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Hegel

(1770-1831)
Filosofia Contemporânea
Contextualizando
• Alemanha passa por um momento caótico (XVIII e XIX);

• Problema de jurisdição (Áustria e Prússia);

• Falta espírito nacional; (processo de retaliação contra qualquer tomada de consciência).

• Outra realidade totalmente contraria se apresentava a poucos quilômetros, a França;

• A classe média alemã passava por problemas econômicos graves;

• Processo de exploração forte;


• Enquanto a França se ocupa com a ideia objetiva de liberdade, a Alemanha fica com a ideia;

• A classe educada estava transcendente a realidade;

• A cultura era, então, essencialmente idealista, ocupada com a ideia das coisas, mais do que com as
próprias coisas;

• O pensamento de Hegel constitui a última grande expressão desse idealismo cultural, a última
grande tentativa para fazer do pensamento o refúgio da razão e da liberdade;
O Jovem Hegel
• Stuttgart;
• Seminário de teologia protestante;
• Amigo de Schelling;
• Ambos idealistas dos ideais de liberdade e dignidade do homem;

• 13 de outubro de 1806 Napoleão anexou Jena “Vi o imperador – esta alma do mundo – cavalgar pela cidade, em
vista de reconhecimento: suscita, verdadeiramente, um sentimento maravilhoso a visão de tal indivíduo, que,
abstraído em seu pensamento, montado a cavalo, abraça o mundo e o domina”

• Fenomenologia do Espírito;
• O centro de sua preocupação é sobre o problema político;

• “o infortúnio e a irracionalidade da história moderna não tiverem sido dissipados, enquanto a razão não se
tornar soberana do tempo, vale dizer, enquanto não o tiver superado coo um de seus momentos”.

• Crítica a tradição filosófica ocidental;

• “Um caminho de desenvolvimento retilíneo, cujo motivo decisivo, presente em múltiplas variações, é a ideia
de que o objeto do conhecimento pode ser conhecido por nós e na medida em que for produzido por nós
mesmos”

• Seria possível construir-se uma ordem racional universal, fundada na autonomia do indivíduo?
• A razão fora minada em seus fundamentos pelos empiristas, que acabaram por confinar o homem àquilo que é dado, à ordem
existente nas coisas e nos acontecimentos.

• Kant despertado de seu sono dogmático pelos empiristas, partiu do princípio de que todo o conhecimento humano tem início com a
experiência, fonte da matéria, para os conceitos da razão.

• Para Kant não é possível conhecer-se o fundamento daquelas impressões, isto é, não se conhece como são, ou o que são, as coisas-
em-si, que produziram aquelas impressões.

• Hegel: enquanto as coisas-em-si estiverem fora do alcance da razão, esta continuará a ser mero princípio subjetivo, privado de poder
sobre a estrutura objetiva da realidade, e o mundo se separa em duas partes: a subjetividade e a objetividade, o pensamento e a
existência.

• Condenado a frustração;

• A necessidade da filosofia surge quando o poder da unificação desapareceu da vida dos homens, e quando as contraposições
perderam sua relação e sua interação vivas.

• Razão é fonte integralizadora;


• 1807 na Fenomenologia se estabelece a predominância da política sobre a filosofia;

• Projeto fundamental de Hegel é “um projeto do homem total”;

• “Deve realizar-se em todas as dimensões da vida humana, e portanto também na dimensão estritamente política;
não se trata, inclusive, da realização desse projeto senão na medida em que essas diversas dimensões perdem
sua independência, umas em relação às outras... E são, por conseguinte, integradas em uma totalidade orgânica
da existência”.

• Hegelianismo como a intenção e a realização da vida racional;

• Não a vida da interioridade subjetiva, fechada sobre si mesma, do formalismo psicológico, mas a vida enquanto
ela é a contradição entre a vida substancial e a subjetividade do vivente guiada e conduzida pela primeira, a
vida do mundo.

