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HUBERTO ROHDEN

PRIMEIRA
EPÍSTOLA
DE SÃO
PEDRO
TRADUÇÃO DO TEXTO ORIGINAL GREGO,
COM AS VARIANTES DA VULGATA E
AMPLAMENTE ANOTADA
UNIVERSALISMO
Primeira Epístola de Pedro

Introdução

1. O chefe dos apóstolos, Pedro – antigamente Simão, ou Simeão (At 15,14; 2


Pd 1,1) – era filho de um tal João, ou Jonas, natural de Betsaida, sobre o lago
de Genesaré (Jo 1,42-44). Foi apresentado a Jesus por seu irmão André, e o
divino Mestre lhe impôs o significativo nome de “Cefas” (ou Kefa), que quer dizer
pedra (Jo 1,42; Mc 3,16; Lc 6,14). Já em vida ocupava Pedro o primeiro lugar
entre os apóstolos. Depois da sua ressurreição, conferiu-lhe Jesus o primado
sobre a sua Igreja, poder esse que São Pedro começou a exercer logo depois
da ascensão do Senhor. A princípio pregou o Evangelho em Jerusalém e na
Palestina; mais tarde, em Roma, aonde foi, provavelmente, logo depois de
libertado do cárcere de Jerusalém. Entretanto, não residia permanentemente na
capital do Império, tanto assim que assistiu ao concílio dos apóstolos em
Jerusalém (At 15); pouco depois o encontramos em Antioquia (Gl 2,11-14).
Morreu mártir, talvez no ano 67, em Roma.

2. A autenticidade da epístola vem abonada pelos escritores cristãos mais


antigos. Eusébio a inclui no rol dos livros sacros universalmente aceitos. Com
isto concorda também o conteúdo da carta. O perfil que da personalidade de
Pedro nos dão os livros históricos do Novo Testamento coincide perfeitamente
com o que temos neste escrito; as mesmas idéias e doutrinas que, segundo os
Atos dos Apóstolos, caracterizam a Simão Pedro, encontramo-las também nesta
epístola.

3. A ocasião externa que lhe deu origem foi a situação aflita e crítica em que se
achavam as cristandades da Ásia Menor, em face da hostilidade do ambiente
pagão. A profissão do cristianismo levantava como que uma barreira entre os
neófitos e seus conterrâneos gentios. Ressentiam-se esses últimos da
separação e tomavam para com os convertidos uma atitude infensa, que, não
raro, se manifestava em calúnias e perseguições (2,12.19.20; 3,14. 17;4.4.12).
Acarretava esse estado de coisas para os neófitos duplo perigo, a saber : o de
se verem tentados a opor resistência ativa aos adversários, ou o de caírem
vítimas de desânimo e tornarem a fazer causa comum com o meio mundano que
os cercava. Pelo que se resolveu o chefe dos apóstolos a inculcar aos leitores
da sua missiva que o cristianismo é a religião verdadeira, não obstante as dores
e as perseguições que a ele se prendem. Exorta-os a levarem uma vida
genuinamente cristã (5,12).

4. Como lugar de origem vem designada Babilônia (5,13). Mas é certo que com
esse nome não se entende a metrópole às margens do Eufrates, senão a cidade
do Tibre. Não somente o Apocalipse (14,8), mas também diversos escritores
judaicos, bem como os livros sibilinos do primeiro século designam a cidade de
Roma com o apelido de Babilônia. Quanto ao tempo da composição, faz a
epístola supor uma larga difusão do Evangelho, o que só era possível após a
atividade de São Paulo em Éfeso e depois da sua partida desta cidade (ano 59).
Em todo o caso, teve a carta origem antes do ano 64, quando rompeu a
perseguição religiosa debaixo de Nero, porque não faz menção alguma dessa
sanguinolenta tragédia.
Primeira Epístola
de São Pedro

1 1Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos peregrinos dispersos no Ponto,


na Galácia, na Capadócia, na Ásia e na Bitínia, 2e que, segundo os desígnios de
Deus Pai e pela santificação do Espírito, são destinados à obediência e à
aspersão do sangue de Jesus Cristo.

