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Teoria da

Personalidade
Profª Dra. Elisângela Domingues
Michelatto Natt
Teoria da Personalidade

1 . O q u e é u m a Te o r i a ?

“ C o n jun to d e p res sup os to s re la c io nad os


que permite que os cientistas usem o
raciocínio lógico dedutivo para
formular hipóteses verificáveis.”

(FEIST, FEIST & ROBERTS, 2020)


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2. O que é personalidade?

• A espécie humana não está sozinha em sua singularidade e


variabilidade.

• Cada espécie viva exibe diferenças ou variabilidade entre seus


indivíduos.
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2. O que é personalidade?

• Mas... A variedade entre os humanos, tanto física quanto


psicologicamente, é significativamente maior em relação às outras
espécies.

• Alguns são mais quietos e introvertidos, outros precisam de mais


contato e estimulação social. Alguns são mais calmos e equilibrados,
enquanto outros são mais ansiosos e se excitam mais facilmente.
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2. O que é personalidade?

“Apesar de não haver uma definição única que seja aceita por todos
os teóricos da personalidade, podemos dizer que personalidade é um
padrão de traços relativamente permanentes e características únicas
que dão consistência e individualidade ao comportamento de uma


pessoa.”
(ROBERTS & MROCZEK, 2008)

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2. O que é uma personalidade?

• Os traços contribuem para as diferenças individuais no


comportamento, a consistência do comportamento ao longo do
tempo e a estabilidade do comportamento nas diversas situações.

• Os traços podem ser únicos, comuns a algum grupo ou


compartilhados pela espécie inteira, porém seu padrão é diferente
em cada indivíduo.
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2. O que é uma personalidade?

• Cada pessoa, embora seja como as outras em alguns aspectos,


possui uma personalidade única.

• Características são qualidades peculiares de um indivíduo que


incluem atributos como temperamento, psique e inteligência.
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3. Dimensões dos estudos sobre a personalidade

A primeira dimensão é determinismo versus livre -arbítrio:

• O comportamento das pessoas é determinado por forças sobre as quais


elas não têm controle ou as pessoas podem escolher ser o que desejam
ser?
• O comportamento pode ser parcialmente livre e parcialmente
determinado ao mesmo tempo?

Ainda que a dimensão do determinismo versus livre-arbítrio seja mais


filosófica do que científica, a posição que os teóricos assumem sobre
essa questão molda sua forma de encarar as pessoas e influencia seu
conceito de humanidade.
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3. Dimensões dos estudos sobre a personalidade

A segunda questão é pessimismo versus otimismo:

• As pessoas estão condenadas a viver vidas miseráveis, conflituosas e


problemáticas ou elas podem mudar e c r e s c e r, tornando-se seres
humanos psicologicamente saudáveis, felizes e funcionando de modo
integral?

• Em geral, os teóricos da personalidade que acreditam no determinismo


tendem a ser pessimistas (Skinner foi uma exceção notável), enquanto
aqueles que acreditam no livre -arbítrio em geral são otimistas.
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3. Dimensões dos estudos sobre a personalidade

A terceira dimensão para examinar o conceito de humanidade de um


teórico é causalidade versus teleologia:

• A causalidade sustenta que o comportamento é uma função de


experiências passadas, enquanto a teleologia é uma explicação do
comportamento em termos de objetivos e propósitos futuros.

• As pessoas agem como agem por causa do que aconteceu a elas no


passado ou porque têm certas expectativas do que acontecerá no
futuro?
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3. Dimensões dos estudos sobre a personalidade

A quarta consideração que divide os teóricos da personalidade é sua


atitude em relação aos determinantes conscientes versus inconscientes
do comportamento:

• As pessoas normalmente estão conscientes do que fazem e de por que


fazem aquilo ou forças inconscientes interferem e as levam a agir sem
consciência dessas forças subjacentes?
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3. Dimensões dos estudos sobre a personalidade

A quinta questão é a das influências biológicas versus sociais na


personalidade:

• As pessoas são, sobretudo, criaturas da biologia ou suas


personalidades são moldadas, em grande parte, por suas relações
sociais?

