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Paulo César Araújo - 2022

O Evangelho
ROTEIRO DA AULA

1. O evangelho e a nova era;


2. O evangelho e o sangue da aliança;
3. História bíblica da pregação do evangelho;
O EVANGELHO E A NOVA ERA
INTRODUÇÃO

A palavra evangelho foi transliterada, isto é, chegou


para o português sem tradução. Contudo, seu
significado é um só: boa notícia.
No mundo pagão, esse termo foi associado aos
oráculos dos deuses e à recompensa paga ao
arauto das boas-novas.
Mas na tradição bíblica, de modo geral, o vocábulo
evangelho e seus cognatos representam a
proclamação de uma nova era prometida pelos
profetas e iniciada por Jesus.
O EVANGELHO
E A NOVA ERA

O evangelho proclama
a aurora de uma nova
era, tempo de salvação
e domínio do reino de
Deus na história. O
Antigo Testamento,
sobretudo o livro de
Isaías, prevê tudo
aquilo que o evangelho
iria inaugurar. Paulo e Barnabé pregando em Listra – Nicolaes Berchem
(1620-1683)
O EVANGELHO
E A NOVA ERA

Jonathan T. Pinnigton,
no seu livro “Lendo os
Evangelhos com
Sabedoria”, se baseia
justamente no profeta
Isaías para discorrer
sobre a era irradiada
pela mensagem
escatológica de Deus,
o evangelho.
“Qual é essa visão escatológica de Isaías? É a esperança
na restauração do reinado de Deus. Isaías descreve-o
com uma paleta completa de cores vibrantes. É
conforto e ternura de Deus (40.1,2,11; 51.5; 52.9;
54.7,8; 55.7; 61.2,3), presença do próprio Deus (41.10;
43.5; 45.14; 52.12), ajuda aos pobres e necessitados
(40.29-31; 41.17; 55.1,2), renovação de todas as coisas
(42.9,10; 43.18,19; 48.6; 65.17; 66.22), julgamento dos
inimigos de Deus (42.13-17; 47.1-15; 49.22-26; 66.15-
17,24), cura da cegueira e da surdez (42.18; 43.8-10),
perdão dos pecados (44.22; 53.4-6,10-12) e celebração
de um pacto (41.6; 49.8; 55.3; 59.21). Tudo isso será
realizado por intermédio do ungido e humilde Servo de
Deus (42.1-4; 45.4; 49.3-5; 52.13-53.12) e testemunhas
(43.10; 44.8)”. (PENNINGTON, 2019, p.19).
O EVANGELHO
E A NOVA ERA

Foi exatamente isso que


Jesus fez. Ele inaugurou
a era do triunfante
reino de Deus por meio
do evangelho (Mt 4.23;
9.35; 24.14; Lc 8.1;
16.16). Assim ele
derrotou o diabo e
trouxe à luz a vida e a
imortalidade. Jesus curando o cego perto de Jericó – Eustache
Le Sueur (1617-1655)
O EVANGELHO E A NOVA ERA

§ Mateus 12.28: Se, porém, eu expulso os demônios pelo


Espírito de Deus, certamente é chegado o Reino de
Deus sobre vocês.
§ 1João 3.8: Aquele que pratica o pecado procede do
diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio.
Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir
as obras do diabo.
§ Atos 10.38: Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o
Espírito Santo e com poder. Jesus andou por toda
parte, fazendo o bem e curando todos os oprimidos do
diabo, porque Deus estava com ele.
O EVANGELHO E A NOVA ERA

§ 2Timóteo 1.8-10:
Portanto, não se envergonhe do testemunho de nosso
Senhor, nem do seu prisioneiro, que sou eu. Pelo contrário,
participe comigo dos sofrimentos a favor do evangelho,
segundo o poder de Deus, que nos salvou e nos chamou
com santa vocação, não segundo as nossas obras, mas
conforme a sua própria determinação e graça que nos foi
dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e
manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador
Cristo Jesus. Ele não só destruiu a morte, como trouxe à luz
a vida e a imortalidade, mediante o evangelho.
O EVANGELHO E A NOVA ERA

§ Hebreus 2.14-15:
Visto, pois, que os filhos têm participação comum de
carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou
dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele
que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse
todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à
escravidão por toda a vida.
O EVANGELHO
E A NOVA ERA

Concordando com
Jürgen Becker, Jesus é
o autor, mensageiro e
a mensagem do
evangelho. A nova era
é administrada por ele
e para ele.

Cabeça de Jesus – Enrique Simonet (1866-1927)


O EVANGELHO E A NOVA ERA

§ Romanos 1.1-4:
Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser
apóstolo, separado para o evangelho de Deus, que
ele, no passado, prometeu por meio dos seus
profetas nas Escrituras Sagradas. Este evangelho diz
respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio
da descendência de Davi e foi designado Filho de
Deus com poder, segundo o Espírito de santidade,
pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo,
nosso Senhor.
O EVANGELHO E A NOVA ERA

§ 1Coríntios 15.1-4:
Irmãos, venho lembrar-lhes o evangelho que
anunciei a vocês, o qual vocês receberam e no qual
continuam firmes. Por meio dele vocês também
são salvos, se retiverem a palavra assim tal como
preguei a vocês, a menos que tenham crido em
vão. Antes de tudo, entreguei a vocês o que
também recebi: que Cristo morreu pelos nossos
pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado
e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.
CONCLUSÃO

O evangelho proclama o irrompimento do reino


divino na terra. A boa notícia consiste no fato de
que essa realidade maravilhosa e esperada pelo
povo de Deus, enfim, chegou.
Jesus é a pessoa a quem o evangelho anuncia. A
sua obra redentora comprovou com maestria que
uma nova era foi inaugurada e fincada para
sempre.
O EVANGELHO E O SANGUE DA ALIANÇA
INTRODUÇÃO

O alvo desse segmento consiste em enfatizar as


bençãos que os cristãos possuem por causa do
sangue de Cristo, o qual tem poder expiatório
segundo evangelho.
O que a mensagem da cruz ensanguentada pode
produzir na vida de quem crê?
O EVANGELHO
E O SANGUE DA
ALIANÇA

O evangelho prega um
Cristo crucificado que
intencionalmente se
entregou para morrer.
Diante desse fato,
precisamos entender
as razões pelas quais
Jesus derramou seu
sangue. "Eis o Homem“, diz Poncio Pilatos - Antonio Ciseri
(1821-1891)
O EVANGELHO E O SANGUE DA ALIANÇA

§ 1Pedro 1.18-19:
Sabendo que não foi mediante coisas perecíveis,
como prata ou ouro, que vocês foram resgatados
da vida inútil que seus pais lhes legaram, mas pelo
precioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro sem defeito e sem mácula.
O EVANGELHO E O SANGUE DA ALIANÇA

§ Apocalipse 1.5-6:
Àquele que nos ama e, pelo seu sangue, nos
libertou dos nossos pecados, e nos constituiu
reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a
glória e o domínio para todo o sempre. Amém!
O EVANGELHO E O SANGUE DA ALIANÇA

§ Efésios 2.13:
Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes
estavam longe, foram aproximados pelo sangue de
Cristo.
O EVANGELHO E O SANGUE DA ALIANÇA

§ Hebreus 13.12:
Por isso, foi que também Jesus, para santificar o
povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da
porta.
O EVANGELHO E O SANGUE DA ALIANÇA

§ Apocalipse 5.9:
e entoavam novo cântico, dizendo:
Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos,
porque foste morto e com o teu sangue compraste
para Deus os que procedem de toda tribo, língua,
povo e nação.
O EVANGELHO E O SANGUE DA ALIANÇA