A graça e a paz vos sejam dadas abundantes.

Exaltação de Deus. 3Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou, pela ressurreição de
Jesus Cristo dentre os mortos, para uma esperança viva, 4para uma herança
imortal, imaculada imarcescível, que nos está reservada no céu. 5É o poder de
Deus que vos guarda, mediante a fé, a fim de alcançardes a salvação, que no
fim dos tempos se há de manifestar. 6Então exultareis, ainda que agora, se
preciso for, por pouco tempo, tenhais de passar por várias provações. 7Com isso
se há de comprovar a vossa fé, tornando-se mais preciosa do que o ouro
perecível [ouro] acrisolado ao fogo, para louvor, glória e honra vossa, à revelação
de Jesus Cristo. 8Vós o amais, embora não o tenhais visto. Nele credes, ainda
que não o tenhais diante dos olhos. 9Pelo que gozareis duma inefável e gloriosa
alegria, quando tiverdes atingido o alvo da vossa fé: a salvação da alma.
10Salvação esta que já os profetas procuravam e investigavam, vaticinando a
respeito da graça que se vos comunicou. 11Investigavam qual o tempo e quais
as circunstâncias a que aludia o espírito de Cristo que os animava, quando
predizia a paixão e a futura glória de Cristo. 12Revelou-se-lhes que não serviam
ao interesse próprio, mas a vós, com a mensagem que os arautos do evangelho
vos comunicam agora pela virtude do Espírito Santo enviado do céu – coisas
que os próprios anjos desejam contemplar.

Normas da vida cristã


Vida santa. 13Cingi-vos, pois, em espírito; sede sóbrios e ponde toda a vossa
esperança na graça que vos será comunicada quando Jesus Cristo se revelar.
14Como filhos obedientes, não mais vos guieis pelos vossos apetites, como
outrora, quando ignorantes; 15mas sede santos em todo o vosso procedimento,
como é santo aquele que vos chamou; 16porquanto está escrito: “Sede santos,
porque eu sou santo”[Lv 11,44]. 17Se invocais como Pai aquele que, sem acepção
de pessoas, julga a cada um segundo as suas obras, vivei em temor salutar
durante este período da vossa peregrinação. 18Bem sabeis que não foi com
valores caducos, como ouro e prata, que fostes resgatados da vossa vida frívola,
que herdastes dos pais; 19mas, sim, pelo sangue precioso de Jesus Cristo,
cordeiro sem mancha nem defeito. – 20Já antes da criação do mundo fora para
isso escolhido, porém não apareceu senão nos últimos tempos por causa de vós.
21Por ele é que alcançastes a fé em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e
o glorificou; de sorte que a vossa fé é também esperança em Deus.

Amor do próximo. 22Purificaias vossas almas pela obediência à


verdade[caridade], em sincera fraternidade, amando-vos intimamente uns aos
outros; 23pois que renascestes, não de semente corruptível, mas incorruptível,
pela palavra de Deus, que é viva e eterna, 24ao passo que “toda a carne é como
o capim, e toda a sua glória como a flor de campo: murcha o capim e perece a
flor – 25a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente”. Essa palavra é a
que no evangelho vos foi anunciada.

2 1Despojai-vos, pois, de toda a malícia, de toda a astúcia, hipocrisia, inveja, e


de todo o espírito de calúnia.

União com Jesus Cristo. 2Como


crianças recém-nascidas, apetecei o
puro leite espiritual, que vos faça crescer para a salvação; 3porquanto já
saboreastes quão suave é o Senhor.