• Um elemento mais específico dessa questão é a hereditariedade versus


o ambiente: as características pessoas são mais o resultado da
hereditariedade ou elas são determinadas pelo ambiente?
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3. Dimensões dos estudos sobre a personalidade

A sexta questão é a singularidade versus semelhanças:

• A característica relevante das pessoas é sua individualidade ou são


suas características comuns?

• O estudo da personalidade deve se concentrar naqueles traços que


tornam as pessoas parecidas ou deve se voltar para os traços que as
tornam diferentes?
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4 . Te r m o s - c h a v e e c o n c e i t o s :

• O termo personalidade vem do latim persona, ou a máscara que as


pessoas apresentam ao mundo externo, mas os psicólogos entendem a
personalidade como muito mais do que as aparências exteriores.

• Personalidade inclui todos aqueles traços ou características


relativamente permanentes que dão alguma consistência ao
comportamento de uma pessoa.

• Te o r i a n ã o d e v e s e r c o n f u n d i d a c o m e s p e c u l a ç ã o , h i p ó t e s e ou
taxonomia, embora esteja relacionada a cada um desses termos.
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4 . Te r m o s - c h a v e e c o n c e i t o s :

Seis critérios determinam a utilidade de uma teoria científica:

(1) A teoria gera pesquisa?

(2) Ela é refutável?

(3) Ela organiza e explica o conhecimento?

(4) Ela sugere soluções práticas para problemas do dia a dia?

(5) Ela é internamente coerente? e

(6) Ela é simples ou parcimoniosa?


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4 . Te r m o s - c h a v e e c o n c e i t o s :

Cada teórico da personalidade possui um conceito de humanidade implícito


ou explícito, e que podem ser discutidos a partir de seis perspectivas:

(1) determinismo versus livre -arbítrio;


(2) pessimismo versus otimismo;
(3) causalidade versus teleologia;
(4) consciente versus inconsciente;
(5) fatores biológicos versus sociais; e
(6) singularidade versus semelhanças entre as pessoas.
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5 . Tr a n s to rn os d e P e r s o n a lida d e :

• Geralmente são padrões generalizados e persistentes, de como os


sujeitos se percebem, reagem e se relacionam, causando sofrimento
significativo ou comprometimento funcional.
• Os transtornos de personalidade variam em suas manifestações, e
são causados por uma combinação de fatores genéticos e
ambientais.
• Muitos tornam-se menos graves com a idade, mas certos traços
podem persistir com alguma intensidade após os sintomas agudos
que levaram ao diagnóstico de um transtorno diminuírem.
• O diagnóstico é clínico e o tratamento é feito com terapias
psicossociais e, algumas vezes, terapia medicamentosa.
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5 . Tr a n s to rn os d e P e r s o n a lida d e :

• Os transtornos existem quando os traços de personalidade se tornam


tão pronunciados, rígidos e mal adaptativos que prejudicam o
trabalho e/ou funcionamento interpessoal.
• Essas mal adaptações sociais podem causar sofrimento significativo
em pessoas com transtornos de personalidade e naqueles em volta
delas.
• Para pessoas com transtornos de personalidade (ao contrário de
muitos outros que procuram aconselhamento), o sofrimento causado
pelas consequências dos seus comportamentos socialmente mal
adaptativos geralmente é a razão pela qual eles buscam tratamento,
em vez de qualquer desconforto com seus próprios pensamentos e
sentimentos.
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5 . Tr a n s to rn os d e P e r s o n a lida d e :

• Geralmente começam a tornar-se evidentes durante o final da


adolescência ou início da idade adulta; embora às vezes os sinais
sejam aparentes mais cedo (durante a infância).