§ Hebreus 13.20-21:
Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os
mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das
ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos
aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua
vontade, operando em vós o que é agradável
diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória
para todo o sempre, Amém!
O EVANGELHO E O SANGUE DA ALIANÇA

§ Hebreus 10.19-20:
Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo
dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo
caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é,
pela sua carne,
O EVANGELHO E O SANGUE DA ALIANÇA

§ 1 João 1.7:
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz,
mantemos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo
pecado.
O EVANGELHO E O SANGUE DA ALIANÇA

§ Apocalipse 12.9-11:
E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se
chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo,
sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus
anjos. Então, ouvi grande voz do céu, proclamando:
Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus
e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o
acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de
dia e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o
venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa
da palavra do testemunho que deram e, mesmo em
face da morte, não amaram a própria vida.
Jesus derramou seu sangue: Texto

Para te resgatar de uma vida inútil 1 Pe 1.18-19


Para te libertar dos seus pecados Ap 1.5
Para te aproximar de Deus Ef 2.13
Para te santificar Hb 13.12
Para te comprar para Deus Ap 5.9
Para te aperfeiçoar Hb 13.20-21
Para te encorajar na presença de Deus Hb 10.19
Para te purificar continuamente 1 Jo 1.9
Para te ajudar a vencer o Diabo Ap 12.9-11
CONCLUSÃO

Foi essa mensagem espiritualmente poderosa que


conseguiu impactar o mundo. Com confiança podemos
cantar: “sim, eu amo a mensagem da cruz. Até morrer
eu a vou proclamar!”
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
INTRODUÇÃO

Esta seção procura explicar como a pregação do


evangelho se desenrolou ao longo da história bíblica e,
sobretudo, quais foram os agentes da evangelização
presente nas Escrituras.
HISTÓRIA BÍBLICA
DA PREGAÇÃO DO
EVANGELHO

O primeiro pregador do
evangelho foi o próprio
Deus. Ele indicou a
vinda de Cristo quando
prometeu que da
semente de Abraão
todas as famílias do
mundo seriam
abençoadas. A viagem de Abraão para Canaã – Pieter Lastman (1583-
1633)
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ Gálatas 3.8:
Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria os
gentios pela fé, preanunciou o evangelho a Abraão,
dizendo: “Em você serão abençoados todos os povos.”
HISTÓRIA BÍBLICA
DA PREGAÇÃO DO
EVANGELHO

Os profetas do Antigo
Testamento foram
pregadores do
evangelho. Eles
preanunciaram a
manifestação do Cristo
e sua obra redentora.

Moisés com a Tábua das Leis - Guido Reni (1575-1642)


HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ Atos 3.18:
Mas Deus, assim, cumpriu o que tinha anunciado
anteriormente pela boca de todos os profetas: que o
seu Cristo havia de padecer.
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ Atos 10.42-43:
Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que
ele foi constituído por Deus como Juiz de vivos e de
mortos. Dele todos os profetas dão testemunho de
que, por meio do seu nome, todo o que nele crê recebe
remissão dos pecados.
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ 1 Pedro 1.10-11:
Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram
e investigaram. Eles profetizaram a respeito da graça
destinada a vocês, investigando qual a ocasião ou quais
as circunstâncias oportunas que eram indicadas pelo
Espírito de Cristo, que neles estava, ao predizer os
sofrimentos que Cristo teria de suportar e as glórias que
viriam depois desses sofrimentos.
HISTÓRIA BÍBLICA
DA PREGAÇÃO DO
EVANGELHO

João Batista pregou o


evangelho durante seu
ministério na beira
do Jordão. Ele se
identificou como uma
voz à serviço do Filho
de Deus.

A Pregação de João Batista no Deserto – Massimo Stanzione


(1585-1656)
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ Marcos 1.7-8:
E João pregava, dizendo:
— Depois de mim vem aquele que é mais poderoso do
que eu, do qual não sou digno de, curvando-me,
desamarrar as correias das suas sandálias. Eu batizei
vocês com água; ele, porém, os batizará com o Espírito
Santo.
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ João 1.29:
No dia seguinte, vendo que Jesus vinha em sua direção,
João disse:
— Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ Lucas 3.18:
E assim, com muitas outras exortações, João anunciava
o evangelho ao povo.
HISTÓRIA BÍBLICA
DA PREGAÇÃO DO
EVANGELHO

Jesus também pode


ser considerado um
divulgador do
evangelho? Sim. Ele
pregou o evangelho
todas as vezes que
falou de si mesmo.

O Sermão da Montanha - Carl Heinrich Bloch (1834-1890).


HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ João 6.35:
Jesus respondeu:
— Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim jamais terá
fome, e quem crê em mim jamais terá sede.
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ João 8.12:
De novo, Jesus lhes falou, dizendo:
— Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará
nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ João 14.6:
Jesus respondeu:
— Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem
ao Pai senão por mim.
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ Mateus 4.23:
Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas
sinagogas, pregando o evangelho do Reino e curando
todo tipo de doenças e enfermidades entre o povo.
HISTÓRIA BÍBLICA
DA PREGAÇÃO DO
EVANGELHO

Após a ascensão de
Jesus, os discípulos
continuaram se
empenhando na
anunciação do
evangelho.

Paulo e Barnabé pregando em Listra – Nicolaes Berchem


(1620-1683)
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ Atos 2.32:
Deus ressuscitou este Jesus, e disto todos nós somos
testemunhas.
HISTÓRIA BÍBLICA DA PREGAÇÃO
DO EVANGELHO
§ Romanos 5.8:
Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo
fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda
éramos pecadores.
Deus

Discípulos Profetas
Evangelho

João
Jesus
Batista
HISTÓRIA BÍBLICA
DA PREGAÇÃO DO
EVANGELHO

O evangelho pode ser


interpretado como a
chave para entender a
unidade da história
contada pela Bíblia. As
evidências bíblicas
permitem essa leitura.

A Pregação de São Paulo em Éfeso - Eustache Le Sueur


(1616-1655)
O EVANGELHO EM TODA BÍBLIA

O palco do evangelho Gn 1-2

A necessidade do evangelho Gn 3

A preparação para o evangelho Gn 4-Ml

A provisão do evangelho Mt-Jo

A difusão do evangelho At

A interpretação do evangelho Rm-Jd

A consumação do evangelho Ap
CONCLUSÃO

A Bíblia é um livro que do início ao fim anuncia o


evangelho de Jesus Cristo. Por este motivo, a
Escritura continua sendo nossa fonte de motivação
e instrução para executar evangelismo pessoal.
EXCURSO: A EXPANSÃO DO EVANGELHO
Paulo César Araújo - 2022

EVANGELIZAÇÃO NA IGREJA PRIMITIVA


INTRODUÇÃO

O Novo Testamento diz que Jesus veio ao mundo na


plenitude do tempo, ou seja, no momento histórico
mais propício à sua chegada (Gl 4.4).
O que estava acontecendo na época de Cristo?
Como Deus preparou o mundo para sua chegada?
Quais foram as facilidades e os desafios da
evangelização no primeiro século?
As respostas a essas perguntas nos ajudarão a
pensar sobre como Deus está trabalhando em
nosso tempo para o avanço do evangelho.
ROTEIRO DA AULA

1. Caminhos ao evangelho: elementos judaicos;


2. Caminhos ao evangelho: elementos greco-romanos;
3. Obstáculos ao evangelho;
CAMINHOS AO EVANGELHO (I)
INTRODUÇÃO

Aos judeus foram confiados os oráculos de Deus


(Rm 3.2). "São israelitas. Pertence-lhes a adoção e
também a glória, as alianças, a legislação, o culto e
as promessas; deles são os patriarcas, e também
deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é
sobre todos, Deus bendito para todo o sempre.
Amém!“ (Rm 9.4-5).
Por isso, neste segmento iremos mostrar como o
Senhor preparou seu povo escolhido para receber
Jesus. Destacaremos a esperança messiânica, a
diáspora e as sinagogas.
CAMINHOS AO
EVANGELHO