4Aderi a ele, pedra viva rejeitada pelos homens, mas por Deus escolhida e
elevada a honras. 5Como pedras vivas fazei-vos edificar num templo espiritual,
num sacerdócio santo, oferecendo por Jesus Cristo sacrifícios espirituais e
agradáveis a Deus. 6Diz por isso a Escritura: “Eis que lanço em Sião uma pedra
angular, escolhida, magnífica; quem nela crer não será confundido”[Is 28,16].

7A vós, crentes, é que caberá a honra; ao passo que para os descrentes se


tornou ela a pedra que os arquitetos rejeitaram. Essa é que foi colocada como
pedra angular, 8vindo a ser a “pedra de tropeço, pedra de queda”[Sl 118(117),22].
Poque não obedecem à palavra, por isso é que nela tropeçam; é esse o seu
destino. 9Vós, porém, sois a geração eleita, o sacerdócio régio, a nação santa, o
povo conquistado. Vós é que deveis apregoar as grandezas daquele que das
trevas vos chamou à luz admirável; 10vós, que outrora éreis a negação de um
povo, já agora sois o povo de Deus; outrora desgraçados, sois agora agraciados.

Deveres para com a autoridade. 11Caríssimos,


rogo-vos que, como
hóspedes e peregrinos, vos abstenhais dos apetites carnais, que pelejam contra
a alma. 12Levai conduta irrepreensível no meio dos gentios, para que mesmo
aqueles que vos caluniam como malfeitores vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a Deus no dia em que vos visitar.
13Submetei-vos a toda a autoridade humana por causa do Senhor, quer seja ao
rei como a soberano, 14quer sejam aos governadores que por ordem deles
castigam os malfeitores e louvam os bons. 15Porque é vontade de Deus que pela
prática do bem façais emudecer os homens ignorantes e sem critério. 16Sois
livres, sim, porém não para fazerdes da liberdade um pretexto de malícia, mas
como servos de Deus. 17Honrai a todos, amais os irmãos, temei a Deus, respeitai
o rei.

Deveres dos escravos. 18Escravos, sede submissos aos vossos


senhores com todo o temor; não somente aos bons e moderados, como também
aos de mau gênio. 19Pois é agradável a Deus suportardes as aflições e injustiças,
com o pensamento em Deus. 20Que glória seria essa, se por vossos pecados
sofrêsseis maus tratos? Se, em vez disso, passais aflições apesar de praticardes
o bem, isso, sim, que é agradável aos olhos de Deus. 21Pois a isso é que fostes
chamados; porque também Cristo padeceu por vós deixando-vos exemplo, para
que lhe sigais as pegadas – 22ele, que não cometeu pecado, nem se encontrou
falsidade em sua boca; 23quando injuriado, não injuriava, e, sofrendo, não
ameaçava; mas entregou tudo ao justo[injusto] juiz. 24Levou em seu corpo os
nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que nós, mortos para o pecado,
vivêssemos para a justiça. Por suas chagas é que fostes curados. 25Andáveis
como ovelhas desgarradas; agora, porém, voltastes ao pastor e guarda das
vossas almas.

3 Deveres dos casados. 1Da mesma forma, também vós, mulheres, sede
submissas aos vossos maridos. Assim, os que ainda não obedecem à palavra
serão ganhos mesmo sem palavra, pela conduta das mulheres, 2à vista da vossa
vida pura e timorata. 3Não consista o vosso adorno em exterioridades, em
cabeleiras, adereços de ouro ou luxo de vestuário. 4O que tem valor aos olhos
de Deus é tão-somente o homem oculto e interior com o seu espírito
invariavelmente pacífico e modesto. 5Assim se adornavam antigamente as
santas mulheres que punham em Deus a sua esperança e eram submissas a
seus maridos. 6Assim obedecia Sara a Abraão, chamando-lhe “senhor”. Vós sois
filhas delas, se praticardes o bem e não vos deixardes intimidar por ameaça
alguma.

7Da mesma forma, também vós, maridos, procedei razoavelmente no trato com
as vossas mulheres, como sendo a parte mais fraca; tratai-as com respeito,
porque são convosco herdeiras da graça da vida. Destarte não haverá o que vos
estorve na oração.

