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Barroco

L0070 - (Ifce) a) jogo metafórico do Barroco, a respeito da brevidade


O Barroco foi um período do século XVI marcado pela da vida, valorizando o gozo do momento.
crise dos valores renascentistas, gerando uma nova visão b) caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do
de mundo através de lutas religiosas e dualismos entre século XVI, apresentando uma crítica à preocupação
espírito e razão. O movimento envolve novas formas de feminina com a beleza.
literatura, arte e até filosofia.
c) estilo didático da poesia parnasiana, corroborando
Fonte:
com as reflexões do autor sobre as mulheres
http://educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos-
maduras.
literarios/barroco.html.
d) os traços da escrita romântica, uma vez que fala de
São destaques desse período no Brasil na literatura e nas flores, terra, sombras.
artes plásticas, respectivamente, e) a abordagem de uma existência mais materialista do
que espiritual, típica da visão simbolista.
a) Gregório de Matos e Aleijadinho.

L0069 -
b) Aluísio de Azevedo e Pedro Alexandrino Borges.
c) Machado de Assis e Almeida Júnior. (Famema)
d) Álvares de Azevedo e Pedro Américo. Leia o trecho inicial da crônica “Os segredos do spa”, de
e) José de Alencar e Victor Meirelles. Moacyr Scliar.

Diferente de SPC, a palavra Spa não é uma sigla,


L0073 -(Ifce)
não se trata de nenhum Serviço-de-Proteção-a-Qualquer-
Coisa. É o nome de uma cidade da Bélgica, famosa, desde
Leia o poema de Gregório de Matos Guerra, autor
o século 14, por suas águas minerais. Século 14, sim: é
também conhecido como “Boca do Inferno”.
muito antiga a crença do homem no poder dessas águas
que brotam do seio da terra, aquecidas, segundo a lenda,
Goza, goza da flor da mocidade,
nas forjas do deus Vulcano. E há muito tempo pessoas
Que o tempo trota a toda ligeireza,
vão aos banhos termais, em busca de tratamento para
E imprime em toda flor sua pisada.
situações que vão desde as doenças de pele até os
Oh, não aguardes, que a madura idade
proverbiais males do fígado. As águas foram estudadas e
Te converta essa flor, essa beleza,
classificadas: sulfurosas, bicarbonatadas, ferruginosas. E
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
para cada tipo de doença havia uma água específica.
Tamanha demanda acabou criando uma verdadeira
São características da escola literária da qual o autor faz
indústria: grandes estabelecimentos foram construídos
parte
para hospedar pessoas que vinham muitas vezes de
longe em busca de curas para os seus males. Alguns
desses hotéis ficaram famosos pelo luxo barroco; num
desses, Alain Resnais filmou o famoso O ano passado em
Marienbad, um filme cult dos anos 60, no qual os longos
corredores serviam de metáfora para os labirintos da
paixão. Irai, aqui no Rio Grande do Sul, sempre foi um
equivalente modesto, mas digno.
As pessoas melhoravam no spa. E por que não
haviam de melhorar? Comiam bem (inclusive para afastar
o espectro da tuberculose, sempre associada à magreza),
descansavam, conversavam e sobretudo relaxavam:
mergulhadas na água tépida, voltavam por algumas horas

@professorferretto @prof_ferretto 1
ao líquido amniótico onde o feto está a salvo dos Estás e estou do nosso antigo estado!
desgostos do amor e da fúria da inflação. E isso preserva Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
a reputação das termas até hoje. Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
(A face oculta, 2001. Adaptado.)
A ti trocou-te a máquina mercante,
“Alguns desses hotéis ficaram famosos pelo luxo barroco” Que em tua larga barra tem entrado,
(1º parágrafo) A mim foi-me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante.
Por comparação com a literatura barroca, é de se supor
que tais hotéis Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
a) fossem projetados com critérios práticos, em que cada
Simples aceitas do sagaz Brichote.
detalhe tivesse uma função.
b) fossem decorados com ornamentos cheios de Oh quisera Deus que de repente
reentrâncias, mais próximos do exagero que da Um dia amanheceras tão sisuda
contenção. Que fora de algodão o teu capote!
c) fossem localizados em regiões campestres amenas, Matos, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo:
nas quais o homem pudesse aproveitar as vantagens Companhia das Letras, 2010.
da paisagem bucólica.
d) tivessem uma arquitetura simples e nenhum detalhe Nos versos “Triste Bahia! Ó quão dessemelhante/Estás e
em que a atenção pudesse se perder, a fim de estou do nosso antigo estado”, o eu lírico manifesta um
valorizar mais as pessoas que as coisas. descontentamento em relação:
e) tivessem instalações modernas, que utilizassem o a) à idade média.
melhor da tecnologia da época em benefício dos
b) ao estilo barroco.
hóspedes.
c) ao sistema colonial.
d) ao rito jurídico.
L0074 -(Famema) e) ao humanismo renascentista.
A veia lírico-amorosa do poeta barroco Gregório de

