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HUBERTO ROHDEN

EPÍSTOLA
DE SÃO
TIAGO
TRADUÇÃO DO TEXTO ORIGINAL GREGO,
COM AS VARIANTES DA VULGATA E
AMPLAMENTE ANOTADA
UNIVERSALISMO
Epístola de Tiago

Introdução

1. Tiago – cognominado Menor (ou Júnior) para distingui-lo de Tiago Maior (ou
Sênior), filho de Zebedeu e Salomé – era filho de Alfeu, ou Cléofas (Mt 10,3) e
irmão de Judas Tadeu (Jd 1); sua mãe chamava-se Maria (Mt 27,56) e era “irmã”,
(quer dizer: parenta) da mãe de Jesus. Tiago era, pois, parente de Nosso
Senhor, pelo que é chamado de preferência “irmão do Senhor” (Gl 1,19).
Enquanto Tiago Maior morrera mártir já no ano 42, gozava Tiago Menor da mais
alta consideração nos trinta anos que se seguiram à ascensão de Cristo. São
Paulo lhe chama “coluna da igreja” (Gl 2,9), a par de Pedro e João. Devia ele
esse prestígio em parte ao fato de ocupar o cargo de primeiro bispo de Jerusalém
e ser venerado como chefe espiritual de todos os judeus-cristãos; em parte o
devia à sua grande piedade, que o fazia estimadíssimo de cristãos e judeus,
granjeando-lhe o nome de “justo”. Mas nem por isso escapou à perseguição
religiosa, sucumbindo vítima de um motim popular, pelo ano 62. A Igreja lhe
celebra a memória no dia 1.° de maio.

2. São Tiago dedica a sua epístola “às doze tribos na dispersão” (1,1). Entende-
se com isso os judeu-cristãos, e não os judeus incrédulos; pois o apóstolo chama
os leitores muitas vezes de irmãos na mesma fé. As palavras “na dispersão”,
parecem aludir aos judeus palestinenses, não sendo, todavia, impossível que a
expressão se deva tomar em sentido figurado, designando os fiéis disseminados
no meio dos incrédulos (cf. 1Pd 1,1). De maneira que poderíamos considerar
como destinatários da epístola as Igrejas judeu-cristãs da Palestina e países
limítrofes. Existiam, nessas cristandades, diversos males e inconvenientes
morais, como fossem: a falta de fé viva e duma paciente resignação nos
sofrimentos, espírito de maledicência, etc. Assim que o pastor de Jerusalém
soube deste estado de coisas, julgou dever da sua solicitude pastoral dirigir aos
fiéis uma carta circular para debelar esses males.

3. Não é fácil precisar o tempo em que foi composta a presente carta. Em vista
da respeitável difusão do Evangelho que ela supõe, e das aberrações religiosas
e morais já existentes, parece provável que tenha sido escrita antes do ano 48.
4. Desde o princípio, a Igreja reconheceu canônica esta epístola. Já a citavam
São Clemente Romano e o Pastor, de Hermas. No próprio corpo do documento
aparecem indícios que dão como autor a São Tiago; exorta, ordena, previne e
repreende em termos tais que supõem uma autoridade extraordinária e uma
posição bem elevada. Os preceitos morais da carta são bem um reflexo do
espírito de Tiago, o “justo”, e a insistente recomendação da oração (1,5-9; 4,2,3;
5,16,17) corresponde perfeitamente ao zelo com que o apóstolo cultivava a união
com Deus.
Epístola de São Tiago

1Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, apresenta saudações às doze


tribos na dispersão.

Sabedoria celeste
Alegria no sofrimento. 2Meus irmãos, tende por motivo de pura alegria
sofrer toda a sorte de provações; 3porquanto sabeis que a fé, quando genuína,
produz a paciência; 4a paciência, porém, leva à perfeição. Assim é que sereis
perfeitos, irrepreensíveis e sem falta.

5Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a dá a todos com
largueza e sem palavras ásperas; e ser-lhe-á concedida. 6Mas peça com fé e
sem admitir dúvida alguma. Quem duvida assemelha-se à onda do mar agitada
pelo vento e levada de cá para lá. 7Não pense, pois, esse homem que receberá
alguma coisa do Senhor. 8O homem de duas almas é inconstante em todos os
seus caminhos.