Espírito pacífico. 8Sede, finalmente, todos unânimes, cheios de compaixão


e caridade fraterna, misericórdia, humildade. 9Não retribuais mal com mal, nem
injúria com injúria. Antes pelo contrário, espargi bençãos; pois a isto é que foste
chamados: para herdades a bênção. 10Porquanto quem quiser viver vida
contente e ver dias felizes refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não
profiram falsidade; 11fuja do mal e pratique o bem, procure a paz e trabalhe por
alcançá-la. 12Os olhos do Senhor contemplam os justos, e seus ouvidos lhes
atendem às súplicas; contra os malfeitores, porém, se volta o rosto irado do
Senhor.

Motivos da vida e do sofrimento cristão


A paixão de Cristo. 13Quem
vos faria mal, se sois zelosos pelo bem?
14Felizes de vós, se tiverdes de padecer por causa da justiça! Não vos intimideis
com ameaças nem percais o sossego. 15Guardai santamente em vossos
corações a Cristo Senhor, sempre prontos a satisfazer com brandura, respeito e
boa consciência a todo homem que vos pedir razões da esperança que vos
anima; 16para que se confundam os que caluniam a vossa vida honesta em
Cristo. 17Sempre é melhor sofrer, se Deus quiser, por praticar o bem do que por
fazer o mal.

18Também Cristo morreu uma vez pelos pecados – ele, o justo, pelos injustos –
para vos conduzir a Deus. Sofreu a morte segundo a carne, mas foi ressuscitado
à vida segundo o espírito. 19E assim foi levar a sua mensagem às almas detidas
no cárcere, 20que tinham sido descrentes nos dias de Noé, quando Deus
esperava com paciência[contavam com a paciência de Deus] enquanto se fabricava a arca,
na qual só uns poucos, isto é, oito pessoas, se salvaram através das águas. 21O
antítipo disso, o batismo, é que vos salva. Não consiste numa purificação
corporal, mas em implorar a Deus uma boa consciência, em virtude da
ressurreição de Jesus Cristo. 22Ele[Ele, depois de derrotar a morte, para nos fazer herdeiros da vida
eterna] subiu ao céu e está sentado à direita de Deus, onde lhe estão submissos
os anjos, as potestades e as virtudes.

4 Nossa morte com Cristo. 1Sendo, pois, que Cristo padeceu segundo
a carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; porque, quem sofre
segundo a carne renunciou ao pecado. 2No resto da sua vida corporal não mais
servirá às paixões humanas, mas à vontade de Deus. 3Bastante tempo
satisfizestes, outrora, a vontade aos gentios, vivendo em luxúrias, volúpias,
bacanais, glutonerias, bebedeiras e pecaminosa idolatria. 4Estranham eles agora
que já não lhes façais companhia nas desordens dessa vida desbragada, pelo
que vos cobrem de injúrias. 5Mas hão de dar contas àquele que está pronto para
julgar os vivos e os mortos. 6Por isso é que também aos mortos foi anunciado o
evangelho, para que, julgados embora segundo a carne, como homens, não
deixem de viver em espírito, pela virtude de Deus.

O juízo. 7Aproxima-se o fim de todas as coisas. Andai, pois, com prudência e


vigiai em oração. 8Antes de tudo, amai-vos intimamente uns aos outros, porque
a caridade encobre a multidão dos pecados. 9Sede hospitaleiros uns para com
os outros, sem nenhuma murmuração. 10Prestai-vos serviços mútuos conforme
os dons da graça que cada um recebeu; assim vos mostrareis bons
administradores da graça multiforme de Deus. 11Quem possui o dom de falar
proponha a palavra de Deus; quem exerce algum cargo desempenhe-o com a
virtude que Deus concede, para que em todas as coisas seja Deus glorificado,
por Jesus Cristo, a quem compete a glória e o poder, pelos séculos dos séculos.
Amém.