L0071 -
Matos (1636-1696) está bem exemplificada em:
(Ufrgs)
a) “Aquele não sei quê, que, Inês, te assiste / No gentil No bloco superior abaixo, estão listados movimentos
corpo, e na graciosa face, / Não sei donde te nasce, ou literários brasileiros; no inferior, características desses
não te nasce, / Não sei onde consiste, ou não movimentos.
consiste.”
b) “Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade, / É verdade, Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
Senhor, que hei delinquido, / Delinquido vos tenho, e
ofendido, / Ofendido vos tem minha maldade.” 1. Barroco
c) “Senhor Antão de Sousa de Meneses, / Quem sobe a 2. Romantismo
alto lugar, que não merece, / Homem sobe, asno vai, 3. Modernismo
burro parece, / Que o subir é desgraça muitas
vezes.” (__) Utiliza manifestos como grande meio de divulgação
d) “Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te, / das intenções estéticas e ideológicas.
Te lembra hoje Deus por sua Igreja; / De pó te faz (__) Caracteriza-se como retorno a uma intensa
espelho, em que se veja / A vil matéria, de que quis religiosidade.
formar-te.” (__) Procura configurar os dilemas e as contradições do
e) “A cada canto um grande conselheiro, / Que nos quer ser humano.
governar cabana e vinha; / Não sabem governar sua (__) Busca a identidade nacional como temática,
cozinha, / E podem governar o mundo inteiro.” mantendo a forma conforme o padrão europeu.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses,


L0082 - (Ufjf-pism)
de cima para baixo, é
À cidade da Bahia

Triste Bahia! Ó quão dessemelhante

@professorferretto @prof_ferretto 2
a) 3 – 1 – 1 – 2. (v. 10) e “infinito” (v. 11) revelam o uso de figuras de
b) 2 – 3 – 1 – 3. linguagem e de pensamento que caracterizam o Barroco.
V. Dentre as categorias que caracterizam o conjunto da
c) 3 – 1 – 2 – 2.
obra de Gregório de Matos publicada pela Academia de
d) 2 – 3 – 3 – 1. Letras – Sacra, Lírica, Graciosa, Satírica e Última – este
e) 3 – 1 – 3 – 2. poema se insere na segunda categoria.

L0083 -
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão
(Uefs) corretas é a
A Christo S. N. Crucificado estando o poeta na
a) I e II.
última hora de sua vida.
b) II e IV.
Meu Deus que estais pendente em um madeiro, c) IV e V.
Em cuja lei protesto de viver d) II, III e IV.
Em cuja santa lei hei de morrer e) I, III e IV.
Animoso, constante, firme e inteiro.

