equilíbrio ecossistêmico.
Com o tempo, surgiram as religiões politeístas, durante a Antiguidade (na
África: Egito; na Europa: Grécia, Roma, Escandinávia, Ibéria, Ilhas Britânicas e
regiões eslavas; no Japão, com o Xintoísmo; na Índia, com o Hinduísmo; na América
pré-colombiana: Azteca, Maia etc.). As religiões politeístas baseiam-se na crença em
muitas divindades relacionadas à criação e regência do mundo, cada uma com seu
significado e protegendo um certo campo da atividade humana, áreas, objetos,
instituições, elementos naturais, relações humanas. Um dos exemplos mais
conhecidos é a mitologia grega. As suas divindades eram representadas por figuras
(esculturas e pinturas) zoo ou antropomórficas, com elementos retirados da Natureza,
a exemplo de deuse (a)s sob a forma de animais e vinculados a plantas. Tais religiões
eram mais elaboradas e chegavam a dispor de registros literários.
Com o tempo, como na mitologia grega, as divindades começaram a ser
personificadas quase como seres humanos, perdendo a sua transcendência. Ainda
na Antuguidade, no Oriente Médio, por volta do último milênio a.C, constituíram-se
duas religiões que atravessaram os séculos e são professadas até os dias atuais: o
judaísmo e o cristianismo. Neste momento, em certas sociedades, passou-se do
politeísmo para o monoteísmo, isto é, religiões que acreditam em um único Ser
Supremo como criador do mundo e do ser humano. Séculos depois, foi formada uma
outra religião monoteísta bastante visível na atualidade: o islamismo. Além dessas,
também são monoteístas o bramanismo, o zoroastrismo, o sikhismo. Cada uma delas
produziu Livros Sagrados, que são orientadores da crença e das condutas dos fiéis.
O seu Deus não tem representação visual. Cada uma delas foi se expandindo pelo
mundo, arregimentando adeptos, criando seus templos e seus corpos religiosos.
O quadro abaixo aponta as principais religiões do mundo, algumas de suas
características e em alguns casos, o número de adeptos:

REGIÃO DE ORIGEM RELIGIÃO Nº DE ADEPTOS


Oriente Médio judaísmo 15 a 18 milhões
cristianismo 2,1 bilhões

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islamismo 1,3 bilhões


fé bahá'í; 7 milhões
Hinduísmo 900 milhões
confucionismo 6, 5 milhões
budismo 376 milhões
jainismo 4,2 milhões
Ásia
sikhismo 25 milhões
xintoísmo
Religião tradicional
400 milhões
chinesa
Cristãos
430 milhões
independentes
Europa Oriental Igreja Ortodoxa: 220 milhões
religiões dos povos
África Negra 100 milhões
negro-africanos.
religiões das
América sociedades
indígenas]
Religiões dos
povos das ilhas do
Oceania
Pacífico, da
Austrália e da Nova
Zelândia
Europa e América do Igrejas
375 milhões
Norte Protestantes
Espiritismo
Europa 15 milhões

Várias partes Novas religiões 108 milhões


Entre 780 milhões a 1,1
Ateus/Agnósti-os/
bilhões
Fontehttp://www.google.com.br

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OBS: algumas religiões não estão mais limitadas a sua região de origem; outras
já não têm mais tanta significação na região onde se originaram.

Conceito e Características

A palavra Religião vem do latim re-ligare, significando voltar a ligar, ligar


novamente, ou simplesmente religar, religar os seres humanos com Deus. Em outras
palavras, compreende um conjunto de crenças, mitologias doutrinas ou formas de
pensamento relacionadas com a esfera do sobrenatural, divino, sagrado e
transcendental, além de rituais e códigos morais.
Outros significados para a palavra: Para o célebre orador romano Cícero, o
termo derivava do latim relegere, reler, reativo à releitura das escrituras.
Santo Agostinho, no século IV, afirmou que o termo derivava de religere,
reeleger, ou seja, significava a religação do ser humano novamente a Deus, do qual
havia se separado. Mais tarde, ele retoma a interpretação de Lactâncio, de religio
como religar.
No século V, o pensador Macróbio atrbuiu ao termo religio, que seria derivado
de relinquere, o significado daquilo deixado pelos antepassados.
Em outras sociedades, os termos são diferentes: por exemplo, no hinduísmo,
usava-se o termo rita para designar a ordem cósmica do mundo, com a qual os seres
deveriam se harmonizar. Depois, o termo foi substituído por dharma, que, no budismo,
significa uma lei divina e eterna.
Relacionados ao termo Religião, existem outros, derivados do discurso
religioso grego, romano, judeu e cristão:

 Sacro, sagrado: aquilo que mantém uma ligação/relação com o(s)


deus(es) ;
 Profano: aquilo que não mantém nenhuma ligação com o(s) deus(es).
 Místico: tudo que se refira a um plano sobrenatural.

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Apesar da sua diversidade, em quase todas as religiões, como fenômenos


individuais e sociais, se encontram as seguintes características:
a) Um sistema de princípios ou crenças no sobrenatural, compreendendo
as concepções sobre o Universo, a Terra, o Homem, o Criador, a vida após a morte;
b) Divindade(s) ou ser(es) superior(es) com influência ou poder sobre o
destino humano: deuses, anjos, demônios, elementais, semideuses, etc. Em certas
religiões, não há essa ideia de divindade(s), que é substituída por valores morais e
códigos de conduta;
c) Rituais (do latim ritualis) ou cerimônias, procedimentos ou atos que os
seres humanos praticam, de religação ou contato com a(s) divindade(s). Os rituais
podem ser individuais ou coletivos. Uma outra palavra para designar o ofício religioso
é liturgia (do grego λειτουργία, "serviço" ou "trabalho público"), a celebração, podendo
incluir um ritual (como a missa católica) ou uma atividade religiosa diária (como as
salats muçulmanas). A celebração litúrgica rememora a relação dos fiéis com a(s)
divindade(s).
Em certas religiões, são usadas vestimentas, instrumentos, objetos (cálice,
crucifixo, livros sagrados, velas, imagens, etc) que são dotados de simbolismo, ou
seja, de significado religioso. Abaixo, o quadro apresenta símbolos de algumas
religiões:

O mantra sagrado
SÍMBOLOS
"OM" ou "AUM" Hindu.
A Roda do DHARMA budista, ou "Roda
Representa o "Som"
da Vida".
primordial.

O Tei-Gi do Taoísmo.
Simbolizando a
A estrela de Davi. Um dos símbolos do
interdependência dos
Judaísmo e do Estado de Israel.
princípios universais Yin
e Yang.

A cruz do
A Lua e Estrela Muçulmana, oriunda de
Cristianismo.
um dos mais antigos Estados a adotar o
Encruzilhada entre o
Islã.
material e o espiritual.

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Igrejas de base judaico-cristã, como a católica e as protestantes, adotam um livro


como símbolo, em referência à Bíblia.

d) igrejas, templos, terreiros, mesquitas etc, que são lugares a que os fiéis
comparecem para realizar os seus atos de celebração religiosa;
e) um corpo de pessoas que cuidam das funções religiosas. Em certas
religiões, de acordo com suas concepções, há pessoas consideradas intermediárias
entre os fiéis e a(s) divindade(s) (padres, pastores, rabinos, pais-de-santo etc). Em
outras religiões, com concepções distintas, não se considera necessário tais
intermediários.
Apesar de suas diferenças, há algo comum a todas as religiões: elas se
baseiam na fé, palavra que vem do grego pí-stis, ideia de confiança, fidúcia, firme
persuasão, uma convicção em uma verdade, mesmo sem nehuma evidência física.
Por outro lado, há pessoas que não têm religião, têm dúvidas sobre a
religiosidade ou praticam uma religiosidade baseada em outros princípios e não na fé.
Para ficar mais claro, seguem alguns conceitos:

Ateísmo: negação da existência de Ser(es) Supremo(s) e, portanto, da


veracidade de qualquer religião teísta. Um ateu, porém, pode acreditar em outros
princípios para a explicação da vida e do Universo, como aqueles científicos ou
filosóficos, por exemplo;

Agnosticismo: dúvida, questionamento sobre a existência de deus e sobre a


veracidade de qualquer religião teísta, considerando a falta de provas favoráveis ou
contrárias.

Deísmo: crença num deus cujo conhecimento é feito pela razão e não pela fé
e revelação.

