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SARAU

MINAS, MÚSICA E POESIA


Introdução

BOA NOITE! SEJAM BEM-VINDOS AO SARAU MINAS MÚSICA E


POESIA DA ESCOLA SÔNIA MARIA SILVA GOMES

- Apresentação Pessoal

-Trabalhar leitura e escrita é muito importante, pois proporciona o


desenvolvimento intelectual e da imaginação, além de promoverem a
aquisição de conhecimentos.

- A prática da leitura aprimora o vocabulário e aumenta o raciocínio e a


interpretação.

- A poesia contribui para a formação do imaginário, do jogo simbólico e


da criatividade. Enriquece nossa leitura crítica, nossa capacidade de
interpretar.

- A arte está em todo canto da nossa Minas Gerais. Corre poesia nos nossos
rios, morros, vales, ruas e veias.

- Nossa terra é berço de poetas desde muito antes de ter o nome que tem. Se
fôssemos listar todos os nomes importantes da poesia de Minas, não haveria
espaço suficiente. Então, hoje vamos trazer só um pedaço dessa história.

Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Adélia Prado e Fernando


Sabino foram os escolhidos para compor nosso sarau literário. Iremos
finalizar com dança das alunas do 8º ano com a música Cantos das Três
raças da cantora que era mineira antes de falecer: Clara Nunes.

Iremos Neste instante começar as apresentações dos alunos


POEMA SER MINEIRO

José Batista de Queiroz

Ser Mineiro é não dizer o que faz, nem o Ser Mineiro é ter simplicidade e pureza,
que vai fazer, humildade e modéstia,
é fingir que não sabe aquilo que sabe, coragem e bravura,
é falar pouco e escutar muito, fidalguia e elegância.
é passar por bobo e ser inteligente,
é vender queijos e possuir bancos. Ser Mineiro é ver o nascer do Sol
e o brilhar da Lua,
Um bom Mineiro não laça boi com imbira, é ouvir o canto dos pássaros
não dá rasteira no vento, e o mugir do gado,
não pisa no escuro, é sentir o despertar do tempo
não anda no molhado, e o amanhecer da vida.
não estica conversa com estranho,
só acredita na fumaça quando vê o fogo, Ser Mineiro é ser religioso e conservador,
só arrisca quando tem certeza, é cultivar as letras e artes,
não troca um pássaro na mão por dois é ser poeta e literato,
voando. é gostar de política e amar a liberdade,
é viver nas montanhas,
Ser Mineiro é dizer “uai”, é ser diferente, é ter vida interior,
é ter marca registrada, é ser gen\ B te.
é ter história.

1. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Carlos Drummond de Andrade (1902–1987) foi um dos maiores poetas brasileiros do século
XX. "No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho" é um
trecho de um de seus poemas mais conhecidos.

Drummond foi também cronista e contista, mas foi na poesia que mais se destacou. Foi o
poeta que melhor representou o espírito da Segunda Geração Modernista com uma poesia
de questionamento em torno da existência humana.

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais,
no dia 31 de outubro de 1902. Era filho dos proprietários rurais, Carlos de Paula Andrade e
Julieta Augusta Drummond de Andrade.
Confidência do Itabirano

“Alguns anos vivi em Itabira.


Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa…
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!”

NO MEIO DO CAMINHO

Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra na vida de minhas retinas tão fatigadas.
tinha uma pedra no meio do caminho Nunca me esquecerei que no meio do
tinha uma pedra caminho
no meio do caminho tinha uma pedra. tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse tinha uma pedra no meio do caminho
acontecimento no meio do caminho tinha uma pedra.

AS SEM-RAZÕES DO AMOR (Amanda e Gabriel Turma (91 )


Carlos Drummond de Andrade
Eu te amo porque te amo, e a regulamentos vários.
Não precisas ser amante, Eu te amo porque não amo
e nem sempre sabes sê-lo. bastante ou demais a mim.
Eu te amo porque te amo. Porque amor não se troca,
Amor é estado de graça não se conjuga nem se ama.
e com amor não se paga. Porque amor é amor a nada,
Amor é dado de graça, feliz e forte em si mesmo.
é semeado no vento, Amor é primo da morte,
na cachoeira, no eclipse. e da morte vencedor,
Amor foge a dicionários
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
2. Guimarães Rosa (1908-1967)

João Guimarães Rosa, ou simplesmente Guimarães Rosa, também nasceu em Minas


Gerais e, assim como seu contemporâneo Carlos Drummond de Andrade, encontrou no Rio
de Janeiro um lugar para chamar de seu.

Diplomata, novelista, contista, romancista e — acredite se quiser! — médico, a produção


desse mineiro é quase que completamente ambientada no sertão brasileiro, como é o caso
de uma de suas obras mais marcantes: Grande Sertão: Veredas (1956).

Lê-lo, sem dúvidas, é se afundar na magia do português, seus regionalismos e


neologismos. Características perfeitamente incorporadas à erudição do escritor, que
também não se detém em reinventar a língua.

Todo Caminho

Guimarães Rosa

Todo caminho da gente é resvaloso.


Mas também, cair não prejudica demais
A gente levanta, a gente sobe, a gente volta!...
O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim:
Esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
Sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.
Ser capaz de ficar alegre e mais alegre no meio da alegria,
E ainda mais alegre no meio da tristeza…

3. Adélia Prado

Ligada ao movimento modernista, a mineira de Divinópolis é professora, filósofa, poetisa e


contista. Brilhante com as palavras, seus trabalhos contam com elementos religiosos
sempre presentes e o lúdico como característica marcante.

Adora a simplicidade, nas palavras e no viver: “..a moça que arruma a cozinha, a missa, um
certo cheiro do mato, vizinhos, a gente de lá”. Uma das maiores entre os grandes poetas de
Minas Gerais.

Ensinamento

( Adélia Prado )
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

4. Fernando Sabino (1923-2004)

Diretamente da capital mineira, Belo Horizonte, Fernando Sabino é um dos nomes mais
encontrados nas estantes das bibliotecas públicas, especialmente as escolares. Escritor,
jornalista e editor, ele começou a escrever contos com apenas 12 anos.

Durante a década de 1940, ele chegou a cursar a Faculdade de Direito, em Minas Gerais, e
ingressou no fantástico universo do jornalismo como redator da Folha de Minas.

De tudo ficaram três coisas... Façamos da interrupção um caminho novo...


A certeza de que estamos começando... Da queda, um passo de dança...
A certeza de que é preciso continuar... Do medo, uma escada...
A certeza de que podemos ser interrompidos Do sonho, uma ponte...
antes de terminar... Da procura, um encontro!

DANÇA COM A MÚSICA DA CANTORA QUE ERA MINEIRA CLARA NUNES

“CANTO DAS TRÊS RAÇAS”

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