Os evangelhos
registram a intensa
expectativa do povo
judeu a respeito da
chegada do Messias
(Mt 2.4; Mc 12.35;
14.61; 15.32; Lc 3.15;
7.20; Lc 23.35; Jo 1.25;
1.41; 4.25; 7.26-27,40-
42,52; 11.27; 12.34). Santos André e Pedro – Gian Bernini (1598-1680)
CAMINHOS AO
EVANGELHO

O Antigo Testamento se
tornou a principal fonte
para despertar a
esperança messiânica
do povo. Os textos
proféticos começaram
a ser lidos como
indicadores da chegada
do Messias e sua obra.
A Pregação de São Paulo em Éfeso - Eustache Le Sueur
(1616-1655)
CAMINHOS AO EVANGELHO

§ Na interpretação apostólica, a Escritura previu que o


Messias nasceria em Belém (Mq 5.2; Mt 2.1) por
meio do ventre de uma virgem (Is 7.14; Mt 1.22-23).
Ele seria descendente de Abraão (Gn 12.3; Gl 3.16) e
o Filho chamado do Egito (Os 11.1; Mt 2.14-15).
§ Um mensageiro precederia o Cristo (Ml 3.1; Lc 7.27),
o qual seria chamado “nazareno” (Is 11.1; Mt 2.23).
Ele seria o profeta prometido (Dt 18.15; At 3.20-22),
a luz da Galiléia e a esperança do gentios (Is 9.1-2;
Mt 4.13-16).
CAMINHOS AO EVANGELHO

§ O Antigo Testamento também profetizou que o


Cristo falaria em parábolas (Sl 78.2; Mt 13.34-35),
traria cura e libertação (Is 61.1-2; Lc 4.16-21) e
sararia as doenças do povo (Is 53.4; Mt 8.17).
§ De antemão, o texto bíblico falou da entrada do Rei
em Jerusalém sob um jumentinho (Zc 9.9; Jo 12.14-
16) e detalhou o sofrimento do Messias. Ele seria
odiado sem motivo (Sl 69.4; Jo 15.25), traído (Sl 41.9;
Jo 13.18-19), abandonado (Zc 13.7; Mc 14.27,50) e
vendido por trinta moedas de prata (Zc 11.12-13; Mt
26.14-16), valor da compra do campo do oleiro (Zc
11.12-13; Mt 27: 9-10).
CAMINHOS AO EVANGELHO

§ Na sua agonia, os seus inimigos lhe dariam vinagre


para beber (Sl 69.21; Jo 19.28-30), a sua roupa seria
sorteada (Sl 22.18; Jo 19.24), mas nenhum osso lhe
seria quebrado (Sl 34.20; Jo 19.33-36).
§ As profecias veterotestamentárias dizem que o
Messias morreria, mas seu corpo não entraria em
decomposição, uma vez que o mesmo seria
levantado dentre os mortos pela mão do Pai (Sl 2.7;
16.8-11; At 13.32-37).
CAMINHOS AO
EVANGELHO

Além da Escritura, a
diáspora dos judeus
também foi um
elemento propício ao
evangelho. Várias
dispersões judaicas
ocorrem até os tempos
de Cristo. Algumas
foram espontâneas,
outras, forçadas. Paulo e Barnabé pregando em Listra – Nicolaes Berchem
(1620-1683)
A Diáspora dos judeus Século

Deportação de Israel para Assíria e redondezas VIII a.C

Deportação de Judá para Babilônia VI a.C

Fuga dos judaítas para o Egito VI a.C

Migração para Alexandria IV-III a.C.

Migração para Antioquia IV-III a.C.

Migração de judeus para Lídia e Frígia II a.C

Deportação dos judeus para Roma I a.C


CAMINHOS AO
EVANGELHO

Esse fenômeno foi


responsável por
espalhar judeus pelos
quatro cantos do
mundo. No primeiro
século havia mais
judeus na diáspora do
que na Palestina. O
livro de Atos evidencia
a presença de judeus Pedro e João correndo até o sepulcro – Eugène Burnand
(1850-1921)
em muitos lugares.
CAMINHOS AO EVANGELHO

§ Atos 2.7-11:
Estavam atônitos e se admiravam, dizendo:— Vejam! Não
são galileus todos esses que aí estão falando? Então como
os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua
materna? Somos partos, medos, elamitas e os naturais da
Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia,
da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações
de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus
como prosélitos, cretenses e árabes. Como os ouvimos
falar sobre as grandezas de Deus em nossas próprias
línguas?
CAMINHOS AO
EVANGELHO

Onde havia judeus


havia sinagogas.
Ninguém sabe ao certo
a origem dessas
comunidades. Mas
temos razoável certeza
sobre o que definia
uma sinagoga e como
se desenrolava o seu
funcionamento. Um debate teológico – Eduard Frankfort (1864-1920)
CAMINHOS AO EVANGELHO

§ “A sinagoga era lugar de oração, onde a congregação


se reunia no Sabbath e em dias santos. Era também
escola, onde se estudava a Torah; algumas das
sinagogas escavadas continham salas especiais de
aulas. E era um centro da comunidade, onde os
membros podiam se reunir por razões específicas
como assar pão sem fermento ou para fins gerais de
sociabilidade.” (STAMBAUGH e BALCH, 1996).
CAMINHOS AO
EVANGELHO

Não é um exagero dizer


que a sinagoga foi o
berço do Cristianismo
no mundo. Jesus iniciou
seu ministério de
pregação na sinagoga, e
os missionários cristãos
pregaram em muitas
delas, como evidencia o
livro de Atos. Jesus curando a mulher enferma – James Tissot (1836-1902)
CONCLUSÃO

§ Assim, por meio da esperança messiânica, do contexto


da dispersão e do ambiente da sinagoga, Deus
preparou seu povo para o evangelho.
§ Portanto, vale a pena pensar: Como Deus preparou seu
coração para você conhecer o evangelho? Pense nas
pessoas que ele moveu, nas circunstâncias que ele
construiu, nas aflições permitidas.
§ Assim como ele preparou seu povo para encontrá-lo, o
Senhor também preparou você para ele.
CAMINHOS AO EVANGELHO (II)
INTRODUÇÃO

A língua, a filosofia e o contexto religioso pagão dos


gregos também se configuram como elementos
preparadores ao evangelho assim como certas
políticas públicas de Roma.
Nesta seção entenderemos como Deus trabalhou
para conduzir o mundo gentílico a Cristo.
CAMINHOS AO
EVANGELHO

O grego coiné era a


língua comercial do
primeiro século. Isso
facilitou muito a
pregação do evangelho
para todas as nações.
Eis o motivo pelo qual o
Novo Testamento foi
escrito integralmente
em grego. São Paulo escrevendo suas epístolas – Valentin de
Boulogne (1591-1632)
CAMINHOS AO
EVANGELHO

O idioma unificado
ajudou a comunicação
do evangelho tanto
quanto o sistema de
estradas e correios que
Roma criou. Todos
podiam viajar e se
comunicar com
segurança e eficácia.
São Paulo escrevendo suas epístolas – Valentin de
Boulogne (1591-1632)
CAMINHOS AO
EVANGELHO