Religião, intolerância e conflitos

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Ao longo da História da Humanidade, infelizmente, a convivência dos seres


humanos, dos grupos sociais, das várias sociedades, com seres humanos, grupos
sociais, sociedades diferentes, ou seja, a convivência com o Outro, nem sempre foi
pacífica.
A intolerância se expressa diante de várias diversidades: de gênero, de etnia,
de geração, de orientação sexual, de padrão físico-estético, e, também, de religião.
A intolerância religiosa pode causar espanto, mas muitos e muitos conflitos e
guerras violentas foram e ainda são travados em nome de uma determinada crença
religiosa ou de outra.
Este é um problema extremamente complexo porque tais confrontos,
costumeiramente, não carregam motivações exclusivamente religiosas, mas a estas
se somam razões de ordem econômica, social, política, cultual, variáveis a cada
experiência histórica. Os exemplos de conflitos religiosos são numerosíssimos: entre
judeus e cristãos, entre cristãos e islâmicos, as milhares de mortes produzidas pela
Inquisição (da Igreja Católicas) contra os considerados hereges, as guerras entre
católicos e protestantes em decorrência da Reforma e da Contra- Reforma, nos
séculos XVI-XVII; a imposição do cristianismo ou do catolicismo sobre os indígenas
da América e os negros importados da África como escravos. Hoje, alguns desses
grandes conflitos ainda perduram, como aquele entre islâmicos e cristãos ou entre
católicos e protestantes, na Irlanda do Norte. Mas a intolerância religiosa também se
expressa em pequenos conflitos cotidianos, quando se desqualifica pessoas por não
pensarem religiosamente do mesmo modo de quem as desqualifica; ou quando se
destrói templos e símbolos de religiões que se consideram adversárias; ainda, quando
alguém arroga para a sua crença o estatuto de religião e qualifica a crença alheia
como seita.
Diante da intolerância religiosa, o filósofo francês Voltaire, dizia no século XVIII:
“É verdade que esses horrores absurdos não mancham todos os dias a face da terra;
mas foram frequentes, e com eles facilmente se faria um volume bem mais grosso do
que os Evangelhos que os reprovam”. (VOLTAIRE, 1993: 127)
Se as várias concepções de divindade (s) estão vinculadas a algo grandioso,
como a criação do Universo e da vida; se, através da religião, as pessoas realizam
uma busca espiritual e uma harmonia interior, como podem elas, em nome de
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Deus(es), discriminar outras pessoas, ofendê-las, agredi-las, e até matá-las? Porque


tais pessoas não pensam igual? Por que não têm as mesmas concepções religiosas?
Em nome de quem elas praticam essa violência?
Com que autoridade elas procedem dessa maneira?
Acaso Deus (es)deu (deram) poderes a certas pessoas como únicas donas da
verdade?
Se, nas mais diversas concepções religiosas, a(s) divindade(s) é (são)
representada(s) por sua magnanimidade, como o Bem, a justiça, o perdão, como, em
seu nome, praticar o Mal, a injustiça, a intolerância?
Por que a minha religião seria melhor do que a sua?
Por que a sua religião seria melhor do que a minha?
A intolerância de qualquer natureza, para com o Outro, diferente de nós, gera
a discriminação, o preconceito, o conflito, a violência, até a guerra. Divergências
religiosas resolvidas desse modo são anti-religiosas.
A tolerância, nesse caso, religiosa, é a garantia de cada um realizar a sua
escolha religiosa. Ou não escolher. É a garantia do direito à diferença. É a
possibilidade de um mundo menos conflituoso.
Historicamente, há muitas religiões que guardam muitas aproximações entre
si. O desconhecimento, a ignorância mesmo, a respeito dessas afinidades, é uma das
fontes da intolerância. A outra é a arrogância de alguém se considerar dono da
verdade divina.
Por isso, há movimentos de pelo diálogo entre diferentes religiões, no sentido
de construção da tolerância religiosa. Essa perspectiva se denomina ecumenismo.

O direito à diversidade religiosa no Brasil e uma Educação para a


tolerância

O Brasil já teve uma única religião oficial – o Catolicismo –, com a Constituição


de 1824, que perdurou até a proclamação da República. Até então, só eram permitidos
templos católicos. O clero católico fazia parte do funcionalismo do Estado. É claro que
eram praticadas outras religiões, mas os seus professantes sofriam discriminação e
só podiam realizar seus atos religiosos em particular, no espaço privado, e não em
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lugares públicos. Com a República, o Brasil se tornou um Estado Laico, isto é, deixou
de ter uma religião oficial e se separou da Igreja.
A atual Constituição Brasileira, de 1988, aborda a questão religiosa nos
seguintes termos:

“TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:
................
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
..................
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
...............
II - prevalência dos direitos humanos;
..............
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
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...................
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;
..................
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
..................
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias;

TÍTULO VIII
Da Ordem Social

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
.................
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
................
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material
e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
Por sua vez, a Constituição de 1988 também dispõe especificamente sobre o
Ensino Religioso:
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“Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de


maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e
artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (BRASIL. Constituição
Federal. 1988). Posteriormente, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu Artigo 33, estipulou:
“Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem
ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos
alunos ou por seus responsáveis, em caráter:
I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu
responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e
credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou
II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades.”
(BRASIL, CF, 1988).

Portanto, da leitura dos dispositivos constitucionais-legais, fica claro que a


Carta Magna do país e outros documentos legais asseguram a liberdade de culto e
estabelecem que nenhuma pessoa pode ser discriminada por motivo de qualquer
natureza, aí incluído o de religião. Preserva-se, assim, o direito subjetivo de
consciência, tanto para professar quanto para não professar nenhum credo religioso.
Complementarmente, a lei assegura o respeito e tolerância à diversidade cultural-
religiosa do país, sendo vedadas, nas escolas, quaisquer formas de proselitismo.
A execução destes princípios de tolerância e respeito à diversidade não é fácil,
ainda mais em uma sociedade como a nossa, em que intolerâncias e desrespeitos às
diversidades culturais são frequentes. A questão religiosa é uma das mais delicadas
no que se refere a tais diversidades.
Se queremos construir um mundo de tolerância, é preciso levar em
consideração, na Escola, algumas atitudes, tais como:

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a) compreender as religiões como fenômenos presentes em diversas


culturas, ao longo da História, portanto, cada religião guarda as suas tradições,
vinculadas, por sua vez, às identidades dos grupos sociais e das pessoas;
b) conhecer as religiões, as diversas expressões de religiosidade, de um
modo contextualizado, cotejando informação e realidade, de modo a que o(a)
educando(a) e, inclusive, o(a) educador(a) conheça(m) as próprias crenças e as
situem em relação a outras, com base no princípio do valor histórico-cultural de cada
uma, promovendo o sentido da tolerância e do convívio respeitoso com o diferente;
c) compreender o Ensino religioso como uma área de conhecimento
interdisciplinar, tanto na execução curricular quanto na avaliação;
d) adotar a perspectiva da diversidade religiosa de modo articulado com
outras dimensões de Cidadania e, desse modo, na Escola, articulando vários
componentes curriculares> História, Geografia, Língua Portuguesa,
Literatura etc;
e) promover o entendimento do conhecimento como aprendizado da
dignidade humana, própria e do Outro;
f) promover a construção de uma convivência fraterna, mediante diálogo
ecumênico e inter-religioso, em que o respeito às diferenças tem por base um
compromisso moral e ético.
Sintetizando tais posturas, o ensino religioso, sem nenhum propósito
doutrinante de uma determinada visão religiosa, de maneira respeitosa e reverente
para com o domínio de cada culto e de cada doutrina, deve incentivar e desencadear
no aluno um processo de conhecimento e vivência de sua própria religião, mas
também um interesse por outras formas de religiosidade (INCONTRI e BIGHETO, .
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos_D_L/incontri_Do ra_Ens_relig.htm.)

Assumir essa perspectiva implica em um processo de reeducação do(a)


próprio(a) educador(a):

♦ contra os seus próprios preconceitos na matéria, de que todos nós somos


portadores antes de um estudo e reflexão mais profundos;

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♦ contra a cegueira para com o Outro (o diferente), substituindo-a pelo que a


compreensão humana e o conhecimento podem trazer de lucidez em todas as
religiões: se há algo nas outras religiões que nos produz estranhamento, há
concepções belas e, inclusive, aquelas que se aproximam das nossas;
♦ para o despojamento de querer julgar os outros segundo os princípios da
própria religião, e, dessa maneira, “decidir” os que serão salvos e os que serão
condenados, se colocando como juiz supremo da conduta humana;
♦ para conhecer a diversidade religiosa presente na sala de aula, mediante o
estudo e a reflexão;
♦ para uma consciência e uma prática éticas, no sentido do diálogo e da
convivência com a diversidade religiosa, de forma ecumênica.