Desprezo do mundo. 9O irmão de condição humilde glorie-se da sua


dignidade; 10o rico, porém, da sua insignificância, porque passará como a flor do
campo: 11desponta o sol com seus ardores e cresta o capim, cai-lhe a flor e
perece a louçania do seu aspeto. Da mesma forma, há de o rico definhar nos
seus caminhos. 12Bem-aventurado o homem que suporta a provação! Depois de
comprovado, receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam.

13Ninguém, quando tentado, diga que é Deus que o tenta. Pois Deus não é
tentado para o mal, nem ele mesmo tenta pessoa alguma. 14Não, cada qual,
quando tentado, é aliciado e seduzido pela própria concupiscência. 15A
concupiscência, depois de conceber, gera o pecado; e o pecado, uma vez
consumado, produz a morte. 16Não vos iludais, irmãos meus caríssimos: 17lá do
alto, do Pai das luzes, só vem coisa boa, só vem dom perfeito; nele não há
mudança nem sombra de vicissitude. 18De livre vontade nos chamou ele à vida
pela palavra da verdade, para que fôssemos como que as primícias das suas
criaturas.
Cristianismo ativo. 19Sabei, irmãos caríssimos, que todo o homem deve
ser pronto para ouvir, ponderado no falar e moroso em se irar; 20porque na ira o
homem não faz o que é justo aos olhos de Deus. 21Pelo que, despojai-vos de
toda a impureza e de todas as relíquias do mal, e acolhei com docilidade a
palavra que vos foi implantada e que pode salvar as vossas almas. 22Sede
cumpridores da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
23Pois, quem é somente ouvinte da palavra, e não cumpridor, parece-se com um
homem que contempla ao espelho as suas feições naturais; 24mas, depois de as
contemplar, vai-se embora – e para logo se esquece como é que era. 25Quem,
pelo contrário, contempla atentamente a lei perfeita da liberdade e nela se
aprofunda – não à guisa de ouvinte esquecediço, mas, sim, como executor da
obra –, este é que será bem-aventurado no que fizer.

26Se alguém se tem em conta de piedoso, mas não refreia a sua língua, ilude o
seu próprio coração. 27A piedade pura e sem mancha aos olhos de Deus Pai
está em socorrer os órfãos e as viúvas nas suas aflições, e conservar-se imune
da corrupção do mundo.

2 Imparcialidade. 1Meus irmãos, conservai isenta de parcialidade a fé que


tendes em nosso tão glorioso Senhor Jesus Cristo. 2Entra na vossa reunião um
homem com uns anéis de ouro e ricamente vestido, e outro pobre, com vestes
imundas; 3e vós só atendeis ao que está ricamente vestido e lhe dizeis: “Senta-
te aqui no lugar cômodo”; e dizeis ao pobre: “Fica-te aí em pé”; ou: “Senta-te cá
em baixo ao escabelo dos meus pés” – 4não duvidais, porventura, lá convosco e
julgais segundo princípios ímpios? 5Escutai, irmãos meus caríssimos: acaso não
escolheu Deus precisamente os pobres aos olhos do mundo para os fazer ricos
na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? 6Vós, porém, tratais
com desprezo o pobre. E não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos
tribunais? Não são eles que ultrajam o nome excelso que professais?

8Se, todavia, observardes o preceito régio, consoante a Escritura: “Amarás a teu


próximo como a ti mesmo”[Lv 19,18], então, sim, procedeis corretamente. 9Se, pelo
contrário, vos guiardes pelo espírito de parcialidade, cometeis pecado, e a lei vos
declara transgressores. 10Quem observa toda a lei, mas falta em um ponto, é réu
do todo. 11Porque o mesmo que disse: “Não cometerás adultério”[Ex 20,13], também
disse “não matarás”[Ex 20,14]. Se, por conseguinte, não cometeres adultério, porém
matares, és transgressor da lei. 12Portai-vos, pois, de tal maneira em palavras e
obras como quem é responsável em face da lei e da liberdade. 13Será julgado
sem misericórdia quem não usou de misericórdia; a misericórdia, porém, triunfe
sobre o juízo.