12Caríssimos, não estranheis quando vos ameaçarem chamas de fogo – é pela


vossa comprovação. Nada de extraordinário vos acontece. 13Alegrai-vos antes
de terdes parte na paixão de Cristo, para que também à manifestação da sua
glória possais alegrar-vos e exultar. 14Bem-aventurados de vós, se vos ultrajarem
por causa do nome de Cristo! Assim repousará sobre vós o espírito da glória, o
espírito de Deus. 15Nenhum de vós sofra como sendo homicida, ladrão, malfeitor
ou desordeiro. 16Mas, se alguém sofre por ser cristão, não se envergonhe disso;
antes glorifique a Deus por causa deste nome. 17É chegado o tempo de principiar
o juízo pela casa de Deus. Mas, se principiar por nós, que fim levarão aqueles
que desobedecem ao evangelho de Deus? 18Se mal se salva o justo, onde irá
parar o ímpio, o pecador? 19Por isso, os que sofrem conforme a vontade de Deus
recomendem a sua alma ao Criador fiel, mediante uma vida virtuosa.

5 Perspectiva da glória celeste. 1Aos anciãos dentre vós rogo, eu,


ancião também, testemunha da paixão de Cristo, como também sócio da glória
que se há de revelar : 2apascentai o rebanho que Deus tem no meio de vós, não
constrangidos, mas espontaneamente, como Deus o quer; não por sórdida
ganância, mas, sim, por amor; 3não sejais como senhores da comunidade, mas
sede modelos para o rebanho[rebanho, e de oração]. 4Quando aparecer o Pastor
supremo, recebereis imarcescível coroa de glória. 5E vós, os mais novos,
submetei-vos aos mais velhos. Revesti-vos todos de humildade, no trato uns com
os outros; porque Deus resiste aos soberbos, ao passo que aos humildes dá a
sua graça. 6Humilhai-vos, pois, sob a poderosa mão de Deus, para que, em
tempo propício, vos eleve. 7Lançai nele todas as vossas solicitudes, porque ele
tem cuidado de vós. 8Sede sóbrios e vigilantes. O demônio, vosso adversário,
anda em derredor como leão a rugir, procurando a quem devorar. 9Resisti-lhe,
firmes na fé, cientes que vossos irmãos, lá fora, no mundo, passam por idênticos
sofrimentos.

10O Deus de toda a graça, que por Cristo[Cristo Jesus] vos chamou à sua glória, ao
termo de breves sofrimentos, vos há de armar, fortalecer, robustecer e
consolidar. 11Dele é o poder[são a glória e o poder] pelos séculos dos séculos. Amém.

Conclusão. 12Por mão de Silvano, irmão fiel, é que vos escrevi, com
brevidade, a meu ver, protestando e asseverando-vos que a graça em que estais
firmes é a verdadeira graça de Deus.
13Saúda-vosa igreja de Babilônia, vossa companheira de eleição, como também
Marcos, meu filho. 14Saudai-vos uns aos outros no ósculo[ósculo santo] da caridade.

A paz seja com todos vós, em Cristo.[A graça seja com todos vós, em Cristo Jesus. Amém.]
Notas Explicativas

1 2Profissão do mistério da Santíssima Trindade.


1-12Tão
grande é a glória da graça redentora, que os profetas anelavam por
contemplá-la, e até para os anjos do céu é objeto de inefável suavidade.

21A fé, baseada na ressurreição e glorificação de Jesus Cristo, promete aos fiéis
a herança celeste, de sorte que a fé em Deus é ao mesmo tempo esperança nos
bens divinos.

2 9Com a afirmação de serem os cristãos um sacerdócio real não nega o


apóstolo a existência e necessidade do sacerdócio no sentido próprio –
tampouco como Deus dispensara das suas funções peculiares os sacerdotes
levíticos, depois de declarar que o povo de Israel era um sacerdócio régio (Ex
19,9). Do contrário, deveria abolir, não só o sacerdócio, mas também a realeza,
pois que dera ao povo todo o título de real ou régio.

