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FICHAMENTO LIVRO O LIVRE ARBÍTRIO

ALUNO (A): Rafael Junio Mendes Moreira

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Agostinho, Santo, Bispo de Hipona, 354-430. O Livre Arbítrio. Tradução, organização, introdução e
notas de Nair de Assis Oliveira, revisão Honório Dalbosco. 2ª Edição. São Paulo. Editora Paulus, 1995.
Livro, pág. 30 - 69 .

PRIMEIRA PARTE – ESSÊNCIA DO PECADO – SUBMISSÃO DA RAZÃO ÀS PAIXÕES

Capítulo 3 – Busca da Origem do Pecado


TRECHO COM NUMERAÇÃO IDEIAS PRINCIPAIS
6 – Busca da Origem do Agostinho questiona qual a causa de procedermos mal, mas afirma que
pecado é preciso primeiro entender o que é proceder mal. Ele questiona,
tomando como exemplo o adultério, se o mal está no adultério em si ou
se o consideramos mal porque a lei nos proíbe de ser cometido. Ele
prossegue ressaltando que à luz da fé sabemos que ele é um mal em si,
mas deveremos saber o porque também por um conhecimento por meio
da razão. Evódio argumenta que ele é um mal em si porque não deseja
ser vítima dele e se não desejamos passar por tal coisa, esta tal coisa é
um mal.
Citando o exemplo de um marido que entrega sua esposa ao adultério
esperando ser ele também o adulterador Agostinho mostra que o
argumento de Evódio não é correto porque o homem não estaria
desejando ao outro o que não desejaria para si. E mostra que precisa
buscar mais motivos párea explicar.
7 – Razões Insuficientes para a Evódio considera então o adultério como ato mau porque os homens
origem do mal são condenados por este crime, entretanto Agostinho mostra que esta
não é a causa do adultério ser um ato mau porque os homens condenam
muitos homens bons e justos e nem tudo o que eles condenam de modo
que nem tudo o que eles condenam é mal.
8 – O mal provém da paixão Agostinho mostra que talvez esteja na paixão a malícia de um ato mal.
interior Ao buscar o mal num ato exterior visível não havia encontrado nada
além de um impasse. Ele exemplifica que se um homem está
impossibilitado de abusar de uma mulher mas se fosse possível revelar
o seu intento ele seria tão culpado quanto se houvesse cometido o ato.
Capítulo 4 – Objeção: e os homicídios cometidos sem paixão?
TRECHO COM NUMERAÇÃO IDEIAS PRINCIPAIS
9 a 10 - Objeção: e os Agostinho define a paixão como concupiscência. Agostinho difere a
homicídios cometidos sem concupiscência do medo e afirma que não será exato dizer que todo
paixão? pecado, para que seja mal, nele a paixão deve dominar. Agostinho
ainda retoma que todas as ações más são más por causa da paixão pela
qual são praticadas e chama essa paixão de desejo culpável. A paixão
ou desejo culpável refere-se a intenção mais profunda por trás do
desejo e conseqüentemente da ação.
Capítulo 5 – Outra Objeção: e os homicídios cometidos em autodefesa, admitidos pela lei civil?
11 - Outra Objeção: e os Agostinho aponta ser necessário examinar se pode-se matar, sem
homicídios cometidos em nenhuma espécie de paixão, por legítima defesa e ressalta que são
autodefesa, admitidos pela lei justas as leis que permitem matar em legítima defesa e afirma: “A
civil? própria lei ordena ao soldado de matar o seu inimigo. E no caso dele se
recusar a isso, teria punição por parte de seus chefes.
12 – Poder matar um agressor Evódio demarca que a morte do agressor injusto é um mal menor do
não significa dever matá-lo que a de um homem que mata em legítima defesa. Ele ressalta ainda
que um soldado ao matar o inimigo cumprindo a lei, o faz sem qualquer
paixão. Ressalta ainda que a lei, sendo promulgada para defender o
povo, não é portadora de nenhuma paixão. Ressalta também que quem
decreta a lei normalmente não decreta movido por uma paixão, e
mesmo que fosse isso não significa que quem irá cumprir a lei deva
observar isto e ser movido também por esta paixão. Também ressalta
que uma boa lei pode ser dada por um mal legislador, ainda que este
legislador seja movido por uma paixão ou interesse ao legislá-la.
Evódio ainda aponta que não compreende em que sentido podemos
dizer que esse bem, a vida do corpo, é chamado de “nosso”. Ele chega
então ao impasse de não condenar a lei que autoriza matar os
agressores , mas também não consegue justificar aos que de fato os
matam.
13 – As Paixões – Desculpadas Evódio indaga que diante da lei divina como poderiam estar isentos de
pela lei civil, condenadas pela pecado aqueles que se mancham com sangue humano, para defender
lei divina coisas dignas de menos apreço.
Ele ressalta que a lei humana está encarregada de reprimir crimes, em
vista de manter a paz entre homens carentes de experiência, e o quanto
estiver no alcance do governo, constituído de homens mortais.
Agostinho concorda e afirma: “Parece tolerar e deixar impunes muitas
ações que, não obstante, serão punidas pela Providência divina, com
razão.” E que embora a lei humana não faz tudo não significa que
devamos reprovar o que ela faz.