Boas obras. 14De que serve, irmãos meus, dizer alguém que tem fé, quando
não tem obras? Poderá, porventura, a fé salvá-lo? 15Se um irmão ou uma irmã
estiverem com falta de roupa ou do sustento quotidiano, 16e alguém de vós lhes
disser: “Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos!”, mas não lhes derdes o que hão
mister para a vida – de que servirá isso? 17O mesmo se dá com a fé: se não tiver
obras, por si só está morta.

dirá alguém: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras”. Mostra-me a tua


18Entretanto,
fé sem obras, que eu te demonstrarei pelas obras a minha fé. 19Tu crês que há
um Deus? Muito bem. Mas também os demônios crêem – e tremem.

20Queres convencer-te, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é sem


valor? 21Não foi nosso pai Abraão justificado pelas obras, quando colocou sobre
o altar seu filho Isaac? 22A fé, como vês, apenas cooperava com as obras, mas
só pelas obras é que se tornou perfeita a fé. 23Destarte se cumpriu a Escritura,
que diz; “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justificação”, e foi
chamado “amigo de Deus”[Gn 15,6]. 24Vedes, por conseguinte, que o homem é
justificado pelas obras, e não somente pela fé. 25E não foi também a meretriz
Raab justificada pelas obras, quando acolheu os exploradores e os fez sair por
outro caminho? 26Assim, como o corpo sem a alma está morto, assim também a
fé sem as obras está morta.

3 Cautela no falar. 1Meus irmãos, não vos arvoreis muito em mestres,


certos de que seremos julgados tanto mais severamente; 2pois que todos caímos
em muitas faltas. Quem não comete falta no falar é homem perfeito e capaz dum
completo domínio sobre si mesmo. 3Aos cavalos metemo-lhes um freio na boca
para que nos obedeçam, e com ele governamos todo o animal. 4Vede, os navios:
por maiores que sejam e agitados de veementes tempestades, com um pequeno
leme se voltam para onde o piloto os dirige. 5Assim também a língua não passa
dum membro pequenino; mas ufana-se de grandes coisas.

Reparai como um fogo insignificante incendeia uma grande floresta. 6Também a


língua é um fogo – um mundo de iniquidade! A língua prova-se entre os nossos
membros como um poder que mancha todo o corpo e, inflamado pelo inferno,
põe em chamas todo o curso da nossa vida. 7Toda a sorte de feras, aves, répteis
e animais aquáticos[outros animais], sabe-os o homem dominar, e tem-nos dominado;
8mas a língua nenhum homem a pode dominar; esse mal irrequieto, cheio de
veneno mortífero.

9Com ela bendizemos a Nosso Senhor e Pai, e com ela maldizemos os homens,
feitos à imagem de Deus. 10Da mesma boca sai a bênção e a maldição. Não
convém, meus irmãos, que assim seja. 11Será que uma fonte deita água doce e
água amarga pela mesma bica? 12Meus irmãos, pode acaso uma figueira
produzir olivas[uvas]? Ou uma videira, figos? Nem tampouco pode uma nascente
de água salgada fornecer água doce.

Sabedoria terrestre
Discórdia. 13Quem dentre vós é sábio e inteligente? Pois que dê provas por
uma vida virtuosa de que às suas obras preside uma sabedoria suave. 14Mas, se
abrigardes no coração ciúmes acerbos e espírito de discórdia, não vos glorieis
falsamente, em contradição com a verdade. 15Não é essa a sabedoria que vem
do alto, mas é terrena, sensual, diabólica mesmo. 16Onde reinam ciúmes e
discórdias, aí há desordem e toda a espécie de maldade. 17A sabedoria, porém,
que vem do alto é, antes de tudo, pura, como também pacífica, modesta,
dócil[dócil, acessível ao bem], cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, avessa
à hipocrisia. 18Em paz é semeado o fruto da justiça pelos amigos da paz.

4 Cobiça. 1Donde vêm as inimizades e as contendas entre vós? Donde senão


das concupiscências que pelejam na vossa carne? 2Cobiçais alguma coisa – e
não a conseguis. Cometeis homicídio, cedeis à inveja, aos ciúmes – e não podeis
alcançar. 3Pleiteais e lutais por algo – e ficais sem ele. É que não orais. Orais
por alguma coisa, e não a recebeis, porque orais mal. Quereis empregá-la nas
vossas paixões.

