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A instrução é um bem e se instruir é somente bem e se diz do mal na instrução para aprender a evitá-
lo, logo, o mal seria um "renunciar à instrução".
3 - Ainda sobre a indagação anterior pergunta se a inteligência é um bem e se é não pode ser
considerado mal o que se aprende e que usa a inteligência, o autor da instrução é o autor das boas
ações.
7 - Agostinho refuta o outro argumento de Evódio dizendo que é mau por muitos homens serem presos
por essa ação trazendo os próprios atos dos Apóstolos, os mártires lembrando que o crime que era
confessar a fé em Cristo. Logo, nem tudo que é condenável pelos homens é uma má ação pois há
homens condenado por ações boas.
8 - Aceita Evódio a afirmativa de S. Agostinho de que talvez esteja o mal no domínio da paixão.
10 - Considera ainda o exemplo do escravo e como a paixão pode ser um desejo culpável. Lembra que
desejar vida sem temor é próprio do homem mas alguns a desejam para gozar plena e seguramente
das coisas que as podem perder outros renunciando a essas mesmas coisas.
12 - Evódio justificar a morte de um agressor como um mal menor, ou no caso do soldado um ser ele
um dispensador da lei podendo cumprir seu dever sem paixão. No caso da lei permitir matar o agressor
não significa que se é obrigado a fazê-lo. Pensa se os bens que violentados se perdem são
apreciáveis. Tenta justificar a virtude da modéstia residida na própria alma, por exemplo.
13 - Agostinho traz a lei Divina que ultrapassa a lei humana e que pode ter atitudes condenáveis na
primeira e não na segunda, considerando também o fim próprio da lei humana.
15 - A lei eterna e imutável é fundamento da retidão da lei temporal e ela não pode ser considerada
injusta. A noção "impressa em nosso espírito dessa lei" é que "é aquela lei em virtude da qual é justo
que todas as coisas estejam perfeitamente ordenadas" e nada pode mudar que seja justo o que esta
em ordem perfeita.
17 - Diz de como é melhor viver com a consciência, com o conhecimento que torna a vida mais alta e
mais pura, não que a consciência seja melhor que a vida, mas a inteligência que torna capaz de se
viver com maior perfeição conhecimento este que não pode ser mal e que difere do conhecimento
como experiência.
Capítulo 11a - o Ser supremo não constrange a mente humana a ser escrava
das paixões
21b - Traz a afirmação de que o Ser supremo não podendo ser injusto não força a mente a submeter-
se às paixões.
25 - Pergunta Agostinho se existe vontade de levar vida feliz, antes de afirmar que todos possuem
interroga ainda sobre a boa vontade que é a vontade com a qual se deseja viver de tal maneira para
atingir a sabedoria. Pergunta a Evódio qual o apreço que dá a essa boa vontade concluindo ser
incomparável a quaisquer outras coisas e aqueles que não possuem a alegria da boa vontade caem no
maior dos danos.
28 - Considera o como deve ser louvada a vida de uma pessoa que possui a boa vontade e que é esta
a vida feliz a ser louvada. Interroga se já que a própria boa vontade já é o amar e ter em grande apreço
a boa vontade. Conclui assim que é pela vontade que se deseja a vida louvável e feliz e pela mesma
vontade a vida vergonhosa e infeliz.
29 - Coloca o querer e o possuir como um só ato no amor e apreço depositado na boa vontade
abraçada e procurando com retidão e honestidade a vida feliz aqui definida.
32 - Enquanto que a lei temporal ordena os homens e a sociedade de modo que a paz e a ordem seja
salvaguardada em sociedade a lei eterna ordena deixar todo amor temporal para voltar purificados às
coisas eternas, sendo assim a lei temporal tem o direito de punir os povos e não o pecado, o apego
demasiado as coisas mas somente a falta de tirar do outro injustamente.
33 - Traz a consequência do apego e o bem do desapego dos bens deste mundo. Conclui que as
coisas por si não são más mas é são os homens que podem fazer mau uso das coisas.