Neste lance, por ser o derradeiro,


Pois vejo a minha vida anoitecer,
L0078 -(Upf)
Considere as afirmações a seguir em relação ao período
É, meu Jesus, a hora de se ver
de formação da literatura brasileira.
A brandura de um Pai, manso Cordeiro.
I. Ao longo do século XVI, a literatura brasileira é
Mui grande é vosso amor e meu delito,
formada, predominantemente, por textos informativos
Porém pode ter fim todo pecar,
sobre a natureza e o homem brasileiro, escritos por
E não o vosso amor, que é infinito.
viajantes e missionários europeus.
II. Nos séculos XVII e XVIII, verificam-se influências do
Esta razão me obriga a confiar,
Barroco europeu na incipiente literatura brasileira e,
Que por mais que pequei, neste conflito
também, nas artes plásticas e na música nacionais, sendo
Espero em vosso amor de me salvar.
que as produções relativamente originais dessas últimas
MATOS, Gregório. In: AMADO, James (Org.) Obras
artes permitem que se fale de um “Barroco brasileiro”.
Completas de Gregório de Matos. Salvador: Ed. Janaína,
III. De meados do século XVIII até a eclosão do
1968. V. I, p. 47.
Romantismo, na primeira metade do século XIX, o estilo
literário dominante nas letras nacionais é o Arcadismo,
Sobre as características do autor e do momento literário
caracterizado por uma oposição sistemática ao avanço do
que ele representa encontradas no soneto, é correto
racionalismo iluminista, cuja influência busca neutralizar
afirmar:
através da celebração da natureza e da vida no campo.
I. O poema ilustra uma das razões de Gregório de Matos
Está correto apenas o que se afirma em:
ter sido chamado de “Boca do Inferno”: a ousadia de
criticar a igreja católica e o constante desafio dirigido a a) I e III.
Deus, que, para provar a infinitude de seu amor, seria b) II.
obrigado a perdoá-lo.
c) III.
II. No poema, por força da iminência da morte, o poeta se
d) I e II.
expressa numa contrição de fé religiosa, com a admissão
humilde da condição de pecador e a confiança de e) II e III.
merecer a misericórdia de Deus, com o perdão de seus
pecados.
III. Há, no poema, um jogo de ideias característico desse L0337 - (Unicamp)
momento literário, que se expressa numa retórica de “O vento da vida, por mais que cresça, nunca pode
campos opostos: condição humana, pecado e punição, de chegar a ser bonança; o vento da fortuna pode chegar a
um lado e, de outro, condição divina, misericórdia e ser tempestade, e tão grande tempestade, que se afogue
perdão. nela o mesmo vento da vida.”
IV. As expressões “vejo a minha vida anoitecer” (v. 6) e (Antônio Vieira, “Sermão de quarta-feira de cinza do ano
“manso Cordeiro.” (v. 8), além das contradições entre de 1672”, em A Arte de Morrer. São Paulo: Nova
“viver” (v. 2) e “morrer” (v. 3) bem como entre “ter fim” Alexandria, 1994, p. 56.)

@professorferretto @prof_ferretto 3
No sermão proferido na Igreja de Santo Antônio dos Mas entro e, senhor, me perco
Portugueses, em Roma, Vieira recorre a uma metáfora na rósea nave triunfal.
para chamar a atenção dos fiéis sobre a morte. Assinale a Por que tanto baixar o céu?
alternativa que expressa a mensagem veiculada pela por que esta nova cilada?
imagem do vento.
Senhor, os púlpitos mudos
a) A vida dos fiéis é comparável à tranquilidade da brisa
entretanto me sorriem.
em alto-mar.
Mais que vossa igreja, esta
b) A fortuna dos fiéis é comparável à força das sabe a voz de me embalar.
intempéries marítimas.
c) A fortuna dos fiéis é comparável à felicidade eterna. Perdão, senhor, por não amar-vos.
d) A vida dos fiéis é comparável à ventura dos Carlos Drummond de Andrade
navegadores.

*O texto faz parte do conjunto de poemas “Estampas de


L0080 -(Fuvest) Vila Rica”, que integra a edição crítica de Claro enigma.
São Paulo: Cosac Naify, 2012.
Considere as imagens e o texto, para responder à
questão.
Analise as seguintes afirmações relativas à arquitetura
das igrejas sob a estética do Barroco:

I. Unem-se, no edifício, diferentes artes, para assaltar de


uma vez os sentidos, de modo que o público não possa
escapar.
II. O arquiteto procurava surpreender o observador,
suscitando nele uma reação forte de maravilhamento.
III. A arquitetura e a ornamentação dos templos deviam
encenar, entre outras coisas, a preeminência da Igreja.

A experiência que se expressa no poema de Drummond


registra, em boa medida, as reações do eu lírico ao que
se encontra registrado em

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
II / São Francisco de Assis*

Senhor, não mereço isto.


