Você está na página 1de 5

O Evangelho

Na cruz, Deus nos trouxe de volta para si por meio de Cristo e nos deu o direito de sermos
chamados filhos de Deus(Rm 8.15-17; 2Co 5.18,19). Agora já não somos mais estranhos e
forasteiros, mas concidadãos do povo santo e membros da família de Deus. Juntos, somos
sua casa, edificados sobre os alicerces dos apóstolos e dos profetas. E a pedra angular é o
próprio Cristo Jesus. Nele somos firmemente unidos, constituindo um templo santo para o
Senhor. Por meio dele, vocês também estão sendo edificados como parte dessa habitação,
onde Deus vive por seu Espírito(Ef 2.19-22).

Adão pecou, o pecado entrou no mundo, e com ele a morte, que se estendeu a todos, porque
todos pecaram(Rm 5.12). E o que o homem perdeu no Jardim do Eden não foi dinheiro,
família, posses ou alimento, mas simplesmente aquilo que supre o vazio que há nele, A
COMUNHÃO COM DEUS (Is 59.2). Observando o que aconteceu no Eden, podemos concluir
que somos nós que corremos de Deus. Sendo assim, o único destino que nos restava era o
inferno, fogo eterno. A partir de agora, Deus começa a expor o seu plano, o mistério que
estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio das eras, para a nossa glória(1 Co
2.7-8). Adão sacrifica um animal par cubrir a sua nudez e de Eva(acredita-se que era um
cordeiro), dando início a uma série de sacrifícios que seriam a sombra daquilo que iria vir.
Tempo depois, nós vemos em Gênesis 22, o Senhor demonstrando seu plano nas entrelinhas
do diálogo de Abraão com Isaque, subindo o monte Moriá para sacrificá-lo:

Isaque disse a seu pai Abraão: "Meu pai! " "Sim, meu filho", respondeu Abraão. Isaque
perguntou: "As brasas e a lenha estão aqui, mas onde está o cordeiro para o holocausto?"
Respondeu Abraão: "Deus mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho". E
os dois continuaram a caminhar juntos(Gn 22.7-8).

E ao longo do Velho Testamento nós começamos a ver, principalmente nos profetas, as


profecias acerca do nascimento de Jesus e seu ministério na terra(Lc 1.26-33).

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de
tudo, por quem fez também o mundo(Hb 1.1,2).

O Senhor envia seu Cordeiro, o Cordeiro de Deus(Jo 1.29), Jesus, a sabedoria e poder de
Deus(1Co 1.24) para morrer no MEU e no SEU lugar. E o que Jesus suportou foi muito mais do
que os açoites e humilhações dos romanos, mas a própria IRA DE DEUS em si, somente Ele
mesmo poderia suportar a sua própria ira, nenhum foi achado digno. Mas Digno é o Cordeiro
que foi morto e reviveu. E o que Deus prefaciou após a queda do homem no Eden(Gn 3.14-15)
se cumpriu, Jesus derrotou a morte e o diabo, nos dando também o direito de vencê-los nEle.
Portanto, através do Seu sacrifício, Cristo nos reconciliou com Deus novamente nos dando
livre acesso à Sua presença(2Co 5.18,19; Hb 10.19-23). Ele tem as chaves da morte e do
inferno e hoje está à direita de Deus intercedendo por nós(1Jo 2.1,2; Ap 1.18).
O batismo como resposta a fé nas boas-novas a respeito de Jesus(At 8.36-38)

O batismo testifica a remissão dos pecados(Mc 16.16). O batismo em si não salva, entretanto
todos os que são salvos, são confirmados pelo batismo. O fundamento a respeito do Batismo
é esse:

Pois bem, devemos continuar pecando para que Deus mostre cada vez mais sua graça? Claro
que não! Uma vez que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele? Ou
acaso se esqueceram de que, quando fomos unidos a Cristo Jesus no batismo, nos unimos a
ele em sua morte? Pois, pelo batismo, morremos e fomos sepultados com Cristo. E, assim
como ele foi ressuscitado dos mortos pelo poder glorioso do Pai, agora nós também
podemos viver uma nova vida(Rm 6.1-4).

Sendo assim , o batismo atesta nossa união com Cristo(Gl 3.27-29), expondo a nossa
mortificação e nova vida nEle(Cl 3.1-10).