Espírito mundano. 4Adúlteros! Não sabeis que a amizade do mundo é


inimizade com Deus? Quem quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de
Deus. 5Acaso pensais que a Escritura diz em vão: “Com amor zeloso anseia
Deus pelo espírito que em nós fez habitar”? 6Mas tanto maior é a graça que ele
dá. Por isso é que se diz: “Deus resiste aos soberbos, aos humildes, porém, dá
a graça”[Pv 3,34]. 7Submetei-vos, pois, a Deus; resisti ao demônio, e ele fugirá de
vós. 8Aproximai-vos de Deus, e ele se aproximará de vós. Limpai as mãos,
pecadores, e purificai o coração, homens de duas almas. 9Compenetrai-vos da
vossa miséria, cobri-vos de luto e chorai. Torne-se em pranto o vosso riso, e em
tristeza a vossa alegria. 10Humilhai-vos aos olhos do Senhor, e ele vos exaltará.

Descaridade. 11Meus irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal
de seu irmão, ou quem julga a seu irmão, diz mal da lei e julga a lei. Ora, se
julgas a lei, não és observador da lei, mas antes te arvoras em juiz da mesma.
12Entretanto, um só é o legislador, um só o juiz: é aquele que tem o poder de
salvar e de perder. Mas quem és tu, que te arvoras em juiz do próximo?

Planos temerários. 13Atenção, vós que dizeis: “Hoje ou amanhã vamos a


esta ou àquela cidade, e lá passaremos um ano, a negociar e ganhar dinheiro”
14e, no entanto, nem sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Um
sopro sois vós, que é visível por uns momentos – e depois se desvanece! 15Em
vez disso dizei: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo”. 16Vós,
pelo contrário, vos gloriais de vossa jactância. Toda essa jactância é má. 17Quem
pode fazer o bem, e deixa de o fazer, comete pecado.

5 Escravidão das riquezas. 1Eia, vós, que sois ricos, chorai e pranteai
as calamidades que vos sobrevirão? 2Apodrecerão as vossas riquezas, e os
vossos vestidos serão carcomidos das traças; 3corrompe-se o vosso ouro e a
vossa prata, e a corrupção dará testemunho contra vós, devorando-vos as
carnes como o fogo. Ainda nos últimos dias acumulastes tesouros[tesouros de ira].
4Eis que o salário que injustamente recusastes aos trabalhadores que ceifaram
os vossos campos está a bradar em altas vozes; e o clamor dos ceifeiros chegou
ao ouvido do Senhor dos exércitos. 5Tendes vivido sobre a terra em banquetes
e vos cevastes ainda no dia da matança; 6condenastes e assassinastes o justo,
sem que ele vos opusesse resistência.

Recomendações finais
Exortação à paciência. 7Esperai, pois, com paciência, meus irmãos, até
que apareça o Senhor. Vede como o lavrador fica à espera do precioso fruto da
terra, aguardando com paciência que ela receba as primeiras e as últimas
chuvas. 8Da mesma forma, tende também vós paciência. Tende coração forte!
Aproxima-se a vinda do Senhor. 9Não vos queixeis, irmãos, uns dos outros, para
que não sejais julgados. Eis que o juiz está à porta! 10Meus irmãos, tomai por
modelos de sofrimento e paciência os profetas, que falaram em nome do Senhor.
11Eis que chamamos bem-aventurados os que suportam os sofrimentos.
Ouvistes falar da paciência de Jó, e sabeis a que fim o Senhor o levou. Pois o
Senhor é cheio de misericórdia e de compaixão.

12Antes de tudo, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela terra, nem
façais juramento algum. O vosso sim seja sim, e o vosso não seja não; senão,
caíreis réus do juízo.

Oração perseverante. 13Há entre vós quem sofra? Recorra à oração. Vai
bem? Cante louvores. 14Há entre vós algum enfermo? Mande chamar os
presbíteros da igreja, que orem sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do
Senhor. 15E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor lhe dará alívio; e, se
tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. 16Confessai, pois, os pecados uns
aos outros, e orai uns pelos outros, para que encontreis saúde; porque é de
grande valor a oração perseverante do justo. 17Elias era homem igual a nós;
entretanto, orou com instância para que não chovesse – e por espaço de três
anos e seis meses não mais caiu chuva sobre o país. 18Tornou a orar – e o céu
deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.