Não creio em vós para vos amar.
L0079 - (Upe-ssa)
Leia atentamente os textos verbais e não verbais a seguir.
Trouxestes-me a São Francisco
e me fazeis vosso escravo. Texto 1

Não entrarei, senhor, no templo, Meus Oito Anos


seu frontispício me basta.
Vossas flores e querubins Oh! que saudades que eu tenho
são matéria de muito amar. Da aurora de minha vida.
De minha infância querida
Dai-me, senhor, a só beleza Que os anos não trazem mais!
destes ornatos. E não a alma. Que amor, que sonhos, que flores,
Pressente-se dor de homem, Naquelas tardes fagueiras
paralela à das cinco chagas. À sombra das bananeiras,
Da rua de Santo Antônio

@professorferretto @prof_ferretto 4
Debaixo dos laranjais Pasma da turba feminil, que nada.
(Casimiro de Abreu) Uma, que às mais precede em gentileza,
Não vinha menos bela do que irada;
Texto 2 Era Moema, que de inveja geme,
E já vizinha à nau se apega ao leme.
Meus Oito Anos
XXXVIII
Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida — “Bárbaro (a bela diz:) tigre e não homem...
Das horas Porém o tigre, por cruel que brame,
De minha infância Acha forças no amor que enfim o domem;
Que os anos não trazem mais Só a ti não domou, por mais que eu te ame.
Naquele quintal de terra! Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem,
Da rua de Santo Antônio Como não consumis aquele infame?
Debaixo da bananeira Mas apagar tanto amor com tédio e asco...
Sem nenhum laranjais Ah que corisco és tu... raio... penhasco?
(Oswald de Andrade) (...)
(José de Santa Rita Durão)
Texto 5
Texto 3

Texto 6

Texto 4

CARAMURU
Canto VI

XXXVII

Copiosa multidão da nau francesa


Corre a ver o espetáculo, assombrada;
E, ignorando a ocasião de estranha empresa,

@professorferretto @prof_ferretto 5
Arcadismo. Para refletir sobre esses dois momentos e
responder à questão, leia os textos a seguir.

Texto 1

Discreta, e formosíssima Maria,


Enquanto estamos vendo claramente
Na vossa ardente vista o sol ardente,
E na rosada face a Aurora fria.

Enquanto pois produz, enquanto cria


Essa esfera gentil, mina excelente
No cabelo o metal mais reluzente,
E na boca a mais fina pedraria.

Gozai, gozai da flor da formosura,


Antes que o frio da madura idade
Tronco deixe despido, o que é verdura.

Com base nos textos 1, 2, 3, 4, 5 e 6, analise as Que passado o zenith da mocidade,


afirmativas a seguir e assinale com V as Verdadeiras e Sem a noite encontrar da sepultura,
com F as Falsas. É cada dia ocaso da beldade.
(Gregório de Matos)
(__) É considerado um intertexto todo aquele texto que
cruza com outro texto e estabelece com este uma inter- Texto 2
relação nova e singular. Dessa forma, pode-se afirmar
que os Textos 1 e 2 são considerados um intertexto. Brandas ribeiras, quanto estou contente
(__) O Texto 3 se trata de um cartaz sobre uma campanha De ver-nos outra vez, se isto é verdade!
publicitária promovida pelo Ministério da Educação, em Quanto me alegra ouvir a suavidade,
2003. Nele se observa a predominância de uma função Com que Fílis entoa a voz cadente!
da linguagem, que é a função emotiva ou expressiva.
(__) O Texto 4 é um trecho do poema lírico do Barroco Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,
brasileiro, o qual narra os feitos heroicos de Diogo Tudo me está causando novidade:
Álvares Correia, que ensina aos índios tupinambás as leis Oh como é certo, que a cruel saudade
e a cultura dos europeus. Esse poema foi parodiado no Faz tudo, do que foi, mui diferente!
filme Caramuru – A Invenção do Brasil, conforme está
indicado no Texto 5. Recebei (eu vos peço) um desgraçado,
(__) A paródia é a recriação de um texto com a finalidade Que andou té agora por incerto giro
de ironizar, criticar, provocar humor, satirizar um outro Correndo sempre atrás do seu cuidado:
texto que serviu de referência. Assim, pode-se afirmar
que o Texto 6 é um exemplo de paródia. Este pranto, estes ais, com que respiro,
Podendo comover o vosso agrado,
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: Façam digno de vós o meu suspiro.
(Cláudio Manoel da Costa)
a) V – V – F – V
b) F – V – V – F
Sobre os textos 1 e 2 e seus respectivos autores, analise
c) F – F – V – F as seguintes proposições.
d) V – F – V – F
e) V – F – F – V I. Pode-se afirmar que uma das características do
Barroco, presente no texto 1, é o tema da efemeridade

L0077 -
da vida, como pode ser percebido no primeiro terceto.
(Upe-ssa) II. Gregório de Matos foi um repentista, que sabia
Do século XVI até meados do século XVIII, duas improvisar; um menestrel baiano que buscava inspiração
manifestações estéticas são de extrema relevância para a no cotidiano, nas circunstâncias da vida, quer seja pelo
formação da literatura brasileira: o Barroco e o êxtase religioso quer pelo afetivo.

