Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
Capítulo 1 – É Deus o autor do mal?
Agostinho explica que o termo mal é tomado em dois sentidos: de quem pratica e de quem
sofre o mau. Deus não é autor do mal porque ele é bom. E se é bom não pode praticar o
mal. Só poderia ser autor do mal no sentido para quem sofre, no entanto não se trata de
mal essencialmente porque Deus é justo e sua justiça implica dar recompensas aos bons
e castigos aos maus e para quem sofre o castigo parece sofrer um mal, mas na verdade é
fruto da justiça, pois ninguém é punido injustamente. Sobre o primeiro gênero de mal, o
do lado de quem comete Agostinho explica que cada pessoa é autora ao cometer uma má
ação.
Agostinho explica também que o mau não é aprendido porque a instrução é um bem.
Desta forma, na medida em que uma pessoa se afasta da verdadeira instrução, que é
voltada para um bem, ela tende a praticar más ações. O mal não é objeto de instrução.
A resposta de Agostinho será clara: “Deus não é o autor do mal, porque é o autor de todo
o bem. Sendo Deus bom, é evidente que não pode fazer mal algum.” A segunda pergunta
sobre a origem do mal, a conclusão será igualmente firme: a concupiscência, levando ao
abuso do livre arbítrio, é que dá origem ao mal.
Capítulo 2 – Por qual motivo agimos mal?
Neste capítulo Agostinho oferece importantes definições para o prosseguimento do livro
em seu raciocínio. Tratam-se de características relacionadas a Deus. São elas:
• Deus não é o autor do pecado, então o pecado provém dos seres criados por Deus.
• Deus é todo poderoso e não existe parte alguma de sua natureza submissa a
qualquer mudança.
• Ele é o criador de todos os bens, e é infinitamente superior a eles.
• Ele governa com perfeita justiça tudo o que criou.
PRIMEIRA PARTE
ESSÊNCIA DO PECADO – SUBMISSÃO DA RAZÂO ÀS PAIXÕES
Capítulo 3 – Busca da Origem do pecado
Agostinho questiona qual a causa de procedermos mal, mas afirma que é preciso primeiro
entender o que é proceder mal. Ele questiona, tomando como exemplo o adultério, se o
mal está no adultério em si ou se o consideramos mal porque a lei nos proíbe de ser
cometido. Ele prossegue ressaltando que à luz da fé sabemos que ele é um mal em si, mas
deveremos saber o porquê também por um conhecimento por meio da razão. Agostinho
mostra que talvez esteja na paixão a malícia de um ato mal. Ele exemplifica considerando
que se um homem está impossibilitado de abusar de uma mulher, mas se fosse possível
revelar o seu intento ele seria tão culpado quanto se houvesse cometido o ato. Mostrando
que o mal pode estar na paixão, no desejo, ou seja, na concupcência.
Capítulo 6 – Solução: saber distinguir entre a lei eterna das leis temporais
Agostinho ressalta o caráter mutável da lei humana e que ela, como igualmente aos
homens que a cria, estão sujeitos as vicissitudes do tempo. Ele também mostra que a lei
eterna, que é chamada razão suprema de tudo é o fundamento da retidão e das
modificações da lei temporal (modificações conforme o exemplo de um povo ter o direito
de eleger seus governantes sendo todos justos e depois não ter mais este direito visto que
todos se corromperam). Ele também revela de forma clara: “A lei eterna é aquela lei em
virtude da qual é justo que todas as coisas estejam perfeitamente ordenadas” e que ela é
invariável e não muda por forma de nada.
Capítulo 11 a – O Ser Supremo não constrange a mente humana a ser escrava das
paixões
Agostinho explica que um ser supremo, seja ele qual for, capaz de ultrapassar em
excelência a mente dotada de virtude, não poderia de modo algum ser um Ser injusto.
Tampouco, ainda que tivesse esse poder, ele não forçaria a mente a submeter-se às
paixões. Ele conclui que se tudo o que é igual ou superior à mente que exerce seu natural
senhorio não pode fazer dela escrava da paixão, por causa da justiça, e se da mesma
forma tudo o que é inferior a ela também não pode, por causa dessa mesma inferioridade,
a ÚNICA realidade que pode tornar a mente cúmplice da paixão é a PRÓPRIA
VONTADE E O LIVRE ARBÍTRIO.
Neste capítulo Agostinho também mostra as consequências de permitir que a mente seja
dominada. Ele explica que para a mente é um castigo ser dominada pela paixão e
despojada da riqueza das virtudes, tornar-se pobre e desgraçada, ser puxada por ela em
todos os sentidos. Assim o império das paixões (permitir que as paixões dominem)
perturba todo o espírito e a vida do homem pela variedade de oposição de muitas
tempestades e inumeráveis perturbações quando as paixões exercem o seu reinado.
TERCEIRA PARTE – A ATUAÇÃO DA BOA VONTADE PROVA QUE O
PECADO VEM DO LIVRE-ARBÍTRIO
Capítulo 11 b - Dúvidas de Evódio
Evódio questiona se o homem tenha querido rebaixar a mente a esta maneira como
descrito no capítulo anterior, mas percebe que o homem foi por si mesmo e pela sua
própria vontade se precipitar nas misérias da vida mortal.
Capítulo 13 – Nossa boa vontade implica o exercício das quatro virtudes cardeais –
Tratar apenas o número 28 e 29.
Agostinho explica a Evódio que a pessoa que possui a boa vontade a abraça somente, não
crendo possuir nada de melhor, põe o seu prazer e sua alegria em meditar sobre ela e toma
conta do quanto é impossível ela lhe ser arrebatada ou subtraída sem o seu consentimento.
Ele mostra ainda que a pessoa que possui a boa vontade é dotada também das quatro
virtudes (prudência, força, temperança e justiça).
Agostinho define como feliz o homem que realmente ama a sua boa vontade e conclui
que é pela vontade que merecemos e levamos uma vida louvável e feliz e pela mesma
vontade, que levamos uma vida vergonhosa e infeliz.
Agostinho explica que sendo a boa vontade a vontade pela qual desejamos viver justa e
honestamente, e que por nossa boa vontade amamos e abraçamos essa boa vontade, todo
aquele que quer viver conforme a retidão e honestidade, se quiser pôr esse bem
acima de todos os bens passageiros da vida, realiza conquista tão grande, com tanta
facilidade que, para ele, o querer e o possuir são um mesmo ato. Assim ele também
define que essa mesma alegria gerada pela aquisição de tão grande bem, ao elevar a alma
na tranquilidade, na calma e na constância, constitui a vida que é dita feliz. (A vida feliz
significa ter a alegria, a tranquilidade, a calma e a constância na alma, proporcionadas
pela aquisição da boa vontade que é a vontade de viver justa e honestamente).