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A MODERNIDADE E O PROJETO

DE HOMEM

O homem sujeitado a razão


INTRODUÇÃO

• A definição de homem “animal racional” persistirá até a Idade Clássica;

• Homem é feito de animalidade e racionalidade (alma imortal) (corpo mortal);

• Século XVII – do mundo fechado ao Universo infinito;

• A revolução científica precisa de um novo modelo de homem;

• O modelo aristotélico não dá mais conta de responder ao novo tempo; (revolução científica)
UM NOVO MODELO DE DETERMINAR A ESSÊNCIA DO
HOMEM

• Que é o homem para Descartes? Uma alma estritamente unida a um corpo.

• Confundimos até com a máxima aristotélica “animal racional” – o corpo não é do animal e a razão não é o próprio da alma
humana?

• Estudiosos dizem que a definição cartesiana tem preferência pela ideia de que HOMEM: ser união de uma alma e de um
corpo;

• Uma questão banal, já presente nos teólogos cristãos e discutida pelos neoplatônicos;

• Meditações metafísicas (sexta): “alma não está no corpo como um piloto em seu navio, pois sente com ele (sensações,
apetites, paixões): ela o sente não como um corpo, mas como seu próprio corpo”;
REFLEXÃO

• “A alma que tem a sua existência própria, assim como


o corpo que a acolhe, penetra integralmente através do
corpo, conservando a sua substância própria na mistura
que a liga a ele (pois nenhuma parte da alma deixa de
participar do corpo que possui a alma)”. Alexandre de
Afrodísia: in Da mistura.
• O ponto significativo de Descartes está no como é estabelecida tal definição de homem;

• É pela distinção real entre a alma e o corpo que Descartes chega à sua definição do homem como UNIÃO.

• As meditações metafísicas tem como objetivo estabelecer algo constante e firme nas ciências;

• Eu penso, eu sou; “O que é que antes acreditei ser?” “Sem dificuldades, pensei ser um homem”.

• Rompendo com a metodologia aristotélica, vai em busca da essência do homem, ou essência daquilo que ele é;

• Fundar as ciências sobre chão firme;

• Do eu ao homem mais geral;

• Olhar introspectivo – primeiro encontro um eu, para depois encontrar um homem para além de si mesmo;
A CIÊNCIA

• Não podemos esquecer da premissa básica da ciência: certeza absoluta.

• Eu penso, logo eu sou. A primeira cuja existência é certa, sou eu mesmo;

• O que é essa coisa que existe indubitavelmente?

• Eu sou uma coisa que pensa – definido pelo pensamento;

• “Descubro aqui que o pensamento é um atributo que me pertence: só ele não pode ser separado de mim. [...] Não sou,
falando com precisão, senão uma coisa que pensa, ou seja, um espírito, um entendimento ou uma razão, que são termos
cujo significado antes desconhecia” Segunda meditação.

• O homem é pensamento; é consciência – este é o próprio do homem;


DA NATUREZA DO HOMEM À POSSIBILIDADE DE UMA
CIÊNCIA DA NATUREZA

• Como é possível pensar uma Ciência da Natureza via Descartes?

• O homem é PENSANTE, se a natureza no homem é PENSAR, pensar sem cessar, pensar desde que existe e existir desde que
pensa, a natureza fora do homem não é pensar;

• Há consciência no homem, mas só nele;

• Pode conhecer o resto da natureza por não ter a mesma natureza que o resto da natureza;

• Pode facilmente ser conhecida, pois é desprovida de pensamento; (problema cartesiano)

• O pensamento é o que resta quando suprimo tudo que é corporal;


QUEM PENSA?

• Todos os seres?

• Não, nenhum outro ser natural pensa, a não ser o homem.

• Os animais, em Descartes, não tem nenhuma forma de consciência;

• Portanto, o corpo é apenas máquina – possível de conhecimento;


DA SUBSTÂNCIA PENSANTE À UNIÃO
DA ALMA E DO CORPO

• O homem em Descartes, o homem concreto, não é a sua alma; não é puro


pensamento, mas a estreita união de uma alma e de um corpo, de modo que
essa terceira natureza, constituída, por meio de composição e montagem da
substância que pensa com a substância corporal, de duas naturezas
incompatíveis entre si, parece ser a verdadeira definição de homem.

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