No início do primeiro
século haviam várias
filosofias nas quais
podemos ver certa
aproximação do
monoteísmo,
discussões sobre
imortalidade e variados
ensinos que exaltam a
dignidade humana e a São Paulo escrevendo suas epístolas – Valentin de
Boulogne (1591-1632)
consciência sã.
CAMINHOS AO
EVANGELHO

Por causa desses


desenvolvimentos, na
avaliação do erudito
Manuel Alexandre
Júnior (2021), a filosofia
grega se tornou um dos
elementos que mais
contribuíram na
preparação do mundo
para Cristo. São Paulo escrevendo suas epístolas – Valentin de
Boulogne (1591-1632)
“Quem é Platão senão Moisés falando ático?”
- Numênio.
CAMINHOS AO
EVANGELHO

O contexto religioso da
época também é um
fator que merece
atenção. A mitologia
grega estava em
descrédito. Os deuses
não eram modelos de
caráter louvável e todos
eles eram reféns de
uma força maior que A Academia de Platão em Atenas – Mosaico em
Pompeia (século I)
controlava o destino.
CAMINHOS AO
EVANGELHO

Além disso, muitas


necessidades espirituais
como imortalidade,
perdão dos pecados e
libertação dos vícios
não eram satisfeitas
pela adoração aos
deuses tradicionais. Por
isso o mundo se abriu
ao monoteísmo e as A Academia de Platão em Atenas – Mosaico em
Pompeia (século I)
religiões de mistério.
CAMINHOS AO
EVANGELHO

Por fim, o culto ao


imperador era a religião
que mais crescia no
primeiro século. Trata-
se de adoração aos
governantes romanos.
Os apóstolos se
apropriaram do
vocabulário dessa
religião para divulgar a Augusto de Prima Porta
palavra.
Movimento filosóficos e religiosos Fundador

Platonismo Platão
Epicurismo Epicuro
Estoicismo Zenão
Cinismo Antístenes
Mitologia grega Povo grego
Culto ao imperador Augusto
Misticismo oriental Povos orientais
CONCLUSÃO

Por meio de religiões e filosofias sem diálogo com


Israel, Deus preparou o mundo para o Messias. Dentre
muitos pensamentos equivocados, ideias brilhantes
foram cultivadas no coração dos homens.
De fato, o Senhor marcou presença em várias culturas
e deu testemunho de si ao mundo. Ele trabalhou com
aquilo que era bom e o que era absurdo para conduzir
suas ovelhas ao único rebanho e único pastor.
Portanto, pare para pensar em como as religiões e
tradições erradas serviram para pré-evangelizar você.
OBSTÁCULOS AO EVANGELHO
INTRODUÇÃO

Nem tudo era flores. A igreja primitiva enfrentava


grandes desafios para evangelizar.
A seguir apresentaremos sete obstáculos que
dificultavam a evangelização da igreja primitiva.
OBSTÁCULOS AO EVANGELHO

1. A formação dos discípulos;


2. A mensagem evangélica;
3. A preconceito;
4. O status de seita judaica;
5. O status de religião clandestina;
6. Fé exclusiva;
7. Ética elevada.
CONCLUSÃO

A mensagem do evangelho nunca foi popular. No


passado houve problemas para o mundo aceitá-la.
Hoje enfrentamos questões semelhantes. Mas a
nossa segurança está no fato de que Deus está por
trás da história que estamos construindo.
Paulo César Araújo - 2022

REFUTANDO OBJEÇÕES AO EVANGELISMO


INTRODUÇÃO

Conta-se a história que Jesus foi para o céu depois


de sua ascensão e conversou com um dos anjos. O
anjo lhe perguntou:
- Mestre, o Senhor deve ter sofrido muito por
aquelas pessoas na terra.
Jesus respondeu:
- É verdade.
O anjo indagou então:
- Todos sabem o quanto o Senhor os amou e tudo
o que fez por eles?
INTRODUÇÃO

Jesus replicou:
- Não, só alguns na Palestina sabem disso no
momento.
O anjo curioso fez outra pergunta:
- O que o Senhor fez então para que todos fiquem
sabendo a seu respeito?
Jesus lhe disse:
- Pedi a Pedro, Tiago, João e alguns outros para se
dedicarem à tarefa de falar a todos sobre mim, e
esses outros passarem adiante a informação, até
que o mundo inteiro saiba o que fiz.
INTRODUÇÃO

O anjo, meio incerto, lhe falou:


- Mas e se eles se cansarem? Se as pessoas depois
de Pedro, Tiago e João se esquecerem? E se as
pessoas no século vinte não falarem seu nome? O
Senhor não fez outro plano?
Jesus concluiu:
- Não tenho outros planos. Estou contando com
eles.
INTRODUÇÃO

A evangelização é o único plano de Jesus para fazer


o seu nome conhecido e louvado. Ele conta com
seus discípulos.
Será que nem todos os cristãos sabem disso? Por
que o evangelismo ainda é negligenciado? Quais
são as razões pelas quais os discípulos atuais não
evangelizam? Como ajudar os irmãos a abraçar a
evangelização?
DESCULPAS PARA NÃO EVANGELIZAR
INTRODUÇÃO

Infelizmente há muitas desculpas que os cristãos de


hoje apresentam para não evangelizar.
Portanto, selecionamos as desculpas mais
frequentes para refutá-las à luz das Escrituras.
De antemão afirmo que a nossa lista é aberta.
Outras desculpas podem ser adicionadas.
DESCULPAS PARA NÃO EVANGELIZAR
1 Tenho medo
2 Não é minha responsabilidade
3 Não tenho conhecimento
4 Antes vamos resolver os problemas da igreja
5 Não tenho tempo
6 As pessoas não vão ouvir
7 Não conheço não-cristãos
8 Sinto-me despreparado
9 Vou orar
10 O Espírito Santo faz a obra
11 As pessoas não estão perdidas
12 Não tenho dinheiro
O problema da covardia

“TENHO MEDO”
O problema da covardia:

Deus não nos deu espírito de covardia (2Tm 1.6-7);


Os tímidos não herdarão no reino dos céus (Ap 21.8);
Quem rejeita sua pregação não rejeita você, mas a Cristo (Lc 10.16).

“TENHO MEDO”
Esquiva da missão

“NÃO É MINHA RESPONSABILIDADE”


Esquiva da missão

Paulo enxerga o evangelismo como sua obrigação (1Co 9.16);


É impossível não lembrar do atalaia (Ez 3.16-21);
O lema dos apóstolos e o exemplo da igreja (At 4.20,31; 8.4).

“NÃO É MINHA RESPONSABILIDADE”


Equívoco sobre o nível de instrução

“NÃO TENHO CONHECIMENTO”


Equívoco sobre o nível de instrução

Qual conhecimento bíblico este ex-endemoniado possuía? (Mc 5.18-20);


Deus não escolheu os sábios, mas gente com pouca instrução (1Co 1.26-29);
Evangelizar é testemunhar, não necessariamente dar aula (At 1.8).

“NÃO TENHO CONHECIMENTO”


Erro de prioridade

“ANTES VAMOS RESOLVER OS


PROBLEMAS DA IGREJA”
Erro de prioridade

O evangelismo é a melhor obra diante dos problemas (At 8.4);


Os problemas nunca irão se extinguir nesse mundo (Jo 16.33);
Busquem o reino e sua justiça, e os detalhes vão se resolvendo (Mt 6.33).

“ANTES VAMOS RESOLVER OS


PROBLEMAS DA IGREJA”
Falta de organização do tempo

“NÃO TENHO TEMPO”


Falta de organização do tempo

Há tempo para todas as coisas debaixo do céu (Ec 3.1-8);


O sábio aproveita bem seu tempo (Ef 5.15-16);
Todo tempo é tempo de estar preparado para pregar (2Tm 4.2).

