Você está na página 1de 3

Introdução

A filosofia nos ajuda a entender a própria condição humana, seja baseada na


angústia, no absurdo e na náusea causada pela vida não possuir um sentido
além da própria existência, pela verdade absoluta que nos leva a
questionarmos o certo e o errado. A partir da autonomia moral e existencial,
fazemos escolhas na vida e traçamos caminhos e planos.
A angustia, verdade e absurdo são expostos como uma perspectiva
desafiadora, focando que o ser humano não só se resume a busca pela
felicidade, mas também dando espaço para outros, como o sofrimento por não
conseguir lidar com a sua angustia, o absurdo da falta de sentido e dogmática
de verdades que não se assemelham com o modo de levar a vida.
A filosofia é indescritível para o refinamento conceptual e para o exercício
crítico de qualquer campo de conhecimento.
A psicologia se insere no campo geral do conhecimento a coloca em uma
condição privilegiada para o diálogo, seja com as demais ciências, com as
humanidades ou mesmo com as artes.
O primeiro capítulo se baseou em uma apresentação dos precursores da
abordagem existencialista. Mostrando os principais pensadores que se
identificaram com essa filosofia e distinguindo a fenomenologia do
existencialismo.
No segundo capítulo foi apresentado a filosofia de Kierkegaard – dedicando-se
a angustia, conhecido como pai do existencialismo, o filósofo dinamarquês,
rege a ideia de que o homem é livre para escolher como viver sua vida e como
se posicionar perante o chamado de Deus.
No terceiro capítulo o escolhido foi o Nietzsche, com a verdade. A verdade
além de ilusão é, também, aquilo que parte dos “fortes”, é fruto de sua vontade
de potência, ou seja, de seu impulso em exercer poder, em viver, em agir sem
a sujeição às regras morais. Ou seja, a verdade é uma imposição daqueles que
exercem poder.
No quarto capítulo foi a vez do conceito de absurdo em Camus. Essa linha
filosófica diz que há uma tendência humana de buscar significado à vida. No
entanto, há um conflito quando isso ocorre, já que seria “humanamente
impossível” de encontrá-lo.
O quinto capítulo foi uma exposição da obra de Sartre, que mantém sua linha
de raciocínio em que o ser humano não possui uma essência que o defina de
imediato, mas ele é definido de acordo com o modo como vive.
O último capítulo traça a filosofia de Sartre com a clínica psicológica. Defende a
tese em direção a elucidação da prática terapêutica, baseando-se em Daniela
Schneider.
KIERKEGAARD – ANGÚSTIA
Biografia
Soren Aabye Kierkegaard (1813 – 1855) ficou conhecido na filosofia como “o
pai do existencialismo”. O dinamarquês, nascido em 5 de maio em 1813,
rompeu com a posição tradicional de negatividade, abordando temas como a
morte e angústia, demonstrando que são condições necessárias da vida
humana, fazendo com que o indivíduo tornar-se quem realmente é, por possuir
uma particular compreensão, após a morte dos seus pais e 5 de seus 6 irmãos.
Depois de ter se dedicado ao seus pastorado e retornado aos seus estudos,
conheceu Regine Olsen, do qual ficou noivo e logo após abriu mão de tudo
isso.
Levou vida solitária, declarando que sua vida seria uma “reflexão do princípio
ao fim”. Kierkegaard, após suas críticas a igreja dinamarquesa luterana, teve
que escrever por pseudônimos. Anti-racionalista, acredita que existência
escapa de ser objeto de conhecimento. Após entrar para o curso de teologia da
Universidade de Copenhague e ter o conhecimento da obra do filósofo Georg
Hegel (1770 – 1831), acreditou-se que não há nada que nos obrigue a optar
por uma coisa ou outra, como os esquemas conceituais de Hegel, se não
passa a própria escolha.

Temor e Tremor
Kierkegaard discorda de algumas coisas do modelo hegeliano, com isso surge
o pensamento de que para ele o indivíduo é o protagonista da vida. Crítico a
igreja dinamarquesa, pensa na relação entre Deus e o indivíduo, nos ver como
a síntese entre o finito e infinito, inaugurando assim o pensamento existencial.
Na sua obra “Temor e Tremor” (1843) da qual ele trabalha em cima de uma
passagem bíblica, entre a relação de Deus e Abraão, revela em sua concepção
como pressuposto de uma vida verdadeiramente válida, nos colocando como
indivíduos que estão frente ao absurdo e são chamados a fazer uma escolha.
Quebrando essa concepção que o cristianismo nos traz, Kierkegaard propõe a
liberdade de ser quem somos, sermos cristãos, quando nos redimimos das
influências grupais e voltar-nos às nossas próprias questões pessoais.

O Desespero e a Angústia na filosofia de Kierkegaard


De acordo Oliveira (2009) para Kierkegaard existem três estádios da
existência: estético, ético e religioso. Estádio estético seria quando não possui
compromisso consigo mesmo e não se constitui coo um “eu”. É uma não
consciência das escolhas, vive intensamente a cada momento e busca por
prazeres momentâneos e imediatos, sem possuir autenticidade, tendo uma
satisfação imediata e egoísta. Vivendo de realizações passageiras e
superficiais.
Na passagem do estético para o ético, é mencionado por Oliveira (2009) é
caracterizado pela ironia, quando o indivíduo se retira e reflete a respeito de
suas próprias escolhas. No estádio ético o indivíduo está sujeito às leis sociais
do geral nas quais ele tem que se tornar um cidadão correto, responsável e
sério.
Discorre também que o humor é o que define a passagem do estádio ético ao
religioso. O humor faz com que o indivíduo perceba-se reduzido socialmente,
que sua vida é pecado e que existe alguma coisa maior a si que é a fé. No
religioso seria quando o homem deixa de lado toda a estética, os prazeres
imediatos e também toda a razão social da qual se distancia seu “eu” próprio.
Segundo o filósofo, o homem é constituído de alma, corpo e espírito. O
desespero e angústia são pertinentes ao indivíduo. Tanto o desespero, quanto
a angústia são problemas existenciais reais, que, cedo ou tarde, o indivíduo,
por ser possuidor de espírito, experimentara irremediavelmente, são, portanto,
aspectos inerentes à condição humana. Kierkegaard entende o desespero
como uma doença mortal e identifica-o com o pecado, cujo antídoto é a fé. Já a
angústia é entendida como o sentimento que acompanha todas as decisões
humanas.

O conceito de angústia
O conceito de angustia para Kierkegaard, se constitui numa reflexão sobre
liberdade humana. Novamente utilizando passagens bíblicas, veio a vez de
Adão e o pecado hereditário. Na condição de primogênito da humanidade, o
que Adão era e o que se tornou remete para o filosofo uma questão de escolha
o que podemos chamar de salto qualitativo e que gera angústia. Mostrando que
é uma espécie de escolha que nos transforma, transformando a angústia em o
cerne da existência humana. Ela é a disposição do espírito diante da liberdade
de escolhas.
Coloca a angústia como sendo anterior ao pecado original, pois o sentimento
incômodo que Adão e Eva viveram, teria sido a angústia. Obedecer ou não à
ordem de Deus em relação ao fruto da arvore proibida, remete a liberdade e a
angustia que constituem o fundamento da existência humana.
A angustia para o filósofo deve ser considerada uma característica fundamental
dos seres humanos, encontrada mesmo na inocência das crianças, e não como
um fardo ou um sofrimento para a espécie.

Você também pode gostar