@professorferretto @prof_ferretto 6
III. O texto 1 é marcado pela temática do Carpe florescia, nasceram as primeiras verduras do meu; mas
Diem, característica notável também do Barroco. valeu-me tanto sempre a clareza, que só porque me
IV. O texto 2 tem sua temática ligada ao pastoralismo, ao entendiam comecei a ser ouvido. (...) Esse desventurado
bucolismo e remete à mitologia grega. estilo que hoje se usa, os que querem honrar chamam-
V. Cláudio Manoel da Costa, cujo nome pastoral lhe culto, os que o condenam chamam-lhe escuro, mas
é Glauceste Satúrnio, tem forte influência dos padrões ainda lhe fazem muita honra. O estilo culto não é escuro,
cultistas, elevada inventividade lírica e deseja exprimir a é negro (...) e muito cerrado. É possível que somos
realidade de seu país. portugueses e havemos de ouvir um pregador em
português e não havemos de entender o que diz?!"
Estão CORRETAS, apenas:
Padre Antônio Vieira, nesse trecho, faz uma crítica ao
a) I, II, III e IV.
estilo barroco conhecido como
b) II, III, IV e V.
c) I, II e V. a) conceptismo, por ser marcado pelo jogo de ideias, de
conceitos, seguindo um raciocínio lógico.
d) III e IV.
b) quevedismo, por utilizar-se de uma retórica
e) II e V.
aprimorada, a exemplo de seu principal cultor:
Quevedo.

L0283 - (Fuvest)
c) antropocentrismo, caracterizado por mostrar o
homem, culto e inteligente, como centro do
Largo em sentir, em respirar sucinto,
universo.
Peno, e calo, tão fino, e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento d) gongorismo, ao caracterizar-se por uma linguagem
rebuscada, culta e extravagante.
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.
e) teocentrismo, caracterizado por padres escritores que
O mal, que fora encubro, ou que desminto, dominaram a literatura seiscentista.
Dentro no coração é que o sustento:

L0290 -
Com que, para penar é sentimento,
Para não se entender, é labirinto. (Unesp)
De maneira que, assim como a natureza faz de feras
Ninguém sufoca a voz nos seus retiros; homens, matando e comendo, assim também a graça faz
Da tempestade é o estrondo efeito: de feras homens, doutrinando e ensinando. Ensinastes o
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros. gentio bárbaro e rude, e que cuidais que faz aquela
doutrina? Mata nele a fereza, e introduz a humanidade;
Mas oh do meu segredo alto conceito! mata a ignorância, e introduz o conhecimento; mata a
Pois não me chegam a vir à boca os tiros bruteza, e introduz a razão; mata a infidelidade, e
Dos combates que vão dentro no peito. introduz a fé; e deste modo, por uma conversão
Gregório de Matos e Guerra admirável, o que era fera fica homem, o que era gentio
fica cristão, o que era despojo do pecado fica membro de
No soneto, o eu lírico: Cristo e de S. Pedro. […] Tende-os [os escravos], cristãos,
e tende muitos, mas tende-os de modo que eles ajudem
a) expressa um conflito que confirma a imagem bélica do
a levar a vossa alma ao céu, e vós as suas. Isto é o que
poeta, conhecido pelo epíteto de Boca do Inferno.
vos desejo, isto é o que vos aconselho, isto é o que vos
b) opta por sufocar a própria voz como estratégia procuro, isto é o que vos peço por amor de Deus e por
apaziguadora de suas perturbações de foro íntimo. amor de vós, e o que quisera que leváreis deste sermão
c) explora a censura que o autor sofreu em sua época, ao metido na alma.
ser impedido de dar expressão aos seus sentimentos. (Antônio Vieira. “Sermão do Espírito Santo” (1657).
d) estabelece, nos tercetos, um contraponto semântico http://tupi.fflch.usp.br.)
entre as metáforas da natureza e da guerra.
e) revela-se como um ser atormentado, ao mesmo O Sermão do Espírito Santo foi pregado pelo Padre
tempo que omite a natureza de seu sofrimento. Antônio Vieira em São Luís do Maranhão, em 1657, e
recorre