A RELIGIÃO NA PRÉ-HISTÓRIA

É preciso, antes de tratarmos sobre o tema, saber sobre o período descrito.


Pré-história designa tudo o que se passou desde o aparecimento do primeiro ser com
postura ereta, até o tempo em que surgi a escrita. O termo foi cunhado com o pré-
conceito de que, se não houvesse escrita, não haveria história para contar. No
entanto, há muito tempo já não se pensa mais desse modo. O desenvolvimento da
arqueologia, paleontologia, antropologia, e várias outras logias, possibilitaram o
estudo e compreensão da vida do homem pré-histórico, mesmo que embrenhada em
nevoeiros e barrancos. As dificuldades são muito grandes, mas, devemos lembrar
que, mesmo os textos escritos, são passiveis de enganos, pois, a versão de quem
escreve, não é verdade absoluta.
Para melhor compreensão desse longo tempo histórico, dividiu-se ele em
período Paleolítico e Neolítico. O primeiro se inicia com o surgimento dos hominídeos
por volta de 4 a 2 milhões de anos até, 10.000 a.c, data em que o gelo das
extremidades do globo derreteu, mudando o clima do planeta. O segundo, se conta
dessa mudança climática até a produção da escrita, por volta de 4.000 a.c.
Outro ponto a esclarecer é que a cronologia adotada, ou seja, a utilizada pelos
acadêmicos, é baseada nos primeiros eventos ocorridos no globo. Por exemplo,
quando dizemos que a pré-história acaba com a utilização da escrita,
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automaticamente, declaramos que alguns indígenas brasileiros até pouco tempo


viviam na pré-história. Mas, isso não denota inferioridade em relação a nossos
indígenas. É importante compreender, que cada grupo humano em seu território
geográfico, se desenvolveu do seu modo, de acordo com suas necessidades. Um
grupo não é superior ao outro por possuir mais tecnologia. A condição climática,
geográfica, hidrográfica, entre outros, do território habitado, é que conduz as
atividades humanas. A terra do Brasil oferecia ao índio, uma rica diversidade natural,
dando-o privilégio de uma vida farta, sem maiores complicações.
O indicio mais antigo de prática relacionada à religião do homem e mulher
préhistórico, é o sepultamento. Que esta intimamente ligada, as fontes mais antigas e
numerosas da pré-história, que são as ossadas. A prática da inumação revela uma
preocupação com a vida após a morte. Isso é mais ressaltado ainda, nos detalhes de
preparação e adereços encontrados em inúmeras sepulturas. Por exemplo, o ocre
vermelho salpicado em cadáveres, é universalmente encontrado, podendo ser
substituto ritual do sangue, símbolo da vida. A posição que o corpo é encontrado,
também é coberta de significado. Ele é virado para o leste, marcando a intenção de
tornar o destino da alma solidário com o curso do Sol, portanto a esperança de um
renascimento. E também é posto em forma fetal, tendo a terra, no caso a cova, o
simbolismo do útero.
Oferendas de alimentos e diversos objetos de adorno como colares, são
encontrados depositados em túmulos. Encontraram também, cuidadosamente
dispostas em torno e sobre os cadáveres, conchas de moluscos. Essas conchas
possuem a forma de vagina, parecendo estar associadas a algum tipo primitivo de
adoração da deidade feminina.
As formas mais numerosas, evidentes e explicitas de culto religioso feito pelo
homem e mulher do Paleolítico até o momento é datado por volta de 35.000 ac. Foram
elas, as grutas/santuários com suas pinturas e as inúmeras estatuetas femininas.
Como as pinturas se encontram muito longe da entrada da gruta, sendo muito delas
inabitáveis, com dificuldades de acesso, os pesquisadores concluíram que elas são
uma espécie de santuário. As pinturas revelam ainda mais o caráter sagrado e
ritualístico do lugar. Duas temáticas decifradas e discutidas por pesquisadores são a
de danças rituais e seções xamânicas. As estatuetas femininas representam o “culto
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da fertilidade” praticado por esses humanos. Esculpidas em pedra, osso ou marfim,


possuem nádegas, seios e barrigas volumosas, além de terem a vulva sempre à
mostra. Representam a “Grande Mãe” a “Deusa”. André Leroi-Gourhan constata que
a arte desse período expressa alguma forma incipiente de religião, na qual figuras e
símbolos femininos ocupam posição central. Esse pensamento vai ser corroborado
quando das descobertas referentes ao período Neolítico.
As geleiras recuaram, o clima do planeta esquentou, e sua paisagem mudou.
Fauna e flora modificadas aconteceu a maior revolução da história do homem.
Ocorreu a domesticação das plantas, ou seja, a invenção da agricultura, a
domesticação de animais e o sedentarismo. Mas, a criatividade religiosa no neolítico
foi despertada menos pelo fenômeno empírico da agricultura, do que pelo mistério do
nascimento, da morte e do renascimento identificado no ritmo da vegetação. As crises
que põem a colheita em perigo (inundações, secas etc.) serão traduzidas, para serem
compreendidas, aceitas e dominadas, em dramas mitológicos. A mulher teve um papel
decisivo para a domesticação das plantas, ela que conhecia o “mistério” da criação.
Fértil e fecunda como a terra, foi responsável pela abundancia das colheitas.
Em todos os sítios arqueológicos do neolítico encontramos a religião centrada
no culto à Deusa. Por exemplo, em Catal Huyuk,

A principal divindade é a deusa, apresentada sob três aspectos: mulher jovem,


mãe dando à luz um filho (ou um touro), e velha (acompanhadas as vezes de uma ave
de rapina). A divindade masculina aparece sob a forma de uma rapaz adolescente –
o filho ou o amante da deusa – e de um adulto barbudo, ocasionalmente montado
sobre um animal sagrado, o touro. (ELIADE, 2010, p.55).

A longa viagem...
Os grupos humanos empreitaram longas viagens em busca de sobreviverem
as intempéries da jornada da vida, que naquele tempo eram muito mais cheias de
mistérios a desbravar. O frio da Era do gelo, somados a escassez de alimento e o
perigo constante da morte, tornava a vida recheada de desafios a vencer. É assim que
aos poucos nossos antepassados vão criando a cultura.

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Melhor dizendo, eles vão criando as culturas, pois, em suas grandes


caminhadas, cada grupo vai se instalando em um território, ou dá continuidade ao
trajeto, em busca de um abrigo melhor. Quando um grupo se sedentariza em
determinada região, ele começa a criar raízes com esse lugar. Cria uma interação tão
grande, que até sua aparência física começa a se adaptar a terra. Por exemplo, seus
olhos e peles se tornam claros, se o sol for fraco, e seu corpo não precisar mais
produzir melanina para se proteger. O grupo que aos poucos desenvolveu sua
linguagem para se comunicar, começa a ensinar as crianças como eles compreendem
a vida. E essa compreensão vai variar, de grupo para grupo, ou seja, de povo para
povo. Uma aldeia na África, no deserto do Saara, não vai entender o mundo do mesmo
jeito que os esquimós, no gelo da Sibéria. São paisagens muito diferentes, portanto,
seus mitos, seus deuses, suas leis, suas noções de certo e errado, serão também
muito diferentes. Ou seja, suas culturas/religiões serão muito diferentes. E nenhuma
é melhor ou pior do que a outra, elas são apenas diferentes.
É desse modo, que desejamos, que vocês leitores compreendam as religiões.
Cada qual produto do seu meio, com suas diversas verdades, que atendem seus
diversos fieis. O modo que julgamos melhor apresentá-las, foi dividi-las por seus
respectivos continentes de origem. Assim, escapamos incorrer em classificações
inadequadas.