19-20Entreas almas detidas no limbo havia algumas que no tempo de Noé tinham
sido incrédulas, convertendo-se, porém, mais tarde.

21As águas do dilúvio, que sustentavam a arca, são um símbolo da água


batismal, que se torna, por assim dizer, portadora de graça santificante. Como
os homens então se salvaram pela arca, assim se salvam agora pelo batismo.

23Justo juiz, diz o texto grego, referindo-se a Deus; injusto juiz, a Vulgata, falando
de Pilatos.

4 1-2Sendo que Jesus Cristo morreu segundo o corpo, devem os cristãos morrer
para a natureza inferior, vivendo só para Deus.

7Com o primeiro advento de Cristo entrou a plenitude dos tempos, que é o último
período e durará até ao segundo advento dele; só Deus sabe quantos anos ou
séculos abrange este período. (cf Mt 24,36; Mc 13,22).

8O ódio descobre malevolamente as faltas do próximo, a caridade as encobre


benignamente.

17-18Principiaráo juízo divino pelos cristãos, que pelos castigos próprios poderão
avaliar a gravidade dos castigos dos ímpios.
5 12Silvano e Silas eram companheiros de São Paulo, e com ele fundaram boa
parte das cristandades às quais São Pedro dirige esta epístola.
DADOS BIOGRÁFICOS

Huberto Rohden

Nasceu na antiga região de Tubarão, hoje São Ludgero, Santa Catarina, Brasil
em 1893. Fez estudos no Rio Grande do Sul. Formou-se em Ciências, Filosofia
e Teologia em universidades da Europa – Innsbruck (Áustria), Valkenburg
(Holanda) e Nápoles (Itália).

De regresso ao Brasil, trabalhou como professor, conferencista e escritor.


Publicou mais de 65 obras sobre ciência, filosofia e religião, entre as quais várias
foram traduzidas para outras línguas, inclusive para o esperanto; algumas
existem em braile, para institutos de cegos.

Rohden não está filiado a nenhuma igreja, seita ou partido político. Fundou e
dirigiu o movimento filosófico e espiritual Alvorada.

De 1945 a 1946 teve uma bolsa de estudos para pesquisas científicas, na


Universidade de Princeton, New Jersey (Estados Unidos), onde conviveu com
Albert Einstein e lançou os alicerces para o movimento de âmbito mundial da
Filosofia Univérsica, tomando por base do pensamento e da vida humana a
constituição do próprio Universo, evidenciando a afinidade entre Matemática,
Metafísica e Mística.

Em 1946, Huberto Rohden foi convidado pela American University, de


Washington, D.C., para reger as cátedras de Filosofia Universal e de Religiões
Comparadas, cargo este que exerceu durante cinco anos.

Durante a última Guerra Mundial foi convidado pelo Bureau of lnter-American


Affairs, de Washington, para fazer parte do corpo de tradutores das notícias de
guerra, do inglês para o português. Ainda na American University, de
Washington, fundou o Brazilian Center, centro cultural brasileiro, com o fim de
manter intercâmbio cultural entre o Brasil e os Estados Unidos.

Na capital dos Estados Unidos, Rohden frequentou, durante três anos, o Golden
Lotus Temple, onde foi iniciado em Kriya-yoga por Swami Premananda, diretor
hindu desse ashram.

Ao fim de sua permanência nos Estados Unidos, Huberto Rohden foi convidado
para fazer parte do corpo docente da nova International Christian University
(ICU), de Metaka, Japão, a fim de reger as cátedras de Filosofia Universal e
Religiões Comparadas; mas, por causa da guerra na Coréia, a universidade
japonesa não foi inaugurada, e Rohden regressou ao Brasil. Em São Paulo foi
nomeado professor de Filosofia na Universidade Mackenzie, cargo do qual não
tomou posse.