Capítulo 6 – Solução: saber distinguir a lei eterna das leis temporais


TRECHO COM NUMERAÇÃO IDEIAS PRINCIPAIS
14 - Agostinho ressalta o caráter mutável da lei humana e que ela, como
igualmente aos homens que a cria, estão sujeitos as vicissitudes do
tempo. Ele também mostra que a lei eterna, que é chamada razão
suprema de tudo é o fundamento da retidão e das modificações da lei
temporal (modificações conforme o exemplo de um povo ter o direito
de eleger seus governantes sendo todos justos e depois não ter mais este
direito visto que todos se corromperam). Ele também revela de forma
clara: “A lei eterna é aquela lei em virtude da qual é justo que todas as
coisas estejam perfeitamente ordenadas” e que ela é invariável e não
muda por forma de nada.

SEGUNDA PARTE – A CAUSA DO PECADO – O ABUSO DA VONTADE LIVRE

Capítulo 7 – O homem – Superior aos animais pela razão


TRECHO COM NUMERAÇÃO IDEIAS PRINCIPAIS
16 - O homem – Superior aos Agostinho aponta que o homem está perfeitamente ordenado em si
animais pela razão mesmo. Ele indaga a distinção entre viver e saber que se vive
(consciência de viver). Ele indaga qual seria o princípio que constitui a
excelência do homem, de modo que nehuma animal consiga exercer
sobre ele sua força, sendo muitos dos animais capazes disso por serem
muito mais fortes e maiores que o homem. Ele explica que se trata da
Razão ou Inteligência. Evódio denota que é no espírito que reside a
faculdade pela qual somos superiores aos animais, sendo a razão que
existe na nossa alma e não existe na deles, nos torna superiores aos
animais. Agostinho ressalta que o que denominamos saber não vem a
ser nada mais do que se perceber pela razão. Ele mostra ainda que nem
todo ser vivo sabe que vive, ainda que todo aquele que sabe que vive
seja necessariamente ser vivo.
Agostinho, explicitando o pensamento de evódio após ele ter afirmado
que prefere ter consciência da vida a simplesmente viver, explica que o
conhecimento ( e anteriormente ele definiu conhecimento como
perceber pela razão) é uma vida mais alta e mais pura, a qual ninguém
pode alcançar a não ser que seja dotado de inteligência e que ter
17 - É melhor saber que se
inteligência significa viver com mais perfeição e esplendor, graças a
vive do que apenas viver – pág
luz mesma da mente. Ele mostra que Evódio não prefere algo distinto
45
da própria vida, mas uma vida melhor do que uma vida qualaquer (o
que é dado pela razão). Eles também mostram que o conhecimento
nunca pode ser um mal. Agostinho ressalta que a ciência que se
denomina pura e propriamente conhecimento , tendo sido adquirida
pela razão e pela inteligência não pode ser um mal.
Capítulo 8 – O lugar do homem na escala da perfeição dos seres
18 - O lugar do homem na Agostinho ensina que é quando o elemento superior (a razão) domina
escala da perfeição dos seres – no homem e comanda todos os outros elementos que o constituem que
Pág. 46 ele se encontra perfeitamente ordenado. Ele ressalta que a busca dos
prazeres do corpo e a fuga dos dissabores constituem a atividade da
vida animal (Fantástico). Aponta que temos outras diferenças em
relação aos animais como divertir-se e rir, o amor aos elogios e à glória
e o desejo de dominar (mas que não devemos nos julgar superiores a
eles por isso porque essas inclinações ao se revoltarem contra a razão
nos tornam infortunados). Ele mostra que Só quando a razão domina
a todos os movimentos da alma, o homem deve se dizer
