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A.
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e consciência em particular - que são de natureza não-física, bem como propriedades
físicas familiares, tais como massa, cor e textura.» (41)
3. DUALISMO PLATÓNICO
«Sócrates salienta então que um homem não usa somente suas mãos, mas o
corpo inteiro, e que, portanto, assim como uma pessoa é distinta da
ferramenta que usa, ou de um instrumento que toca, assim segue-se que ele
deve ser distinto de seu corpo. O argumento pode ser colocado mais
formalmente e se desenvolve resumidamente do seguinte modo:
LINHAS DE REFLEXÃO:
- fenomenologia do que é ter um corpo e do que é usar ferramentas;
- não esquecer as partes que “resistem” no nosso corpo e que não podemos aceder
a elas, como se todas elas fossem ferramentas;
- não esquecer que também não podemos aceder ao grau zero da vida mental nem
a dados inconscientes;
- ferramentas, objectos, armas, próteses externas e internas.
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5. DUALISMO CARTESIANO
LINHAS DE REFLEXÃO:
- res cogitans, res extensa.
LINHAS DE REFLEXÃO
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- A velha e rica história da identificação do que é exclusivo ao ser humano
(linguagem, alma, criatividade, remorso, consciência, responsabilidade, liberdade,
culpa…).
- A terceira pessoa a tentar saber da primeira pessoa.
- Categorias pouco claras: pessoa.
- O grande desconhecimento que ainda temos acerca dos animais: etologia
precisa-se! Recorde-se: árvore evolucionária cheia de surpresas; regiões com vida
desconhecida; zonas híbridas vida/não vida; seres unicelulares a fazerem matemática
avançada; polvos; esporos submarinos; as preferências dos animais e as suas
manifestações de prazer, dor e brincadeira; etc.
- A questão dos autómatos e animais como autómatos.
«Eu não estou presente em meu corpo meramente como um piloto está em
seu navio; eu estou mais firmemente ligado a ele, como se estivesse
misturado a ele, de modo que ele e eu formamos uma unidade. Senão, quando
o corpo é ferido, eu, que sou simplesmente um ser consciente, não sentiria
dor devido a isso, mas perceberia o ferimento por um simples acto de
compreensão, como o piloto percebe pela visão qualquer dano causado por
quebra que possa haver no navio; e quando o corpo necessita de comida ou
bebida, eu devo explicitamente compreender o facto, e não ter sensações
confusas de fome e sede.» (51).
«Os seres humanos são feitos de corpo e alma, não pela mera presença ou
proximidade de um com o outro, mas por meio de uma união substancial...
Se um ser humano é considerado, é considerado em si mesmo, como um
todo, ele é uma união essencial, porque a união que liga um corpo humano e
uma alma um ao outro não é acidental a um ser humano, mas essencial, uma
vez que um ser humano sem ela não é um ser humano.» (52)
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8. ARGUMENTO DA DÚVIDA CARTESIANA
«Sem dúvida, então, eu existo, uma vez que eu sou iludido, e deixe-o iludir-
me comei ele possa, ele nunca poderá me persuadir de que não sou nada,
enquanto eu estiver consciente de que sou alguma coisa. Para que ele deva,
em conclusão, ser mantido, todas as coisas sendo madura e cuidadosamente
consideradas, que esta proposição. Eu sou, Eu existo, é necessariamente
verdadeira a cada vez que ela é expressa por mim, ou concebida em minha
mente.» (55)
«De acordo com a Lei de Leibniz, se uma coisa A e uma B são uma e a
mesma coisa, então todas as propriedades de A devem ser as mesmas que
todas as propriedades de B. Uma consequência desse princípio é que se há
ao menos uma propriedade, ou traço que A e B não compartilham, então A
e B devem ser numericamente coisas diferentes. […]
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Uma vez que o corpo de alguém e “Eu” diferem sob este aspecto, ou seja,
que a existência do corpo pode ser posta em dúvida, mas a existência do “Eu”
não pode, então, de acordo com a Lei de Leibniz, parece resultar que a pessoa
ou consciência não pode ser idêntica ao corpo, mas deve ser diferente e
distinta dele.» (56)
«1. Lois Lane sabe que o repórter com o qual ela trabalha é Clark Kent.
2. Ela não sabe que o repórter com o qual trabalha é o Super-Homem.
3. Portanto, Clark Kent não pode ser o Super-Homem.» (57)
«Por meio deste padrão de argumento, então, Descartes não pode estabelecer
que ele é uma substância não-corpórea, distinta de seu corpo. Porque, no
entanto, ele acredita ter estabelecido isto, e consequentemente logrado
desvencilhar-se de todos os seus traços corporais, deixando para trás o único
atributo do pensamento ou consciência, ele conclui não meramente que ele é
uma coisa pensante - uma conclusão que poderia ser cabível -, mas que ele é
somente uma coisa pensante, isto é, uma coisa cuja única essência ou
natureza consiste em nada mais do que consciência. Uma vez que agora
estou consciente, enquanto escrevo isto, segue- -se que sou uma entidade
consciente, isto é, a consciência é um traço meu, No entanto, não se segue
que tudo o que eu sou seja consciência, que este traço esgote totalmente a
minha natureza.» (57)
«Eu sei que qualquer coisa que eu compreendo clara e distintamente pode
ser feita por Deus assim como eu o compreendo; então a minha habilidade
de compreender uma coisa clara e distintamente separadamente uma da outra
é suficiente para me assegurar que elas são distintas, porque Deus ao menos
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as pode separar. Agora, eu sei que existo, e, ao mesmo tempo, observo que
não há absolutamente nada que pertença à minha natureza ou essência
excepto o mero facto de que eu sou um ser consciente; a partir somente disto
posso inferir validamente que minha essência consiste simplesmente no fato
de que eu sou um ser consciente. E realmente possível [...] que eu tenha um
corpo estreitamente ligado a mim mesmo, mas ao mesmo tempo eu tenho,
por outro lado, uma ideia clara e distinta de mim próprio tomada
simplesmente como uma consciência, não um ser extenso, e, por outro lado,
uma ideia distinta de corpo, tomada simplesmente como um ser extenso, não
consciente; consequentemente, é certo que sou distinto de meu corpo, e
poderia existir sem ele.» (58)
«1. Eu não constato coisa alguma que pertença à minha natureza ou essência, à
exceção do pensamento.