“NÃO TENHO TEMPO”


Pessimismo

“AS PESSOAS NÃO VÃO OUVIR”


Pessimismo

Certo dia, Moisés falou palavras dessa natureza (Ex 4.1);


Jesus disse que as suas ovelhas ouvirão a sua voz (Jo 10.1-5,16,27);
A palavra de Amós parece bem aplicável aos nossos dias (Am 8.11).

“AS PESSOAS NÃO VÃO OUVIR”


Isolamento

“EU NÃO CONHEÇO NÃO-CRISTÃOS”


Isolamento

Talvez essa desculpa não mostre a realidade. Nem todos são da fé (2Ts 3.1-2);
Nesse caso, essas palavras de Jesus fazem muito sentido (Mt 5.14-16);
Mas de qualquer maneira, esteja preparado (1Pe 3.15).

“EU NÃO CONHEÇO NÃO-CRISTÃOS”


O despreparo como obstáculo

“ME SINTO DESPREPARADO”


O despreparo como obstáculo

Moisés, Gideão e Jeremias também se sentiram assim (Ex 4.10-15; Jz 6.12-16; Jr 1.4-9);
Jesus está contigo todos os dias e o Espirito te ajuda na hora de falar (Mt 28.19; Mc 13.11);
Você pode errar! Os discípulos erraram bastante durante o aprendizado.

“ME SINTO DESPREPARADO”


Falta de ação

“VOU ORAR”
Falta de ação

Já percebeu que a palavra “ação” está dentro do termo “oração”?;


Orar ajuda, mas nada substitui a ação (Tg 2.14-16);
Veja o exemplo de Jesus (Mc 1.35-39).

“VOU ORAR”
Equívoco sobre a soberania de Deus

“O ESPÍRITO SANTO FAZ A OBRA”


Equívoco sobre a soberania de Deus

O Espírito usa a palavra pregada como instrumento de trabalho (Ef 6.17);


Como crerão sem ouvir a palavra? (Rm 10.14-17);
O Espírito motiva a pregação (At 2.4; 4.8,31; 6.10; 11.23-24).

“O ESPÍRITO SANTO FAZ A OBRA”


Equívoco sobre o estado espiritual do mundo

“AS PESSOAS NÃO ESTÃO PERDIDAS”


Equívoco sobre o estado espiritual do mundo

Não há um justo sequer. Todos estão debaixo de juízo (Rm 3.9-12,23);


A porta da perdição é larga, e muitos estão entrando por ela (Mt 7.13);
O deus deste século cegou o entendimento das pessoas (2Co 4.4).

“AS PESSOAS NÃO ESTÃO PERDIDAS”


A pobreza como empecilho

“NÃO TENHO DINHEIRO”


A pobreza como empecilho

Não é preciso ter dinheiro para começar (At 3.6);


O nosso tesouro está dentro de nós (2Co 4.5-7);
A nossa riqueza não importa, mas as insondáveis riquezas de Cristo (Ef 3.8).

“NÃO TENHO DINHEIRO”


CONCLUSÃO

Não há desculpa que justifique a nossa negligência.


Portanto, com o evangelho no coração, vamos em
frente.
Paulo César Araújo, 2022

MODELOS BÍBLICOS DE EVANGELIZAÇÃO


Introdução

A aula de hoje tem o objetivo de transmitir ideias


para evangelizar com base nos exemplos dos
personagens bíblicos que praticaram evangelismo
eficaz.
Em primeiro lugar, explicaremos a atividade
evangelística de Jesus. Em seguida vamos extrair
lições de três histórias: Jesus e a samaritana, Felipe e
o Eunuco, e Paulo e os atenienses. Por fim,
estudaremos o caso do evangelismo de João Batista.
Evangelização ao estilo de Jesus
Introdução

A evangelização do Senhor Jesus era motivada pelo


sentimento de compaixão, pela sua inegociável
submissão a Deus e por força do Espírito.
Cristo se compadecia da miséria humana qualificada
pela doença (Mt 14.14; 20.34; Mc 1.41), luto (Lc
7.13), fome (Mc 8.2) e falta de instrução (Mc 6.34). O
amor aos perdidos sempre motivou Cristo a agir.
Sem compaixão é impossível realizar uma
evangelização eficaz.
Introdução

Além disso, Jesus disse que nada pode fazer


independentemente do Pai (Jo 5.19,30). Ele não veio
de si mesmo, mas foi enviado (Jo 8.42). Cristo desceu
do céu não para fazer sua própria vontade, mas a
daquele que o enviou (Jo 6.38). Todas as obras que
Jesus fez foram atribuídas ao Pai que permanecia
nele (Jo 14.10). Todo seu ensino não foi formulado
por ele, mas por Deus (Jo 7.16; 14.24).
Não existe evangelização frutífera sem dependência
de Deus.
Introdução

Por fim, Jesus foi ungido pelo Espírito Santo para


pregar o evangelho e fazer obras maravilhosas (Mt
12.17-21; Lc 4.14-21; At 10.37-38). Dessa forma ele
inaugurou o Reino Deus anunciado pelo evangelho
(Mt 12.28).
Sem a livre atuação do Espírito em nossa vida, toda
evangelização estará fadada ao fracasso.
Cristo era motivado pela compaixão, dependência de
Deus e poder do Espírito. Mas qual era o método que
ele usava para evangelizar?
Evangelização
ao estilo de
Jesus
Não há nada melhor
que aprender a
evangelizar a partir
do exemplo de
Jesus. Ele foi o
maior evangelista
de todos os tempos.
O seu método é
inconfundível e
aplicável aos dias Pesca Milagrosa - James Tissot (1836-1902)
atuais.
Evangelização
ao estilo de
Jesus
No transcorrer do
seu ministério
terrestre, Cristo
praticou uma
evangelização
integral composta
de três ingredientes
indissociáveis.1
Sermão da Montanha – Rudolf Yelin D. Ä. (1864-1940)
Pregação
Comunhão
Serviço
Assim nasceu a
evangelização ao
estilo de Jesus.
Evangelização
ao estilo de
Jesus
Jesus costumava ter
comunhão com os
pecadores que
ansiavam possuir
uma nova vida. Ele
investia tempo para
conversar e se
envolver com esse
público específico.
Jesus e a Samaritana – Annibale Carracci (1560-1609)
Evangelização ao estilo de Jesus

§ Mateus 9.10-12:
Estando Jesus à mesa, na casa de Mateus, muitos
publicanos e pecadores vieram e tomaram lugares com
Jesus e os seus discípulos. Vendo isto, os fariseus
perguntavam aos discípulos de Jesus:
— Por que o Mestre de vocês come com os publicanos
e pecadores?
Mas Jesus, ouvindo, disse:
— Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes.
Evangelização ao estilo de Jesus

§ Marcos 9.20-22:
Quando ele viu Jesus, o espírito imediatamente agitou
o menino com violência, e, caindo ele por terra,
revolvia-se espumando. Jesus perguntou ao pai do
menino:
— Há quanto tempo isso está acontecendo com ele?
O pai respondeu:
— Desde a infância; e muitas vezes o tem lançado no
fogo e na água, para o matar. Mas, se o senhor pode
fazer alguma coisa, tenha compaixão de nós e ajude-
nos.
Evangelização ao estilo de Jesus

§ Lucas 19.5:
Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para
cima, disse:
— Zaqueu, desça depressa, porque hoje preciso ficar
na sua casa.
Evangelização
ao estilo de
Jesus
Além disso, os seus
dons foram usados
para agraciar seus
semelhantes. Jesus
servia as pessoas
com aquilo que
recebeu de Deus.
Ele exerceu seu
poder milagroso
como prática
evangelística. Jesus cura um homem mudo possesso – James Tissot (1836-1902)
Evangelização ao estilo de Jesus

