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- O existencialismo por sua vez é uma filosofia complexa da qual aborda a existência, ou seja, o

sentido, o material e o que é o Ser. Tal filosofia possui certas vertentes e todas possuem algo em
comum: a ânsia, a busca e a liberdade. Dentre essas vertentes, encontram-se:

1. Kierkegaardianismo: um modelo filosófico do qual afirma que o humano não pode ser
explicado por sistemas, mas somente compreendido abstratamente. O humano é simplesmente
sua própria existência. Kierkegaard também afirma que o homem é dividido em três fases:
estético, ético e religioso. Na primeira fase, busca ativamente o significado de sua existência,
convicto em usar o concreto em sua investigação, ou seja, seus sentidos e logo mais tarde
percebe sua liberdade, usufruindo do mundo ao seu bel prazer. Quando o vazio chegar, irá se
desesperar e viver de forma mais ética, dando início ao segundo estágio, do qual tornará o
homem mais duro, cinza e ainda ansiando saber seu propósito. No terceiro estágio, enfim irá
decidir o que deverá ser ou fazer, sendo acorrentado por uma escolha da qual ainda não
explicaria ou ditaria sua existência.

2. Fenomenologia de Husserl: Criada em uma crise científica que sofria de uma mecanização
alarmante, Husserl elaborou a fenomenologia da qual tornava o assunto mais leve. O filósofo
trabalhou a respeito da intencionalidade, termo esse que se refere sobre a interação do sujeito
com o objeto, de suas ações quando conscientes, ou seja, a existência pode ser provada pois é
consciente, fazendo um paralelo aos métodos cartesianos de “Penso, logo existo”.

3. Heidegger: Trata-se de perceber as coisas tais como são conscientes, ou seja, elaborar uma
teoria do Ser. Heidegger, assim como os filósofos pré-socráticos, observam o Ser como algo
obscuro e não uma resposta facilmente absorvível. Heidegger não se preocupa em explicar o
que é o Ser, mas compreender seu sentido. O Ser não pode ser concretizado pois ao fazê-lo, seu
sentido deixaria de ser universal e passaria a se tornar material. Heidegger então cria o termo
“Daisen”, uma forma material lançada ao mundo, longe de sua versão idealizada (Ser) e
autêntica. O homem então encaixa no Daisen, pois é o único que possui consciência dos demais
e consegue se distinguir desses, podendo somente definir-se a partir de seu ser existente. Em
outras palavras, o Daisen existe, mas logo deve definir o que deverá ser. Entretanto, o Daisen
está fadado à angústia, pois ele veio do nada e do nada, deve totalizar-se.

4. Sartre: É inegável o peso que Sartre carrega no existencialismo. Apesar de sua má fama,
Sartre revolucionou o existencialismo. Bebeu da fonte do niilismo fortemente, mas rejeitou um
dos quatro tipos de Niilismo criados por Nietzsche, o niilismo moral. Sartre pregava que o
homem era escravo de sua própria liberdade. Condenado a escolher e acorrentado em suas
próprias consequências, o homem deveria buscar um sentido para sua existência, em outras
palavras, a existência precede a essência. Para Sartre, a essência é uma coisa que é em si
mesma, ou seja, algo abstrato da qual qualificava sua existência. Entretanto, a existência
somente precede a essência no caso do homem, pois ele não é a princípio definível, ou seja, ele
não é nada. Só depois será algo se assim o fizer. Desse modo, não há uma natureza ou rótulo
humano, pois não há Deus para a conceber. Em outras palavras, o homem somente será se fizer
ser, vivendo subjetivamente. Então o que qualifica o homem como diferente de objetos e demais
animais? Pois como dito anteriormente, somente o homem é livre. Somente o homem é um ser
sem forma do qual deve decidir o que será a cada momento seguinte. A liberdade não é a
qualidade do humano, mas aquilo que o define, mas sua liberdade está limitada ao seu meio
social e suas regras, submetendo sua existência e causando o desespero.

- Acrescentando algo do qual foi pouco trabalhado no texto, é nítido que o existencialismo, em
especial de Heidegger, nutriu fortemente das raízes do niilismo. Podemos dizer que ambos
possuem o mesmo caule, mas as folhas sopram para direções opostas. Dentro do niilismo há a
negação do propósito da vida e morte, “do pó viemos, do pó retornaremos”, como muito
abordado por Heidegger. O humano está fadado à angústia, pois sua própria existência é
inquietante e o assombra. Entretanto, diferentemente do niilismo, o existencialismo busca
preencher, mesmo que de forma sombria e mórbida, o vazio impreenchível criado pelo niilismo,
associando o ser a sua busca pela essência ao invés do comodismo ao notar sua falta de
substância e significado.

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