L0076 - (Espcex)
"Se gostas de afetação e pompa de palavras e do estilo
que chamam culto, não me leias. Quando esse estilo

@professorferretto @prof_ferretto 7
a) a metáforas, para defender a liberdade de natureza de Calava o mar, e rio não se ouvia.
todos os animais criados por Deus.
b) à ironia, para condenar a escravização de nativos e Não dão o parabém à nova Aurora
africanos nas lavouras de algodão. Flores canoras, pássaros fragrantes,
Nem seu âmbar respira a rica Flora.
c) a antíteses, para reconhecer a escravização dos nativos
como um caminho possível do trabalho missionário.
Porém abrindo Sílvia os dois diamantes,
d) à retórica barroca, para contestar a ideia de que os Tudo a Sílvia festeja, tudo adora
africanos e os nativos merecem a liberdade e a Aves cheirosas, flores ressonantes.
salvação. Poemas escolhidos, 2010.
e) à retórica clássica, para acusar os proprietários de
escravos de descuidar dos direitos humanos dos Mais recorrente na poesia arcádica, verifica-se neste
nativos. soneto barroco o recurso, sobretudo, ao seguinte lema
latino:

L0336 - (Unicamp)
a) “locus horrendus” (“lugar horrível”).
b) “locus amoenus” (“lugar aprazível”).
“Repartimos a vida em idades, em anos, em meses, em
dias, em horas, mas todas estas partes são tão duvidosas, c) “memento mori” (“lembra-te da morte”).
e tão incertas, que não há idade tão florente, nem saúde d) “inutilia truncat” (“corta o inútil”).
tão robusta, nem vida tão bem regrada, que tenha um só e) “carpe diem” (“aproveite o dia”).
momento seguro.”
(Antonio Vieira, “Sermão de Quarta-feira de Cinza – ano
de 1673”, em A arte de morrer. São Paulo: Nova
Alexandria, 1994, p. 79.)
L0072 - (Espm)

Nesta passagem de um sermão proferido em 1673,


Antônio Vieira retomou os argumentos da pregação que
fizera no ano anterior e acrescentou novas características
à morte. Para comover os ouvintes, recorreu ao uso de
anáforas. Assinale a alternativa que corresponde ao
efeito produzido pelas repetições no sermão.

a) A repetição busca sensibilizar os fiéis para o


desengano da passagem do tempo.
b) A repetição busca demonstrar aos fiéis o temor de
uma vida longeva. Tanto de meu estado me acho incerto,
c) A repetição busca sensibilizar os fiéis para o valor de Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
cada etapa da vida. Sem causa, juntamente choro e rio,
d) A repetição busca demonstrar aos fiéis a insegurança O mundo todo abarco e nada aperto.
de uma vida cristã.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
L0081 - (Unifesp)
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Leia o soneto “A uma dama dormindo junto a uma fonte”,
do poeta barroco Gregório de Matos (1636-1696), para
Estando em terra, chego ao Céu voando,
responder à questão a seguir:
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
À margem de uma fonte, que corria,
Lira doce dos pássaros cantores
Se me pergunta alguém porque assi ando,
A bela ocasião das minhas dores
Respondo que não sei; porém suspeito
Dormindo estava ao despertar do dia.
Que só porque vos vi, minha Senhora.
(Luís Vaz de Camões)
Mas como dorme Sílvia, não vestia
O céu seus horizontes de mil cores;
Assinale a afirmação incorreta sobre o texto.
Dominava o silêncio entre as flores,