perfeitamente ordenado. E que quando a razão, a mente ou espírito
governa os movimentos irracionais da alma, é que está a dominar
na verdade o homem naquilo que precisamente deve dominar, em
virtude da lei eterna.
Capítulo 9 – O homem sábio –aquele que vive submisso à razão
19 – O homem sábio – aquele Agostinho ressalta que o homem sábio é propriamente aquele ordenado
que vive submisso à razão – (segundo o domínio da razão). Ele mostra que o insensato é o oposto do
Pág. 48 e 49 homem sábio. Evódio diz tratar-se do homem em quem a mente não
reina com autoridade suprema. Agostinho corrige que trata-se do
homem em quem a mente está presente mas lhe falta o domínio dela.
Agostinho e Evódio recordam que existe no homem uma superioridade
em relação aos animais, que é a razão, residente na alma. Agostinho
lembra que a razão também pode ser chamada de mente ou espírito,
contudo indaga que se há diferenciação entre a mente e a razão a mente
se serve da razão e que aquele que é dotado de razão não pode estar
privado da mente.
Assim eles definem o sábio como aquele cuja vida está pacificada pela
total submissão das paixões ao domínio da mente.
Agostinho ainda mostra que existe no homem uma mente, mesmo que
ela não exerça o seu domínio. São estes os insensatos. Porque o reino
da mente pertence aos sábios.
Pergunta: Qual a diferença entre mente e razão? Primeiro
Agostinho diz que elas são a mesma coisa (pág 49) depois ele
diferencia que existem homens que possuem a mente mas ela se
serve da razão e ainda ressalta a necessidade do domínio (da
mente). Este domínio seria da mente ou da razão sob os outros
aspectos?) Logo a frente no número 20 Agostinho parece falar de
duas espécies de mente.
Capítulo 10 – Nada força a razão a submeter-se às paixões
20 - 21a- Nada força a razão a Evódio recorda que no homem o senhorio da mente constitui a
submeter-se às paixões sabedoria, mas afirma que a mente pode (por algum motivo) não
exercer este senhorio. Agostinho o interpõe mostrando que é necessário
que a mente seja mais poderosa que a paixão e por isso mesmo a
domine. E que nenhuma alma viciada pode dominar outra munida de
virtudes.
Agostinho também mostra que o espírito justo, e a mente firme em
seu direito e conservando seu domínio, Nunca poderá afastar-se de
sua força e submeter à paixão outra mente que reina com igual
equidade e virtude. Neste sentido Evódio complementa que a primeira
mente não poderia obrigar a outra a se tornar viciada sem que ela
mesma estivesse caída de sua justiça e tornar-se viciada, ficando por
este motivo fraca.
Assim ele define que não há nada mais nobre que a mente dotada de
razão e sabedoria.

Capítulo 11a – O Ser supremo não constrange a mente humana a ser escrava das paixões
21b - O Ser supremo não Agostinho explica que esse ser supremo, seja ele qual for, capaz de
constrange a mente humana a ultrapassar em excelência a mente dotada de virtude, não poderia de
ser escrava das paixões modo algum ser um Ser injusto. Tampouco, ainda que tivesse esse
poder, ele não forçaria a mente a submeter-se às paixões.
21 c – O responsável pela Agostinho conclui que se tudo o que é igual ou superior à mente que
submissão às paixões só pode exerce seu natural senhorio não pode fazer dela escrava da paixão, por
ser o livre-arbítrio causa da justiça, e se da mesma forma tudo o que é inferior a ela
também não pode, por causa dessa mesma inferioridade, a ÚNICA
realidade que pode tornar a mente cúmplice da paixão é a
PRÓPRIA VONTADE E O LIVRE ARBÍTRIO.