ÁFRICA

AS RELIGIÕES DOS AFRICANOS

A África é o continente onde se originou o homo sapiens. Portanto, a história


da humanidade se inicia lá. Ao contrário do que se pensa, na África antes da chegada
dos europeus, não só havia povos organizados em tribos. Houve além do Egito,
diversos reinos e impérios bastante desenvolvidos, em vários aspectos, tais como,
tecnológicos, econômicos, educacionais, culturais, e religiosos. Foram alguns deles,
no Sudão ocidental, os reinos de Mali e Gao; no Sudão central, os estados Hausa e
Kanem-Bornu; no golfo de Guiné, os reinos Yoruba e Benin; na África central, o reino
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do Congo; na costa oriental da África, várias cidades-estado; e mais tarde, no


Zimbábue, o reino Monomotapa, que haveria de acolher a população do Grande
Zimbábue. Esses reinos tinham suas próprias religiões. Assim, quando o comércio de
escravos foi travado entre portugueses no Brasil, e chefes africanos, diversas religiões
africanas foram introduzidas em terras brasileiras, e ganharam ao decorrer dos
séculos, a identidade afro brasileira.
Na ÁFRICA OCIDENTAL se encontra a
religião africana que predominou no Brasil, a
religião dos iorubas. É uma religião iniciática, e
possui no centro cosmológico: Onila, Grande
Deusa Mãe do ile, que é o “mundo” elementar
no estado caótico, antes de organizar-se. O ile
opõe-se, por um lado, ao orum, que é o céu
enquanto princípio organizado, e, por outro, ao
aiyê, o mundo habitado, proveniente da
intervenção do orum no ile. Enquanto todos
conhecem os aspectos assumidos pelos
habitantes do orum, os orixás, e o deus otiosus
Olorum, que não é cultuado, a presença do ile
na vida dos iorubas é carregada do inquietante
mistério da ambivalência feminina.
Na morte, as componentes do ser humano retornam para os orixás que as
redistribuem através dos recém-nascidos. Há, porém, componentes imortais, pois os
espíritos podem voltar para a terra e tomar posse de um dançarino Egungum.
A ÁFRICA ORIENTAL comporta 100 milhões de habitantes pertencentes aos
quatro grandes grupos linguísticos de toda a África. Mas a maioria das pessoas fala
línguas bantos. As características comuns das religiões dos povos bantos são o
caráter de deus otiosus do criador, as divindades ativas são os heróis e os ancestrais,
consultados em seus santuários por médiuns em estado de transe. Os espíritos dos
mortos também podem possuir os médiuns e recebem oferendas periódicas.
Todos os povos da África Oriental conhecem a iniciação pubertária e a maioria
dos povos bantos pratica a circuncisão e a clitoridectomia ou a labiectomia.
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Na ÁFRICA CENTRAL, vivem cerca de dez milhões de bantos, e os pigmeus


da floresta tropical formam três grupos principais. Um deles são os mbutis, eles
acreditam que deus é o habitat, a mata. Não possuem sacerdote e não praticam
adivinhação e tem ritos de passagem para os rapazes e moças.
Na ÁFRICA DO SUL, também emigraram vários grupos bantos. Na mitologia
karanga, a realeza sagrada realizava o equilíbrio dos contrários: o calor e a umidade,
simbolizados pelas princesas de vagina úmida e pelas princesas de vagina seca. As
primeiras deviam copular com a grande serpente aquática, às vezes chamada de
serpente Arco-Íris, que é um ser sobrenatural presente entre muitos povos da África
Ocidental e Meridional. As princesas de vagina seca eram as vestais que alimentavam
o fogo ritual. Em tempos de seca, sacrificava-se uma princesa de vagina úmida para
obter-se chuva.
Hoje, o continente africano abriga numerosos povos que falam mais de 800
línguas (das quais 730 estão classificadas). E as fronteiras religiosas não
acompanham o contorno das fronteiras linguísticas. Pois, hoje em dia basicamente
“três religiões” dominam a África moderna. As religiões autóctones, o cristianismo e o
islamismo.

A RELIGIÃO DOS EGIPCIOS

Os egípcios são um povo bastante explorado na


mídia. Sua cultura é alvo de uma grande
comercialização. No entanto, poucos se interessam em
saber sobre o que eles pensavam e sentiam sobre a vida,
além dos produtos materiais que criaram.
Todos os segmentos sociais praticavam a religião
egípcia, no entanto, cada cidade prestava atenção maior
aos seus “próprios” deuses. Geralmente, cada templo das grandes cidades, sedes do
poder, criava sua própria cosmogonia com o deus local no ápice da hierarquia. Então,
aqui, também encontramos mais de um mito sobre a criação. Um dos mais
importantes e antigos conta que, no princípio era Nu, o oceano celestial com sua
característica de imobilidade e totalmente estático. Do seu interior surgiu Atum, que
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criou Shu (ar) Tefnut (umidade), esse casal produz Geb (terra) e Nut (céu). Por sua
vez, os últimos dão origem a Osíris e Ísis e a Set e Néftis. Segue este mito o de Osíris,
na qual o mesmo reinava de modo justo, com sua irmã-esposa sobre o Egito. Seu
irmão Set enciumado o matou, mas Ísis logo fez uma múmia do seu marido, e com
seus poderes mágicos, devolveu a vida a Osíris. Com o qual teve um filho, Hórus.
Este se tornou rei do Egito, e os faraós o sucederam. Osíris tornou-se rei dos mortos,
todos que morrem passam pelo seu tribunal.
Esse povo era obcecado pela vida eterna e pela perpetuação da alma. As
tumbas são mais importantes que as casas mais suntuosas e é impensável
economizar em detrimento dos sacerdotes funerários. É perceptível isso nas tão
conhecidas pirâmides que eram os túmulos dos faraós. Quanto mais rico fosse o
egípcio mais complexo seria o funeral.
Os sacerdotes e sacerdotisas realizavam diariamente cultos nos diversos
templos espalhados pelo Egito. Preparavam as oferendas, em boa parte alimentos,
como também flores e incenso, e entoavam cânticos. Encantamentos são
encontrados para diversas finalidades, como amor e saúde, mas, também utilizavam
nos ritos funerários.

AMÉRICA

AS RELIGIÕES DOS INDÍGENAS BRASILEIROS

A História dos povos indígenas brasileiros ainda é pouco estudada e debatida.


No consenso popular, apenas se imagina os índios deitados em redes, caçando e
morando em ocas. Poucos conhecem a rica Arte indígena, que em grande parte tem
motivos religiosos. Poucos sabem que apenas em um Parque do Piauí, existem 737
sítios arqueológicos identificados. Onde são encontradas urnas funerárias e pinturas
de rituais de caça. Ainda, inscrições rupestres como as da Pedra Lavrada no Ingá na
Paraíba, contem representações de diversos astros. Indicando a riqueza cultural e
religiosa dos indígenas brasileiros.
No tempo do descobrimento estima-se que existiam mais de mil povos,
reduzidos hoje a cerca de 200 povos diferentes, com 170 línguas. Desse modo,
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salientamos que não encontramos uma religião indígena, e sim várias religiões
indígenas.
Nessas religiões indígenas, uma figura destacada e de traços comuns é o pajé.
Ele pode chegar a ser um emblema da tribo. O Pajé voa aos céus, desce as
profundezas subterrâneas, transforma-se em animais, se expressa em línguas
incompreensíveis, vê almas de mortos, causam e curam doenças e males, entre
outros.
Delineado esse traço comum das religiões indígenas, agora devemos
compreender que religião e vida social, nesses povos não têm distinção, pois para os
índios são os mitos que contêm a verdadeira história do mundo. Os mitos não são
fantasia ou ficção, e sim a explicação do universo: a origem do cosmos, da
humanidade, da sexualidade, dos astros, da caça, da agricultura, das mulheres, da
arte e da música, de tudo que é possível conceber. Cerimônias, festas, rezas, cantos,
proibições, regras de comportamento – tudo aquilo que faz parte do que costumamos
chamar de religião – têm como chão um corpo mítico, inerente ao cotidiano, sem nítida
distinção entre o sagrado e o profano, familiar para todos, embora os pajés detenham
um conhecimento mais profundo e a prerrogativa das viagens místicas. (MINDLIN,
2009, p.203).
Em termos de criação, entre diversos mitos indígenas os criadores do universo
costumam ser um par de companheiros ou irmãos, identificados frequentemente com
a lua e o sol. Como também têm uma Criadora de Tudo. Ainda, se Tupã era, para
muitos grupos, a suprema divindade, outros adoravam um estranho taumaturgo de
singulares poderes, conhecido de norte a sul, conforme a região, pelos nomes de
Sumé, Tumé ou Zumé e que geralmente, era descrito
como um homem de pele clara e longas barbas, que a
exemplo dos deuses mexicanos Kukulkan e
Quetzalcoatl e, ainda, do deus peruano Viracocha, partiu
um dia, prometendo que voltaria para restaurar o
primado da razão e da não violência.
O caminho para o mundo dos mortos geralmente
é descrito como tortuoso e cheio de monstros. E no

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mundo dos vivos, estes convivem com seres fantasmagóricos, que podem ser
enganados.
As religiões dos indígenas são ricas em Ritos de Passagens. Infelizmente hoje
em dia, o trabalho proselitista de missionários evangélicos e católicos, tem destruído
suas religiões, e em muitas tribos seus ritos estão sendo esquecidos, quando não
sincretizados. Por isso precisa-se o quanto antes de mais e mais pesquisas sobre
essas tão belas e importantes religiões, que fazem parte de nossa história.

