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Crise da Razão: Schopenhauer (subjetividade,

vontade e representação; amor como fundamento


da ética); Kierkegaard (angústia e existência,
estádio da condição humana); Nietzsche
(além-homem, vontade de poder, valor do bem e do
mal)

Quem foi o Schopenhauer?

Arthur Schopenhauer (1788-1860) foi um filósofo alemão do século XIX, fez parte de
um grupo de filósofos considerados pessimistas. De acordo com ele, a realidade é
guiada pela vontade, e não pela razão. Esse é um dos pontos que tornam
Schopenhauer um autor “pessimista”.
Ele é um filósofo da representação , o mundo é da forma como o sujeito enxerga os
objetos. Não somos seres extremamente racionais , pois estamos apenas
representando o mundo , e pode variar de indivíduo para indivíduo.
Ele possuía uma divergência contra o Hegel e o método dialético “as ideias
transformam o mundo”. De acordo com o Schopenhauer somos movidos pela nossa
vontade, os animais irracionais são movidos por instinto , nós somos movidos por
uma vontade mais passional , lutamos por algo não necessariamente usando a
razão mas a paixão e o sentimento de busca. Porém quando conseguimos algo e
saciamos a nossa vontade , o que nos resta é um vazio e tédio , que nos torna
infelizes. Uma representação desse cenário que o filósofo criou para explicar foi a
do cego robusto que carrega um aleijado que enxerga, sendo o cego a vontade , e o
aleijado nossa consciência.
A saída desse caminho e o controle de acordo com o Schopenhauer , é como
exemplo a música “ a música é a vitória do sentimento sobre o conhecimento”, ou
até mesmo religiões , Schopenhauer é influenciado por religiões orientais, milenares
indianas como o budismo (transcendentalidade, através de um processo de
autoconhecimento onde você pode chegar a um bem estar) e o hinduísmo ( não
existe um padrão de culto, você consegue atingir uma espiritualidade através de
meditações e através dos mantras , a busca de nirvana ou patamar espiritual)

Quem foi Kierkegaard?


Foi um filósofo e teólogo dinamarquês, considerado o precursor da Filosofia
Existencial, que combatia a Filosofia Especulativa e discutia propósitos, causas e
consequências das ações humanas no âmbito da realidade do indivíduo. Pai do
existencialismo, o seu objeto de estudo era a angústia e a vida pessoal, pautada na
liberdade do indivíduo em suas escolhas subjetivas, por isso faz críticas ao
idealismo e a razão de Hegel.
Kierkegaard define que passamos por três estágios, ou processos de vida. São eles:
ético, estético e religioso
Estético: Busca constantemente o prazer, uma vida pautada pelo hedonismo,
focada principalmente nos desejos sexuais. Para ele isso só causa um vazio maior,
essa busca por aparência e prazeres só tende a trazer angústia.
Ético: A absorção de leis morais externas, se caracterizando pelo casamento, o
indivíduo decide constituir uma família, assumindo responsabilidades, usufruindo
prazer de forma limitada, apenas dentro de seu matrimônio, isso faz com que ele
repense e se arrependa das coisas que fez no estágio anterior.
Religioso: Caracterizado pela fé em Deus, buscando individualmente, sem a
presença de leis morais (dogmas) ou instituições como a Igreja. Esse estágio não
pode ser alcançado pela ciência, nem por demais explicações racionais, apenas por
si próprio em suas escolhas subjetivas e sentimentos que buscam preencher o vazio
da vida. Para kierkegaard essa pessoa é a exceção da sociedade porque não vive
através de imposições externas

Quem foi Nietzsche?

Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um filósofo, escritor e crítico alemão que


exerceu grande influência no Ocidente. Sua obra mais conhecida é “Assim Falava
Zaratustra”. O pensador estendeu sua influência para além da filosofia, penetrando
na literatura, poesia e todos os âmbitos das belas artes
Ele trabalha com conceitos apolíneos(razão) e dionisíacos(sentimental), onde apolo
seria o deus grego da lucidez, harmonia e ordem, enquanto Dioniso seria o deus da
embriaguez, exuberância e desordem. Para Nietzsche a humanidade ao longo do
tempo ficou mais focada com conceitos apolíneos do que dionisíacos, nos levando
ao caos, perdendo a humanidade. Usamos tanto a razão que perdemos o nosso
coração, precisamos buscar um equilíbrio entre ambos.
O Anticristo: o cristianismo é responsável por esse rumo triste em que a
humanidade tomou, pois se sustenta pelo pecado das pessoas, utilizando a
salvação como meio de dominação da sociedade.
Nietzsche diz que a morte de Deus tem como causa principal as nossas ações
, a nossa construção da humanidade, onde nos esquecemos das origens do
que era mais puro e bonito. Nós matamos um Deus, uma concepção bela em
nome de uma razão falha e falsa
Niilismo: uma forma de se distanciar dos dogmas impostos pelo cristianismo,
deixar de crer nessa verdade absoluta, desconstruindo-a e estabelecendo
uma nova base moral
Niilismo passivo: proximo a obra de Schopenhauer, ele não acredita mais e tenta se
desprender de valores , mas não propõe uma mudança ou transformação para o
mundo
Niilismo ativo: Não acredita mais no que o cristianismo está passando, crítica ao
cristianismo , não se apega aos dogmas cristões e não quer mais viver esse
conceito cristão, não quer mais viver nessa sociedade que matou Deus, e tenta
impor novos valores e destruir os antigos, propondo algo novo.
Em uma das suas últimas obras, propõe um super homem que compreendeu todo o
processo da humanidade e consegue avaliar , propor e dar algo para a sociedade
de forma mais equilibrada. Um super homem seria aquele que está acima do que a
sociedade impõe como certo e errado, e ele deve tentar levar os outros , uma luz no
fim do tunel.

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