"No batismo, recebemos a dádiva de sermos membros do corpo do Senhor e, em


consequência disso, a comunhão corporal com os membros desse corpo. Assim, passamos a
ser com ele um único corpo por meio de seu corpo."(BONHOEFFER, 1937, p. 204)

Nossa reação ao Evangelho

Pois vocês sabem que o resgate para salvá-los do estilo de vida vazio que herdaram de seus
antepassados não foi pago com simples ouro ou prata, que perdem seu valor, mas com o
sangue precioso de Cristo, o Cordeiro de Deus, sem pecado nem mancha. Ele foi escolhido
antes da criação do mundo, mas agora, nestes últimos tempos, foi revelado por causa de
vocês(1Pe 1.18-20).~

Pedro inicia a sua carta falando sobre o sacrifício de Jesus e suas promessas, destinadas
àqueles que aceitam a salvação(Rm 8.23-25). Ele nos encoraja e adverte com relação ao estilo
de vida antigo que herdamos, a fim de que não voltemos para trás, mas que sejamos santos
em tudo, pois fomos comprados pelo precioso sangue de Jesus, o próprio Deus pagou pelo
nosso resgate, pois a Ele pertence a salvação(Is 44.22; Jn 2.9).

Com relação ao Antinomianismo(Em nome da supremacia da fé e da graça divina, prega a


indiferença para com a lei) e Legalismo(Fazendo boas obras ou obedecendo à lei, uma
pessoa ganha e merece a salvação), Paulo refuta tanto o legalismo quanto o legalismo nos
seguintes textos: Rm 6.12-18; Rm 7.7-12; Ef. 2.8,10
Fomos chamados para fazer boas obras. E isso tem a vê com uma fé prática, uma árvore boa
produz frutos bons(Lc 6.43-45). O que Jesus estava dizendo com isso é que aqueles que
possuem uma genuína fé nEle a evidenciariam por meio de suas ações. Tiago foi bem prático
no capítulo 2 de sua carta, se eu digo que tenho fé mas não manifesto como a digo que tenho,
eu não a tenho. Logo, onde existe uma genuína fé em Cristo não há espaço para o
Antinomianismo e nem pro Legalismo, pois apesar de nós não sermos justificados pelas nossas
obras, a verdadeira fé na obra de Jesus na cruz, o que de fato nos justifica diante de Deus, nos
condiciona a viver de maneira santa e piedosa.

A verdade é que todo e qualquer esforço de fugir da cruz de Cristo é proveniente do espírito
do anticristo(1 Jo 2.18-23). As pessoas no geral veem Jesus como um bom homem , que ajudou
muitas pessoas, fez muitos milagres. Mas quando é pregado o Cristo, que Jesus é o Cristo, as
pessoas se ofendem , por que o evangelho nos confronta, nossos pecados são evidenciados
quando somos expostos à verdade que Jesus é o Cristo(Leia Jo 6.60-66 e At.24-25 pra ficar
claro, pois todas as vezes que Jesus é exposto como Filho de Deus, a real intenção das
pessoas também é exposta e a questão é: diante da verdade que Jesus é o Cristo você é do
grupo dos que se ofendem ou daqueles que, como Pedro, se prostram diante dele e o
reconhecem como o Santo de Deus?).

O medo futuro revela a nossa falta de convicção na obra que Jesus realizou na cruz

Em Adão nos estávamos mortos nos nossos pecados delitos(Rm 3.23-28). Agora, o Senhor
começa a revelar seu plano de redenção à humanidade e, na após a queda do homem ele
declara: Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o
descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar(Gn 3.15). O Senhor
envia a Lei, que é boa, para expor nossos pecados e nossa condição de pecador. Nós não
teríamos condições de nos apresentarmos diante de Deus pela Lei, por causa da nossa
natureza pecaminosa o pecado usou a lei que é boa para seus fins perversos(Rm 7.11-13). Em
Gênesis 22 Deus expõe claramente seu plano ao provar Abraão, ele revela como se daria a
reconciliação dEle conosco: "Deus providenciará o Cordeiro para o holocausto, meu filho".
Agora no final dos tempos Deus envia seu filho, o verbo se faz carne(Jo 1.9-11), o preço é pago,
está consumado(Jo 19.30). Agora somos justificados diante de Deus pela fé em Jesus, fomos
salvos com a esperança da redenção do nosso corpo e de desfrutarmos dos direitos de
adoção(Rm 8.23-24).

