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A DINÂMICA DOS

GRUPOS E O
PROCESSO GRUPAL
Prof. Ana Britto

Email: ana.britto@anhanguera.com
Teorias e técnicas de Grupo
• BLEGER, José. Textos de psicologia : entrevista e grupos. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes,
2011.
• FAILDE, Izabel. Manual do facilitador para dinâmicas de grupo. 2ª ed. Campinas: Papirus,
2008.
• MINICUCCI, Agostinho. Relacoes Humanas : Psicologia das Relacoes Interpessoais. 6ª ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
• ANDREOLA, Balduino A.. Dinâmica de grupo : Jogo da vida e didática do futuro. 22ª ed.
Petrópolis: Vozes, 2002.
• FRITZEN, Silvino José. Dinâmica de Grupo e Relações Humanas. 1ª ed. Petrópolis: Vozes,
1990.
• DEL PRETTE, Almir. Psicologia das relações interpessoais: : vivências para o trabalho em
grupos. 6ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2007.
Pessoas...
Dinâmica de grupo é uma ferramenta de estudo de grupos e também
um termo geral para processos de grupo. Em psicologia e sociologia,
um grupo são duas ou mais pessoas que estão mutuamente
conectadas por relacionamentos sociais.
Dinâmica de grupo x Dinâmica dos grupos
Meu, seu e nosso...
Grupos
Passamos a maior parte das nossas vidas convivendo em grupos. Seja a nossa família, seja
o grupo de amigos, seja a turma do trabalho, estamos sempre compartilhando nosso
cotidiano com outras pessoas.

Família
Escola
Igreja
Trabalhos (pais)
Grupos : esportes.....
Alguns pontos importantes:
• “superorganismos” como sociedade e cultura.
• Grupos: nós X eles
•O que é grupo? Temos uma ideia geral do que significa um
grupo, mas em psicologia social, para que o grupo seja
reconhecido, é preciso que duas ou mais pessoas montem uma
unidade social que contenha alguns atributos. Um deles é a
“filiação”, que é a ideia de que as pessoas que compõem essa
unidade se sentem partes integrantes desse grupo. Não só as
pessoas se sentem integrantes, mas também são reconhecidas
assim pelos demais membros do grupo (MICHENER,
DeLAMATER, MYERS, 2005, p. 394).
Outro atributo de um grupo é a “interação entre os integrantes”,
ou seja, os membros precisam comunicar-se e influenciar um aos
outros, fazendo com que haja movimentação e relação dentro do
grupo. Além disso, é preciso que os membros possuam “objetivos
compartilhados”. Os membros precisam compartilhar não só os
objetivos, mas a própria realização destes deve ser
interdependente, e o sucesso de um integrante, em geral, leva ao
sucesso dos demais no alcance dos objetivos (MICHENER,
DeLAMATER, MYERS, 2005, p. 394).
“Somos regidos por um desejo – ou melhor, por uma necessidade
irresistível [...]. Cada pessoa é um compulsivo buscador de grupos,
logo um animal intensamente tribal. Satisfaz sua necessidade
alternadamente em uma família estendida, uma religião
organizada, uma ideologia, um grupo étnico ou um clube esportivo,
isoladamente ou em combinação.”

