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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Agostinho, Santo, Bispo de Hipona, 354-430. O Livre Arbítrio. Tradução, organização, introdução e
notas de Nair de Assis Oliveira, revisão Honório Dalbosco. 2ª Edição. São Paulo. Editora Paulus, 1995.
Livro, pág. 30 - 69 .
Capítulo 11a – O Ser supremo não constrange a mente humana a ser escrava das paixões
21b - O Ser supremo não Agostinho explica que esse ser supremo, seja ele qual for, capaz de
constrange a mente humana a ultrapassar em excelência a mente dotada de virtude, não poderia de
ser escrava das paixões modo algum ser um Ser injusto. Tampouco, ainda que tivesse esse
poder, ele não forçaria a mente a submeter-se às paixões.
21 c – O responsável pela Agostinho conclui que se tudo o que é igual ou superior à mente que
submissão às paixões só pode exerce seu natural senhorio não pode fazer dela escrava da paixão, por
ser o livre-arbítrio causa da justiça, e se da mesma forma tudo o que é inferior a ela
também não pode, por causa dessa mesma inferioridade, a ÚNICA
realidade que pode tornar a mente cúmplice da paixão é a
PRÓPRIA VONTADE E O LIVRE ARBÍTRIO.
22 – O pecado porta em si Agostinho explica que para a mente é um castigo ser dominada pela
muitos males paixão e despojada da riqueza das virtudes, tornar-se pobre e
desgraçada, ser puxada por ela em todos os sentidos.
Ele explica também que o império das paixõesperturba todo o espírito e
a vida do homem pela variedade de oposição de muitas tempestades e
inumeráveis perturbações quando as paixões exercem o seu reinado.
TERCEIRA PARTE – A ATUAÇÃO DA BOA VONTADE PROVA QUE O PECADO VEM DO
LIVRE-ARBÍTRIO
Capítulo 11b – Dúvidas de Evódio
23 – Dúvidas de Evódio Evódio indaga se será possível que alguém tenha querido, na verdade
que seja bem incerto que alguém tenha querido resolver descer das
alturas da sabedoria para se colocar a serviço das paixões e se submeter
a mente a este castigo como dito acima, mesmo crendo pela fé que
Deus criou i homem de forma perfeita e que o homem foi por si mesmo
e pela sua própria vontade se precipitar nas misérias da vida mortal.
Capítulo 12 – Uma hipótese do platonismo
24 – Uma hipótese do Evódio deseja saber o porque padecemos penas cruéis assim, sendo nós
platonismo insensatos e nunca tendo sido sábios. Agostinho o interpela dizendo
que ele só está considerando só o tempo a partir do qual nascemos para
esta vida e o questiona como ele tem certeza de que nunca fomos
sábios e diz que residindo a sabedoria na alma ele indaga se ela poderia
ter vivido outra vida antes de se unir ao corpo. Permanece uma grande
questão, segundo ele, que será preciso considerar a seu tempo.
25 – O papel da boa vontade Agostinho explica o que é a boa vontade. Trata-se da vontade pela qual
desejamos viver com retidão e honestidade, para atingirmos a
sabedoria. Ele aponta que em comparação a ela, seria preciso julgar
dignos de desprezo todas as riquezas, honras, prazeres do corpo e que
para ter a sua posse multidão de homens não recuam a grande cansaço
nem perigo algum.
26 – A boa vontade está em Agostinho mostra que depende de nossa vontade gozarmos ou sermos
nossas mãos privados da boa vontade. Ele aponta que estando privado dela, para
reaver a única exigência é que o queira.
Capítulo 13 – Nossa boa vontade implica o exercício das quatro virtudes cardeais
27 - Nossa boa vontade Agostinho explica a Evódio que a pessoa que possui a boa vontade a
implica o exercício das quatro abraça somente, não crendo possuir nada de melhor, põe o seu prazer e
virtudes cardeais sua alegria em meditar sobre ela e toma conta do quanto é impossível
ela lhe ser arrebatada ou subtraída sem o seu consentimento. Ele mostra
ainda que a pessoa que possui a boa vontade é dotada também das
quatro virtudes (prudência, força, temperança e justiça).
28 – Levar vida feliz ou infelizAgostinho define como feliz o homem que realmente ama a sua boa
depende de nossa boa vontade vontade e que amá-la é justamente a própria boa vontade. Define
também como infeliz o homem que possui vontade contrária a ela.
Desta forma ele conclui que é pela vontade que merecemos e
levamos uma vida louvável e feliz e pela mesma vontade, que
levamos uma vida vergonhosa e infeliz
29 Agostinho explica que sendo a boa vontade a vontade pela qual
desejamos viver justa e honestamente, e que por nossa boa vontade
amamos e abraçamos essa boa vontade, todo aquele que quer viver
conforme a retidão e honestidade, se quiser pôr esse bem acima de
todos os bens passageiros da vida, realiza conquista tão grande,
com tanta facilidade que, para ele, o querer e o possuir são um
mesmo ato. Assim ele também define que essa mesma alegria gerada
pela aquisição de tão grande bem, ao elevar a alma na tranqüilidade, na
calma e na constância, constitui a vida que é dita feliz. (A vida feliz
significa ter a alegria, a tranqüilidade, a calma e a constância na alma,
proporcionadas pela aquisição da boa vontade que é a vontade de viver
justa e honestamente).
