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E INCLUSÃO SOCIAL
Ficha Catalográfica
São Paulo
2019
FICHA TÉCNICA
Prof. José Fernando Pinto da Costa
Presidência da Mantenedora
Car@ Alun@,
Bons estudos!
ÉTICA, CIDADANIA E INCLUSÃO SOCIAL
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ÉTICA E CIDADANIA NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE
1. A ORIGEM DA ÉTICA COMO ELEMENTO SOCIAL FUNDAMENTAL..................... 7
1.1. Ética e valores sociais na Pré-História e na Antiguidade ............................. 7
1.2. Ética e valores sociais na Era Medieval....................................................... 10
2. ÉTICA E CIDADANIA CONSTITUEM UMA CIÊNCIA ............................................. 11
2.1. O Pensamento Moderno de Cidadania ........................................................ 12
2.2. A Ética faz a Guerra? ..................................................................................... 14
3. O NEOLIBERALISMO E A FORMAÇÃO DA CIDADANIA ....................................... 14
4. REVISÃO DA AULA ................................................................................................ 15
5. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 16
AULA 1
ÉTICA E CIDADANIA NA
HISTÓRIA DA HUMANIDADE
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1. A ORIGEM DA ÉTICA COMO ELEMENTO SOCIAL FUNDAMENTAL
Definitivamente, o homem não é um ser isolado, não nasceu para viver isolado da sua
espécie e muito menos, consegue viver sem o convívio de outras pessoas. Há indivíduos que
afirmam categoricamente que não precisam de outras para tocar a vida, mas sabemos que
isto não é uma verdade; afinal, mesmo que viva isolado em um ambiente, as relações com
outras pessoas são inevitáveis. Sob esta ótica, vejamos como isso se deu no decorrer da
evolução humana.
Temos aqui apenas o registro de uma base social complexa, sem nenhuma regra ou
modelo de convivência, entretanto, vale salientar que há registros investigativos que
comprovam por meio dos desenhos rupestres e vestígios encontrados por cientistas, que,
dificilmente o hominídeo estava só. A ética não existia como padrão de comportamento; cada
indivíduo defendia o seu modo de sobrevivência, usando da violência e de trapaça, entretanto
havia um certo respeito sobre aquele que dominava e defendia o seu território.
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Figura 1 – Período Paleolítico ou Idade da Pedra.1
No período Neolítico , há um princípio de organização e formação social por meio do
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modo de construção de uma sociedade coletora. Este é o período em que a prática nômade
diminui e algumas áreas já são tomadas por povos sedentários. As tarefas são distribuídas
entre homens, mulheres e crianças, no entanto, a ética se apresenta num contexto de trabalho
e modo de sobrevivência a partir dos recursos naturais. Formam-se as aldeias e com elas, as
primeiras cidades e aglomerados populacionais.
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Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada faz referência ao primeiro período da pré-história, que aconteceu há aproximadamente
2,5 milhões de anos a.C., em que o homem utilizava pedra lascada como principal arma de caça. Disponível em:
http://queconceito.com.br/paleolitico>. Acesso em: 02/07/2018.
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O último período da pré-história é o Neolítico, que também é chamado de Nova Pedra e de Pedra Polida, teve duração de 10 a
6 mil anos a. C. e terminou com o surgimento da escrita, precedendo a Idade dos Metais. Disponível em:
http://4.bp.blogspot.com/-eh-ZljdZo98/URqDIlgbRRI/AAAAAAAAAN8/t9fq4_7CTfg/s1600/neolitico.jpg>.
Acesso em: 02/07/2018
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O último período da pré-história é o Neolítico, que também é chamado de Nova Pedra e de Pedra Polida, teve duração de 10 a
6 mil anos a. C. e terminou com o surgimento da escrita, precedendo a Idade dos Metais. Disponível em:
http://4.bp.blogspot.com/-eh-ZljdZo98/URqDIlgbRRI/AAAAAAAAAN8/t9fq4_7CTfg/s1600/neolitico.jpg>.
Acesso em: 02/07/2018
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SAIBA MAIS
FIQUE ATENTO
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1.2. Ética e valores sociais na Era Medieval
A Era medieval foi marcada pela chegada do clero ao poder e seu domínio territorial e
econômico. Graças à fragilidade da monarquia neste processo de dominação e concorrência
territorial por meio de guerras e de conflitos entre grupos.
SAIBA MAIS
A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras) no século
V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a
retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se pela economia
ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção
feudal e sociedade hierarquizada.
FIQUE ATENTO
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O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu
suserano. O vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de
produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões
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As diferenças no modo de vida entre Senhores Feudais e Camponeses eram gritantes,
desde a moradia, passando pelas vestimentas e alimentação. O Poder tinha que estar
destacado para fomentar a subserviência.