EDWARD O. WILSON, 2013, P. 295


Os antropólogos há muito têm se mostrado fascinados com as qualidades especiais do
Homo sapiens, tais como a linguagem, as altas habilidades tecnológicas e a capacidade de
fazer julgamentos éticos.
Padrão familiar
Se pudéssemos visitar a África de 7 milhões de anos atrás
para observar o comportamento dos primeiros humanos,
veríamos um padrão mais familiar aos primatólogos, que
estudam o comportamento dos macacos e dos pequenos
macacos arborícolas, do que aos antropólogos, que
estudam o comportamento dos humanos. Em vez de
viver em agregados de famílias nos bandos nômades,
como os caçadores-coletores modernos o fazem, os
primeiros humanos provavelmente viviam como os
babuínos das savanas.
Grupos de mais ou menos trinta indivíduos buscariam alimentos
através de um grande território de modo coordenado, retornando
à noite para dormir em lugares escolhidos, como encostas de
rochedos ou grupos de árvores.
As fêmeas maduras e suas proles constituiriam a maior parte do
grupo, com apenas uns poucos machos adultos presentes.
Os machos estariam continuamente à procura de oportunidades
de acasalamento, com os indivíduos dominantes obtendo sucesso
maior. Machos imaturos ou de baixo prestígio estariam na periferia
do grupo, muitas vezes procurando alimentos por si mesmos.
Como podemos ver, há uma separação do grupo ... Uma
eleição daqueles que deveriam pertencer ao grupo.
Os inaptos ficariam na marginalidade do grupo: margem
social.
Primitivos
•Nossos ancestrais já viviam em grupos, não
havia sobrevivência no isolamento: alimento,
proteção e constituição familiar.
Lewis Binford e de Glynn Isaac
• Isaac promoveu um avanço significativo no pensamento
antropológico com sua hipótese do partilhamento de alimentos,
que ele publicou em um importante artigo na Scientific American
em 1978. Nele, Isaac mudou a ênfase na caça por ser como a força
que moldou o comportamento humano para o impacto da
aquisição e partilha colaborativa de alimentos. “A adoção da
partilha de alimentos teria favorecido o desenvolvimento da
linguagem, a reciprocidade social e o intelecto”, disse ele em um
encontro em 1982, que marcou o centenário da morte de Darwin.
O grupo permitia as maiores e melhores caças assim como a subsistência de maior
numero de pessoas.
• comunicação, linguagem, organização, união, trocas de saberes e artefatos.
Glynn Isaac
Cinco padrões de comportamento separam os humanos de seus parentes
macacos, escreveu ele em seu trabalho de 1978:
(1) um modo de locomoção bípede,
(2) uma linguagem falada,
(3) partilha regular e sistemática de alimentos em um contexto social,
(4) o viver em acampamentos-base,
(5) a caça às grandes presas. Isto descreve o comportamento humano, é claro.
Mas, sugeriu Isaac, há cerca de 2 milhões de anos “várias mudanças fundamentais haviam
começado a acontecer nos arranjos social e ecológico hominídeos”. Eles já eram
caçadores-coletores embrionários, vivendo em pequenos bandos móveis e ocupando
acampamentos temporários a partir dos quais os machos saíam para predar e as fêmeas
para coletar aumentos vegetais. O acampamento fornecia o foco social no qual o
alimento era dividido. “Embora a carne fosse um componente importante da dieta, ela
poderia ter sido obtida pela caça ou das carcaças de animais já mortos”, Isaac disse-me
em 1984, um ano antes de sua morte tragicamente prematura. “Você seria duramente
pressionado a dizer qual, dado o tipo de indício que obtemos da maioria dos sítios
arqueológicos.”

Grupos sócias / arranjos sociais / proteção = TROCAS