A RELIGIÃO DOS MAIAS

A civilização Maia não foi um estado centralizado, mais um aglomerado de


cidades-estados, das quais algumas ganharam mais notoriedade, como por exemplo,
Chichén Itzá. Um dos principais elementos da religião maia eram o sacrifício humano
e animal. Acreditava-se que o sangue era primordial para o funcionamento do
universo. Inclusive os reis realizam o auto-sacrifício, na qual era retirado sangue de
várias partes de seu corpo. Os maias possuíram uma escrita hieroglífica, um
calendário complexo, e grandes pirâmides. Tinham uma concepção de tempo cíclico
e deram bastante importância aos augúrios e às profecias.
Os dois deuses maias principais eram um par cósmico, do qual todas as outras
divindades descenderam. O mais importante deus masculino era Itzamná,
representado na arte como um homem velho e descrito como a divindade da escrita
e do aprendizado. Sua consorte era Ix Chel, no período maia clássico, ela foi
associada a lua, representada como uma mulher velha tendo cobras no lugar dos
cabelos e adepta da feitiçaria. Já no final da época pós-clássica ela foi associada a
medicina, e responsável pela gravidez e pelos partos. Além desses, existem diversas
outras divindades maias.

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A RELIGIÃO DOS ASTECAS

Os astecas eram um povo dominado, até que guiados pelo guerreiro cósmico
Huitzilopochtli à procura da Terra Prometida, alojam-se por volta de 1325 d.C, no lago
Texcoco no vale do México, onde fundaram a cidade de Tenochtitlán, e formaram um
grandioso império.
Assim como os maias, os astecas
também tinham uma cosmologia e calendário
bastante elaborados. E acreditavam que os
sacrifícios humanos eram necessários para que
o Sol mantivesse seu curso e a Quinta Idade do
Sol perdurasse. De acordo com seus cálculos, a
quinta era, terminará em 2027.
No princípio do cosmos havia Ometeotl. De modo mesoamericano ele tinha um
aspecto feminino e masculino. Dele nasceram os deuses principais, Huitzilopochtli,
Quetzalcoatl e Tezcatlipoca. A Deusa principal é Coatlicue, chamada pelos frades
cristãos de “mãe dos deuses, coração da terra”, segundo um dos mitos de origem dos
astecas ela é mãe de Huitzilopochtl.

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A RELIGIÃO DO INCAS

O império inca foi a última civilização pré-colombiana, destruída em seu apogeu


pelos conquistadores espanhóis, em 1532. A fundação do império dos incas, se dá
por volta de 1200 d.c. No entanto, sua expansão espetacular só se dá a partir do oitavo
imperador, no início do século XV.
Adaptando fés antigas e inventando algumas novas, os incas criaram uma
religião apropriada para o império. Estabeleceu-se que a terra era viva e fundida com
a espiritualidade, animada pelos ancestrais. A fusão da geografia física e sagrada é
evidente em Machu Pichu. No centro da cidade, o pilar entalhado em pedra conhecido
como Intihuatana ou “Lugar do Sol” pode ter tido fins astronômicos, ou com o culto à
montanha, pois está localizado em ponto onde os picos sagrados estão alinhados com
os pontos cardeais.
Possuíam um panteão de deuses. A divindade suprema era Viracocha. Inti, o
deus Sol, era a principal divindade e o ancestral divino da realeza inca. Sua esposa
irmã era a deusa lua Mama Kilya. Esse incesto justifica o casamento entre irmãos
praticado pelo imperador. Sacrifícios de animais e vegetais eram comuns nos ritos
religiosos. Entretanto, em ocasiões especiais eram feitos o capac hucha, ou seja,
sacrifícios de crianças. E algumas acllas, ou “Virgens do Sol” - que eram as mais belas
jovens incas que serviam no culto de Inti e cuidavam das múmias reais bem como da
família real atual – eram sacrificadas no fogo.

OCEANIA

A RELIGIÃO DOS POVOS OCEÂNICOS

As ilhas do Oceano Pacífico foram tradicionalmente agrupadas em três áreas:


Micronésia, Melanésia e Polinésia. O mais famoso pesquisador das religiões dessa
área foi o inglês etnólogo funcionalista Bronislaw Malinowski. Este concentrou mais
seu trabalho na Ilha de Trobiand. Uma das mais famosas ilhas, é a ilha de Páscoa,
com suas monumentais estátuas de pedra, e sua escrita chamada Rongorongo.

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Dois conceitos muito conhecidos das religiões oceânicas são o de mana e tabu.
Mana é uma espécie de propriedade conferida pelos deuses a pessoas, lugares e
coisas. Na sociedade está associado à posição social e a realizações espetaculares.
Tabu está estreitamente vinculado a mana e significa influência divina, sobretudo em
seus efeitos negativos, que tornam certos lugares, certas pessoas e certos objetos
inabordáveis ou perigosos.
A unidade religiosa oceânica é apenas aproximativa, mas a ideia de que a
maioria dos deuses são ancestrais que habitam outro mundo e visitam
frequentemente os vivos é muito difundida na região. O deus celeste criador é
inacessível, mas suas façanhas são contadas pelos mitos. A multidão de deuses tem
influência decisiva sobre os assuntos humanos. Sua vontade pode ser conhecida pela
adivinhação, que exige conhecimentos especiais, ou pela possessão de espíritos. A
morte é seguida de cerimônias especiais longuíssimas.

A RELIGIÃO DOS AUSTRALIANOS

Vivem hoje ainda, na Austrália, seus habitantes primitivos, os chamados


aborígenes (do latim, ab origine: “desde o início”). Hoje eles são cerca de 230 mil, a
maioria nas cidades, mas muitos também em reservas.
O aborígine aprende a história sagrada de seu mundo durante iniciações e
cultos secretos iniciáticos. Existem tribos que acreditam em um Grande Pai - chamado
também de Eterna Juventude. Ele tem pés de ema, e possui mulher e filho – de acordo
com certas tribos, possui várias mulheres e vários filhos. E tanto ele como todos os
outros primitivos habitantes do céu ficam indiferentes com relação ao que acontece
na terra. No entanto, os poderes e forças que formaram a terra, vieram do chão, foram
os grandes espíritos dos ancestrais primitivos, sob a forma de homens ou animais.
Sol, lua e estrelas também foram criados por eles e, de matéria pré-formada, também
os homens, as tribos, os clãs, e ainda os animais. Até que ficando cansados,
retornaram à terra. Alguns afundaram nas águas, outros foram levados para o céu.
Sobre a morte, está é vista como o resultado de malefícios. O ritual fúnebre
comporta a punição do assassino presuntivo.

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ÁSIA

AS RELIGIÕES DOS SIBERIANOS

O uso do termo siberiano é genérico,


pois congrega povos que vivem na vasta
região da Ásia Central e da Sibéria, entre os
montes Urais e o Estreito de Behring. São
grupos da etnia amarela sendo os mais
conhecidos os mongóis e esquimós. Como
são diversos grupos, que inclusive sofreram influências de outros povos residentes no
Sul, tais quais, chineses, hindus e persas, nossa abordagem da religião dos
siberianos, será tão generalizante, quanto convém.
Encontramos a crença na existência de um ser supremo, nem sempre
cultuado, e de espíritos intermediários, assim como, em deuses celestes, em um
“senhor das matas”, nas forças da natureza, na deusa da terra, ou na deusa do mar.
Não existem sacerdotes, nem templos, a experiência religiosa é mística. Dessa
forma, ganha um destaque entre eles a figura do xamã. Aquele que domina a técnica
do êxtase, e com carisma atende sua comunidade curando e aconselhando. Possuem
mitologia, e alguns ritos mais comuns são: os ritos de caça, sacrifícios de animais,
culto do fogo, e ritos agrários.
O principal intuito de vida é viver o mais longamente possível, evitando doenças
e incômodos fatais.