• Anti-subjetivismo profundo e uma recusa do psicologismo prático;


• Sonha com um mundo político com o vitalismo do mundo grego;

• Seu fundamento – ideal de liberdade – não deve ser determinada pelo exterior;

• Liberdade nasce do interior, antecipando-se como sentido de liberdade;

• Mediação entre indivíduo e o ideal da pólis;

• Problema da filosofia entre o pensamento e a objetividade;

• Experiência imediata: contém a crença de que a consciência pode representar, verdadeiramente, o que são as
coisas.

• Pensamento em direção ao objeto;


• Empirismo e idealismo crítico kantiano: o que é verdade deve estar na realidade e conhecer-se por meio da
representação. Kant em sua filosofia crítica submete a investigação prévia o valor dos conceitos intelectuais
empregados na metafísica. Critica Kant por não ter penetrado no conteúdo e na relação das determinações do
conhecimento;

• Saber imediato: conceito que converte um referido objeto em algo condicionado e mediatizado; então o
conhecimento dos ditos objetos só se dá graças a um saber imediato.

• Refuta, assim estabelece que o saber imediato é a mediação que o precedeu, e a conexão entre a existência
imediata e sua mediação;

• Filosofia como a própria expressão da realidade, eliminando a distinção tradicional entre a ideia e o real;

• O que é real é racional e o que é racional é real;


• Filosofia: compreender aquilo que é, uma vez que aquilo que é é a razão;
• Aconteça o que acontecer, cada indivíduo é filho de seu próprio tempo; da mesma forma, a filosofia resume no
pensamento o seu próprio tempo;
• Filosofia toma consciência das coisas, mas não se pronuncia sobre elas;
• O conteúdo da filosofia não é outro senão o que, originariamente, se produziu e se produz no domínio do
espírito, o qual vive no mundo exterior e interior da consciência; seu conteúdo é a realidade;
• Para que o homem possa aceitar e ter como verdadeiro certo conteúdo da experiência, ele deve ser capaz de
encontrá-lo em seu próprio interior, e esse conteúdo deve concordar com a certeza que ele tem de si mesmo e
estar unido a ela.
• O conteúdo problemático da experiência é transposto para o plano do pensamento conceitual; o conceito é a
atividade do sujeito e, como tal, a forma verdadeira da realidade;
• Afastar da realidade – conceito (abstração da realidade);
• Necessária, total e substancial identidade entre a razão e a realidade;
• O ser e o nada são uma só e mesma coisa;
• Cada coisa só é na medida em, a todo momento de seu ser, algo que ainda não é vem a ser, e algo, que agora é,
passa a não ser.
• Tempo: processo criador irreversível, uma história;

• Mundo controlado pelas forças da história;

• Um homem jamais colhe os frutos de seu trabalho; eles sempre ficam para as gerações futuras;

• O indivíduo (no Estado) está em íntima relação com a vontade da comunidade e essa relação
assumiu, historicamente, três formas: a democracia grega, a monarquia moderna e a moralidade;

• A consciência (fenomenologia) faz o duro aprendizado do mundo;

• A concepção de alienação;
• Um dos criadores do sistema filosófico chamado idealismo absoluto. Foi precursor da filosofia
continental e do marxismo.

• O sistema desenvolvido por Hegel, o idealismo absoluto ou idealismo dialético, abrangeu várias
áreas do conhecimento como a política, a psicologia, a arte, a filosofia e a religião. A teoria do
filósofo baseia-se na ideia de que as contradições e dialéticas são resolvidas para a criação de
um modelo, que tanto pode refletir-se no espírito - sentido de alma e aspirações ideais, como
no Estado político.