Na 1° vinda Jesus nos justifica diante de Deus levando nossa culpa sobre si e nos libertando do
poder do pecado. Agora entramos no processo da santificação(Hb 12.14) e só perseveraremos
se os nossos olhos estiverem voltados para Jesus com expectativa na sua 2° vinda, onde
seremos glorificados. Portanto, se não olhamos para a 2° Vinda de Cristo com
expectativa(redenção do nosso corpo - Rm 8.23; Fp 3.20,21) existe algo errado no evangelho
que professamos. Se existe medo/temor em relação à 2° Vinda de Cristo, é evidente que nos
falta convicção na obra que Jesus Cristo realizou na sua 1° Vinda(Jo 19.30; 1Jo 4.17-18).
O chamado de Jesus ao discipulado

Então Jesus disse a seus discípulos: “Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo,
tome sua cruz e siga-me. Se tentar se apegar à sua vida, a perderá. Mas, se abrir mão de sua
vida por minha causa, a encontrará. Que vantagem há em ganhar o mundo inteiro, mas
perder a vida? E o que daria o homem em troca de sua vida? Pois o Filho do Homem virá com
seus anjos na glória de seu Pai e julgará cada pessoa de acordo com suas ações. Eu lhes digo
a verdade: alguns que estão aqui neste momento não morrerão antes de ver o Filho do
Homem vindo em seu reino!”(Mt 16.24-28).~

Eis aí a separação da multidão e os discípulos. Jesus estava trilhando o caminho para cruz,
onde não teria glória, mas seria humilhado e esmagado pelo próprio Deus(Is 53). Sendo
assim, Ele impõe uma condição para a multidão: morram para vocês mesmos e então
poderão me seguir, pois esse é o meu caminho(Fp 2.5-11), só assim serão meus discípulos.

A cruz possui duas naturezas, a substitutiva(obra expiatória de Cristo) e identificacional(o


chamado de Cristo ao discipulado). Em sua carta a igreja em Filipos, Paulo diz que considerava
tudo como perca, a fim de poder ganhar a Cristo e nele ser encontrado. Ele diz que o seu
desejo era experimentar o grande poder que O ressuscitou. E com isso ele estava disposto a
sofrer com Cristo, participando da morte dEle, para alcançar a ressurreição dos mortos(Fp 3.8-
11). Paulo entendeu claramente o chamado de Jesus ao discipulado e estava convicto que sem
a vida de cruz não era possível obter a tão desejada ressurreição. Em contrapartida, ele
aborda como era a vida daqueles que haviam se apropriado dos benefícios da natureza
substitutiva da cruz mas rejeitavam a identificacional , que faz alusão a renúncia e sofrimento,
os chamados INIMIGOS da cruz:

Irmãos, sejam meus imitadores e aprendam com aqueles que seguem nosso exemplo. Pois,
como lhes disse muitas vezes, e o digo novamente com lágrimas nos olhos, há muitos cuja
conduta mostra que são, na verdade, inimigos da cruz de Cristo. Estão rumando para a
destruição. O deus deles é seu próprio apetite. Vangloriam-se de coisas vergonhosas e
pensam apenas na vida terrena(Fp 3.17-19).

Em um tempo de relativismo o nosso Deus permanece o mesmo, Ele não pode ser alterado,
mas deve ser adorado(Sl 89.5-11).

Os inimigos da cruz estão presentes também nos nossos dias, eles querem o perdão de Deus,
eles querem se apropriar das promessas de Deus em Jesus, mas não querem renunciar o seu
eu(Ego) e viver em santidade, Deus me ama e é isso que importa, eles dizem. E é verdade que
Deus nos ama, o amor dEle por nós foi evidenciado no sacrifício de Jesus na cruz. Mas esse
mesmo Homem que veio para salvar o mundo, voltará para julgá-lo(At 17.30,31). Em vista
disso, Pedro diz:
Portanto, amados, enquanto esperam que essas coisas aconteçam, esforcem-se para levar
uma vida pacífica, pura e sem culpa aos olhos de Deus(2Pe 3.14).

Que possamos viver uma vida que comprove que Jesus Cristo está vivo e voltará!

Referências bibliográficas

SORGE, Bob. A cruz: o modelo para sua vida com Deus. Tradução de Mariana Bessa Demarchi.
Rio de Janeiro: Themelios, 2021.

KELLER, Timothy. Ego transformado: a humildade que brota do evangelho e traz a verdadeira
alegria. Tradução de Eulália Pacheco Kregness. São Paulo: Vida Nova, 2014.

BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. Tradução de Murilo Jardelino e Clélia Barqueta. São


Paulo: Mundo Cristão, 2016.

Você também pode gostar