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A O PAPEL DO COGITO PARA A COMPREENÇÃO DA NATUREZA HUMANA, E

COMO O HOMEM DEIXA DE SER UM ANIMAL-MAQUINA PARA SER HOMEM-


MAQUINA

RESUMO

O corpo é algo limitado, divisível, quase que não precisa da alma ou mente,
mas sem elas e sem o cogito o homem não passa de um animal-máquina, um ser
que existe mas sem possuir a capacidade de distinguir as coisas verdadeiras das
falsas, isto é, não possui uma razão para orientá-lo. Ao receber a alma que é
imposta por Deus, ele passa a ser um homem-máquina que vive em harmonia com
as leis do mundo, mas como uma coisa que pensa, possuinte de razão.

Palavras-chave: res cogitans, res extensa, coisa, alma, corpo

INTRODUÇÃO

A natureza humana em Descartes é a junção do corpo com a alma. O corpo


possuinte de sentidos, possui todos os atributos espirituais de animais, não possui
um conhecimento verdadeiro, é divisível, não possui a racionalidade que o leva a
agir com veracidade. A alma é uma coisa consciente possuindo um conhecimento
natural, enquanto os sentimentos nada possuem de certezas.

O ponto chave para o entendimento do dualismo cartesiano é o cogito. Por


meio dele conseguimos unir alma e corpo, e chegamos à racionalidade para nos
tornarmos homem-máquina.

1. O PAPEL DO COGITO PARA A INTERPRETAÇÃO DA CONCEPÇÃO DA


NATUREZA DO HOMEM

O cogito, cujo qual Descartes possui uma noção de verdade das coisas. Ele
é o ponto central para o entendimento do homem. Sendo aquele que faz a união
entre corpo e alma. Não significa que realizará só, mas é o marco central de sua
filosofia.
O ponto em questão é a via de acesso ao cogito. Mostra-se através da
dúvida que por sua vez leva-o para uma reflexão. Descartes começa uma busca do
que ele realmente é. E pela busca, chega a uma indagação: o que seria realmente o
homem? Ele utiliza uma das respostas dos filósofos clássicos, mas logo
desconsidera essa concepção pois, se aprofundasse, entraria no campo de
interpretações muito complexas.

Sem dificuldade, pensei que era um homem. Mas que é um homem? Direi
que é um animal racional? Certamente não: pois seria necessário em
seguida pesquisar o que é animal e o que é racional e assim, de uma só
questão cairíamos insensivelmente numa infinidade. (Descartes, 1991, p.
174).

Após a refutação dessa concepção de homem racional, Descartes começa


uma nova pesquisa, que parte do princípio de que o melhor a ser feito é “esquecer”
o que lhe foi ensinado. Traçou para consigo um caminho a seguir, que precisa ter
clareza, ordem e distinção.

Isso levou-o a retomar o entendimento de si mesmo como um ser provido de


corpo e de alma. Mas o que entende-se por corpo? É uma coisa limitada e pode se
compreender em qualquer lugar. Que pode ser sentido (tato, visão). E é movido não
por vontade própria, mas por algo além da vontade do ser humano, além dele.

Por corpo entendo tudo o que pode ser limitado por alguma figura; que pode
ser compreendido em qualquer lugar e preencher um espaço de tal sorte
que todo outro corpo dele seja excluído; que pode ser sentido ou pelo tato,
ou pela visão ou pela audição, ou pelo olfato; que pode ser movido de
muitas maneiras, não por si mesmo, mas por algo de alheio pelo qual seja
tocado e do qual receba a impressão. (DESCARTES,1991. p. 175)

O algo que move o corpo não está em nenhum atributo em mim, mas está
além, o espírito, algo que é capaz de fazê-lo mover o corpo, de pensar, sentir. Como
não encontrou nenhum atribuo que possuísse passou a analisar a alma. Para
Descartes, ela é capaz de caminhar, alimentar, sentir o corpo, mas não possui
nenhum corpo. O pensamento é um outro predicado atribuído ao homem que não
pode ser separado, é pertencente a ele, “Eu sou, eu existo” (DESCARTES, 1991, p.
176, grifo do autor).