(necessidade do grupo = poderiam sobreviver sozinhos?)
O ponto de vista de Isaac influenciou fortemente o modo pelo qual o
registro arqueológico foi interpretado. Sempre que artefatos de pedra
eram descobertos em associação com ossos fossilizados de animais,
isto era tomado como uma indicação de um antigo “acampamento-
base”, os escassos detritos de talvez diversos dias de atividade de um
bando de caçadores-coletores. O argumento de Isaac era plausível e,
em meu livro de 1981 The Making of Mankind, escrevi que “a hipótese
da partilha de alimentos é uma forte candidata para explicar o que
colocou os humanos primitivos no caminho que leva ao homem
moderno”. A hipótese parecia consistente com o modo pelo qual eu via
os registros arqueológico e fóssil, e obedecia a sólidos princípios
biológicos.
Lewis Binford
No final da década de 1970 e começos da década de 1980, porém, este
pensamento começou a mudar, graças a Isaac e ao arqueólogo Lewis
Binford, então na Universidade do Novo México. Ambos deram-se conta de
que muito da interpretação dominante dos registros pré-históricos tinha
base em suposições implícitas. De modo independente, eles começaram a
separar o que poderia ser realmente conhecido a partir dos registros daquilo
que simplesmente era suposto. O processo começou no nível mais
fundamental, questionando o significado de se encontrar pedras e ossos de
animais no mesmo lugar. Implicaria esta coincidência espacial o
esquartejamento pré-histórico de animais, como havia sido suposto? E se o
esquartejamento pudesse ser provado, isto implicaria que as pessoas que o
faziam viviam como os caçadores-coletores modernos vivem hoje?
Isaac e eu falamos muitas vezes sobre as várias hipóteses de
subsistência, e ele costumava criar cenários em que os ossos e
pedras acabavam no mesmo lugar mas sem ter nada a ver com o
modo de vida dos caçadores-coletores. Por exemplo, um grupo
de humanos primitivos poderia ter passado algum tempo
debaixo de uma árvore simplesmente para aproveitar a sua
sombra, reunindo pedras para outros propósitos que não o
esquartejamento de carcaças — por exemplo, eles poderiam ter
tentado obter lascas para desbastar paus que poderiam ser
utilizados para desenterrar tubérculos.
• Algum tempo mais tarde, depois que o grupo tivesse partido, um
leopardo poderia ter subido na árvore, carregando consigo sua
presa, como muitas vezes os leopardos o fazem. Gradualmente, a
carcaça teria apodrecido e os ossos teriam caído ao chão, ficando
entre as pedras deixadas ali pelos fabricantes de artefatos. De que
maneira um arqueólogo escavando este sítio 1,5 milhão de anos
depois poderia distinguir entre este cenário e a interpretação
previamente favorecida do esquartejamento por um grupo de
caçadores e coletores nômades? Meu instinto me diz que os
humanos primitivos de fato dedicaram-se a algum tipo de caça e
coleta, mas eu podia ver a preocupação de Isaac com uma leitura
segura dos indícios.
União de humanos = além da caça e
subsistência
Já em 1919, um estudioso chamado Trotter (1919-1953)
definia o instinto gregário como um dos quatro instintos
básicos do homem, sendo os outros: o instinto de
autopreservação, o instinto de nutrição e o instinto
sexual.
O instinto gregário seria aquele que nos faria procurar
sempre viver em grupos, como uma forma – conforme
explicação darwiniana – de tornarmo-nos mais resistentes
à seleção natural.
COMUNIDADE E SOCIEDADE
Próxima aula = DEBATE DO TEXTO
• Para
a Psicologia, o estudo dos grupos é um dos seus
temas fundamentais, ao ponto de existir um ramo
chamado Psicologia Social.

