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Sinopse
"Distingue-se a intelecção da imaginação e se descrevem os sinais distintivos de uma e de
outra. Prova-se que a mente se distingue realmente do corpo, mostrando, porém, que ela
está com ele tão estreitamente conjugada que é como se compusessem uma só coisa.
Faz-se o censo de todos os erros que costumam originar-se dos sentidos e se indicam os
modos de evitá-los. Aduzem-se, por fim, todas as razões das quais se pode concluir a
existência das coisas materiais. Não que as repute muito úteis a provar o que provam, a
saber, que há deveras um mundo, que os homens possuem corpos e coisas semelhantes,
das quais ninguém com mente sã jamis duvidou seriamente, mas, porque, ao considerá-
las, não as reconheci nem tão firmes, nem tão manifestas quanto as que empregamos para
chegar ao conhecimento de nossa mente e de Deus, as mais certas e as mais evidentes de
quantas a inteligência humana pode saber. E é tudo o que me propus provar nessas
meditações e a razão, também, de aqui não referir várias outras questões de que nelas
ocasionalmente tratei."(p. 151. 153)
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Expõe o método que será utilizado de refutação e para as respostas daquilo que já
colocou até aqui.
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Parte do sentir. Primeiro a cabeça e todo o próprio corpo. Também o situar-se entre
outros corpos, a sensação de incômodo ou comodidade; dor e prazer. Apercebe-se
dos próprios apetites e afetos. Também o movimento dos outros corpos e as
percepções deles pelos próprios sentidos.
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Percebe que os objetos apresentados aos seus sentidos eram diversas de seu próprio
pensamento e não poderia não sentir quando estivessem presentes.
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Pela vivacidade e expressão dessas ideias percebidas pelos sentidos distinta do que
poderia se formar em si mesmo, parece então impossível que procedessem de si
mesmo, havendo razão para se ter uma causa externa.
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