19Meus irmãos, se algum de vós converter à verdade a quem dela aberrou,


20saiba que aquele que reconduzir dos seus desvarios um pecador salva da
morte a alma dele e faz desaparecer numerosos pecados.
Notas Explicativas

1 5Isto é, a sabedoria prática, que norteia e aquilata todos os atos da vida pelo
fim último.

9-11O cristão, embora pobre, tem motivos de ufania em atenção à sua dignidade
de filho de Deus; o rico não deixe de considerar a vaidade de todas as coisas
terrenas e a própria fragilidade moral.

14-15Compara o apóstolo a concupiscência com uma mulher perversa que alicia


o homem; o fruto dessa união é o pecado, que, não retratado leva à morte eterna.

18Concedeu-nos Deus a graça inestimável da regeneração espiritual, mediante


o Evangelho, constituindo-nos, assim, primícias do seu reino.

25O Evangelho é a lei da liberdade, porque foi dado para os livres filhos de Deus,
e não para os escravos do pecado; elimina da alma os sentimentos mesquinhos,
enchendo-a de grandes ideais.

2 1-7Preferir os ricos aos pobres não se coaduna com o espírito do Evangelho.

14-26Sóa fé vivificada pelas obras é que conduz à salvação, como entre outros
mostra o exemplo de Abraão e o de Raab.

3 1Não convém dar, a cada passo, prescrições a outrem, que isso só aumenta a
nossa responsabilidade.

2Quem sabe dominar a língua dá a entender que se esforça lealmente por levar
uma vida cristã e tender à perfeição.

4 4Lendo que Deus estabelecera pacto sagrado com o povo de Israel, equivale
a aliança com o mundo pagão a uma espécie de adultério. É essa a terminologia
do Antigo Testamento.

5Deus quer a alma humana toda para si, e não repartida entre o Criador e as
criaturas. (cf. Ex 20,5; Is 63,8-16).

5 5Como o gado destinado ao matadouro come tranquilamente, sem nada


suspeitar, assim folgam os mundanos, sem se lembrar da morte iminente.

8-9O dia do juízo vem perto, porque para Deus mil anos são como um dia (2 Pd
3,8).
DADOS BIOGRÁFICOS

Huberto Rohden

Nasceu na antiga região de Tubarão, hoje São Ludgero, Santa Catarina, Brasil
em 1893. Fez estudos no Rio Grande do Sul. Formou-se em Ciências, Filosofia
e Teologia em universidades da Europa – Innsbruck (Áustria), Valkenburg
(Holanda) e Nápoles (Itália).

De regresso ao Brasil, trabalhou como professor, conferencista e escritor.


Publicou mais de 65 obras sobre ciência, filosofia e religião, entre as quais várias
foram traduzidas para outras línguas, inclusive para o esperanto; algumas
existem em braile, para institutos de cegos.

Rohden não está filiado a nenhuma igreja, seita ou partido político. Fundou e
dirigiu o movimento filosófico e espiritual Alvorada.

De 1945 a 1946 teve uma bolsa de estudos para pesquisas científicas, na


Universidade de Princeton, New Jersey (Estados Unidos), onde conviveu com
Albert Einstein e lançou os alicerces para o movimento de âmbito mundial da
Filosofia Univérsica, tomando por base do pensamento e da vida humana a
constituição do próprio Universo, evidenciando a afinidade entre Matemática,
Metafísica e Mística.

Em 1946, Huberto Rohden foi convidado pela American University, de


Washington, D.C., para reger as cátedras de Filosofia Universal e de Religiões
Comparadas, cargo este que exerceu durante cinco anos.

Durante a última Guerra Mundial foi convidado pelo Bureau of lnter-American


Affairs, de Washington, para fazer parte do corpo de tradutores das notícias de
guerra, do inglês para o português. Ainda na American University, de
Washington, fundou o Brazilian Center, centro cultural brasileiro, com o fim de
manter intercâmbio cultural entre o Brasil e os Estados Unidos.

Na capital dos Estados Unidos, Rohden frequentou, durante três anos, o Golden
Lotus Temple, onde foi iniciado em Kriya-yoga por Swami Premananda, diretor
hindu desse ashram.