De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de ter examinado


cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante
que esta posição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as
vezes que a anuncio ou que a concebo. (DESCARTES, 1991, p. 174, grifo
do autor).
O homem é um ser que pensa o tempo todo. Por conseguinte, toda vez que
pensa está existindo no mundo em que vive. Para Descartes, essa verdade de si
mesmo perpassada pelo res cogitans (coisa pensante) não pode embasar-se nela
para encontrar as demais verdades das coisas desconhecidas, essas que por sua
vez, serão consideradas como não existentes.

A verdade defendida por René é a res cogitans, que quando o homem pensa
e de forma que é capaz de intuir é expressada como a res extensa. Pois, tudo aquilo
que cogita no cogito é representado pela res extensa, a representação da cogitação.

Através da exemplificação cartesiana da cera de abelha, nas Meditações,


pode perceber que a essência do corpo pode ser compreendida não pelos sentidos,
mas pela intuição do espírito, que por sua vez, leva ao pensamento.

Tomemos, por exemplo, este pedaço de cera que acaba de ser tirado da
colmeia: ele não perdeu ainda a doçura do mel que continha, retém ainda
algo do odor das flores de que foi recolhido [...] Enfim, todas as coisas que
podem distintamente fazer conhecer um corpo encontram-se neste.
Mas sei que, enquanto falo, é aproximado do fogo: o que nele restava de
sabor exala-va, o odor se esvai sua cor se modifica [...] A mesma cera
permanece a mesma? [...] Certamente não pode ser nada de tudo o que
notei nela por intermédio dos sentidos, posto que todas as coisas que se
apresentavam ao paladar, ao olfato, ou a visão, ou ao tato, ou a audição,
encontram-se mudadas e, no entanto, a mesma cera permanece.
(DESCARTES, 1991 p. 178)

O exemplo da cera requer que utilizemos dois raciocínios para poder


compreendê-lo. Primeiro, o que permite compreender o que é cera é a sua
identidade. Não a sua forma que pode ser modificada, na medida em que ela é uma
coisa extensa.

Segundo, o conteúdo da res extensa só pode ser uma ideia que já foi
pensada anteriormente e além de todas as dúvidas. Não pode ser representada pela
forma, nem pela imagem para conhecer a natureza. Essas, por sua vez, adquirem
inúmeras impossibilidades por imaginar a quantidade de formas que podem ser
demonstradas, ou seja, os seus acidentes. Deixando os acidentes de lado,
compreendendo a sua natureza, tem apenas uma coisa certa, “eu penso”. Com essa
afirmação, que penso, não são os acidentes, nem as sensações provenientes dos
sentidos que me levam ao conhecimento verdadeiro.
Por fim, como diz Descartes, só se torna possível conhecer o corpo pela
capacidade entender em nós os existentes, desconsiderando os sentidos, a
imaginação. Mas somente através da capacidade do intuir, aquela intuição que mira
não os acidentes, mas busca o que está por trás deles, pode se dizer “purificado”,
pois foi por meio da res cogitans. Sendo assim, o espírito se torna mais fácil de ser
conhecido do que o corpo, ao ponto que tenho logo o conhecimento de sua
existência, de sua natureza, distintamente do corpo humano que, para existir, tinha
que perpassar pelo pensamento, o “cogitar”.

2. COMPOSIÇÃO DA NATUREZA HUMANA, UMA COISA COMPOSTA DE


CORPO E ALMA.

Na Sexta Meditação, Descartes apresenta um argumento que serve como


mediador entre o corpo e alma em Descartes. O meditador possui uma clara e
distinta ideia do “eu” por si mesmo, ou seja, a mente sem o corpo e do corpo por si
mesmo, sem a presença do “eu” ou a mente.

E, embora talvez [...] eu tenha um corpo ao qual estou muito estreitamente


conjugado, todavia já que, de um lado tenho uma ideia clara e distinta de
mim mesmo, na medida e que sou apenas uma coisa pensante e inextensa,
e que, de outro tenho uma ideia distinta do corpo na medida em que é
apenas uma coisa extensa e não pensa, é certo que este eu, isto é, minha
alma, pela qual eu sou, é inteira e verdadeiramente distinta do meu corpo e
que ela pode ser ou existir sem ele. (DESCARTES, 1991 p. 216).