AS RELIGIÕES DA ANTIGA MESOPOTÂMIA

A palavra “Mesopotâmia” é de origem grega, significa “entre rios”. Pois é


localizada onde hoje é o Iraque, portanto cortada pelos importantes rios Tigre e
Eufrates. Três regiões compunham a Mesopotâmia. Ao norte, a Assíria, ao centro a
Acádia, e ao sul a Suméria.
Fazia parte do cotidiano dos sumérios 3.600 deuses, devidamente registrados
por eles. Esse povo desenvolveu os primeiros documentos escritos, foi uma civilização
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literária, com um complexo sistema de governo, e hierarquia religiosa, administrativa


e social. O mito da criação diz que, a Deusa Nammu – mar primordial- gera o primeiro
casal An (o céu) e Ki (a terra), dessa união nasce En-li (deus da atmosfera), que
separa seus pais. Seus textos também evocam o mito da perfeição e bem-
aventurança dos “primeiros tempos” e o mito do dilúvio. A mais popular das divindades
era Inanna. Aparecendo em diversos mitos, ela era o planeta Vênus e seus domínios
a fertilidade, o amor e a guerra. Outro deus importante além de An e En-li, é Tamuz
deus da fertilidade.
A adivinhação era bastante recorrente, inclusive antes de campanhas
militares. Era feita pelo exame de víscera de animais, observações astronômicas, ou
por interpretações de sonhos. A doença era relacionada a pecados ou à possessão
demoníaca. Era curada por encantadores, que ao mesmo tempo eram médicos que
também prescreviam remédios.
O rei era o reflexo de Deus, mas não o próprio. No entanto, na festa de Ano
Novo, era realizado o rito do matrimonio sagrado, onde o rei desposava a Deusa
Inanna, para garantir a prosperidade do país no ano seguinte. O foco da religião
Suméria era o templo, arquitetura monumental, residência dos deuses. Em sua
consagração, todos se tornavam iguais perante a divindade e a lei. A adoração publica
era realizada fora do templo, no grande pátio.
Após a supremacia dos acadianos sobre as cidades sumérias, houve uma
simbiose sumério-acadiana. Inanna se tornou Isthar, e Marduk deus da cidade da
babilônia se torna supremo. Mais tarde, o deus Epônimo da Assíria suplanta Marduk.

A RELIGIÃO DOS CANANEUS

Escavações realizadas em 1929, trouxeram de volta à luz a antiga cidade de


Ugarit, representante da civilização Cananéia no fim da Idade do Bronze (1365-1175
a.C). O culto cananeu concentrava-se em dois casais divinos: El e Asherat, soberanos
do outro mundo e Baal e Anat, soberanos deste mundo. O primeiro casal foi o
primordial, El, que significa “deus” era o chefe do panteão, o “poderoso”, “pai dos
deuses e homens”. Até que foi se tornando um deus otiosus. Pois, um deus mais
“especializado” Baal promoveu-se a categoria suprema. Baal significa “Senhor”, ele é
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fonte e principio de fertilidade, mas também guerreiro, tal como sua irmã e esposa
Anat é, ao mesmo tempo, deusa do amor e da guerra. Um dos mitos de combate pelo
trono entre Baal e Yamm, um monstro marinho, lembra evidentemente, a derrota do
monstro marinho Tiamat, vencido pelo deus mesopotâmico Marduk, segundo a quarta
tábua da Gênese babilônica, Enuma Elish, assim como a vitória de Javé sobre o mar
em certos Salmos e em Jó 26, 12-13.

A RELIGIÃO DA ANTIGA CHINA

A cultura chinesa original foi marcada pelo xamanismo, em cujo centro se


encontrava a veneração dos ancestrais e os ritos. A arte divinatória era feita pelo uso
de ossos de tartarugas ou omoplatas de gado. Esses ossos eras expostos ao fogo e
aquecidos, até surgirem fraturas e riscos, que então eram interpretados. A leitura dos
oráculos, assim como da astrologia era feita pelo rei (wang), soberano político e chefe
militar, muitas vezes atuava também como supremo xamã e sacerdote. No entanto,
não reivindicava uma natureza divina, era um mediador. Normalmente o ritual era
realizado na corte, muitas vezes associado a sacrifícios de animais. Envolvia também
música, dança, transe e muito vinho.
A mitologia chinesa foi preservada de
uma forma fragmentária. Os mitos mais antigos,
envolvendo a criação, por exemplo, foram
encontrados depois da criação do
confucionismo. Shandi (上帝) é considerado a
divindade suprema, ser distante e
transcendente. E Nu Kua (女媧) é a deusa que
criou a humanidade, seu companheiro — irmão
e marido — era Fu Xi (伏羲). Estes dois seres às
vezes são adorados como os primeiros antepassados dos seres humanos. Eles são
muitas vezes representados como criaturas metade-serpente, metade-humana.

TAOÍSMO

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Por volta de 600-500 a.C, Lao-Tzu, escreveu um livrinho chamado Tao Tê


Ching, ou Livro da Lei do Universo e Sua Virtude. Tao significa caminho, mas também
o Ser supremo ao qual o caminho conduz. O Tao é uma força mística, impessoal e
imanente que dá a vida e a harmonia. É um caminho de observação da natureza, de
seus ritmos e fluxos. O taoísmo implica passividade, simplicidade, intervenção mínima
na natureza, e a busca pela longevidade, através de estudo, da ação correta, da dieta
e exercícios.
Posteriormente esse caminho foi fundido com antigos rituais folclóricos e
crenças chinesas, chegando a ser em 444 da era cristã religião oficial. O taoísmo tem
seus próprios deuses, templos, sacerdotes e monges. Rituais complexos, como
procissões, oferendas, e cerimônias de honra dos vivos e dos mortos.

CONFUCIONISMO

Confúcio ou Kung-fu-Tzu (551 a.C. – 479 a.C) foi uma espécie de filósofo e
educador, que ensinou um código social de comportamento rígido e completo,
baseado nos costumes, que buscava manter a harmonia na sociedade. A virtude era
dever de todos, e em especial dos governantes. Ele ensinou a “regra de prata” do “não
faça aos outros o que você não quer que façam a você”. Confúcio não especulou
sobre a metafísica, mas considerou o ritual importante, sendo um meio de codificar
valores.

RELIGIÃO DO JAPÃO/XINTOISMO

O xintoísmo é a religião autóctone do Japão, um sistema de crenças muito


antigo, sem fundador, ou livro sagrado. É o caminho do kami (deuses). O kami é a
natureza, o sol, a lua, os animais, as plantas etc. E pode ser também, um ser humano
iluminado que se tornou imortal. Existe a lenda que diz que a linhagem imperial do
Japão originou-se de Amaterasu, a deusa do sol. Existem diversos santuários,
onde as pessoas buscam pelas bênçãos dos kami, e realizam os festivais de Ano-
Novo, primavera/plantio e outono/colheita do arroz

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A RELIGIÃO DA ANTIGA INDIA

Por volta de 2.500 a.C, uma civilização se estendeu muito além do vale do Indo.
Era uma civilização urbana razoavelmente adiantada, ao mesmo tempo mercantil e
“teocrática”. Foram escavadas duas cidades, provavelmente as capitais do “império”
da civilização harapiana. Sua tecnologia é considerada como igual à do Egito e
Mesopotâmia, mas carece de imaginação. O que indica que os Harapa não se
concentravam nas coisas desse mundo.
Eles faziam culto a uma deusa-mãe, e a um grande deus, esse parece ser um
protótipo de Xiva - uma figura itifálica sentada numa postura “iogue” e rodeada de
animais ferozes. Dedicavam sacrifícios também a diferentes espíritos de árvores. Nas
escavações também encontraram o “Grande Bath” que lembra as “piscinas” dos
templos hindus de nossos dias. Por volta de 1700 a.C, essa civilização entrou em
decadência e deram lugar as investidas dos povos indo-europeus.