• Tr a ç os e sin to ma s v ar ia m c on s id er a v e lme n te e m termo s d e qua n to


tempo eles persistem; muitos desaparecem com o tempo.
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5 . Tr a n s to rn os d e P e r s o n a lida d e :

Geralmente começam a tornar-se evidentes durante o final da


adolescência ou início da idade adulta; embora às vezes os sinais sejam
a p a r e n t e s ma i s c e d o ( d u r a n t e a i n f â n c i a ) . Tr a ç o s e s i n t o ma s v a r i a m
consideravelmente em termos de quanto tempo eles persistem; muitos
desaparecem com o tempo.
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5 . Tr a n s to rn os d e P e r s o n a lida d e :

Ti p o s d e t r a n s t o r n o s d e p e r s o n a l i d a d e :

• O DSM-5 divide os 10 tipos de transtornos de personalidade em 3


grupos (A, B, e C), com base em características semelhantes. Mas a
utilidade clínica desses grupos não foi estabelecida.

O grupo A é caracterizado por parecer estranho ou excêntrico e


contempla os seguintes transtornos de personalidade e suas
características distintivas:

1. Paranoide: desconfiança e suspeita;


2. Esquizoide: desinteresse em outras pessoas; e
3. Esquizotípico: ideias e comportamentos excêntricos.
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5 . Tr a n s to rn os d e P e r s o n a lida d e :

Ti p o s d e t r a n s t o r n o s d e p e r s o n a l i d a d e :

O grupo B é caracterizado por parecer dramático, emocional ou


errático e contempla os seguintes transtornos de personalidade e suas
características distintivas:

1. Antissocial: irresponsabilidade social, desrespeito por outros, falsidade e manipulação


dos outros para ganho pessoal;
2. Bordeline: intolerância de estar sozinho e desregulação emocional;
3. Histriônico: busca atenção; e
4. Narcisista: autoestima desregulada e frágil subjacente e grandiosidade aparente.
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5 . Tr a n s to rn os d e P e r s o n a lida d e :

Ti p o s d e t r a n s t o r n o s d e p e r s o n a l i d a d e :

O grupo C é caracterizado por parecer ansioso ou apreensivo.


Contempla os seguintes transtornos de personalidade e suas
características distintivas:

1. Esquivo: evitar contato interpessoal por causa de sensibilidade à rejeição;


2. Dependente: submissão e necessidade de ser cuidado; e
3. Obsessivo-compulsivo: perfeccionismo, rigidez, e obstinação.
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5 . Tr a n s to rn os d e P e r s o n a lida d e :

Ti p o s d e t r a n s t o r n o s d e p e r s o n a l i d a d e :

Sinais e sintomas:

• De acordo com o DSM-5, os transtornos de personalidade são


principalmente problemas com:

1. Autoidentidade; e
2. Funcionamento interpessoal.
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5 . Tr a n s to rn os d e P e r s o n a lida d e :

P ro b le m a s d e a u to id e n tid ade

Podem se manifestar como uma autoimagem instável (p. ex., as pessoas


flutuam entre verem-se como bondosas ou cruéis) ou como
inconsistências nos valores, objetivos e aparência (p. ex., as pessoas
são profundamente religiosas na igreja, mas profanas e desrespeitosas
em outros lugares).
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5 . Tr a n s t o rn os d e P e r s o n a l i da d e :

P ro b le m a s d e fu n c io n a me n to in te r p e s s oal:

Se manifestam ao não conseguir estabelecer ou manter relacionamentos


íntimos e/ou por insensibilidade com as outras pessoas (p. ex., incapaz
de criar empatia).
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5 . Tr a n s to rn os d e P e r s o n a lida d e :

O d ia g n ó s tic o d o tr a n s to r n o d e p e r s o n a lid ade re q u e r :

• Um padrão inflexível, persistente e generalizado dos traços mal


adaptativos envolvendo ≥ 2 dos seguintes: cognição (formas de
perceber e interpretar a si mesmo, outros e eventos), afetividade,
funcionamento interpessoal e controle de impulsos;
• Sofrimento significativo ou funcionamento prejudicado resultante do
padrão mal adaptativo; e
• Estabilidade relativa e início precoce (remontando à adolescência ou
início da idade adulta) do padrão.
Referências

FEIST, J.; FEIST, G. J.; ROBERTS, T. A. Teorias da Personalidade.


Rio de Janeiro: AMGH, 2020.

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5.


Porto Alegre : Artmed, 2014.


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