§ Lucas 4.18-19:
O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me
ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para
proclamar libertação aos cativos e restauração da
vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos
e proclamar o ano aceitável do Senhor.
Evangelização ao estilo de Jesus

§ Lucas 7.22:
Voltem e anunciem a João o que vocês viram e
ouviram: os cegos veem, os coxos andam, os
leprosos são purificados, os surdos ouvem, os
mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo
pregado o evangelho.
Evangelização
ao estilo de
Jesus
Nessa atmosfera, a
palavra era pregada
às pessoas que
foram servidas e
valorizadas por ele.
A comunhão e o
serviço eram arados
que preparavam os
corações de terra
boa para receber a
semente eterna. Venham a mim as criancinhas – Carl Heinrich Bloch (1843-1890)
Evangelização
ao estilo de
Jesus
Também fazemos
questão de destacar
que a palavra de
Jesus era diferente
de tudo que já se
ouviu. Ele falava
aquilo que as
pessoas precisavam
ouvir. Por isso, o
povo se enchia de Sermão da montanha – Carl Heinrich Bloch (1843-1890)
perplexidade.
Evangelização ao estilo de Jesus

§ Lucas 4.36:
Todos ficaram admirados e comentavam entre si:
— Que palavra é esta? Pois, com autoridade e poder,
ele ordena aos espíritos imundos, e eles saem.
Evangelização ao estilo de Jesus

§ Mateus 7.28-29:
Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, as
multidões estavam maravilhadas com a sua doutrina,
porque ele as ensinava como quem tem autoridade,
e não como os escribas.
Evangelização ao estilo de Jesus

§ João 7.32,45-46:
Os fariseus, ouvindo a multidão murmurar essas coisas
a respeito de Jesus, juntamente com os principais
sacerdotes enviaram guardas para o prender...
Os guardas voltaram à presença dos principais
sacerdotes e fariseus, e estes lhes perguntaram:
— Por que vocês não o trouxeram?
Eles responderam:
— Jamais alguém falou como este homem.
Conclusão

Através da sua conduta, Jesus nos ensinou que


evangelizar não é somente falar, mas também servir
e se relacionar. As nossas atitudes proclamam o
evangelho tão bem quanto as palavras.
Quais são as ideias que você tem para comunicar sua
fé através do relacionamento, cortesia e ensino?
Lições sobre três histórias
evangelísticas
Introdução

As narrativas bíblicas não se limitam a transmitir


doutrinas e valores da fé, mas também ideias
práticas para servir a Deus.
A seguir examinaremos três histórias bíblicas que
portam instruções preciosas para evangelizar, a
saber: A conversa de Jesus e a samaritana, o
encontro de Felipe e o eunuco, e o diálogo de Paulo
com os atenienses.
Jesus e a
samaritana

João 4.1-26

Jesus e a Samaritana – Annibale Carracci (1560-1609)


Filipe e o
eunuco

Atos 8.26-40

O batismo do eunuco – Rembrandt (1606-1669)


Paulo e os
atenienses

Atos 17.14-31

Paulo pregando em Atenas – Rafael (1483-1520)


Princípios evangelísticos de
João Batista
Introdução

A vida de João Batista merece ser alvo de estudo e


reflexão. Segundo Jesus, dos nascidos de mulher,
ninguém é maior que João (Mt 11.6). Além de sua
grandeza, o texto bíblico fala do seu trabalho de
evangelização (Lc 3.8).
Ao menos três princípios evangelísticos podem ser
inferidos a partir do que João fazia. Ele atraía o
mundo, apontava pra Cristo e saia de cena2.
Princípios
evangelísticos
de João Batista
Primeiramente,
João atraía o mundo
para si, não só por
causa dos fatores
exteriores, mas
sobretudo, por
causa dos interiores.
Somente homens de
Deus diferenciados
conseguem a A Pregação de João Batista no Deserto – Massimo
atenção do mundo. Stanzione (1585-1656)
Princípios evangelísticos de João Batista

§ Marcos 1.4-6:
E foi assim que João Batista apareceu no deserto,
pregando batismo de arrependimento para remissão
de pecados. E toda a região da Judeia e todos os
moradores de Jerusalém iam até ele. E, confessando
os seus pecados, eram batizados por ele no rio
Jordão. A roupa de João era feita de pelos de camelo.
Ele usava um cinto de couro e se alimentava de
gafanhotos e mel silvestre.
Princípios evangelísticos de João Batista

§ Marcos 6.19-20:
Herodias odiava João Batista e queria matá-lo, mas
não conseguia fazer isso. Porque Herodes temia
João, sabendo que era homem justo e santo, e o
mantinha em segurança. E, quando o ouvia, ficava
perplexo, embora gostasse de escutá-lo.
Princípios
evangelísticos
de João Batista
Mas João não
queria exaltar seu
nome ou criar uma
rede de discípulos
para si. Ele atraía o
mundo para que
todos fossem
atraídos por Cristo.
O batizador sempre
apontou para o
Messias. Crucificação – Matthias Grünewald (1470-1528)
Princípios evangelísticos de João Batista

§ João 1.29:
No dia seguinte, vendo que Jesus vinha em sua
direção, João disse:
— Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo!
Princípios
evangelísticos
de João Batista
Por fim, João saía de
cena. Depois de
conduzir almas para
Cristo, ele some. Em
nenhum momento
João trabalhou para
“fazer seu nome”.
Seu alvo era
engrandecer o
nome de Jesus.
Crucificação – Matthias Grünewald (1470-1528)
Princípios evangelísticos de João Batista

§ João 3.25-27:
Então surgiu uma discussão entre os discípulos de
João e um judeu a respeito da purificação. E foram
até João e lhe disseram:
— Mestre, aquele que estava com o senhor no outro
lado do Jordão, do qual o senhor deu testemunho,
está batizando, e todos vão até ele.
João respondeu:
— Ninguém pode receber coisa alguma se não lhe
for dada do céu.
Princípios evangelísticos de João Batista

§ João 3.28-30:
Vocês mesmos são testemunhas de que eu disse:
“Eu não sou o Cristo, mas fui enviado como o seu
precursor.” O que tem a noiva é o noivo; o amigo do
noivo que está presente e o escuta se alegra muito
por causa da voz do noivo. Pois essa alegria já se
cumpriu em mim. Convém que ele cresça e que eu
diminua.
Conclusão

Vivamos nesse mundo de um jeito de diferente para


impactar as pessoas. Quando o povo olhar para nós,
mostremos Cristo. Em seguida, saíamos de cena. Isso
não significa que não ajudaremos os novos
convertidos. Precisamos continuar assistindo todos
eles, mas com cuidado para não favorecer o culto a
personalidade.
Que aconteça mais evangelizações ao estilo de João
Batista em nossa fraternidade!
Bibliografia

1 PESTANA, Álvaro César. O que queremos comunicar?


Web-Aula TP07-01 – Evangelização (I): LEITURA
OBRIGATÓRIA. Brasil: Escola de Teologia em Casa, 2013.
2 PESTANA, Álvaro César. O que queremos comunicar?