De acordo com o que é afirmado pela Meditação, pode-se dizer que ao ser
excluída toda a percepção intelectual da mente em relação ao corpo e tudo o que se
refere à percepção intelectual do corpo em relação a mente. Pode-se perceber que
está sendo afirmada uma percepção intuitiva sobre a mente e o corpo, como duas
naturezas mutuamente excludentes.

O corpo, formado de matérias e formas, é algo que pode ser dividido, pois
está contido na natureza ou na essência da extensão. Por exemplo, se pegar uma
pedra e quebrá-la, tem-se duas pedras. Sendo assim, o corpo é algo divisível. A
alma pode ser compreendida como algo indivisível, pois se fosse divisível teríamos
duas mentes. Se pudesse haver dois “eus” pensantes existiriam duas mentes, por
conseguinte haveria dois “eus mesmos”, o que é inaceitável. Conclui-se que o corpo
é naturalmente divisível, já a alma (mente) não se pode dividir, estão em suas
essências.

Há grande diferença entre espírito e corpo, pelo fato de ser o corpo, por sua
própria natureza, sempre divisível e o espírito inteiramente indivisível. Pois,
com efeito, quando considero meu espírito, isto é, eu mesmo, na medida em
que sou apenas uma coisa que pensa, não posso aí distinguir partes
algumas, mas me concebo como uma coisa única e inteira. E, conquanto, o
espírito todo pareça estar unido ao corpo todo, todavia um é, um braço ou
qualquer outra parte estando separada do meu corpo, é certo que nem por
isso haverá aí algo de subtraído a meu espírito. E as faculdades de querer,
sentir, conceber, [...], não podem propriamente ser chamadas de suas
partes: pois o mesmo espírito emprega-se todo em querer e também todo
em sentir, em conceber, etc. Mas ocorre exatamente o contrário com as
coisas corpóreas ou extensas: pois não há uma sequer que eu não faça
facilmente em pedaços por meu pensamento, (DESCARTES, 1991)

A partir da afirmação de que o corpo é divisível e a mente é indivisível pode


se concluir que são duas substâncias completamente diferentes. Como foi dado o
exemplo anteriormente da pedra que de uma coisa tornou-se duas pedras. Essas
duas coisas partidas de uma única coisa não são totalmente semelhantes, em algum
aspecto elas vão ser diferentes, mas continuam sendo uma res extensa.

A única porta de entrada para o corpo seria concebida pelo intelecto. O


intelecto, o eu pensante, é perfeitamente sustentável sem o corpo. Este, porém,
apenas existe como uma ideia da consciência que o cogita. Não somente a alma é
aqui desenhada como puro pensamento, como o corpo integra-se aos demais
objetos do mundo. Corpo como objeto para um sujeito, objeto que não fala de si, um
objeto mudo, decifrável apenas quando processado pelas funções de um intelecto
que o lê a partir de formas matemáticas (figura, movimento, extensão…).

O ser humano é uma substância formada de duas substâncias


completamente diferentes, uma divisível e outra indivisível, interagindo entre si. Uma
res que pensa, que movimenta noções dos modos da percepção e vontade, a res
cogitans. Ela precisa de uma outra res que implica a forma e os movimentos, modos
corpóreos, a res extensa. Percebe-se que uma completa a outra, mesmo sendo
duas res de naturezas e funções distintas.

Ademais encontra-se em mim certa faculdade passiva de sentir, isto é, de


receber e conhecer as ideias das coisas sensíveis; mas ela me seria inútil, e
dela não me poderia servir absolutamente, se não houvesse em mim, ou em
outrem, uma faculdade ativa, capaz de formar e de produzir essas ideias.
Ora, essa faculdade ativa não pode existir em mim enquanto sou apenas
uma coisa que pensa, visto que ela não pressupõe meu pensamento, e,
também que essas ideias me são frequentemente representadas sem que
eu em nada contribua para tanto e mesmo amiúde, mau grado meu; é
preciso, pois, necessariamente, que ela exista em alguma substância
diferente de mim, na qual toda a realidade que há objetivamente nas ideias
por ela produzidas esteja contida formal ou eminentemente (como notei
antes). E esta substância é ou um corpo, isto é, uma natureza corpórea, na
qual está contida forma efetivamente tudo o que existe objetivamente e por
representação[...] (DESCARTES, 1991 p. 217, grifo nosso)