Em 1952, fundou em São Paulo a Instituição Cultural e Beneficente Alvorada,


onde mantinha cursos permanentes em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia,
sobre Filosofia Univérsica e Filosofia do Evangelho, e dirigia Casas de Retiro
Espiritual (ashrams) em diversos estados do Brasil.

Em 1969, Huberto Rohden empreendeu viagens de estudo e experiência


espiritual pela Palestina, Egito, Índia e Nepal, realizando diversas conferências
com grupos de iogues na Índia.

Em 1976, Rohden foi chamado a Portugal para fazer conferências sobre


autoconhecimento e autorrealização. Em Lisboa fundou um setor do Centro de
Autorrealização Alvorada.

Nos últimos anos, Rohden residia na capital de São Paulo, onde permanecia
alguns dias da semana escrevendo e reescrevendo seus livros, nos textos
definitivos. Costumava passar três dias da semana no ashram, em contato com
a natureza, plantando árvores, flores ou trabalhando no seu apiário-modelo.

Quando estava na capital, Rohden frequentava periodicamente a editora


responsável pela publicação de seus livros, dando-lhe orientação cultural e
inspiração.
À zero hora do dia 8 de outubro de 1981, após longa internação em uma clínica
naturista de São Paulo, aos 87 anos, o professor Huberto Rohden partiu deste
mundo e do convívio de seus amigos e discípulos. Suas últimas palavras em
estado consciente foram: “Eu vim para servir à Humanidade”.

Rohden deixa, para as gerações futuras, um legado cultural e um exemplo de fé


e trabalho, somente comparados aos dos grandes homens do século XX.

Huberto Rohden é o principal editando da Editora Martin Claret.


Relação de obras do
Prof. Huberto Rohden

Coleção Filosofia Universal

O pensamento filosófico da Antiguidade


A filosofia contemporânea
O espírito da filosofia oriental

Coleção Filosofia do Evangelho

Filosofia cósmica do Evangelho


O Sermão da Montanha
Assim dizia o Mestre
O triunfo da vida sobre a morte
O nosso Mestre

Coleção Filosofia da Vida

De alma para alma


Ídolos ou ideal?
Escalando o Himalaia
O caminho da felicidade
Deus
Em espírito e verdade
Em comunhão com deus
Cosmorama
Por que sofremos
Lúcifer e Lógos
A grande libertação
Bhagavad Gita (tradução)
Setas para o infinito
Entre dois mundos
Minhas vivências na Palestina, Egito e Índia
Filosofia da arte
A arte de curar pelo espírito. Autor: Joel Goldsmith (tradução)
Orientando
“Que vos parece do Cristo?”
Educação do homem integral
Dias de grande paz (tradução)
O drama milenar do Cristo e do Anticristo
Luzes e sombras da alvorada
Roteiro cósmico
A metafísica do cristianismo
A voz do silêncio
Tao Te Ching de Lao-tse (tradução)
Sabedoria das parábolas
O Quinto Evangelho segundo Tomé (tradução)
A nova humanidade
A mensagem viva do Cristo (Os quatro Evangelhos – tradução)
Rumo à consciência cósmica
O homem
Estratégias de Lúcifer
O homem e o Universo
Imperativos da vida
Profanos e iniciados
Novo Testamento
Lampejos evangélicos
O Cristo cósmico e os essênios
A experiência cósmica
Panorama do cristianismo
Problemas do espírito
Novos rumos para a educação
Cosmoterapia

Coleção Mistérios da Natureza

Maravilhas do Universo
Alegorias
Ísis
Por mundos ignotos

Coleção Biografias

Paulo de Tarso
Agostinho
Por um ideal – 2 vols. autobiografia
Mahatma Gandhi
Jesus Nazareno
Einstein – o enigma do Universo
Pascal
Myriam
Coleção Opúsculos

Catecismo da filosofia
Saúde e felicidade pela cosmo-meditação
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