Web-Aula TP07-02 – Evangelização (II): LEITURA


OBRIGATÓRIA. Brasil: Escola de Teologia em Casa, 2013.
Paulo César Araújo, 2022

O PÚBLICO-ALVO DA EVANGELIZAÇÃO
Introdução

No mundo digital muito se fala sobre a importância das


empresas definirem seu público-alvo, também chamado
de avatar. Esses termos são usados para descrever o
perfil das pessoas com mais potencial de se tornarem
clientes.
Esse conceito pode ser visto na evangelização de Jesus e
dos missionários antigos e aplicado ao trabalho dos
discípulos atuais. Sabemos que precisamos estar abertos
para evangelizar a todos, mas há um público específico
que merece mais atenção: os prováveis adeptos ao
evangelho.
Introdução

Durante seu ministério terrestre, Jesus delimitou seu


público-alvo; procurou evangelizar pessoas que possuíam
um determinado perfil.
Essa delimitação foi baseada em três fatores: (i) fator
regional, (ii) fator econômico e (iii) fator religioso.
Na esfera da evangelização dar preferência a algumas
pessoas não é acepção; é metodologia. Temos apenas
uma vida curta para salvar o maior número de pessoas
possível. Por isso precisamos ir atrás do público que tem
mais chances de aceitar nossa mensagem. Jesus fez isso.
Fator regional

# Procure pessoas da sua área


Fator
regional
Jesus morou em duas
cidades da região da
Galileia: Nazaré e
Cafarnaum (Lc 4.16;
Mc 2.1; 9.33). Todos
os apóstolos do
Senhor eram galileus
(At 2.7). Por isso
Cristo pregou a maior
parte do seu tempo
na Galileia (Mt 4.23). Pesca Milagrosa - James Tissot (1836-1902)
Fator
regional
Por que Jesus,
seguindo o conselho
dos seus irmãos, não
saiu daquele “fim de
mundo” para fazer
evangelização nas
grandes cidades da
Judeia? (Jo 7.3-4).
Porque ele priorizou a
evangelização da
região a qual possuía O Sermão da Montanha – Carl Bloch (1834-1890)
maior vínculo.
Fator
regional
Na metodologia de
Cristo, o evangelismo
começa pelos nossos
conhecidos. Muitos
desejam fazer
grandes missões
internacionais sem
fazer nada no seu
próprio lugar. Ora,
não este não é o
padrão bíblico. Pesca Milagrosa - James Tissot (1836-1902)
Fator
regional
As grandes viagens
missionárias do livro
de Atos começaram
sempre pela região de
um dos missionários.
A primeira viagem
começou pela terra
de Barnabé (At 4.36;
13.4) e a segunda
começou pela terra
de Paulo (At 15.40-41; O Sermão da Montanha – Carl Bloch (1834-1890)
21.39).
Aplicação

Quais são os contatos que você tem em seu bairro?


Pense nas pessoas que você conhece ou que pelo menos
vê com frequência no seu dia a dia. Deus te colocou
como luz para alcançá-las. Você não mora nesse bairro
por acaso.
Fator econômico

# Priorize evangelizar pessoas pobres


Fator econômico

§ Tiago 2.5-7:
Escutem, meus amados irmãos. Por acaso Deus não
escolheu os que para o mundo são pobres para serem
ricos em fé e herdeiros do Reino que ele prometeu aos
que o amam? No entanto, vocês desprezam os pobres.
Por acaso não são os ricos que oprimem vocês e não são
eles que os arrastam para os tribunais? Não são eles os
que blasfemam o bom nome que foi invocado sobre
vocês?
Fator
econômico
Por que Jesus não
priorizou a
evangelização dos
ricos para estes
patrocinar e
impulsionar seu
trabalho? Esse não
seria o caminho mais
rápido para fazer seu
nome conhecido?
Não mesmo. É difícil Pesca Milagrosa - James Tissot (1836-1902)
um rico se converter.
Fator econômico

§ Marcos 10.25:
É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha
do que um rico entrar no Reino de Deus.
Fator
econômico
A maioria das pessoas
que aceitam o
evangelho são ou
eram pessoas
desprovidas de
dinheiro, erudição e
poder (1Co 1.26-29).
O Cristianismo
autêntico sempre será
a religião dos pobres.
Os ricos já têm seu O Sermão da Montanha – Carl Bloch (1834-1890)
deus: mamom.
Fator
econômico
Desde o Antigo
Testamento, Deus
mostrou um carinho
especial pelos pobres.
Ele é o socorro e
amparo dos
necessitados (Sl 12.5;
40.17; 70.5; 109.31).
Por isso, nos dias de
sua carne, Cristo
priorizou evangelizar
os mais carentes (Lc Pesca Milagrosa - James Tissot (1836-1902)
4.18; 6.20; 7.22).
Aplicação

Deus deve gostar muito dos pobres porque fez tantos.


Conhecemos várias pessoas que vivem em relativa
pobreza e talvez nos enquadremos nas mesmas
condições.
Historicamente está comprovado que a igreja cresce mais
rápido quando evangeliza as classes mais baixas da
sociedade.
Portanto, que tal pensar mais nas periferias e subúrbios
da sua cidade?
Fator religioso

# Encontre pessoas tementes a Deus


Fator
religioso
Jesus veio ao mundo
com um alvo
norteador do seu
ministério terrestre:
assistir as ovelhas
perdidas da casa de
Israel (Mt 10.5-6;
15.24; Jo 1.10-11).
Por isso ele deu
pouca atenção aos
samaritanos e O Sermão da Montanha – Carl Bloch (1834-1890)
gentios.
Fator
religioso
O coração dos
verdadeiros israelitas
estava preparado para
receber o Messias.
Além disso havia
muito trabalho a fazer
entre as ovelhas de
Israel (Mt 9.35-38).
Por estes motivos
Jesus deu preferência
à evangelização do Pesca Milagrosa - James Tissot (1836-1902)
povo judeu.
Fator religioso

§ Romanos 3.1-2:
Qual é, então, a vantagem do judeu? Ou qual a
utilidade da circuncisão? Muita, sob todos os
aspectos. Principalmente porque aos judeus foram
confiados os oráculos de Deus.
Fator religioso

§ Romanos 9.4-5:
São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a
glória, as alianças, a legislação, o culto e as
promessas; deles são os patriarcas, e também deles
descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre
todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!
Fator
religioso

Os evangelhos
registram a intensa
expectativa do povo
judeu a respeito da
chegada do Messias
(Mt 2.4; Mc 12.35;
14.61; 15.32; Lc 3.15;
7.20; Lc 23.35; Jo
1.25; 1.41; 4.25; 7.26-
27,40,41,42,52;
11.27; 12.34). O Sermão da Montanha – Carl Bloch (1834-1890)
Fator
religioso

Em consonância com
Jesus, Paulo priorizou
a evangelização dos
judeus (Rm 1.16).
Em suas missões
registradas no livro de
Atos descobrimos que
primeiramente ele
sempre procurava
uma sinagoga a cada
cidade que passava. Pesca Milagrosa - James Tissot (1836-1902)
Aplicação

Procure evangelizar principalmente as pessoas tementes


a Deus, ou seja, as que em certa medida observam
princípios bíblicos.
Na sua família, trabalho e círculo de amizade há pessoas
que temem a Deus? Muitas vezes esse público mantém
sua espiritualidade em casa ou costuma exercitá-la em
alguma igreja.
Jesus está preparando o coração desses homens e
mulheres. Falta apenas você falar do evangelho para
eles.
Conclusão

O estabelecimento de um público-alvo facilita o trabalho


de evangelização.
Olhando para metodologia de Jesus e seus discípulos
podemos enxergar o perfil da pessoa que geralmente
aceita o evangelho. Precisamos orar e fazer de tudo para
encontrar homens e mulheres assim.
Mas nem só de público-alvo vive o evangelista. Nossa
pregação também se destina a um público abrangente: a
toda criatura (Mc 16.15). Estejamos atentos. O que vier
veio.
Paulo César Araújo, 2022