Conclui-se que a relação alma (mente) e corpo é algo distinto, mas que a
união entre si se dá de maneira que uma completa a outra. A existência de certos
modos de sensações como por exemplo, sede, dor, fome, existe por de traz uma
natureza que é capaz de possui-los. Por isso, como temos a existência de uma
natureza que é capaz de duvidar, pensar que é a mente, precisamente se faz
necessário algo que é capaz de senti-los por meio dos sentidos, como a existência
de modos da sensação e dos movimentos o corpo. Segundo Descartes, essa união
é algo que faz surgir uma coisa que constitua por si mesma uma natureza
verdadeira e imutável.

3. O HOMEM-MÁQUINA, COISA QUE POSSUI PENSAMENTO E RAZÃO

No livro Tratado do homem, ou O homem1 (variação de acordo com a


tradução) nos apresenta o homem-máquina que, com a alma, difere dos outros
animais e tem a racionalidade. A sistematização da filosofia de Descartes permite
pensar o mecanicismo na presença das leis da natureza. Dessa maneira o mundo,
cujo qual o filósofo considera a máquina como um sempre-móvel. Há uma
flexibilidade do conhecimento de cada lugar a ser descoberto, sendo assim jamais
pode ter um escurecimento do conhecimento. Sobre isso Jordino Marques nos
apresenta:

A fisiologia cartesiana é, pois, definitivamente marcada pelo constante


movimento de partículas do corpo. Parece que Descartes estabelece as
regras de relacionamento entre o mesmo e o outro, entre o que permanece
e o que se transforma. Só a alma garante a permanência do mesmo, porque
ela é de outra natureza. O corpo, enquanto tal, está sujeito às leis do
universo e, portanto, ele é movimento contínuo. (MARQUES, 1993. p. 53)

1
O escrito original o Tratado do Homem ou O homem era o VIII capitulo do livro O Homem ou o
Tratado da Luz (Le Monde ou Traité de La Mundo)
Descartes, logo no primeiro parágrafo, nos mostra qual assunto irá tratar,
lembrando que esse livro foi escrito antes do Discurso do Método e das Meditações.
O que o filósofo nos apresenta é:

Esses homens serão como nós, compostos de uma alma e de um corpo. E


é necessário que eu descreva, primeiro, o corpo separadamente. Enfim,
será necessário que eu mostre como estas duas naturezas devem estar
unidas para compor os homens que se assemelham a nós. (DESCARTES.
1991, p. 139)

Nesse primeiro parágrafo encontra-se o ponto geral da obra Tratado do


Homem, do filósofo, que é: estabelecer a natureza humana é formada pela
composição de alma e corpo no homem, e detalhar separadamente cada um, mas já
foi feito isso nos tópicos anteriores. O grande esforço para de Descartes nessa obra,
cujo corpo possui um movimento orgânico, não precisando da alma para move-lo
com um motor primário, é um mover-se por si mesmo. A alma tem um campo
específico: o pensamento.

Descartes isola o homem naquilo que lhe é próprio, o pensamento, ou seja,


do animal-máquina, “não é de natureza diferente da de todos os fogos que estão nos
corpos inanimados” (DESCARTES. 1991, p. 139). Do mesmo modo, sobre esse
mecanismo em outros animais, diz Descartes

[...] não supus nenhum órgão e nenhum mecanismo que não sejam tais que
se possa muito facilmente convencer a todos que haja nela [na maquina]
tudo semelhante, tanto em nós, como em diversos animais desprovidos de
razão. (DESCARTES. 1991, p. 139)