22 – O pecado porta em si Agostinho explica que para a mente é um castigo ser dominada pela
muitos males paixão e despojada da riqueza das virtudes, tornar-se pobre e
desgraçada, ser puxada por ela em todos os sentidos.
Ele explica também que o império das paixõesperturba todo o espírito e
a vida do homem pela variedade de oposição de muitas tempestades e
inumeráveis perturbações quando as paixões exercem o seu reinado.
TERCEIRA PARTE – A ATUAÇÃO DA BOA VONTADE PROVA QUE O PECADO VEM DO
LIVRE-ARBÍTRIO
Capítulo 11b – Dúvidas de Evódio
23 – Dúvidas de Evódio Evódio indaga se será possível que alguém tenha querido, na verdade
que seja bem incerto que alguém tenha querido resolver descer das
alturas da sabedoria para se colocar a serviço das paixões e se submeter
a mente a este castigo como dito acima, mesmo crendo pela fé que
Deus criou i homem de forma perfeita e que o homem foi por si mesmo
e pela sua própria vontade se precipitar nas misérias da vida mortal.
Capítulo 12 – Uma hipótese do platonismo
24 – Uma hipótese do Evódio deseja saber o porque padecemos penas cruéis assim, sendo nós
platonismo insensatos e nunca tendo sido sábios. Agostinho o interpela dizendo
que ele só está considerando só o tempo a partir do qual nascemos para
esta vida e o questiona como ele tem certeza de que nunca fomos
sábios e diz que residindo a sabedoria na alma ele indaga se ela poderia
ter vivido outra vida antes de se unir ao corpo. Permanece uma grande
questão, segundo ele, que será preciso considerar a seu tempo.
25 – O papel da boa vontade Agostinho explica o que é a boa vontade. Trata-se da vontade pela qual
desejamos viver com retidão e honestidade, para atingirmos a
sabedoria. Ele aponta que em comparação a ela, seria preciso julgar
dignos de desprezo todas as riquezas, honras, prazeres do corpo e que
para ter a sua posse multidão de homens não recuam a grande cansaço
nem perigo algum.
26 – A boa vontade está em Agostinho mostra que depende de nossa vontade gozarmos ou sermos
nossas mãos privados da boa vontade. Ele aponta que estando privado dela, para
reaver a única exigência é que o queira.
Capítulo 13 – Nossa boa vontade implica o exercício das quatro virtudes cardeais
27 - Nossa boa vontade Agostinho explica a Evódio que a pessoa que possui a boa vontade a
implica o exercício das quatro abraça somente, não crendo possuir nada de melhor, põe o seu prazer e
virtudes cardeais sua alegria em meditar sobre ela e toma conta do quanto é impossível
ela lhe ser arrebatada ou subtraída sem o seu consentimento. Ele mostra
ainda que a pessoa que possui a boa vontade é dotada também das
quatro virtudes (prudência, força, temperança e justiça).

28 – Levar vida feliz ou infelizAgostinho define como feliz o homem que realmente ama a sua boa
depende de nossa boa vontade vontade e que amá-la é justamente a própria boa vontade. Define
também como infeliz o homem que possui vontade contrária a ela.
Desta forma ele conclui que é pela vontade que merecemos e
levamos uma vida louvável e feliz e pela mesma vontade, que
levamos uma vida vergonhosa e infeliz
29 Agostinho explica que sendo a boa vontade a vontade pela qual
desejamos viver justa e honestamente, e que por nossa boa vontade
amamos e abraçamos essa boa vontade, todo aquele que quer viver
conforme a retidão e honestidade, se quiser pôr esse bem acima de
todos os bens passageiros da vida, realiza conquista tão grande,
com tanta facilidade que, para ele, o querer e o possuir são um
mesmo ato. Assim ele também define que essa mesma alegria gerada
pela aquisição de tão grande bem, ao elevar a alma na tranqüilidade, na
calma e na constância, constitui a vida que é dita feliz. (A vida feliz
significa ter a alegria, a tranqüilidade, a calma e a constância na alma,
proporcionadas pela aquisição da boa vontade que é a vontade de viver
justa e honestamente).
Capítulo 14 – Motivo de nem todos conseguirem a desejada felicidade
30 - Motivo de nem todos Agostinho indaga porque nem todos os homens obtém a felicidade se é
conseguirem a desejada voluntariamente que os homens a merecem e também voluntariamente
felicidade que eles chegam a uma vida infeliz. Indaga ainda como pela própria
vontade o homem obtém a vida feliz se acontecem que tantos são
infelizes apesar de todos desejarem ser felizes. A sua própria resposta e
conclusão é de que o essencial, o que acompanha a felicidade e sem o
qual ninguém é digno de obtê-la é o fato de viver retamente, e isso
nem todos os homens querem. Todos querem ser felizes mas nem
todos o são porque nem todos querem viver com retidão, e é só com
essa boa vontade que se têm o direito à vida feliz.
Capítulo 15 – Relação da boa vontade com a lei eterna e a temporal
31 - Relação da boa vontade Agostinho expõe que há duas espécies de homens: Os amigos das
com a lei eterna e a temporal coisas eternas, que são os homens que amam viver retamente amam
também de maneira especial a lei eterna, que é a lei em virtude da qual
a vida feliz é atribuída a boa vontade, a lei eterna e imutável. São
aqueles a quem o amor dos bens eternos os torna felizes. E existem
também Os amigos das coisas temporais. Ele define também duas
espécies de leis: A lei eterna e a lei temporal, sendo que os homens
amigos das coisas eternas vivem sob os ditames da lei eterna e os
amigos da lei temporal, os insensatos estão sob a imposição da lei
temporal.
Ele ressalta, porém que : Os que se submetem à lei temporal não
podem se isentar da lei eterna, da qual deriva tudo o que é justo. E
os cuja boa vontade se submete à lei eterna não tem necessidade da
lei temporal