35a - Evódio concorda a conclusão que Santo Agostinho expõe acrescentando que o pecado é o
afastar-se das coisas eternas e colocar o apego nas coisas temporais mesmo que se encontrem em
ordem, no entanto, a alma pervertida se escraviza a elas. Diz, por fim, Evódio a conclusão alcançada
sobre de onde vem o praticar o mal, "o mal moral tem sua origem no livre-arbítrio de nossa vontade".
35b - Terminada a presente discussão lança a interrogação que fará a transição para o livro segundo:
se foi um bem ter Deus nos dado a vontade, visto ser por ela que chegamos às más ações, se
fossemos privados dela não pecaríamos, assim, poderia até o Criador ser considerado autor das más
ações. É a indagação que se proporá responder no segundo livro.
LIVRO III - Louvor a Deus pela ordem universal, da
qual o livre-arbítrio é um elemento positivo, ainda
que sujeito ao pecado
Introdução. Capítulo 1 - O movimento culpável da vontade que se
afasta de Deus vem do livre-arbítrio (1-3)
Evódio começa afirmando que a vontade livre está entre os maiores bens, é um dom de Deus e é dada
para fazer o bem. Mas interroga sobre o por quê esta vontade inclina-se a afastar-se do Bem universal
e imutável voltando-se para os particulares e mutáveis? Se esse movimento é voluntário ou natural? De
onde procede esse movimento que desvia a alma. Reconhecem que é um movimento voluntário e por
isso culpável. Deve-se exortar para o desprezo dos bens transitórios em vista dos eternos e a má vida
para a vida honesta.
Deus conhece a vontade do homem e pode prever a conduta do que irá acontecer. Indaga Santo
Agostinho sobre os acontecimentos previstos com Deus mesmo. Mas voltando, Deus não o faz sem a
livre vontade do homem, visto que "nada se encontra tão plenamente em nosso poder do que a própria
vontade", logicamente, quereríamos voluntariamente aquilo que queremos e não pode ser diferente.
Pelo fato de Deus ter previsto a vontade boa ou a culpável não deixará de ser no homem vontade livre.
Da mesma forma, Deus não impõe vontade alguma e não determina que queiramos de determinado
modo, pois eliminaria a vontade livre. Nossa vontade não seria nossa se não estivesse em nosso poder.
Assim, esse é o porquê "sem negar que Deus prevê todos os acontecimentos futuros, entretanto nós
queremos livremente aquilo que queremos". Sendo o objeto da presciência de Deus a nossa vontade,
assim ela se fará. Deus vê o ato livre com antecedência. "Logo, essa presciência não me tira o poder".
Capítulo 16 - Deus nada nos deve, nós tudo lhe devemos (45-46)
"Todos os seres lhe devem primeiramente tudo o que são, enquanto natureza existente. Em seguida,
aqueles seres que receberam a capacidade de querer, devem-lhe tudo o que lhes é possível para
progredir, se o quiserem. Devem assim tudo o que têm a obrigação de ser." Fica concluído que o
pecado é um ato da própria vontade, ação injusta que é praticada e não sofrida e que de maneira
alguma está obrigado por própria natureza. O pecado é um afastamento da verdade, um afastamento
do Criador.
Também responde a respeito das dores dos animais que sendo seres da ínfima categoria - isso não
quer dizer que sejam maus - sofrem. Diz que isso proclama o poder da alma nesse gênero a maneira
como reagem com resistência a dor em seus corpos sendo isso uma proclamação da unidade e
perfeição a qual são chamados e para qual Deus cria toda criatura, são proclamação da unidade do
Criador.
Depois Agostinho discorrerá sobre o orgulho como princípio do mal, a qual o demônio acrescentou a
inveja. Deveríamos pelas consequências dos bens inferiores orientar-nos para o bem quando algo
inferior solicitasse nossa atenção. Cristo faz o contrário do anjo decaído vindo a nós na humildade,
com a promessa de vida eterna com amor infinito. Por fim, conclui dizendo da superioridade da
sabedoria não desprezando o terrestre mas colocando a mutabilidade da vida terrena e a imutabilidade
da eternidade.