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O SACRAMENTO DO

BATISMO
O Batismo é o fundamento de toda
a vida cristã, a porta que dá
acesso aos outros sacramentos.
Pelo Batismo somos libertos do
pecado original e regenerados
como filhos de Deus: tornamo-
nos membros de Cristo e somos
incorporados na Igreja
(CIC 1213)
Batizar significa
“mergulhar”, “imergir”. A
“imersão” na água
simboliza a sepultura do
cristão na morte de Cristo,
de onde sai pela
ressurreição com Ele como
“nova criatura”
(2Cor 5,17; Gl 6,15).
O Batismo na história da salvação

Desde o princípio do mundo,


a água é a fonte da vida e da
fecundidade. A Sagrada
Escritura a vê como “grávida”
do Espírito de Deus
(cf. Gn 1,1).
A Igreja viu na arca de Noé
uma prefiguração da
salvação pelo Batismo. Com
efeito, graças a ela, “um
pequeno grupo, ao todo oito
pessoas, foram salvas pela
água” (1Pd 3,20).
Mas, se a água da nascente
simboliza a vida, a água do mar
é um símbolo da morte. É,
sobretudo, a travessia do Mar
Vermelho, verdadeira libertação
de Israel da escravidão do Egito,
que anuncia a libertação
operada pelo Batismo.
O BATISMO DE CRISTO –
Todas as prefigurações da
Antiga Aliança encontram a
sua realização em Jesus
Cristo. Ele começa a sua vida
pública depois de Se ter feito
batizar por São João Batista
no Jordão.
O Espírito que pairava sobre
as águas (cf. Gn 1,1) desce
sobre Cristo. Ao abrir-se, o
céu não descarrega a ira
divina, mas presenteia o
amor de Deus, o Espírito,
que pousa pacificamente
sobre Jesus.
Com Cristo, o céu ficou aberto
também para nós. De agora em
diante, podemos enfrentar a vida
não como uma “história suja”
que devemos purificar
constantemente, mas como o
dom da dignidade de filhos de
Deus, da qual devemos cuidar
com alegria e agradecimento.
No momento do batismo de Jesus,
o céu se abriu e do céu veio uma
voz: “Tu és o meu filho amado,
em ti ponho meu benquerer”
(Mc 1,11). Quantas pessoas à
nossa volta sentem o céu fechado
sobre elas? Quantas não se
sabem amadas por Deus como
filhas?
No batismo de Jesus se
manifesta a Trindade:
“Jesus Cristo é batizado por
João. O Espírito Santo desce
em forma de pomba, o Pai
dá testemunho do alto dos
céus” (São Jerônimo)
“Depois do batismo... Jesus de Nazaré
foi ungido por Deus com o Espírito
Santo e com poder. Ele andou por
toda a parte, fazendo o bem...” (At
10,37-38). O que aconteceu conosco
depois do nosso batismo? O que
acontece com as crianças que ainda
hoje são batizadas? Há uma
continuidade na escuta da voz do
Pai, por meio da Sua palavra – em
casa, nas missas, na catequese?
Depois da sua ressurreição,
confere esta missão aos
Apóstolos: “Ide, pois, fazei
discípulos de todas as nações;
batizai-os em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo e
ensinai-os a cumprir tudo
quanto vos mandei” 
(Mt 28,19-20).
“Vão pelo mundo todo e
preguem o evangelho a
todas as pessoas. Quem
crer e for batizado será
salvo, mas quem não crer
será condenado”
(Mc 16,15-16).
“Em verdade, em verdade te
digo: Quem não nascer da água
e do Espírito não pode entrar
no Reino de Deus” (Jo 3,5).
“(...) a carne e o sangue não
podem herdar o Reino de
Deus, nem a corrupção herdar
a incorruptibilidade”
(1Cor 15,50).
O BATISMO NA IGREJA
No dia de Pentecostes, Pedro
declara à multidão:
“Arrependei-vos, e cada um de
vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo para a remissão
dos vossos pecados. Então
recebereis o dom do Espírito
Santo” (At 2,38).
“Todos nós, que fomos batizados
em Cristo Jesus, fomos batizados
na sua morte. Fomos sepultados
com Ele pelo batismo na morte,
para que, assim como Cristo
ressuscitou dos mortos, pela
glória do Pai, também nós
vivamos uma vida nova”
(Rm 6,3-4).
Rm 6 quer responder à pergunta:
Como o fiel se relaciona com a força
condicionante do pecado? Para
Paulo, não podemos mais continuar a
viver sob o domínio do pecado,
porque ele foi derrotado uma vez por
todas, justamente no batismo. Eis,
portanto, o novo ser dos cristãos:
“mortos para o pecado e vivos para
Deus”.
Usando uma linguagem do serviço
militar, Paulo quer salientar que a
liberdade cristã não significa
indiferença, neutralidade,
independência, desligamento
ilusório de qualquer ponto de
referência na vida, autonomia
individualista e egoísta. Em outras
palavras, não se trata de “libertação
de”, mas de “libertação para”.
Retirado do domínio do
pecado, o batizado não entra
numa terra de ninguém. A
vida cristã é nova
obediência, quer dizer,
aceitação do senhorio de
Cristo, que exclui qualquer
outro senhorio.
Os cristãos “morreram para o
pecado”! Não tem mais
sentido viver dominado por
ele. “Como poderíamos viver
ainda no pecado?”, pergunta
o apóstolo. Querer
permanecer sujeito ao pecado
contradiz o ser cristão.
O batismo exprime uma radical
união e pertença ao Senhor,
como também ao seu destino de
morte. Mas a união dos
batizados com Cristo se estende
também ao seu destino de
ressuscitado, do qual se
participa agora pela nova vida.
Quem no batismo se tornou
semelhante à morte de Cristo
está liberto do domínio do
pecado, justamente porque agora
pertence a Cristo. Deu-se uma
passagem de um senhorio a
outro. É nisso que consiste a
eficácia exatamente a eficácia do
sacramento.
Contudo, há algo que precisa ficar
claro. Paulo diz que os fiéis
morreram para o pecado, não que
o pecado esteja morto. Ele é força
sempre temível e ameaçadora. O
domínio perdido pode ser
reconquistado. Destronado, ele
luta para reconquistar o trono.
Ao invés de alimentarem o
pecado, os fiéis devem se
colocar a serviço de Deus,
“como viventes que
ressurgiram do reino dos
mortos”, e experimentar a
novidade de vida na qual estão
imersos por força do batismo.

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