• O livro (F.E) refletia as etapas da consciência que apreende o mundo e encontra a si mesmo
para chegar finalmente à totalidade e ao absoluto. O pensamento hegeliano foi crucial para o
desenvolvimento das teorias de Karl Marx, embora este usasse o método dialético de Hegel em
bases materialistas e econômicas.
• Hegel introduz uma noção nova, de que a razão é histórica, ou seja, a verdade é construída no
tempo. Partindo da noção kantiana de que a consciência (ou sujeito) interfere ativamente na
construção da realidade, propõe o que se chama de filosofia do devir, ou seja, do ser como
processo, como movimento, como vir a-ser. Desse ponto de vista, o ser está em constante
transformação, donde surge a necessidade de fundar uma nova lógica que não parta do princípio de
identidade (estático), mas do princípio de contradição para dar conta da dinâmica do real, a que
chama a dialética.

• Hegel desenvolve novo conceito de história, também dialético: o presente é engendrado por longo e
dramático processo; a história não é a simples acumulação e justaposição de um processo cujo
motor interno é a contradição dialética. Segundo a dialética, todas as coisas e ideias morrem.
Como diz o poeta Goethe: “Tudo o que existe merece desaparecer”. Mas essa força destruidora é
também a força motriz do processo histórico. A ideia central é a de que a morte é criadora, é
geradora. Todo o ser contém um si mesmo o germe da sua ruína e, portanto, da sua superação. O
movimento da dialética se faz em três etapas: tese, antítese e síntese.
• 1. Tese: afirmação;
• 2. Antítese: negação;
• 3. Síntese: negação da negação.

• Ao explicar o movimento gerador da realidade, desenvolve uma dialética idealista: no sistema hegeliano, a
racionalidade não é mais um modelo a se aplicar, “mas é o próprio tecido do real e do pensamento”. O
mundo é manifestação da ideia, “o real é racional e o racional é real”. A história universal nada mais é do
que a manifestação da Razão.

• Como ponto de partida do devir, Hegel coloca não a natureza – a matéria -, mas a ideia pura (tese). Esta, para
se desenvolver, coloca um objeto oposto a si, a Natureza (antítese), que é a ideia alienada, o mundo privado
de consciência. Da luta desses dois princípios antitéticos nasce uma síntese, o Espírito, há um tempo pensando
e matéria, isto é, a ideia que toma consciência de si através da Natureza.
• O conhecimento estabelecido a partir de uma realidade dada, imediata, simples aparência, é chamado por
Hegel de conhecimento abstrato, ao qual opõe o conhecimento do ser real, concreto, que consiste em descrever
o modo como uma realidade é produzida.

• Conhecer a gênese, processo de constituição pelas mediações contraditórias, é conhecer o real. Por esse
movimento a Razão passa por todos os graus, desde o da natureza inorgânica, da natureza viva, da vida
humana individual até social.

• Os dois últimos graus (do homem individual e social) são a manifestação, num primeiro momento, do Espírito
subjetivo do homem, ainda encerrado na sua subjetividade (enquanto emoção, desejo, imaginação). Ao
Espírito subjetivo se opõe a antítese do Espírito objetivo, ou seja, o espírito exterior do homem enquanto
expressão da vontade coletiva por meio da moral, do direito, da política: o Espírito objetivo se realiza naquilo
que se chama mundo da cultura.

• Essa relação antítese é superada pelo Espírito absoluto, síntese final em que o Espírito, terminando o seu
trabalho, compreende-o como realização sua. A mais alta manifestação do Espírito absoluto é a filosofia,
saber de todos os saberes, quando o Espírito atinge a absoluta autoconsciência. Por isso, Hegel a chama de
“pássaro de Minerva que chega ao anoitecer”, ou seja, a crítica filosófica se faz ao final do trabalho
realizado.
Tese: Espírito subjetivo
Antítese: Espírito objetivo
Síntese: Espírito absoluto

Na filosofia posterior a Hegel, tornou-se fecunda a ideia de que a razão histórica e se transforma a partir dos
conflitos e contradições. Como vemos, ora os pensadores reafirmam o caráter determinante da razão e
reforçam o idealismo, ora criticam esse idealismo, como os marxistas, que enfatizam as contradições sociais
e políticas como determinantes do processo que provoca a mudança da própria razão.

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