Todo abuso tem limites; talvez fosse essa a base, o princípio, para definir o que é Ética
e Cidadania, afinal? Vimos que até a Era medieval, a evolução do homem em sociedade,
apenas postulou o modo de vida política e econômica num contexto da desigualdade e
injustiça social.
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Fonte: < https://pt.slideshare.net/carla77/a-sociedade-medieval-parte-1-11240435>. Acesso em: 02/07/2018.
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O discurso ético filosófico grego é um discurso de afirmação da cidadania no sentido mais
completo do termo, ou seja, a participação ativa e efetiva nas decisões da cidade, participação
nas riquezas coletivas e gozo de direitos definidos coletivamente. No período medieval, esta
caracterização de cidadania desaparece. Impõem-se os valores e crenças religiosas e o
interesse por questões espirituais em detrimento de questões materiais e políticas. Com o
advento da modernidade crescem as necessidades de manifestações de interesses
particulares em espaços públicos, formando assim, sociedades com somas de seus desejos
comuns para o bem-estar de todos.
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https://www.significados.com.br/etica-e-cidadania/
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fortalecimento de uma cidadania essencialmente mais próxima da experiência clássica7, uma
vez que a igualdade e a liberdade tornaram-se seus princípios básicos.
Durante o regime Absolutista, a cidadania era aceita como obra Divina ou outorgada
pelo poder, como se fosse por meio do autoritarismo e posição da monarquia, que viria o
resultado de um modelo social. O Estado Hobbesiano, o Leviatã, nasce como uma solução
para evitar anarquia social: o homem é lobo do homem, fundamental no fornecimento da base
jurídica às grandes revoluções burguesas. Antes do Estado, havia um estado de natureza,
onde havia liberdade e igualdade. Os indivíduos decidiam livremente, por contrato social,
instituir o Estado, que passa a representar a vontade de todos, assim como bem comum, pela
ótica de Rousseau.
Esse ânimo de mudança se deu com o retorno do ideal republicano do mundo clássico.
O Renascimento permitiu a construção das bases para o nascimento da moderna cidadania,
em pleno século XVIII, enquanto aconteciam as Revoluções dos Estados Unidos, de 1776, e
Francesa, de 1789. A incompatibilidade entre a monarquia absoluta e a cidadania (de
inspiração greco-romana e sua liberdade civil), obriga os pensadores modernos a redefinir o
que seja sua própria cidadania.
A partir do pensamento de Rousseau, o monarca não poderia ser mais confundido com
o Estado, em seu contrato social, não há espaço para um poder absoluto e centralizado nas
mãos do rei ou do clero, pois a soberania é a vontade geral, a vontade do povo, e esta vontade
não se representa. Na República Moderna os direitos civis além de serem direitos naturais,
são os direitos do povo8.
Thomas Hobbes - Ele introduziu uma teoria do contrato social baseada na relação
entre o soberano absoluto e a sociedade civil;
John Locke - Seu trabalho contribuiu grandemente para o desenvolvimento das
noções de contrato social e direitos naturais;
Montesquieu - Seu trabalho de teoria política, particularmente a ideia de
separação de poderes, moldou o moderno governo democrático;
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Essa experiência clássica está relacionada à primeira experiência social de cidadania que ocorreu na Grécia antiga.
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Uma singela leitura da Declaração dos Direitos do Homem da Revolução Francesa basta para se constatar os direitos
conquistados, como a igualdade e o direito de propriedade, que é pilar também para a economia moderna de mercado.
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Voltaire - Atacou a Igreja Católica e defendeu a liberdade religiosa, a liberdade de
expressão e a separação entre Igreja e Estado.
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“jogo” do capitalismo, percebemos uma nova postura do Estado e sua crescente (des)
responsabilidade pelos direitos do Cidadão. A origem, cada vez maior, das ONG´s mostra o
reflexo disto, assim como, crescem as sensações do abandono do Poder Público sobre as
necessidades básicas que cada sociedade precisa e busca para viver com dignidade.
4. REVISÃO DA AULA
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5. REFERÊNCIAS
CORTELLA, Mário Sérgio; RIBEIRO, Renato Janine. Política: para não ser idiota. 9ª ed.
Campinas: Papirus 7 Mares. 2011.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 6ª ed. São Paulo: Editora Ática. 1997.
HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre facticidade e validade. Vol. II. Rio de Janeiro.
Tempo Brasileiro, 1997.
HARDIE, W.F.R. O bem final na ética de Aristóteles In: Sobre a Ética Nicomaqueia de
Aristóteles: textos selecionados. Coordenação Marco Zingano. São Paulo. Odysseus Editora,
2010, pp. 103-124.
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. 21ª, revista. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
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