Ao fim de sua permanência nos Estados Unidos, Huberto Rohden foi convidado
para fazer parte do corpo docente da nova International Christian University
(ICU), de Metaka, Japão, a fim de reger as cátedras de Filosofia Universal e
Religiões Comparadas; mas, por causa da guerra na Coréia, a universidade
japonesa não foi inaugurada, e Rohden regressou ao Brasil. Em São Paulo foi
nomeado professor de Filosofia na Universidade Mackenzie, cargo do qual não
tomou posse.

Em 1952, fundou em São Paulo a Instituição Cultural e Beneficente Alvorada,


onde mantinha cursos permanentes em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia,
sobre Filosofia Univérsica e Filosofia do Evangelho, e dirigia Casas de Retiro
Espiritual (ashrams) em diversos estados do Brasil.

Em 1969, Huberto Rohden empreendeu viagens de estudo e experiência


espiritual pela Palestina, Egito, Índia e Nepal, realizando diversas conferências
com grupos de iogues na Índia.

Em 1976, Rohden foi chamado a Portugal para fazer conferências sobre


autoconhecimento e autorrealização. Em Lisboa fundou um setor do Centro de
Autorrealização Alvorada.

Nos últimos anos, Rohden residia na capital de São Paulo, onde permanecia
alguns dias da semana escrevendo e reescrevendo seus livros, nos textos
definitivos. Costumava passar três dias da semana no ashram, em contato com
a natureza, plantando árvores, flores ou trabalhando no seu apiário-modelo.

Quando estava na capital, Rohden frequentava periodicamente a editora


responsável pela publicação de seus livros, dando-lhe orientação cultural e
inspiração.
À zero hora do dia 8 de outubro de 1981, após longa internação em uma clínica
naturista de São Paulo, aos 87 anos, o professor Huberto Rohden partiu deste
mundo e do convívio de seus amigos e discípulos. Suas últimas palavras em
estado consciente foram: “Eu vim para servir à Humanidade”.

Rohden deixa, para as gerações futuras, um legado cultural e um exemplo de fé


e trabalho, somente comparados aos dos grandes homens do século XX.

Huberto Rohden é o principal editando da Editora Martin Claret.


Relação de obras do
Prof. Huberto Rohden

Coleção Filosofia Universal

O pensamento filosófico da Antiguidade


A filosofia contemporânea
O espírito da filosofia oriental

Coleção Filosofia do Evangelho

Filosofia cósmica do Evangelho


O Sermão da Montanha
Assim dizia o Mestre
O triunfo da vida sobre a morte
O nosso Mestre

Coleção Filosofia da Vida

De alma para alma


Ídolos ou ideal?
Escalando o Himalaia
O caminho da felicidade
Deus
Em espírito e verdade
Em comunhão com deus
Cosmorama
Por que sofremos
Lúcifer e Lógos
A grande libertação
Bhagavad Gita (tradução)
Setas para o infinito
Entre dois mundos
Minhas vivências na Palestina, Egito e Índia
Filosofia da arte
A arte de curar pelo espírito. Autor: Joel Goldsmith (tradução)
Orientando
“Que vos parece do Cristo?”
Educação do homem integral
Dias de grande paz (tradução)
O drama milenar do Cristo e do Anticristo
Luzes e sombras da alvorada
Roteiro cósmico
A metafísica do cristianismo
A voz do silêncio
Tao Te Ching de Lao-tse (tradução)
Sabedoria das parábolas
O Quinto Evangelho segundo Tomé (tradução)
A nova humanidade
A mensagem viva do Cristo (Os quatro Evangelhos – tradução)
Rumo à consciência cósmica
O homem
Estratégias de Lúcifer
O homem e o Universo
Imperativos da vida
Profanos e iniciados
Novo Testamento
Lampejos evangélicos
O Cristo cósmico e os essênios
A experiência cósmica
Panorama do cristianismo
Problemas do espírito
Novos rumos para a educação
Cosmoterapia

Coleção Mistérios da Natureza

Maravilhas do Universo
Alegorias
Ísis
Por mundos ignotos

Coleção Biografias

Paulo de Tarso
Agostinho
Por um ideal – 2 vols. autobiografia
Mahatma Gandhi
Jesus Nazareno
Einstein – o enigma do Universo
Pascal
Myriam
Coleção Opúsculos

Catecismo da filosofia
Saúde e felicidade pela cosmo-meditação
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