Ao olharmos a Quinta Parte do Discurso do Método, no qual Descartes nos


mostra a diferenciação do homem dos animais desprovidos de razão. Nos apresenta
duas vias que nos auxiliam no entendimento da diferenciação: primeira; estimar o
homem até então através do corpo “uma máquina feita pelas mãos de Deus que é
incomparavelmente melhor organizada, e adequada a movimentos mais admiráveis
que os de qualquer máquina de invenção humana” (DESCARTES, 2008. p. 54);
Segundo centrar toda sua análise num ponto específico, distinguir homens de
animais, nos mostra Descartes:

E aqui estou incentivado a mostrar especialmente que, se houvesse tais


máquinas, que se assemelham a órgãos e forma externa de um macaco ou
qualquer outro animal irracional, poderíamos não ter nenhum meio de saber
que tinham, em qualquer respeito, natureza diferente destes animais; se
qualquer respeito, natureza diferente destes animais; mas se houvesse
máquinas que tivessem a imagem de nossos corpos, e capazes de imitar
nossas ações até onde é moralmente possível, ainda permaneceriam dois
testes certeiros para saber se eram então realmente homens.
(DESCARTES, 2008. p. 54)

Os dois meios pelo qual René nos fala são: primeiramente a incapacidade
das máquinas em pensar e proferir as palavras, assim como nós, seres humanos
fizemos em nosso cogitar; segundo, ao realizar as ações não são provenientes de
pensamentos, sendo assim, seus efeitos serão falhos, visto que cada ação requer
uma ação particular, ou seja, ausência da razão impossibilita o discernimento. A
existência da alma ao corpo humano conjectura a razão oferecida pela vontade da
criação Divina.

O corpo, ao ser estudado, demonstra uma autonomia sobre a alma, mas ela
o preenche. A alma é composta ao corpo, nele o movimento é autônomo,
determinado somente pelos objetos exteriores, mas quando a máquina-homem,
recebe-a não se movimenta mais pelas coisas externas, passa a ter um comando
racional sobre si, e a partir desse comando, passa a mover-se por si mesmo.

[...] a alma que estiver na máquina que descrevo poderá alegrar-se com
uma música que seguirá as mesmas regras que a nossa e como ela poderá
torna-la muito mais perfeita, se se considera, ao menos que não são
absolutamente as coisas mais doces que são as mais agradáveis aos
sentidos [...] (DESCARTES, 1991. p. 164)

Conclui-se que o homem é uma máquina que está em sintonia com o mundo
e com suas leis naturais, mas só se torna algo possuinte de razão após possuir uma
alma imposta por um intermédio divino. Ao recebe-la ele não é mais comparado
como um animal-máquina, mas sim passa a ser um homem-máquina, pois suas
ações não estão mais nos sentidos mais sim está agindo racionalmente na medida e
no ordenamento de seus pensamentos.

CONCLUSÃO

Ao analisar os pontos apresentados pelo filósofo, conclui-se que o homem


só deixa de ser uma máquina na medida em que passa a adquirir o conhecimento
das coisas pelo cogitar, ou seja, é uma res cogitans. A união de alma e corpo
mostrou como se dá o dualismo cartesiano. A primeira traz consigo quando posta no
homem a razão, cuja, junto com o pensamento fazem com que o homem haja por
meio dos sentimento. Se o homem utilizá-los, não será capaz de distinguir o
verdadeiro do falso. O corpo é uma coisa que pode até viver sem a alma, mas não
saberá distinguir nem o verdadeiro do falso, somente as coisas provenientes dos
sentidos, ou seja, um animal-máquina.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

DESCARTES, René. Discurso sobre o Método. Tradução de Alan Neil Ditchfield. Petrópolis:
Vozes, 2008. (Coleção de textos filosóficos).
___________. Meditações. Tradução J. Guinsburg e Bento Prado Junior. São Paulo: Nova
Cultural 1991. – (Os pensadores).
___________. Tratado do Homem. Tradução de Jordino Marques. São Paulo: Loyola, 1993. –
(Coleção filosofia; V. 25).
MARQUES, Jordino. Descartes e sua concepção de homem. São Paulo: Loyola 1993.
SKYRRY, Justin. Compreender Descartes. Tradução de Marcus Penchel. Petrópolis: Vozes
2010 – (Série Compreender).

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