@professorferretto @prof_ferretto 8
a) Trata-se de um soneto de versos decassí­labos, típico Que o seu tipo não se classifica
poema da medida nova prati­cada no Classicismo Você passa a ser um tipo desclassificado
renascentista.
b) Estados paradoxais do eu lírico, como “choro e rio” ao Eu até hoje nunca vi nenhum
mesmo tempo, ou “em vivo ardor tremendo estou de Tipo vulgar tão fora do comum
frio”, clas­sificam o poema no Maneirismo, pois pre­‐ Que fosse um tipo tão observado
nunciam elementos típicos do Barroco. Você ficou agora convencido
Que o seu tipo já está batido
c) A exaltação ao amor e à mulher idealiza­da faz com que
Mas o seu tipo é o tipo do tipo esgotado
o eu poético passe por experiências extremadas ou
Noel Rosa
hiperbólicas, como na terceira estrofe.
d) A solenidade do texto ao tematizar uma mulher O soneto de Gregório de Matos e o samba de Noel Rosa,
inspiradora de encantamento transparece, por embora distantes na forma e no tempo, aproximam‐se
exemplo, no uso da ex­pressão “Senhora” com inicial por ironizarem
maiúscula.
e) O conjunto de sensações corporais opos­tas e a a) o processo de composição do texto.
provocação de um estado mental e espiritual b) a própria inferioridade ante o retratado.
contraditórios não valeram a pena para o poeta, pois c) a singularidade de um caráter nulo.
este só conseguiu ver a amada. d) o sublime que se oculta na vulgaridade.
e) a intolerância para com os gênios.

L0271 - (Fuvest)
A certa personagem desvanecida
L0075 - (Uel)
Leia o poema a seguir e responda:
Um soneto começo em vosso gabo*:
Contemos esta regra por primeira,
Descreve a vida escolástica
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Mancebo sem dinheiro, bom barrete,
Medíocre o vestido, bom sapato,
Na quinta torce agora a porca o rabo;
Meias velhas, calção de esfola-gato,
A sexta vá também desta maneira:
Cabelo penteado, bom topete.
Na sétima entro já com grã** canseira,
Presumir de dançar, cantar falsete,
E saio dos quartetos muito brabo.
Jogo de fidalguia, bom barato,
Tirar falsídia ao moço do seu trato,
Agora nos tercetos que direi?
Furtar a carne à ama, que promete;
Direi que vós, Senhor, a mim me honrais
A putinha aldeã achada em feira,
Gabando‐vos a vós, e eu fico um rei.
Eterno murmurar de alheias famas,
Soneto infame, sátira elegante;
Nesta vida um soneto já ditei;
Cartinhas de trocado para a freira,
Se desta agora escapo, nunca mais:
Comer boi, ser Quixote com as damas,
Louvado seja Deus, que o acabei.
Pouco estudo: isto é ser estudante.
Gregório de Matos
WISNIK, J. M. (Org.). Poemas escolhidos de Gregório de
*louvor **grande
Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 173.

Acerca do poema, assinale a alternativa correta.


Tipo zero

Você é um tipo que não tem tipo


Com todo tipo você se parece
E sendo um tipo que assimila tanto tipo
Passou a ser um tipo que ninguém esquece

Quando você penetra num salão


E se mistura com a multidão
Você se torna um tipo destacado
Desconfiado todo mundo fica

@professorferretto @prof_ferretto 9
a) Os versos são decassílabos nas duas primeiras De regatões tabaquista,
estrofes; nas duas últimas, são livres, para ilustrar a Que vende gato por lebre
inconstância no Barroco. Querendo enganar a vista.
b) O esquema rímico ABBA é utilizado nas duas primeiras
estrofes; os tercetos são desprovidos de rimas. Nenhum modo de desculpa
Tendes, que valer-vos possa:
c) A modalidade satírica a que pertence o soneto é
Que se o cão entra na igreja,
acompanhada de métrica irregular em sintonia com os
É porque acha aberta a porta.
desregramentos focalizados.
GUERRA, G. M. In: LIMA, R. T. Abecê de folclore. São
d) O sujeito lírico adere à expressão de sentimentos Paulo: Martins Fontes, 2003 (fragmento).
conflituosos manifestos pela figura do estudante.
e) O destaque atribuído às mulheres representa o papel Ao organizar as informações, no processo de construção
significativo das questões amorosas no cotidiano do texto, o autor estabelece sua intenção comunicativa.
retratado do estudante. Nesse poema, Gregório de Matos explora os ditados
populares com o objetivo de

L0383 - (Enem PPL)


a) enumerar atitudes.
b) descrever costumes.
Quantos há que os telhados têm vidrosos
E deixam de atirar sua pedrada, c) demonstrar sabedoria.
De sua mesma telha receiosos. d) recomendar precaução.
e) criticar comportamentos.
Adeus, praia, adeus, ribeira,

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