HINDUISMO

Os povos indo-europeus fizeram um amalgama da sua cultura com a dos


autóctones, assim gerando a civilização védica. Está é assim denominada porque foi
nesta época que os Vedas – conjunto de textos religiosos - foram compilados. A
religião védica é precursora do hinduísmo moderno.
O hinduísmo é tão multifacetado, que seria mais cabível falarmos de
hinduísmos. A diversidade de práticas é reflexo da variedade de tradições étnicas, que
enriquecem a religião. Mas, além do elemento territorial e familiar que congrega está
religião, a aceitação das escrituras védicas é imprescindível para denominar-se
hinduísta. No entanto, como boa parte da população indiana é analfabeta, o que mais
importa são os inúmeros ritos religiosos. Essa constatação também é evidente, na
persistência popular pelas figuras divinas vivas e concretas, quando as especulações
nos escritos filosóficos dos Upanixades (escritos por volta de 600 a.C, marca o fim
dos Vedas) mostravam que o homem precisava romper a superfície visível das coisas
e olhar para dentro de si mesmo. Os Upanixades também introduzem a noção de
Atmã, alma, e Brahman, a força que permeia todo universo, uma divindade impessoal.
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Alguns princípios que unem os hinduístas são, a pertença ao sistema de castas, a


adoração a vaca, e a crença no carma e na reencarnação. As principais divindades
adoradas são o deus Vishnu e seu avatar Krishna, e o deus Shiva. Além de inúmeras
deusas, ganhando destaque a deusa Kali.

Por volta de 550 a.C, seguindo a linha filosófica dos Upanixades, surgem dois
reformadores radicais na Índia. Sidartha Gautama, que cria o BUDISMO e Mahavira,
que cria o JAINISMO. Bem posteriormente, em 1499, na região da Índia, hoje
denominada Paquistão, um Guru chamado Nanak, cria o SIQUISMO. Que é uma
tentativa de conciliar o hinduísmo e o islamismo.

A RELIGIÃO DOS PERSAS/ZOROATRISMO

Indianos e iranianos tiveram um povo ancestral comum os proto-indo-iranianos,


que por sua vez, é um ramo da família indo-europeia. Quando se separaram
desenvolveram línguas diferentes, no entanto, conservaram alguns pontos em
comuns, como o domínio da sociedade por uma aristocracia guerreira e pelos
sacerdotes, e algumas práticas religiosas. Algumas delas foram o sacrifício de
animais, e o uso da bebida alucinógena chamada haoma, além da divisão dos seres
divinos em ahuras (senhores) e devas (deuses).
Zoroastro viveu entre 1500 e 1000 a.C, no entanto, as fontes do zoroastrismo
foram redigidas apenas a partir do século IV d.C, apesar de ter sido religião oficial do
Império Persa (VI-IV a.C), e dos reinos subsequentes até século VII d.C. Segundo a
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tradição, ele era sacerdote e aos 30 anos teve uma visão. Suas ideias entraram em
conflito com a religião tradicional. Sua doutrina oferecia iniciação e salvação para
todos, independente de classe social, contanto que levassem um vida justa e honrada.
Combinou monoteísmo e dualismo numa síntese original. Ahura Mazda, o Senhor
Supremo, tem dois filhos gêmeos, Spenta Mainyu (espírito benfazejo) e Angra
Mainyu (espírito negador) que devem escolher entre a ordem da verdade (asha) e a
mentira (drug). O homem tem o livre arbítrio para escolher seu caminho. Existem sete
intermediários para o espírito benfazejo, que são os Amesha Spentas (imortais
benfazejos) tais como “Bom pensamento”, “Verdade perfeita” etc. Existem também os
devas (aqui considerados demônios) que escolhem o drug. Segundo sua escolha o
homem irá para o paraíso, inferno, ou Misvan Gatu (lugar dos misturados). Três dias
depois da morte do corpo, o espírito passa por um tribunal, em seguida para um dos
três lugares mencionados. No entanto, ainda haverá o julgamento final, e enfim a
ressurreição e imortalidade dos corpos dos bons.
Os cultos são realizados sempre na presença de um fogo sagrado (símbolo de
pureza), mantido nos Templos do Fogo. Algumas características dos rituais são a
purificação da mente e do corpo e a luta contra Angra Mainyu. E a obrigação de cinco
orações diárias individuais, iniciada com a limpeza do rosto, mão e pés.

EUROPA

AS RELIGIÕES DOS INDO-EUROPEUS

As tribos indo-europeias, seminômades de guerreiros patriarcais, vindos da


região ao norte do mar Negro, entre os Cárpatos e o Cáucaso, denominados de cultura
dos Kurgans. Dispersaram-se para Europa e Ásia de tal modo, que por volta do
primeiro milênio a.C, a indo-europeização da Índia, da península itálica, da península
balcânica e das regiões cárpato-danubianas, da Europa central, setentrional e
ocidental – desde o Vístula até o mar Báltico e o Atlântico -, estava ou concluída, ou
consideravelmente adiantada.
Os principais traços das sociedades indo-europeias foram o nomadismo
pastoril, a estrutura patriarcal de família, e o gosto pela organização militar. Tanto é
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que as “três funções” dessa sociedade eram a sacerdotal, guerreira, e produtiva. O


(deus do) Céu é acima de tudo o pai: cf. o indiano Dyauspitar, o grego Zεύçπατηφ, o
ilírio Daipatures, o latim Jupiter, o cita Zeus-papaios, o traço-frigio Zeus-pappos. A
hierofania celeste também é percebida na designação de deuses pelo nome de trovão:
germânico Thôrr, celta Taranos, báltico Perkûnas, protoeslavo Perun etc. O fogo,
provocado pelo relâmpago, era considerado de origem celeste, e tinha seu culto. O
deus solar teve culto desde a proto-história, e a mãe terra foi tomada de empréstimo
dos povos aos quais eles incorporavam. É bom lembrarmos que nenhuma tradição
religiosa se prolonga indefinidamente sem modificações, produzidas seja por novas
criações espirituais, seja por empréstimo, simbiose ou eliminação.

A RELIGIÃO DOS GREGOS ANTIGOS

Religião Minoica: Ilha de Creta 2700 -1400 a.C


A civilização cretense caracterizou-se pelos vastos complexos de palácios, por
sua arte que celebrava a natureza e por suas duas formas de escrita. Os estudos
apontam para uma civilização pacífica, e matrifocal. A maioria dos documentos
iconográficos tinha um sentido religioso, e o culto estava centralizado nos mistérios
da vida, da morte e renascimento, comportando ritos de iniciação. Assim, a principal
divindade era uma Grande Deusa, às vezes acompanhada de seu frágil parceiro
masculino, um deus adolescente. Temos aqui uma hierogamia, típico das religiões
agrárias e de mistérios. O culto era celebrado nos cumes das montanhas, nas capelas
dos palácios ou no recinto dos lares. Também era realizado o culto aos mortos. Por
todas as partes as deusas acham-se no centro da atividade religiosa.
Ocorre primeiro a invasão dos povos micênicos (1400-1200 a.C). Estes
deixaram escritos em grego arcaico, que revelaram panteões locais com divindades
cultuadas posteriormente como, Zeus, Hera, Poseidon, Ártemis, Dionisio. O período
seguinte (1200-800 a.C) marca o fim da civilização micênica e a chegada dos povos
do norte e leste. Cuja principal fonte de informação são as obras de Homero, Ilíada e
Odisseia.
Finalmente, temos a religião da Grécia arcaica/clássica/helenística/românica
(800 a.C380 d.C).
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A autonomia das cidades-estados gregas se refletiu em sua religião. Em cada


cidade, ou mesmo nos altares domésticos, encontrava-se uma religiosidade grega.
Os gregos praticavam um culto politeísta antropomórfico, em que os deuses poderiam
se envolver em aventuras fantásticas, tendo, também, a participação de heróis
(Hércules, Teseu, Perseu, Édipo). Não havia dogmas, os deuses possuíam tanto
virtudes quanto defeitos, o que os assemelhava aos mortais no aspecto de
personalidade. Para relatar os feitos dos deuses e dos heróis, os gregos criaram uma
rica Mitologia.
A Teogonia de Hesíodo apresenta o nascimento das forças naturais e dos
deuses a partir do Caos primordial, da Terra (Gaia), do Tártaro e de Eros (amor), dos
antigos Titãs seguidos pela geração de Cronos (tempo), que castra o pai Uranos (céu),
e pela de Zeus, que vence o pai Cronos, e o exila em algum lugar da terra.
Acreditavam que dos rituais dependessem a sorte dos humanos. Tudo girava
em torno do altar de sacrifícios. Existiam altares sem edifício, mas nunca o contrário.
A palavra sacrifício significa festa religiosa. Uma das principais festas era os jogos
olímpicos, que teve inicio em 776 a.C, ou seja, no inicio do período arcaico. A origem
do teatro também foi de cunho religioso, com representações da saga de Dionísio,
deus do vinho. Além dos grandes santuários como os de Delfos, Olímpia e Epidauro,
havia os oráculos que também recebiam grandes multidões, pois lá se acreditava
receber mensagens diretamente dos deuses.