32 – Maneira como governa a Agostinho mostra que a lei temporal ordena os bens temporais a fim de
lei temporal que a paz e a ordem na sociedade sejam salvaguardadas. Ele define
uma ordem de classe dos bens: Primeiro o corpo e os bens corporais
(saúde, integridade SOS sentidos, força, beleza), depois o bem da
liberdade (não ter ninguém como senhor), depois os bens: família,
pátria, honras e glória popular, e em último lugar o dinheiro (bens dos
quais somos donos legítimos ou que podemos vender ou doar).
Agostinho constata também que o poder dessa lei temporal em aplicar
castigos se limita a interditar e privar desses bens ou parte deles a quem
pune. Ele explica que é pelo temor que ela reprime e assim dobra e faz
inclinar o ânimo dos desafortunados. Ele retrata que é para o governo
dessas pessoas que essa lei foi feita.
Ele explica ainda que essa lei não pune o pecado por ter amado com
apego os bens mas somente a falta de subtraí-los injustamente de
outros.
33 – Conseqüência do apego Agostinho explica que não haveria penalidade se os homens não
ou desapego dos bens deste amassem os bens (temporais) e explica que as mesmas coisas podem
mundo ser usadas de modo bom ou mal, e que quem se serve mal é aquele que
se apega a esses bens de modo que os amam de maneira tão desmedida
que submete-se a eles, sendo que estes bens deveriam estar submissos.
Ele mostra que o homem que se serve dessas coisas de modo ordenado,
se mantendo acima delas, pronto a governá-las ou a perdê-las, se passar
delas mostra que elas são boas, mas principalmente porque ANTES é
ele mesmo que as torna melhores. NÃO se pode considerar as coisas
por elas mesmas, mas sim os homens que podem fazer mau uso
delas.
Capítulo 16 – Conclusão: a definição da essência do pecado mostra que ele procede do livre-
arbítrio
34 – 35a - Conclusão: a Agostinho conclui que a definição do que seja cometer o mal consiste
definição da essência do em menosprezar os bens eternos – bens dos quais a alma goza e
pecado mostra que ele procede atinge por si mesma. Ele mostra que estes são os bens que a alma não
do livre-arbítrio pode perder e ir em busca dos bens temporais – bens que são
experimentados com o corpo, a parte menos nobre do homem e que
nada tem de seguro. Ele aponta que todas as más ações, isto é, todos
os nossos pecados podem estar incluídos nessa única categoria.
Evódio então complementa: Cada um, ao pecar, afasta-se das coisas
divinas e realmente duráveis para se apegar às coisas mutáveis e
incertas, sendo próprio da alma pervertida e desordenada escravizar-se
a elas.
Evódio ainda completa que Por ordem e direito divinos, foi a alma
posta à frente das coisas inferiores, para as conduzir conforme o
seu beneplácito.
Assim Evódio conclui que O mal moral tem sua origem no livre-
arbítrio de nossa vontade.

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