O MÉTODO DE DEUS E
OS MÉTODOS HUMANOS
Introdução

Nesta aula examinaremos o método de Deus e os


diversos métodos que surgem da criatividade humana
para fazer evangelização.
O MÉTODO DE DEUS
O método de Deus

“Estamos constantemente empenhados, senão


obcecados, em arquitetar novos métodos, novos planos
e novas organizações para fazer a Igreja progredir e
assegurar a divulgação e a eficiência do Evangelho. Essa
direção hodierna tem a tendência de perder a visão do
homem ou afogar o homem no plano ou na organização.
O plano de Deus é usar o homem e usá-lo muito mais do
que qualquer outra coisa. Homens são o método de
Deus. A Igreja está procurando métodos melhores; Deus
está buscando homens melhores.
O método de Deus

[…] Tanto o caráter como o sucesso do Evangelho estão


confiados ao pregador. Ele faz ou desfaz a mensagem de
Deus ao homem. O pregador é o canal de ouro pelo qual
o óleo divino flui. O canal deve ser não só dourado, mas
também aberto e sem rachaduras, para que o óleo flua
bem, sem obstáculo e sem desperdício.O homem faz o
pregador. Deus deve fazer o homem. O mensageiro é, se
possível, mais do que a mensagem. O pregador é mais
que o sermão. O pregador faz o sermão. Como o leite
nutridor do seio materno é a própria vida materna, de
igual modo tudo o que o pregador diz está matizado e
impregnado daquilo que o pregador é.
O método de Deus

O tesouro está nos vasos de barro e o sabor do vaso nele


se impregna e pode descorá-lo. O homem, o homem
todo, jaz atrás do sermão. A pregação não é tarefa de
uma hora. É a manifestação de uma vida. É preciso vinte
anos para fazer um sermão, porque são necessários vinte
anos para formar o homem. O verdadeiro sermão é uma
obra de vida. O sermão evoluiu porque o homem se
desenvolveu. O sermão é poderoso, porque o homem
tem poder. O sermão é santo, porque o homem é santo.
O sermão está cheio de unção divina, porque o homem
está cheio de unção divina.” (E. M. Bounds).
O método de Deus

§ Isaías 66.1-2:
Assim diz o Senhor:“O céu é o meu trono, e a terra é o
estrado dos meus pés. Que casa, então, vocês poderiam
construir para mim? Ou que lugar para o meu repouso?
Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas
vieram a existir”, diz o Senhor.“Mas eis para quem
olharei: para o aflito e abatido de espírito e que treme
diante da minha palavra.”
O método de Deus

No decorrer da história bíblica, o Espírito de Deus encheu


pessoas, capacitando-as para realização dos propósitos
divinos.
A necessidade movia o Espírito a encher os servos de
Deus. Os artífices foram cheios para construir (Êx 35.30-
35); os anciãos, para julgar (Nm 11.16-17,25); os juízes,
para defender (Jz 3.9-10; 6.34; 11.29; 13.24-25); os
profetas, para profetizar (Ez 11.5; Mq 3.8; Pe 1.10-12);
Jesus, para salvar (Lc 4.14-21; At 10.37-38; Hb 9.14); a
igreja, para pregar (At 1.8; 2.40; 8.25; 10.42; 18.5;
20.21,24; 23.11; 28.23).
O método de Deus

§ Após a ressurreição de Cristo, irradiou um novo tempo:


a era da igreja. Jesus afirmou que os seus discípulos
receberiam poder ao descer sobre eles o Espírito Santo
(At 1.8). Ora, esse poder não se refere ao dom de
realizar a milagres, pois anteriormente eles haviam
recebido essa autoridade (Mt 10.1,8; Mc 6.7,13; Lc 9.1).
Certamente, o poder é referência a algo desconhecido
por eles que iria ajudá- los a testemunhar o evangelho.
Através da leitura do livro de Atos fica evidente que
essa capacitação do alto proporcionada pelo Espírito é
a coragem para falar de Jesus (At 2.4; 4.8; 4.31; 6.10;
11.24).
O método de Deus

§ O Espírito Santo deseja encher cristãos para que, com


coragem, testemunhem Jesus Cristo por meio da
divulgação do evangelho. O discurso da igreja é uma
poderosa ferramenta do Espírito para esse fim (Ef 6.17).
O resultado da plenitude do Espírito na vida do
discípulo não se resume em coragem para pregar, mas
também em fervor para viver. A intensa atividade do
Espírito Santo na vida humana produz resultados
belíssimos (Gl 5.22-24).
Aplicação

O método de Deus são homens tementes e cheios do


Espírito Santo. Enquanto todos se preocupam estratégias
e estruturas melhores, o Senhor busca homens e
mulheres melhores. Por meio de vidas consagradas
podemos virar o inferno de cabeça para baixo. Nesta fé
John Wesley falou: “Dai-me cem homens que nada
temam senão o pecado, e que nada desejam senão a
Deus, e eu abalarei o mundo”.
Métodos humanos
Métodos humanos

§ Neste segmento vamos apresentar cinco métodos


evangelísticos que podem ser utilizados no evangelismo
pessoal.
Método de
confrontação
A evangelização por
confrontação é o
método usado para
fazer um descrente
pronunciar alguma
resposta à pregação
do evangelho. Nesse
método se trabalha
para colher confissões
de fé do ouvinte.
O Sermão da Montanha – Carl Bloch (1834-1890)
Método
socrático
O objetivo desse tipo
de evangelismo é
fazer perguntas para
motivar o descrente a
refletir sobre as
implicações das
verdades do
evangelho na sua
vida. No método
socrático, o ouvinte
por si mesmo chega O Sermão da Montanha – Carl Bloch (1834-1890)
às respostas.
Método
testemunhal
Esse modo de
evangelizar costuma
ser bem natural.
Trata-se de contar
para os outros o que
Jesus fez em nossa
vida. A narrativa é
simples: “antes de
conhecer Jesus eu era
assim, e hoje sou o
que sou pela graça de O Sermão da Montanha – Carl Bloch (1834-1890)
Deus”.
Método da
inversão
Nesse tipo de
evangelismo nos
sentamos para ser
“evangelizados” por
outra pessoa que
possui uma religião
ou filosofia diferente
da nossa. Enquanto
aprendemos
precisamos encontrar
brechas para O Sermão da Montanha – Carl Bloch (1834-1890)
apresentar Jesus.
Método do
estudo
O estudo bíblico
continua uma ótima
ferramenta para
evangelizar. Ofertas
de cursos bíblicos
chamam muita
atenção. Mas em
contrapartida
depende de um
preparo maior da
parte de quem O Sermão da Montanha – Carl Bloch (1834-1890)
ensina.
Método dos homens

https://youtu.be/Ukm4ZwQPrsE
Maiores erros na hora de
evangelizar
Maiores erros na hora de evangelizar

https://youtu.be/uBQiv-lG15A
A PONTE DA VIDA
UM ESTUDO DA MENSAGEM DO
EVANGELHO
ATRAVÉS DE GRÁFICOS.
COMPILADO E ADAPTADO POR
Álvaro César Pestana
No princípio ...

DEUS
E Deus criou o ...
DEUS homem


Mas o homem caiu no ...

DEUS pecado homem


E o pecado separou ...
DEUS homem
O homem tentou ...
DEUS homem


Mas DEUS amou ...

D E U S homem


Como atravessar esta ponte?
O EXERCÍCIO DOS CINCO DEDOS

DEUS FIDELIDADE
FÉ homem
ARREPENDIMENTO

CONFISSÃO ☺
BATISMO

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