A RELIGIÃO DOS GERMANOS

Entende-se por germânicos, grupos de populações localizadas entre a


Escandinávia Meridional, a Jutlândia, a costa meridional do Báltico e a Europa Central,
entre o Reno, os Alpes e a Vístula.
Possuíam uma espécie de “especialistas do sagrado” que influenciavam a
ordem social, e a quem competia a prática da adivinhação. Havia um culto comum ás
diversas tribos, dedicado à deusa Nerthus. Os templos eram espaços e áreas
sagradas, como o bosque sagrado, sede da deusa Nerthus. Escritos que falam do
transporte dessa deusa em um carro guardado no bosque, indica a existência de
imagens, no entanto, estatuas são raríssimas. Praticavam sacrifício animal e humano.
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O panteão germânico é repartido entre dois grupos divinos: os Ases e os


Vanes.
Os principais entre os Ases são, Odin/Wodan, Thor e Thyr. Entre os Vanes
destacam-se Njordhr/Nerthus, Freyr e Freya. Os dois grupos guerreiam, e quando da
reconciliação definitiva, as principais divindades Vanes, instalam-se entre os Ases.
Existem também as Valquírias, senhoras guerreiras do cortejo dos deuses, e toda
uma multidão de espíritos ocultos e furtivos, os Elfos, os Silfos, e os Pigmeus.
A mitologia germânica é cíclica, existe uma cosmogonia que é seguida de uma
escatologia. Do gelo e do fogo nascem dois seres: o gigante Ymir e a vaca Audumla,
que amamenta o primeiro e cria um homem, Buri, que desposa a filha de um gigante,
que tem três filhos: Odin, Vili, e Vé. Esta trindade mata o gigante Ymir e, de seu corpo,
eles criam nove mundos. No fim do mundo, Ragnarok, a terra afundará no oceano.
Será o fim de um ciclo e o começo de outro: a grande árvore Yggdrasill abrir-se-á e
de dentro dela surgirão um homem, Lif e uma mulher, Lifthrasir, que repovoarão a
Terra.

A RELIGIÃO DOS CELTAS

Grande parte da população da Europa ocidental, antes da conquista romana,


pertencia às etnias celtas. No entanto, o lugar que preservou por mais tempo a cultura
Celta, foi a Irlanda.
O panteão Celta possui as deusas da fertilidade, ou mãe dos deuses, as
matronae, com grande difusão de culto, sendo chamada de Danu, na Irlanda e Dôn
na região das Gálias, por exemplo. Tem o deus Cernunnos, identificado como “o
senhor das coisas selvagens”. Existem os deuses Teutates, Esus e Taranis,
interpretados na ordem como, “o homem da tribo”, optimus, e deus do trovão. Um
importante deus que atravessa todo universo celta é Lug, “senhor de todas as artes”.
Os celtas possuíram quatro principais celebrações. Estas dividiam o ano em
metade escuro e metade clara. O ano se iniciava em Samhain, quando começava a
metade escura, na virada de 31 de outubro. Seguia-se Imbolc, em 1º de fevereiro, era
uma festa de purificações. Para introduzir a metade clara do ano, celebrava-se

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Beltane (fogo de Belenus- deus do sol), em 1º de maio. Seguia-se Lugnasad, em 1º


de agosto, celebração da colheita.
Existia uma elite sacerdotal intelectual, depositários do saber tradicional, os
druidas. A formação dos druidas demorava muito tempo e era mnemônica de
longuíssimas sequências de versos, transmitido oralmente. Eles atuaram na
astrologia, cosmologia, teologia, adivinhação, aplicação da justiça, na música (os
bardos) e etc. Um dos ensinamentos dos druidas considerava a transmigração das
almas de um corpo a outro depois da morte, e a passagem por um tempo na Terra da
Juventude.

A RELIGIÃO DOS ROMANOS

Antes de se tornar o grande império romano, Roma era apenas uma, entre as
diversas cidades da península itálica. Indo-europeus de origem, os romanos eram
circundados por diversas etnias como os sabinos e etruscos. Logo tiveram enorme
influência da religião etrusca, que por sua vez, entre os séculos VIII e VII, se
helenizaram. Roma tomou de empréstimo características de diversas religiões,
inclusive fez isso também, por meio da evocativo, que consiste no pronunciamento
feito na cidade inimiga, para convidar os deuses a abandoná-la e dirigir-se a Roma,
onde receberia honra maiores. No entanto, a religião romana só podia ser praticada
por um cidadão romano, e tinha suas próprias características.
Para os romanos qualquer anomalia, implicava um retorno ao caos, ou seja,
uma crise nas relações entre os deuses e os homens. Dessa forma, eles davam
importância apreciável às técnicas divinatórias, e desenvolveram entidades regentes
de vários aspectos da vida, e ritos para apaziguá-los. Existia o culto público,
subordinado ao estado, e o culto privado ou doméstico, destinado aos antepassados.
A princípio os deuses romanos iniciavam com o deus-padroeiro dos “começos”
Jano, seguido da tríade Júpiter, Marte, e Quirino, e no fim, Vesta, protetora da cidade.
A influência etrusca mudou a tríade para Júpiter, Juno e Minerva. No século V, Roma
assimila divindades gregas, como Hermes-Mercúrio, Apolo-Febo, Afrodite-Vênus,
Ártemis-Diana. E em 205-204 a.C, introduz a primeira divindade asiática Cíbele, a
Grande Mãe de Pessinonte. Em 186 a.C, o culto de Dionísio, em Roma denominado
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bacanalias, é descoberto e perseguido pelo estado, pois, representa um perigo a


ordem, visto que ele escapa ao controle do estado.

AS RELIGIÕES HOJE

No decorrer dos anos do desenvolvimento das religiões, elas foram sendo


influenciadas por religiões dos diversos povos em que entravam em contato. Assim
como, começaram a migrar para fora de seu país de origem, chegando até continentes
diferentes e distantes. Com o desenvolvimento dos transportes e posteriormente dos
meios de comunicação, o sincretismo e práticas de religiões estrangeiras se tornaram
mais intenso e comum.
Hoje no século XXI, a dinâmica do sincretismo e da importação e exportação
de religiões ainda é muito forte. É mediante isso, que conseguimos agrupar no nosso
Kit, 30 religiões distintas na região metropolitana do Recife. No entanto, deixamos
claro, que esse número é muito inferior a quantidade de religiões existentes no lugar
mencionado. E que a escolha das denominações religiosas, não presume
superioridade sobre as não escaladas. Mas, apenas uma tentativa de seleção de
designações religiosas, dispares em seu conteúdo, e com disponibilidade para
atender o Fórum Inter-religioso.

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REFERÊNCIAS

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pedra aos mistérios de Elêusis. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010.
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triunfo do cristianismo. volume I, das religiões da China antiga à síntese hinduísta. Rio
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gregos, celtas, astecas, e outros povos cultuavam seus deuses. São Paulo: Contexto,
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LEROI-GOURHAN, André. As religiões da pré-história. Lisboa: Edições 70, 2007.
O´DONNELL, Kevin. Conhecendo as religiões do mundo. São Paulo: Edições Rosari,
2007.
SAUNDERS, Nicholas J. Américas Antigas: as grandes civilizações. São Paulo:
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ZILLES, Urbano. Religião: crenças e crendices. 3 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.
BRASIL.CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Apresentação dos Temas Transversais – Ética. Brasília:
MEC/SEF,1997b.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. PARECER CP N.º05/97. ASSUNTO:
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Interpretação do artigo 33 da Lei 9394/96.


CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. PARECER CP 12/97. Esclarece dúvidas
sobre a Lei nº 9.394/96 (Em complemento ao Parecer CEB nº 05/97).
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. PARECER CP 97/99. Formação de
Professores para o Ensino Religioso nas Escolas Públicas de Ensino Fundamental.
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO Nº 9394/96, com a nova redação
dada pela Lei nº 9.475, de 22 de julho/97.
MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Religioso. Forum Nacional
Permanente do Ensino Religioso. 1996.
Resolução 02/98 - Câmara de Educação Básica/CNE. Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental.
CAMILO, Janaína. Ensino Religioso na Escola Pública – Uma Mudança de
Paradigma. Revista de Estudos da Religião - REVER. Nº 2. Ano 4.
http://www.pucsp.br/rever/rv2_2004/t_camilo.htm
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