2. Eu constato que nada mais realmente pertence à minha natureza ou essência, à
exceção do pensamento.» (58)
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(b.) O cérebro é destituído de uma função
«Pois, a partir do fato de que ela [a alma] não age de forma tão perfeita no
corpo de uma criança quanto no de um adulto, e que a acção dela possa
seguidamente ser impedida pelo vinho ou outras coisas corporais, segue-se
somente que, enquanto a mente for unida ao corpo, ela usa o corpo como um
instrumento naquelas operações nas quais ele é usualmente ocupado, não que
ela se torne mais perfeita, ou menos, por meio do corpo... Tenho ... com
frequência distintamente mostrado que a mente pode operar
independentemente do cérebro; pois certamente o cérebro não pode ter
serventia alguma para a compreensão pura, mas somente à imaginação e à
sensação.» (65)
«Descartes afirma que uma, e somente uma, alma está associada com um
dado corpo humano e age por meio dele. Mas, pergunta Kant, o que diria o
cartesiano à sugestão de que, tanto quanto ele possa dizer, milhares ou
milhões de tais almas, todas pensando o mesmo pensamento, falem por meio
da boca de um ser humano individual? Além disso, ao longo do tempo, por
que não deveria uma sucessão de substâncias de almas serem associadas a
um ser humano, cada substância de alma transmitindo seus estados ao
próximo membro da série, do mesmo modo que cada membro de uma série
de bolas elásticas, cada bola sendo batida e batendo por sua vez em outra
bola transmite seu momentum à próxima bola na fileira, e assim por diante,
ao longo da série?
O ponto que Kant está levantando é fundamentalmente este: Como se
pode contar almas? Com que critério ou critérios se decide a um momento
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dado quantas almas estão presentes? Quando se pode dizer que uma alma
termina, por assim dizer, e estamos passando à próxima? Em outras palavras,
como uma alma é individuada, isto é, dita separada como um indivíduo
distinto e separado, de outra alma em um dado momento? Além disso, como
se pode dizer que ao longo do tempo almas sejam separadas? Como é que se
pode distinguir a situação na qual uma e a mesma alma seja encontrada
novamente após um lapso de tempo daquela situação na qual uma alma
qualitativamente similar, mas qualitativamente distinta é encontrada?» (66)
LINHAS DE REFLEXÃO
- Explorar o que efectivamente Espinosa está a propor.
- Recordar as Conferências de Manágua de Chomsky: o pouco que
sabemos ainda sobre o corpo.
REFLEXÃO
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- Confrontar este texto com o do moinho: resposta inteligente a um
desespero intelectual?
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V. O Problema da Super-Visão-Cega (The Problem of Super
Blindsight)
VI. O Problema dos Duplos (The Problem of Duplicates)
VII. O Problema do Espectro Invertido (The Problem of the
Inverted Spectrum)
VIII. O Problema da Transparência (The Problem of
Transparency)
IX. O Problema da Localização Sentida e do Vocabulário
Fenoménico (The Problem of Felt Location and Phenomenal
Vocabulary)
X. O Problema do Membro Fantasma (The Problem of the Alien
Limb)
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- É fantasia mesmo ou, diferentemente, aproxima-se da realidade de casos que
conhecemos? Comparar, por exemplo, com Karen Ann Quinlan, zombis haitianos,
Blindsight.
(ii.) O que está em causa não deverá ser rejeitado apenas por considerações lógicas. Deste
ponto de vista, dois conjuntos de observações não podem apontar para o mesmo processo
e para processos diferentes.
(iii.) O que está sobre a mesa: “podemos identificar a consciência com um dado padrão
de actividade cerebral, se pudermos explicar as observações introspectivas do sujeito por
referência aos processos cerebrais com que elas estão correlacionadas” (p. 53)
CARTAS SOBRE A MESA: Place reconhece que há “um resíduo intratável” (p.
54); reconhece que é falso que os enunciados sobre a consciência sejam enunciados sobre
o cérebro; admite que no futuro se venha a encontrar uma explicação behaviorista para a
consciência.
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(v.) “A CONSCIÊNCIA É UM PROCESSO NO CÉREBRO”
(vi.)
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(vii.) SUGESTÃO DE ACTIVIDADES COMPLEMENTARES
- leitura dos 1, º, 2.º e 3.º capítulo Maslin, do texto humorístico de R. Smullyan e do ensaio
de U.T. Place na Antologia;
- reflectir sobre o rgumento paralelo: cérebro numa cuba (brain in a vat);
- estudar os fenómenos do Blindsight e das feromonas: o que estas condições dizem sobre
o objecto mental?
- ver os filmes já recomendados: trilogia Matrix.
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