• Estudo das massas = estudo do coletivo!!!!


Massas ...
Psicologia das massas e análise do eu (1921) Título original: Massenpsychologie und
Ich-Analyse. Publicado primeiramente em volume autônomo: Leipzig, Viena e
Zurique: Internationaler Psychoanalytischer Verlag [Editora Psicanalítica
Internacional], 1921, 140 pp. Traduzido de Gesammelte Werke xiii, pp. 71-161;
também se acha em Studienausgabe ix, pp. 61-134.
Oposição entre?

Psicologia Psicologia
Individual Social ou
das
Massas
É certo que a psicologia individual se dirige ao ser humano particular,
investigando os caminhos pelos quais ele busca obter a satisfação de seus
impulsos instintuais, mas ela raramente, apenas em condições
excepcionais, pode abstrair das relações deste ser particular com os outros
indivíduos.
Na vida psíquica do ser individual, o Outro é via de regra considerado
enquanto modelo, objeto, auxiliador e adversário, e portanto a psicologia
individual é também, desde o início, psicologia social, num sentido
ampliado, mas inteiramente justificado.
Massa
“multidão, aglomeração, agrupamento, grupo”

(psicologia individual = autísticos)


A psicologia de massas trata o ser individual como membro de uma tribo, um
povo, uma casta, uma classe, uma instituição, ou como parte de uma
aglomeração que se organiza como massa em determinado momento, para
um certo fim. Após essa ruptura de um laço natural, o passo seguinte é
considerar os fenômenos que surgem nessas condições especiais como
manifestações de um instinto especial irredutível a outra coisa, o instinto
social — herd instinct, group mind [instinto de rebanho, mente do grupo] —,
que não chega a se manifestar em outras situações.
Pensamento de grupo!
• Na verdade, o início dessas preocupações ocorreu quando os
psicólogos, ao se debruçarem sobre a Revolução Francesa, se
perguntavam como era possível uma multidão de pessoas ser
levada por um líder a comportamentos que muitas vezes
colocavam em risco as suas próprias vidas. E assim buscavam
saber que fenômeno era aquele capaz de possibilitar a um
enorme grupo agir com tamanha coesão.
A referência clássica para essa discussão é o francês Gustave Le Bon
(1841-1931), que publicou em 1895 um livro chamado “Psicologia das
Massas”, o qual é reeditado até os dias atuais. Para Le Bom, havia
uma ruptura profunda entre o fenômeno individual e o fenômeno
coletivo, ao ponto de se poder falar de uma “psicologia das multidões”
e de uma psicologia do indivíduo. A multidão é apresentada como
uma espécie de ser unitário provido de características psicológicas
próprias, de modo que os indivíduos que a compõem perdem suas
características pessoais, sua autonomia, e passam a agir como uma
espécie de “psiquismo coletivo”, muitas vezes, com comportamentos
que o sujeito, quando fora da multidão, jamais teria. Há, pois, a perda
da individualidade e a formação de um novo todo, que não é a soma
das partes. Para Le Bom, isso se daria por três fatores: o sentimento
de poder, o contágio mental e a sugestibilidade.
O Indivíduo em Multidão – Gustave Le Bon
Freud também preocupou-se em estudar a questão dos
grupos a partir das idéias de Le Bon. Em seu livro “A
Psicologia das Massas e a análise do Eu” (1973), ele propõe
que as massas também não podem ser pensadas como tendo
uma forma única. Existiriam, então, as multidões efêmeras e
as mais duradouras; as homogêneas, formadas por indivíduos
semelhantes, e as não homogêneas; as primitivas e aquelas
que possuem um alto grau de organização, que ele chama
“massas artificiais”. Hoje, conhecemos esses grupamentos
organizados e estruturados como “instituições”, como
veremos a seguir.
Para Freud, não haveria uma mente grupal ou um “psiquismo
coletivo”, como propunha Le Bon. Todos os comportamentos
individuais dentro de uma multidão poderiam ser
compreendidos a partir do psiquismo dos indivíduos, na
medida em que os processos mentais se articulam desde cedo
com a dimensão social da existência.
As vinculações se dariam em dois eixos: um vertical, no qual
os indivíduos se ligariam aos líderes, que encarnariam a figura
primordial do chefe da tribo; e um eixo horizontal, no qual
haveria uma ligação dos membros uns com os outros, de
modo que os indivíduos imersos em uma multidão se
sentiriam mais desenvoltos para assumir riscos.
Revolução Francesa 1789
Pensando em exemplos:
• Vertical
• Horizontal
As instituições, as organizações e os
grupos
• Nossa vida cotidiana é marcada pela vida em grupo...

• Quais os grupos de vocês?


• Paraque possamos viver em grupo, são necessárias certas
regras, combinações e acertos. Tomemos como exemplo a
rotina do nosso trabalho.

• Implícito X Explícito;