Capítulo 14 – Motivo de nem todos conseguirem a desejada felicidade
30 - Motivo de nem todos Agostinho indaga porque nem todos os homens obtém a felicidade se é
conseguirem a desejada voluntariamente que os homens a merecem e também voluntariamente
felicidade que eles chegam a uma vida infeliz. Indaga ainda como pela própria
vontade o homem obtém a vida feliz se acontecem que tantos são
infelizes apesar de todos desejarem ser felizes. A sua própria resposta e
conclusão é de que o essencial, o que acompanha a felicidade e sem o
qual ninguém é digno de obtê-la é o fato de viver retamente, e isso
nem todos os homens querem. Todos querem ser felizes mas nem
todos o são porque nem todos querem viver com retidão, e é só com
essa boa vontade que se têm o direito à vida feliz.
Capítulo 15 – Relação da boa vontade com a lei eterna e a temporal
31 - Relação da boa vontade Agostinho expõe que há duas espécies de homens: Os amigos das
com a lei eterna e a temporal coisas eternas, que são os homens que amam viver retamente amam
também de maneira especial a lei eterna, que é a lei em virtude da qual
a vida feliz é atribuída a boa vontade, a lei eterna e imutável. São
aqueles a quem o amor dos bens eternos os torna felizes. E existem
também Os amigos das coisas temporais. Ele define também duas
espécies de leis: A lei eterna e a lei temporal, sendo que os homens
amigos das coisas eternas vivem sob os ditames da lei eterna e os
amigos da lei temporal, os insensatos estão sob a imposição da lei
temporal.
Ele ressalta, porém que : Os que se submetem à lei temporal não
podem se isentar da lei eterna, da qual deriva tudo o que é justo. E
os cuja boa vontade se submete à lei eterna não tem necessidade da
lei temporal
32 – Maneira como governa a Agostinho mostra que a lei temporal ordena os bens temporais a fim de
lei temporal que a paz e a ordem na sociedade sejam salvaguardadas. Ele define
uma ordem de classe dos bens: Primeiro o corpo e os bens corporais
(saúde, integridade SOS sentidos, força, beleza), depois o bem da
liberdade (não ter ninguém como senhor), depois os bens: família,
pátria, honras e glória popular, e em último lugar o dinheiro (bens dos
quais somos donos legítimos ou que podemos vender ou doar).
Agostinho constata também que o poder dessa lei temporal em aplicar
castigos se limita a interditar e privar desses bens ou parte deles a quem
pune. Ele explica que é pelo temor que ela reprime e assim dobra e faz
inclinar o ânimo dos desafortunados. Ele retrata que é para o governo
dessas pessoas que essa lei foi feita.
Ele explica ainda que essa lei não pune o pecado por ter amado com
apego os bens mas somente a falta de subtraí-los injustamente de
outros.
33 – Conseqüência do apego Agostinho explica que não haveria penalidade se os homens não
ou desapego dos bens deste amassem os bens (temporais) e explica que as mesmas coisas podem
mundo ser usadas de modo bom ou mal, e que quem se serve mal é aquele que
se apega a esses bens de modo que os amam de maneira tão desmedida
que submete-se a eles, sendo que estes bens deveriam estar submissos.
Ele mostra que o homem que se serve dessas coisas de modo ordenado,
se mantendo acima delas, pronto a governá-las ou a perdê-las, se passar
delas mostra que elas são boas, mas principalmente porque ANTES é
ele mesmo que as torna melhores. NÃO se pode considerar as coisas
por elas mesmas, mas sim os homens que podem fazer mau uso
delas.
Capítulo 16 – Conclusão: a definição da essência do pecado mostra que ele procede do livre-
arbítrio
34 – 35a - Conclusão: a Agostinho conclui que a definição do que seja cometer o mal consiste
definição da essência do em menosprezar os bens eternos – bens dos quais a alma goza e
pecado mostra que ele procede atinge por si mesma. Ele mostra que estes são os bens que a alma não
do livre-arbítrio pode perder e ir em busca dos bens temporais – bens que são
experimentados com o corpo, a parte menos nobre do homem e que
nada tem de seguro. Ele aponta que todas as más ações, isto é, todos
os nossos pecados podem estar incluídos nessa única categoria.
Evódio então complementa: Cada um, ao pecar, afasta-se das coisas
divinas e realmente duráveis para se apegar às coisas mutáveis e
incertas, sendo próprio da alma pervertida e desordenada escravizar-se
a elas.
Evódio ainda completa que Por ordem e direito divinos, foi a alma
posta à frente das coisas inferiores, para as conduzir conforme o
seu beneplácito.
Assim Evódio conclui que O mal moral tem sua origem no livre-
arbítrio de nossa vontade.