• Institucionalização,
ou seja, o estabelecimento de
regularidades comportamentais que possibilitam o viver
coletivo.
A institucionalização começa como um processo em que as pessoas
vão, aos poucos, descobrindo qual a melhor forma, a mais rápida, a
mais econômica, de desempenhar suas tarefas.
Quando essa forma se repete muitas vezes, torna-se um hábito.
Com o passar do tempo, com a transferência desse hábito para as
gerações seguintes, começa a haver uma tradição que não exige mais
questionamentos e, então, impõe-se por ser uma herança dos
antepassados.
Depois de muitas gerações, passamos a não nos dar conta do por que
continuamos a fazer daquela forma, perdemos a referência de que a
herdamos de nossos antepassados. Nesse momento, dizemos que a
regra social foi institucionalizada.
•A instituição é, pois, “um valor ou regra social
reproduzida no cotidiano com estatuto de
verdade, que serve como guia básico de
comportamento e padrão ético para as
pessoas em geral [...] é o que mais se
reproduz e o que menos se percebe nas
relações sociais” (BOCK, 1999, p. 217).
Esse conjunto de regras e valores concretiza-se na sociedade
em uma instância chamada organização. A organização pode
ser complexa, como as empresas, ou mais simples, como um
pequeno estabelecimento, uma entidade não governamental.
De todas as maneiras, é onde vão se manter e reproduzir as
instituições sociais, ou seja, é na organização que vamos dar
vida ao conjunto de regras que estabelecemos para a
convivência em grupo. Assim, tanto as instituições quanto as
organizações somente existem em função de um conjunto de
pessoas que reproduzem e, às vezes, reformulam as regras e
os valores: o grupo.
Os autores definem grupo como
sendo uma unidade que se dá quando
os indivíduos interagem entre si e
compartilham normas e objetivos.
Tipos de grupos
Grupos podem ser classificados como primários ou secundários.
Os grupos primários são aqueles constituídos para a satisfação das necessidades básicas
da pessoa e a formação de sua identidade. Caracterizam-se por fortes vínculos afetivos
interpessoais e uma hierarquização de poder. Um exemplo pode ser o grupo familiar.
Os grupos secundários são aqueles constituídos para a satisfação das necessidades
sistêmicas ou de interesses de grandes grupos e classes. Sua identidade é construída pelo
papel social que o indivíduo desempenha e o poder está centrado na capacidade e na
ocupação social dos seus membros. Um exemplo de grupo funcional pode ser o grêmio
estudantil ou os conselhos de classe de uma escola. Assim, um conceito-síntese de grupo
pode ser o proposto por Martín-Baró: “uma estrutura de vínculos e relações entre pessoas
que canaliza em cada circunstância suas necessidades individuais e/ou interesses
coletivos” (citado por MARTINS, 2003, p. 204).
A dinâmica dos grupos
• Um grupo é um todo dinâmico.
• Apesar de ser um conjunto de pessoas, não é simplesmente a soma dos
participantes, o que significa que qualquer mudança que ocorra em um dos
participantes vai interferir no estado do grupo como um todo. E por estarmos
sempre mudando é que o grupo é dinâmico.
• Quando um grupo se estabelece, uma série de fenômenos passa a atuar sobre as
pessoas individualmente e, conseqüentemente, sobre o grupo.
• É o chamado processo grupal. Vamos destacar alguns desses fenômenos:
• 1)coesão – significa o resultado da aderência do indivíduo ao grupo,
a fidelidade aos seus objetivos e a unidade nas suas ações. Todo
grupo só consegue sobreviver se mantiver uma atração entre seus
membros, assim, faz-se necessário uma certa pressão entre os
membros para que nele permaneçam. Um grupo, de acordo com
suas características, pode apresentar uma maior ou menor coesão.
Uma maior coesão geralmente é obtida quando o grupo observa que
as finalidades estão sendo cumpridas e os resultados estão sendo
obtidos. Quanto maior a coesão maior a satisfação dos membros e
maior a produtividade. Isso pode ser claramente observado em um
time de futebol. Quanto mais ele se reveste do sentimento de
equipe, melhores são os resultados obtidos. E viceversa: quanto
melhores os resultados, mas aumenta a coesão do time.
• 2)padrões grupais – são as expectativas de comportamentos
partilhados por parte dos membros do grupo. Esses padrões ou
normas de comportamento são estabelecidos com a especificação
de atitudes ou comportamentos desejáveis por parte dos membros.
A partir disso, estabelece-se uma fiscalização por parte do grupo
quanto ao cumprimento dessas normas, aplicando-se sanções aos
que não as cumprem. Esses padrões muitas vezes não são
explicitados, mas espera-se que o indivíduo ao ingressar no grupo os
perceba. Por exemplo, não é necessário ressaltar para um membro
de um grupo de jovens católico que ele deve comparecer à missa,
pois isso está implícito.
• 3)motivações individuais e objetivos do grupo – são os elementos
que estão relacionados com a escolha que cada indivíduo faz quando
decide participar de um grupo e são importantes para garantir a
adesão. Uma pessoa geralmente escolhe participar de um grupo a
partir de suas motivações pessoais, sejam motivações referentes aos
objetivos do grupo, sejam atrações exercidas por membros daquele
grupo. É importante observar as respostas que o grupo dá a essas
manifestações individuais, as quais até podem ser admitidas, desde
que não interfiram nos objetivos centrais do grupo, que sempre
prevalecerão. Quanto mais o grupo zela pela sua coesão, menos
manifestações individuais serão toleradas. Uma manifestação
individual que atente contra os objetivos do grupo serão punidas
com a exclusão daquele membro.
4) liderança – A habilidade do líder para motivar e influenciar o grupo produz efeitos na
atmosfera deste. O grupo pode desenvolver-se em um clima democrático, autoritário ou
relaxado, dependendo da vocação do grupo e de lideranças que viabilizem essa vocação.
Assim, por exemplo, um grupo cujos membros acreditam que a melhor forma de
organizar as relações é a autoritária, vai necessitar de um líder autoritário, que, por sua
vez, reforçará a atmosfera autoritária dentro do grupo.
Um dos grandes estudiosos da questão da liderança foi Kurt Lewin (1890-1974). Para ele,
os grupos democráticos tinham mais eficiência a longo prazo, enquanto os autoritários
tinham uma eficiência imediata. Como as decisões são centralizadas na figura do líder, os
membros somente funcionam a partir de sua demanda e são, geralmente, cumpridores de
tarefas. Já os grupos democráticos exigem maior participação de seus membros, que
dividem as responsabilidades com a liderança. Isso torna a realização dos objetivos mais
demorada, entretanto, mais duradoura.

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